Neste cenário atual onde o professor vira vilão, estamos aqui para fazer a defesa daqueles

que com maestria seguem sua profissão. A sociologia e a educação física são tidas
como desnecessárias, influenciadoras e sem futuro, assim como a filosofia, a história, a
literatura, a geografia e o português, mas temos certeza que aqueles que pregam isso não
sabem de tamanha importância de tais matérias na formação de cada um aqui presente, ou
nem mesmo sabem a verdadeira situação de uma sala de aula, ou então acreditam que suas
profissões são mais importantes, o que não é verdade .  

Neste mundo, em que a sociedade está cada vez mais individualista e vem perdendo
a compressão da sua intervenção na história, a sociologia desempenha um papel essencial,
em razão da sua própria natureza, propiciando uma visão integrada da vida humana e social.
A educação física neste mesmo viés, além de exercícios e esportes, também é integração
e cidadania, é trabalho em grupo e cultura, é desenvolvimento e evolução. 

Mas afinal, o que viria a ser um professor? De acordo com o que vivemos dentro de sala
de aula, um professor é aquele que além de ensinar as matérias passadas na ementa do
instituto, é aquele que auxilia no processo de ser cidadão e exercer cidadania, é aquele que
independente de suas opiniões individuais, ensina a crítica, a pesquisa e a averiguação antes
de se falar sobre algo. Professor é aquele que tem a humanidade de entender os pontos fracos
e fortes de cada um, a além de tudo isso é lidar todos os dias com a crítica de quem nem
mesmo sabe a vivência real de uma sala de aula. 

Ser professor também é lidar com a diferença, seja ela religiosa, cultural, física, sexual
ou política e mesmo assim compreender sem menosprezar ninguém por ser diferente,
pelo contrário, estes mestres e doutores somam conhecimentos e aprendem com cada um. 

Deixando de lado a questão da matéria em si e focando em cada professor, queremos

agradecer por tudo que vivemos. A você Julieta, agradecemos pelas brincadeiras, pelas
conversas, pelas críticas, pelas risadas, pelas aulas, apresentações, filmes e textos, pelo
reconhecimento, carinho e amizade, também pelos salgadinhos, bolo, pão com mortadela e
refrigerantes. A você Marcelo, agradecemos pelas brincadeiras, pele dança e teatro, pela
compreensão, pelo aprendizado, pelos filmes, documentários e textos, por ser amigo,
dedicado a turma e excelente no que faz. 

Agradecemos por ambos fazerem parte da nossa história e formação, pela soma
de conhecimentos e contribuição em todas as esferas que alcançaram. Somos gratos por
cada preparação de aula, por cada pesquisa e estudo e reconhecemos o trabalho excelente de
cada um. Esperamos que um dia sejam reconhecidos como merecem, e não sejam mais
tratados como vilões ou dominadores. Esperamos também que a sociedade possa perceber
que o papel que vocês exercem é fundamental na formação de cada um aqui, não só
acadêmica, mas cidadã e social. Desejamos muito sucesso em suas vidas, além de manutenção
do te fazem excelentes, a verdadeira humanidade de alguém.  
Deixamos a vocês uma simples homenagem como forma de nossa admiração carinho. Há
um poema da Cora coralina que diz bem sobre o ser professor e de como os enxergamos, ele
se chama exaltação de aninha e diz: 

“Professor, sois o sal da terra e a luz do mundo.  

Sem vós tudo seria baço e a terra escura.  

Professor, faze de tua cadeira,  

a cátedra de um mestre.  

Se souberes elevar teu magistério,  

ele te elevará à magnificência.  

Tu és um jovem, sê, com o tempo e competência,  

um excelente mestre.  

Meu jovem Professor, quem mais ensina e quem mais aprende?  

O professor ou o aluno?  

De quem maior responsabilidade na classe,  

do professor ou do aluno?  

Professor, sê um mestre. Há uma diferença sutil  

entre este e aquele.  

Este leciona e vai prestes a outros afazeres.  

Aquele mestreia e ajuda seus discípulos.  

O professor tem uma tabela a que se apega.  

O mestre excede a qualquer tabela e é sempre um mestre.  

Feliz é o professor que aprende ensinando.  

A criatura humana pode ter qualidades e faculdades.  

Podemos aperfeiçoar as duas.  

A mais importante faculdade de quem ensina  

é a sua ascendência sobre a classe  

Ascendência é uma irradiação magnética, dominadora  

que se impõe sem palavras ou gestos,  

sem criar atritos, ordem e aproveitamento.  

É uma força sensível que emana da personalidade  

e a faz querida e respeitada, aceita.  

Pode ser consciente, pode ser desenvolvida na escola,  

no lar, no trabalho e na sociedade.  

Um poder condutor sobre o auditório, filhos, dependentes, alunos.  

É tranquila e atuante. É um alto comando obscuro  

e sempre presente. É a marca dos líderes.  

A estrada da vida é uma reta marcada de encruzilhadas.  

Caminhos certos e errados, encontros e desencontros  

do começo ao fim.  

Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.” 

E esta frase final, “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.” É a que
escolhemos para ir nas suas placas de homenagem, pois refletem a reciprocidade
que sentimos em vocês. Aqui eu encerro e já agradeço minha oportunidade.