Este documento fornece definições de termos técnicos importantes em epidemiologia. Ele define termos como agente, anticorpo, antígeno, caso, transmissão, vacinação e outros conceitos-chave da área. O glossário explica esses termos de forma concisa para fornecer uma compreensão básica dos principais conceitos epidemiológicos.
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GLOSSARIO DE EPIDEMIOLOGIA administração simultânea de dois ou mais
medicamentos, seja em preparação separada,
AGENTE: entidade biológica, física ou química seja em uma mesma preparação. capaz de causar doença. BIOCENOSE: comunidade resultante da AGENTE INFECCIOSO: agente biológico capaz associação de populações confinadas em de produzir infecção ou doença infecciosa. determinados ambientes, no interior de um ALADO: fase adulta do vetor, presença de asas. ecossistema. ANATOXINA (toxóide): toxina tratada pelo formol BIOGEOCENOSE (ecossistema): sistema ou outras substâncias, que perde sua capacidade dinâmico que inclui todas as interações entre o toxigênica, mas conserva sua imunogenicidade. ambiente e as populações ali existentes. Os toxóides são usados para induzir imunidade BIOSFERA: conjunto de todos os ecossistemas. ativa e específica contra doenças. BIOTA: reunião de várias comunidades. ANTICORPO: globulina encontrada em fluidos BUSCA ATIVA: é a busca de casos suspeitos, que teciduais e no soro, produzida em resposta ao se dá de forma permanente ou não; visitas estímulo de antígenos específicos, sendo capaz periódicas do serviço de saúde em áreas dese combinar com os mesmos, neutralizando-os silenciosas e na ocorrência de casos em ou destruindo-os. municípios vizinhos. ANTICORPO MONOCLONAL: anticorpo CADEIA DE TRANSMISSÃO (epidemiológica): é produzido pela progênie de uma única célula e que a caracterização dos mecanismos de transmissão por isso é extremamente puro, preciso e de um agente infecioso, envolvendo os homogêneo. suscetíveis, os agentes patogênicos e os ANTIGENICIDADE: capacidade de um agente ou reservatórios. de fração do mesmo estimular a formação de CAPACIDADE VETORIAL: propriedade do vetor, anticorpos. mensurada por meio de parãmetros como ANTíGENO: porção ou produto de um agente abundância, sobrevivência e grau de domiciliação. biológico capaz de estimulara formação de É relacionada à transmissão do agente infeccioso anticorpos específicos. em condições naturais. ANTISSEPSIA: conjunto de medidas empregadas CARACTERES EPIDEMIOLÓGICOS: modos de para impedir a proliferação microbiana. ocorrência natural das doenças em uma ANTITOXINA: anticorpos protetores que inativam comunidade, em função da estrutura proteínas solúveis tóxicas de bactérias. epidemiológica da mesma. ANTRÓPICO: tudo que pode ser atribuído à CARÁTER ANTIGÊNICO: combinação química atividade humana. dos componentes antigênicos de um agente, cuja ANTROPONOSE: infecção cuja transmissão se combinação e componentes são únicos, para cada restringe aos seres humanos. espécie o~cepa do agente, sendo responsável ANTROPOZOONOSE: infecção transmitida ao pela especificidade da imunidade resultante da homem, por reservatório animal. infecção. ARBOVIROSES: viroses transmitidas de um CASO: pessoa ou animal infectado ou doente hospedeiro para outro por meiode um ou mais apresentando características clínicas, tipos de artrópodes. laboratoriais e/ou epidemiológicas específicas. ÁREA ENDÊMICA: aqui considerada como área CASO AUTÓCTONE: caso contraído pelo geográfica reconhecidamente de transmissão enfermo na zona de sua residência. para uma determinada doença. CASO CONFIRMADO: pessoa de quem foi ÁREA DE FOCO: área de transmissão para uma isolado e identificado o agente etiológico ou de determinada doença, porém de localização bem quem foram obtidas outras evidências definida, limitada a uma localidade ou pequeno epidemiológicas e/ou laboratoriais da presença do número destas, (um município). agente etiológico, como por exemplo, a conversão AREA INDENEVULNERAVEL: área sorológica em amostras de sangue colhidas nas reconhecidamente sem transmissão de uma fases aguda e de convalescência. Esse indivíduo determinada doença, mas cujas condições pode ou não apresentar a síndrome indicativa da ambientais favorecem a instalação da doença causada pelo agente. A confirmação do transmissão. caso está sempre condicionada à observação dos ASSEPSIA: conjunto de medidas utilizadas para critérios estabelecidos pela definição de caso, impedir a penetração de microorganismos que, por sua vez, está relacionada ao objetivo do (contaminação) em local que não os contenha. programa de controle da doença e/ou do sistema ASSOCIAÇÃO MEDICAMENTOSA: de vigilância. CASO-CONTROLE, ESTUDOS DE: tipo de em gerações sucessivas. Ver também CULTURA estudo epidemiológico no qual se busca aferir uma ISOLADA. associação entre um determinado fator de risco e CLONE: população de organismos