Evite seguir um protocolo de atendimento que tenha como pressuposto a
heterossexualidade.
A inclusão da pergunta sobre a orientação sexual é a única forma de saber se uma
mulher é lésbica, bissexual ou simplesmente tem relações sexuais com mulheres ou se um homem é gay, bissexual e/ou faz sexo com outro homem. Além disso, essa pergunta pode propiciar um novo canal de diálogo e uma abordagem que considere a especificidade das vivências de cada usuário/a. No entanto, não a faça como um protocolo rígido, que obedeça apenas a obrigação profissional. Muitas vezes, quando feita desse modo, traz o resultado oposto ao esperado e induz a omissões ou respostas que não correspondem ao que é vivido.
Não pressuponha a orientação sexual a partir da expressão de gênero de suas
usuárias. Nem sempre uma mulher que se veste ou se comporta de maneira considerada “mais masculina”, é lésbica ou bissexual e nem sempre as mulheres que se vestem ou se comportam de modo considerado “feminino” são heterossexuais e, no caso dos homens, vale a mesma regra.
Perguntar a orientação não elimina a necessidade de conhecer a identidade de gênero
do/a usuário/a. As mesmas recomendações da pergunta sobre orientação sexual, também valem neste caso. A construção de um diálogo franco e acolhedor é que poderá permitir que a pessoa à sua frente diga como se vê: como mulher, como homem, como travesti, como transexual, como transhomem, como mulher trans ou qualquer outra ou em nenhuma categoria destas. É importante que fique nítido para o/a usuário/a que o profissional pergunta para tentar se aproximar de suas necessidades de saúde e não por curiosidade ou controle.