geneticamente a ocorrência de uma determinada doença, em idênticos, descendentes de uma única célula por grupos selecionados a partir da presença ou reprodução assexuada. Nos parasitas da malária ausência da doença em questão. obtém-se o clone, em geral, a partir de formas CASO ESPORÁDICO: caso que, segundo eritrocíticas, por meio de uma técnica de diluição informações disponíveis, não se apresenta e cultura ín vítro. epidemiologicamente relacionado a outros já COBERTURA VACINAL: indicador que expressa conhecidos. a proporção da população-alvo que foi vacinada, CASO íNDICE: primeiro entre vários casos de medindo a capacidade de alcance das metas natureza similar e epidemiologicamente estabelecidas conforme a estratégia de vacinação. relacionados. O caso índice é muitas vezes Para se obter a cobertura vacinal, são necessárias identificado como fonte de contaminação ou as seguintes informações: população-alvo, infecção. número de vacinados por idade, doses e área CASO IMPORTADO: caso contraído fora da zona geográfica. A cobertura pode ser avaliada pelo onde se fez o diagnóstico. O emprego dessa método administrativo, analisando as informações expressão dá a idéia de que é possível situar, com obtidas no sistema de registro dos serviços de certeza, a origem da infecção numa zona saúde e pelo método estatístico, que consiste em conhecida. inquéritos ou levantamentos de campo, realizados CASO INDUZIDO: caso de uma determinada através de entrevistas em uma adequada amostra doença que pode ser atribuído a uma transfusão de domicílios. de sangue ou a outra forma de inoculação COEFICIENTE I TAXA: relação entre número de parenteral, porém não à transmissão natural. A eventos reais e os que poderiam acontecer, inoculação pode ser acidental ou deliberada e, multiplicando-se o resultado dessa relação pela neste caso, pode ter objetivos terapêuticos ou de base referencial do denominador, que é potência pesquisa. de 10. Muito utilizado em saúde pública para CASO INTRODUZIDO: na terminologia comum, indicar a relação (quociente) entre dois valores esse nome é dado aos casos sintomáticos diretos, numéricos, no sentido de estimar a probabilidade quando se pode provar que os mesmos da ocorrência ou não de determinado evento. constituem o primeiro elo da transmissão local COEFICIENTE DE INCIDÊNCIA: constitui medida após um caso importado conhecido. de risco de doença ou agravo, fundamentalmente CASO PRESUNTIVO: pessoa com síndrome nos estudos da etiologia de doenças agudas e clínica compatível com a doença, porém sem crônicas. É a razão entre o número de casos confirmação laboratorial do agente etiológico. A novos de uma doença que ocorre em uma classificação como caso presuntivo está coletividade, em um intervalo de tempo condicionada à definição de caso. determinado, e a população exposta ao risco de CASO SECUNDÁRIO: caso novo de uma doença adquirir referida doença no mesmo período transmissível, surgido a partir do contato com um multiplicando-se por potência de 10, que é a base caso-índice. referencial da população. CI = n° de casos novos CASO SUSPEITO: pessoa cuja história clínica, de uma doença, ocorrentes em determinada sintomas e possível exposição a uma fonte de comunidade, em certo período de tempo X 1On/ infecção sugerem que possa estar ou vir a n° de pessoas expostas ao risco de adquirir a desenvolver alguma doença infecciosa. doença no referido período CEPA: população de uma mesma espécie TAXA DE LETALIDADE: coeficiente resultante da descendente de um único antepassado ou que relação entre o número de óbitos decorrentes de tenha espécie descendente de um único uma determinada causa e o número de pessoas antepassado ou que tenha a mesma origem, que foram realmente acometidas pela doença, conservada mediante uma série de passagens por expressando-se sempre em percentual. hospedeiros ou subculturas adequadas. As cepas COEFICIENTE DE MORTALIDADE: relação entre de comportamento semelhante chamam-se a freqüência absoluta de óbitos e o número dos "homólogas" e de comportamento diferente expostos ao risco de morrer. Pode ser geral, "heterólogas". Antigamente empregava-se o termo quando inclui todos os óbitos e toda a população "cepa" de maneira imprecisa, para aludir a um da área em estudo, e pode ser específico por grupo de organismos estreitamente relacionados idade, sexo, ocupação, causa de morte, etc. CMG entre si, e que perpetuavam suas características = n° total de óbitos em determinada, área e período X 10n / n° total da população da mesma genética, obtidos de um hospedeiro natural e área, estimada na metade do período conservados em laboratório mediante passagens COEFICIENTE DE PREVALÊNCIA: coeficiente por outros hospedeiros ou mediante a cultura in que mede a força com que subsiste a doença na vitro. Dá-se preferência a esse termo em lugar de coletividade. Expressa-se com a relação entre o "cepa", de uso freqüente, mas um tanto impreciso. número de casos conhecidos de uma dada Ver também CLONE, LINHAGEM E CEPA. doença e a população, multiplicando-se o CURA RADICAL: eliminação completa de resultado pela base referencial da população, que parasitas que se encontram no organismo, de tal é potência de 10, usualmente 1 000, 10 000 ou 100 maneira que fique excluída qualquer possibilidade 000. CP = n° de casos de uma dada doença X 10n de recidivas. / população DENSIDADE LARVÁRIA: quantidade de larvas CONSOLIDAÇÃO DOS DADOS: consiste no para determinado denominador (recipiente, agrupamento e distribuição dos dados segundo: concha, área, imóvel). número de casos; período de ocorrência por DENOMINAÇÕES INTERNACIONAIS COMUNS município, localidade, bairro e rua; faixa etária; (DIC): nomes comuns de medicamentos aceitos semana epidemiológica; zona urbana/rural; pela Organização Mundial de Saúde e incluídos na antecedência vacinal; cobertura vacinal; lista oficial rubricada por esse organismo. hospitalização; complicações; coletas para DESINFECÇÃO: destruição de agentes amostras, etc. infecciosos que se encontram fora do corpo, por COORTE: grupo de indivíduos que têm um meio de exposição direta a agentes químicos ou atributo em comum. Designa também um tipo de físicos. estudo epidemiológico, no qual se busca aferir a DESINFECÇÃO CONCORRENTE: é a aplicação incidência de um determinado evento entre grupos de medidas desinfetantes o mais rápido possível, expostos e não expostos ao fator de risco após a expulsão de material infeccioso do estudado. organismo de uma pessoa infectada, ou depois COLONIZAÇÃO: propagação de um que a mesma tenha se contaminado com referido microorganismo na superfície ou no organismo de material. Reduz ao mínimo o contato de outros um hospedeiro, sem causar agressão celular. Um indivíduos com esse material ou objetos. hospedeiro colonizador pode atuar como fonte de DESINFECÇÃO TERMINAL: desinfecção feita no infecção. local em que esteve um cas clínico ou portador, CONGÊNERE: na terminologia química, qualquer ocorrendo, portanto, depois que a fonte primária substância de um grupo químico, cujos de infecção deixou de existir (por morte ou por ter componentes sejam derivados da mesma se curado) ou depois que ela abandonou o local. substância-mãe, por exemplo, as 4- A desinfecção terminal, aplicada raramente, é aminoquinaleínas são congêneres uma das indicada no caso de doensas transmitidas por outras. contato indireto. CONTÁGIO: sinônimo de transmissão direta. DESINFESTAÇAO: destruição de metazoários, CONTAMINAÇÃO: ato ou momento em que uma especialmente artrópodes e roedores, com pessoa ou um objeto se converte em veículo finalidade profiláticas. mecânico de disseminação de um determinado DISPONIBILIDADE BIOLÓGICA: velocidade e agente patogênico. grau de absorção de um medicamento, a partir de CONTATO: pessoa ou animal que teve contato um preparado farmacêutico, determinados por sua com pessoa ou animal infectado, ou com ambiente curva de concentração/tempo na circulação geral contaminado, criando a oportunidade de adquirir o ou por sua excreção na urina. agente etiológico. DISSEMINAÇÃO POR FONTE COMUM: CONTATO EFICIENTE: contato entre um disseminação do agente de uma doença a partir suscetível e uma fonte primária de infecção, em da exposição de um determinado número de que o agente etiológico é realmente transferido pessoas, num certo espaço de tempo, a um dessa para o primeiro. veículo que é comum. Exemplo: água, alimentos, CONTROLE: quando aplicado a doenças ar, seringas contaminadas. transmissíveis e alguns não transmissíveis, DIMORFISMO: propriedade de existir em duas significa operações ou programas desenvolvidos diferentes formas estruturais. com o objetivo de reduzir sua incidência e/ou DOENÇA TRANSMISsíVEL: doença causada por prevalência em níveis muito baixos. um agente infeccioso específico, ou pela toxina CULTURA ISOLADA: amostra de parasitas não por ele produzida, por meio da transmissão desse necessariamente homogêneos, sob a perspectiva agente, ou de seu produto, tóxico a partir de uma pessoa ou animal infectado, ou ainda, de um alérgica: resposta imunológica anormal depois da reservatório para um hospedeiro suscetível, seja sensibilização provocada por um medicamento direta ou indiretamente intermediado por vetor ou (por exemplo, a alergia à penicilina). ambiente. ELIMINAÇÃO: é a redução a zero da incidência de DOENÇAS QUARENTENÁRIAS: doenças de uma doença/agravo, porém com manutenção grande transmissibilidade, em geral graves, que indefinidamente no tempo, das medidas de requerem notificação internacional imediata à controle. Organização Mundial de Saúde, isolamento ENDEMIA: é a presença contínua de uma rigoroso de casos clínicos e quarentena dos enfermidade ou de um agente infeccioso em uma comunicantes, além de outras medidas de zona geográfica determinada; pode também profilaxia, com o intuito de evitar a sua introdução expressar a prevalência usual de uma doença em regiões até então indenes., particular numa zona geográfica. Entre as doenças quarentenárias, encontram-se a O termo hiperendemia significa a transmissão cólera, febre amarela e tifo exantemático. intensa e persistente atingindo todas as faixas DOSE DE REFORÇO: quantidade de antígeno etárias e holoendemia, um nível elevado de que se administra com o fim de manter ou reavivar infecção que começa a partir de uma idade a resistência conferida pela imunização. precoce e afeta a maior parte da população jovem ECOLOGIA: estudo das relações entre seres vivos como, por exemplo, a malária em algumas regiões e seu ambiente. "Ecologia humana" diz respeito ao do globo. . ! estudo de grupos humanos face à influência de ENDOTOXINA: toxina encontrada no interior da fatores do ambiente, incluindo muitas vezes célula bacteriana, mas não em filtrados livres de fatores sociais e do comportamento. células de bactéria. As endotoxinas são liberadas ECOLÓGICOS, ESTUDOS: em epidemiologia, pela bactérias quando sua célula se rompe. tipo de estudo no qual a unidade de análise não é ENZOOTlA: presença constante ou prevalência o indivíduo, trabalhando em geral com o usual da doença ou agente infeccioso na levantamento de hipóteses a partir de associações população animal de uma dada área geográfica. de dados agregados. EPIDEMIA: é a manifestação, em uma ECOSSISTEMA: é o conjunto constituído pela coletividade ou região, de um corpo de casos de biota e o ambiente não vivo que interagem em alguma enfermidade que excede claramente a determinada região. incidência prevista. O número de casos que indica EFEITOS DELETÉRIOS DOS MEDICAMENTOS: a existência de uma epidemia varia com o agente incluem todos os efeitos não desejados que se infeccioso, o tamanho e as características da apresentam nos seres humanos, como resultado população exposta, sua experiência prévia ou falta da administração de um medicamento. Em geral, de exposição à enfermidade e o local e a época do podem-se classificar esses efeitos em: a) efeitos ano em que ocorre. Por decorrência, a epidemia tóxicos: introduzidos por doses excessivas, quer guarda relação com a freqüência comum da seja por única dose grande ou pela acumulação de enfermidade na mesma região, na população várias doses do medicamento; b) efeitos especificada e na mesma estação do ano. O colaterais: terapeuticamente inconvenientes mas aparecimento de conseqüência inevitável da medicação (por um único caso de doença transmissível que exemplo, náuseas e vômitos, depois de ingerir durante um lapso de tempo prolongado não havia cloroquina em jejum, ou queda de pressão, depois afetado uma população, ou que invade pela de uma injeção endovenosa de quinina); c) efeitos primeira vez uma região, requer notificação secundários: surgem indiretamente como imediata e uma completa investigação de campo; resultado da ação de um medicamento (por dois casos dessa doença associados no tempo ou exemplo, a monilíase em pacientes submetidos a no espaço podem ser evidência suficiente de uma um tratamento prolongado com a tetraciclina); d) epidemia. intolerância: diminuição do limite de sensibilidade EPIDEMIA POR FONTE COMUM (Epidemia à ação fisiológica normal de um medicamento (por Maciça ou Epidemia por Veículo Comum): exemplo, enjôos, surdez, visão embaraçada que epidemia em que aparecem muitos casos clínicos alguns pacientes sofrem ao receberem uma dose dentro de um intervalo igual ao período de normal de quinina); e) idiossincrasia: reação incubação clínica da doença, o que sugere a qualitativamente anormal de um medicamento exposição simultânea (ou quase simultânea) de (por exemplo, a hemólise que ocorre em alguns muitas pessoas ao agente etiológico. O exemplo pacientes depois da administração de típico é o das epidemias de origem hídrica. primaquina); hipersensibilidade por reação EPIDEMIA PROGRESSIVA (Epidemia por Fonte Propagada): epidemia na qual as infecções são circulação do agente causal estabeleceu-se numa transmitidas de pessoa a pessoa ou de animal, de biogecenose por um tempo indefinidamente longo, modo que os casos identificados não podem ser sem sua importação de outra região. O foco atribuídos a agentes transmitidos a partir de uma natural é uma entidade natural, seus limites única fonte. podem ser demarcados em um mapa. EPIZOOTIA: ocorrência de casos de natureza FOCO ARTIFICIAL: doença transmissível que se similar em população animal de uma área instala em condições propiciadas pela atividade geográfica particular, que se apresenta antrópica. claramente em excesso, em relação à incidência FÔMITES: objetivos de uso pessoal do caso esperada. clínico ou portador, que podem estar EQUIVALENCIA TERAPEUTICA: característica contaminados e transmitir agentes infecciosos e de diferentes produtos farmacêuticos que, quando cujo controle é feito por meio da desinfecção. administrados em um mesmo regime, apresentam FONTE DE INFECÇÃO: pessoa, animal, objeto ou resultados com o mesmo grau de eficácia e/ou substância a partir da qual o agente é transmitido toxicidade. para o hospedeiro. ERRADICAÇÃO: cessação de toda a transmissão FONTE NOTIFICADORA: são os serviços de da infecção pela extinção artificialda espécie do saúde e outros segmentos formais e informais da agente em questão. A erradicação pressupõe a sociedade que notificam as autoridades sanitárias, ausência completa de risco de reintrodução da pelo menos, a ocorrência das doenças de doença, de forma a permitir a suspensão de toda notificação compulsória. e qualquer medida de prevenção ou controle. A FONTE PRIMÁRIA DE INFECÇÃO erradicação regional ou eliminação é a cessação (Reservatório): homem ou animal e, raramente, o da transmissão de determinada infecção em solo ou vegetais, responsável pela sobrevivência ampla região geográfica ou jurisdição política. de uma determinada espécie de agente etiológico ESPECIFICIDADE: é a capacidade do na natureza. No caso dos parasitas heteroxenos, procedimento de diagnose em diagnosticar o hospedeiro mais evoluído (que geralmente é corretamente a ausência de doença, quando a também o hospedeiro definitivo) é denominado mesma está ausente. Verdadeiros negativos. é a fonte primária de infecção, é o hospedeiro menos capacidade que tem o sistema de excluir os não- evoluído (em geral hospedeiro intermediário) é casos. Quando as taxas de diagnósticos falso- chamado de vetor biológico. positivos são altas, ocorre uma baixa FONTE SECUNDÁRIA DE INFECÇÃO: ser especificidade. animado ou inanimado que transporta um ESTRUTURA EPIDEMIOLÓGICA: conjunto de determinado agente etiológico, não sendo o fatores relativos ao agente etiológico, hospedeiro principal responsável pela sobrevivência desse e meio ambiente, que influi sobre a ocorrência como espécie. Esta expressão é substituída com natural de uma doença em uma comunidade. vantagem pelo termo" veículo". EXOTOXINA: toxina produzida por uma bactéria e FREQÜÊNCIA (Ocorrência): é um termo genérico por ela liberada no meio de cultura ou no utilizado em epidemiologia para descrever a hospedeiro, conseqüentemente encontrada em freqüência de uma doença ou de outro atributo ou filtrados livres de célula e em culturas de bactéria evento identificado na população, sem fazer intacta. distinção entre incidência ou prevalência. FAGÓCITO: é uma célula que engloba e destrói FREQÜÊNCIA ABSOLUTA: é o resultado da partículas estranhas ou microorganismos, por contagem direta de uma série de eventos da digestão. mesma natureza. FAGOTIPAGEM: caracterização de uma bactéria FREQÜÊNCIA RELATIVA: chama-se freqüência pela identificação de sua suscetibilidade a relativa de determinado atributo a relação entre o determinados bacteriófagos. É uma técnica de número de indivíduos que apresentam esse caracterização de uma cepa. atributo e total de indivíduos considerados. FENÔMENO DE INTERFERÊNCIA: estado de FUMIGAÇÃO: aplicação de substâncias gasosas resistência temporária a infecções por vírus. Esta capazes de destruir a vida animal, especialmente resistência é induzida por uma infecção viral insetos e roedores. existente e é atribuída em parte ao interferon. GOTíCULAS DE FLÜGGE: secreções oro nasais FITONOSE: infecção transmissível ao homem, de mais de 100 micra de diâmetro, que transmitem cujo agente tem vegetais como reservatórios. agentes infecciosos de maneira direta mediata. FOCO NATURAL: um pequeno território, HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA: descrição compreendendo uma ou várias paisagens, onde a que inclui as características das funções de infecção, distribuição da doença segundo os organismo de um hospedeiro, produzindo lhe atributos das pessoas, tempo e espaço, danos, com ou sem aparecimento de sintomas distribuição e características ecológicas do(s) clinicamente reconhecíveis. Em essência, a reservatório(s) do agente; mecanismos de infecção é uma competição vital entre um agente transmissão e efeitos da doença sobre o homem. etiológico animado (parasita "sensu latu") e um HOLOMETABÓLlCO: animais que apresentam hospedeiro; é, portanto, uma luta pela metamorfose completa (ex: ovo, larva, pulpa, sobrevivência entre dois seres vivos, que visam a adulto). manutenção de sua espécie. HOSPEDEIRO: organismo simples ou complexo, INFECÇÃO APARENTE (Doença): infecção que incluindo o homem, que é capaz de ser infectado se desenvolve acompanhada de sinais e sintomas por um agente específico. clínicos. HOSPEDEIRO DEFINITIVO: é o que apresenta o INFECÇÃO HOSPITALAR: infecção que se parasita em fase de maturidade ou em fase de desenvolve em um paciente hospitalizado, ou atividade sexual. atendido em outro serviço de assistência, que não HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: é o que padecia nem estava incubando a doença no apresenta o parasita em fase larvária ou momento da hospitalização. Pode manifestar-se, assexuada. também, como efeito residual de uma infecção IMUNIDADE: resistência usualmente associada à adquirida durante hospitalização anterior, ou ainda presença de anticorpos que têm o efeito de inibir manifestar-se somente após a alta hospitalar. microorganismos específicos ou suas toxinas Abrange igualmente as infecções adquiridas no responsáveis por doenças infecciosas ambiente hospitalar, acometendo visitantes ou sua particulares. própria equipe. IMUNIDADE ATIVA: imunidade adquirida INFECÇÃO INAPARENTE: infecção que cursa na naturalmente pela infecção, com ou sem ausência de sinais e sintomas clínicos manifestações clínicas, ou artificialmente pela perceptíveis. inoculação de frações ou produtos de agentes INFECTANTE: aquele que pode causar uma infecciosos ou do próprio agente morto, infecção; aplica-se, geralmente, ao parasita (por modificado ou de uma forma variante. exemplo, o gametócito, o esporozoíto). IMUNIDADE DE REBANHO: resistência de um INFECTIVIDADE: capacidade do agente grupo ou população à introdução e disseminação etiológico se alojar e multiplicar se no corpo do de um agente infeccioso. Essa resistência é hospedeiro. baseada na elevada proporção de indivíduos INFESTAÇÃO: entende-se por infestação de imunes entre os membros desse grupo ou pessoas ou animais o alojamento, população e na uniforme distribuição desses desenvolvimento e reprodução de artrópodes na indivíduos imunes. superfície do corpo ou nas roupas. Os objetos ou IMUNIDADE PASSIVA: imunidade adquirida locais infestados são os que albergam ou servem naturalmente da mãe ou artificialmente pela de alojamento a animais, especialmente inoculação de anticorpos protetores específicos artrópodes e roedores. (soro imune de convalescentes ou imunoglobulina INQUÉRITO EPIDEMIOLÓGICO: levantamento sé rica). A imunidade passiva é pouco duradoura. epidemiológico feito por meio de coleta ocasional IMUNOGLOBULlNA: solução estéril de globulinas de dados, quase sempre por amostragem, e que que contêm aqueles anticorpos normalmente fornece dados sobre a prevalência de casos presentes no sangue do adulto. clínicos ou portadores, em uma determinada IMUNOPROFILAXIA: prevenção da doença comunidade. . através da imunidade conferida pela INTERFERON: proteína de baixo peso molecular administração de vacinas ou soros a uma pessoa produzida por células infectadas por vírus. O ou animal. interferon tem a propriedade de bloquear as INCIDÊNCIA: número de casos novos de uma células sadias da infecção viral, suprimindo a doença ocorridos em uma população particular multiplicação viral nas células já infectadas; o durante um período específico de tempo. interferon é ativo contra um amplo espectro de INDICE DE BRETEAU: número de recipientes vírus. habitados por formas imaturas de mosquitos em INVASIBILlDADE: capacidade de um relação ao número de casas examinadas para o microorganismo de entrar no corpo e de se encontro de criadouros. disseminar através dos tecidos. Essa INFECÇÃO: penetração, alojamento e, em geral, disseminação no microorganismo pode ou não multiplicação de um agente etiológico animado no resultar em infecção ou doença. INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DE CAMPO mensurações rotineiras, visando detectar (classicamente conhecida por Investigação mudanças no ambiente ou no estado de saúde da Epidemiológica): estudos efetuados a partir de comunidade. Não deve ser confundida com casos clínicos ou de portadores para a vigilância. Para alguns estudiosos, monitorização identificação das fontes de infecção e dos modos implica em intervenção à luz das mensurações de transmissão do agente. Pode ser realizada em observadas. b) Contínua mensuração do face de casos esporádicos ou surtos. desempenho do serviço de saúde ou de ISOLAMENTO: segregação de um caso clínico do profissionais de saúde, ou do grau com que os convívio das outras pessoas durante o período de pacientes concordam com ou aderem às suas transmissibilidade, a fim de evitar que os recomendações. c) Na ótica da administração, a suscetíveis sejam infectados. Em certos casos, o contínua supervisão da implementação de uma isolamento pode ser domiciliar ou hospitalar, em atividade com o objetivo de assegurar que a geral, é preferível esse último, por ser mais liberação dos recursos, os esquemas de trabalho, eficiente. os objetivos a serem atingidos e as outras ações ISOMERIA: fenômeno presente nos compostos necessárias estejam sendo processadas de químicos de idêntica fórmula molecular, mas de acordo com o planejado. estrutura molecular diferente. As substâncias que NICHO OU FOCO NATURAL: quando o agente compartilham essas características chamam-se patogênico, o vetor específico e o animal isômeros. Nos derivados do núcleo benzênico, a hospedeiro existirem sob condições naturais isomeria geométrica e a isomeria ótica dependem durante muitas gerações, num tempo indefinido, da distribuição espacial das quatro ligações do independente da existência do homem. átomo de carbono. NOTIFICAÇÃO: consiste na informação periódica JANELA IMUNOLÓGICA: intervalo entre o início do registro de doenças de notificação compulsória, da infecção e a possibilidade de detecção de obtidas por meio de todas fontes notificadoras. anticorpos, através de técnicas laboratoriais. NOTIFICAÇÃO NEGATIVA: denominação da LATÊNCIA: período, na evolução clínica de uma notificação realizada periodicamente, mesmo na doença parasitária, no qual os sintomas ausência de casos. O serviço de saúde informa desaparecem apesar de estar o hospedeiro ainda por intermédio de um boletim, telegrama ou até infectado e de já ter sofrido o ataque primário, ou por telefone, que não ocorreram casos de uma uma ou várias recaídas. Terminologia utilizada determinada doença. Esse sistema é útil: (1) com freqüência em relação à malária. sendo a doença objeto de erradicação, de LARVITRAMPAS: recipiente com água onde se eliminação ou controle; (2) quando a incidência da observam as larvas dos mosquitos após a doença é baixa, e pode haver um período mais ou eclosão. menos longo sem que ocorram casos; dessa LINHAGEM: população de parasitas submetida a forma, os serviços de saúde obrigando-se a determinadas passagens no laboratório, em geral informar que não houve casos, estão sempre de uma seleção especial (seja natural ou vigilantes. experimental), de acordo com uma característica NÚCLEO DE WELLS: secreções oronasais de específica (por exemplo, farmacorresistência). Ver menos de 100 micra de diâmetro, que transmitem também cepa. agentes infecciosos, de maneira indireta por meio MIGRAÇÃO: movimento de população de um local do ar, onde flutuam durante intervalo de tempo para outro, quer seja por um tempo determinado mais ou menos longo. quer para uma fixação permanente, que pode ser: OPORTUNISTA: organismo que, vivendo Imigração: entrada em um novo local, ou em um normalmente como comensal ou de vida livre, novo país, para aí se fixar. Emigração: saída para passa a atuar como parasita, geralmente em outro local ou outro país. decorrência da redução da resistência natural do MORBIDADE: é como se apresenta o hospedeiro. comportamento de uma doença ou de um agravo OVIPOSIÇAO: ato do inseto fêmea por ovos. à saúde em uma população exposta. Sendo OVITRAMPAS: recipiente onde fêmeas de calculada pelos coeficientes de incidência e mosquitos fazem oviposição sobre a superfície do prevalência. mesmo, onde pode-se observar os ovos. MONITORAMENTO ENTOMOLÓGICO: PANDEMIA: epidemia de uma doença que afeta acompanhar, analisar e avaliar as condições pessoas em muitos países e continentes. entomológicas de determinada área. PARASITA: organismo, geralmente MONITORIZAÇÃO: abrange três campos de microorganismo, cuja existência se dá à expensa atividade: a) Elaboração e análise de de um hospedeiro. O parasita não é obrigatoriamente nocivo ao seu hospedeiro. tempo depois de ter tido a doença. O momento em Existem parasitas obrigatórios e facultativos; os que o portador ativo convalescente passa a primeiros sobrevivem somente na forma crônico é estabelecido arbitrariamente para cada parasitária e os últimos podem ter uma existência doença. No caso da febre tifóide, por exemplo, o independente. portador é considerado como ativo crônico quando PARASITAS HETEROXENOS: parasitas que alberga a Salmonella thyphí por mais de um ano necessitam de dois tipos diferentes de após ter estado doente. hospedeiros para a sua completa evolução: o PORTADOR ATIVO INCUBADO OU PRECOCE: hospedeiro definitivo e o intermediário. portador durante o período de incubação clínica de PARASITAS MONOXENOS: parasitas que uma doença. necessitam de um só hospedeiro para a sua PORTADOR EFICIENTE: portador que elimina o evolução completa. agente etiológico para o meio exterior ou para o PASTEURIZAÇÃO: desinfecção do leite feita pelo organismo de um vetor hematófago, ou que aquecimento a 63 - 65°C, durante 30 minutos (ou possibilita a infecção de novos hospedeiros. Essa a 73-75°C, durante 15 minutos), baixando a eliminação pode ser feita de maneira contínua ou temperatura imediatamente para 20 a 50°C. de modo intermitente. PATOGENICIDADE: capacidade de um agente PORTADOR INEFICIENTE: portador que não biológico causar doença em um hospedeiro elimina o agente etiológico para o meio exterior, suscetível. não representando, portanto, um perigo para a PATOGENO: agente biolójJico capaz de causar comunidade no sentido de disseminar esse doenças. microorganismo. PERIODO DE INCUBAÇAO: intervalo entre a PORTADOR PASSIVO (portador aparentemente exposição efetiva do hospedeiro suscetível a um são): portador que nunca apresentou sintomas de agente biológico e o início dos sinais e sintomas determinada doença transmissível, não os está clínicos da doença nesse hospedeiro. apresentando e não os apresentará no futuro; PERíODO DE TRANSMISSIBILlDADE: intervalo somente pode ser descoberto por meio de exames de tempo durante o qual uma pessoa ou animal adequados de laboratório. infectado elimina um agente biológico para o meio PORTADOR PASSIVO CRÔNICO: portador ambiente ou para o organismo de um veto r passivo que alberga um agente etiológico por um hematófago, possível, portanto, a sua transmissão longo período de tempo. a outro hospedeiro. PORTADOR PASSIVO TEMPORÁRIO: portador PERíODO PRODRÔMICO: é o lapso de tempo passivo que alberga um agente etiológico durante entre os primeiros sintomas da doença e o início pouco tempo; a distinção entre o portador passivo dos sinais ou sintomas com base nos quais o crônico e o temporário é estabeleci da diagnóstico pode ser estabelecido. arbitrariamente para cada agente etiológico. PESCA LARVA: coador confeccionado em tecido POSTULADOS DE EVANS: a expansão do filó usado para retirar larva dos depósitos. conhecimento biomédico levou à revisão dos PODER IMUNOGÊNICO (Imunogenicidade): Postulados de Koch. Alfred Evans elaborou, em capacidade do agente biológico estimular a 1976, os seguintes postulados com base naqueles resposta imune no hospedeiro conforme as postulados por Koch: a prevalência da doença características desse agente, a imunidade obtida deve ser significativamente mais alta entre os pode ser de curta ou longa duração e de grau expostos à causa suspeita do que entre os elevado ou baixo. controles não expostos. A exposição à causa PORTADOR: pessoa ou animal que não suspeita deve ser mais freqüente entre os apresenta sintomas clinicamente reconhecíveis de atingidos pela doença do que o grupo de controle uma determinada doença transmissível ao ser que não a apresenta, mantendo constante os examinado, mas que está albergando o agente demais fatores de risco. A incidência da doença etiológico respectivo. deve ser significantemente mais elevada entre os PORTADOR ATIVO: portador que teve sintomas, expostos à causa suspeita do que entre aqueles mas que em determinado momento, não os não expostos. Tal fato deve ser demonstrado em apresenta. estudos prospectivos. a exposição ao agente PORTADOR ATIVO CONVALESCENTE: portador causal suspeito deve ser seguida de doença, durante e após a convalescença. É comum esse enquanto que a distribuição do período de tipo de portador na febre tifóide e na difteria incubação deve apresentar uma curva normal. Um PORTADOR ATIVO CRÔNICO: pessoa ou animal espectro da resposta do hospedeiro deve seguir a que continua a albergar o agente etiológico muito exposição ao provável agente, num gradiente biológico que vai do benigno ao grave. Uma profilaxia está baseada no emprego de resposta mensurável do hospedeiro, até então medicamentos, trata-se da quimioprofilaxia. inexistente, tem alta probabilidade de aparecer PUÇA DE FILÓ: instrumento na forma de grande após a exposição ao provável agente, ou coador utilizado para a captura de mosquito aumentar em magnitude se presente adulto. anteriormente. Esse padrão de resposta deve QUARENTENA: isolamento de indivíduos ou ocorrer infreqüentemente em pessoas pouco animais sadios pelo período máximo de incubação expostas. A reprodução experimental da doença da doença, contado a partir da data do último deve ocorrer mais freqüentemente em animais ou contato com um caso clínico ou portador, ou da no homem adequadamente exposta à provável data em que esse comunicante sadio abandonou causa do que naqueles não expostos. Essa o local em que se encontrava a fonte de infecção. exposição pode ser deliberada em voluntários; Na prática, a quarentena é aplicada no caso das experimentalmente induzida em laboratório; ou doenças quarentenárias. pode representar um parâmetro da exposição QUIMIOPROFILAXIA: administração de uma natural. A eliminação ou modificação da causa droga, incluindo antibióticos, para prevenir uma provável deve diminuir a incidência da doença. A infecção ou a progressão de uma infecção com prevenção ou modificação da resposta do manifestações da doença. hospedeiro face a exposição à causa provável QUIMIOTERAPIA: uso de uma droga com o deve diminuir a incidência ou eliminar a doença. objetivo de tratar uma doença clinicamente Todas as associações ou achados devem reconhecível ou de eliminar seu progresso. apresentar consistência com os conhecimentos no RECAíDA: reaparecimento ou recrudescimento campo da biologia e da epidemiologia. dos sintomas de uma doença, antes do doente POSTULADOS DE KOCH: originalmente apresentar-se completamente curado. formulado por Henle e adaptado por Robert Koch RECIDIVA: reaparecimento do processo mórbido em 1877. Koch afirmava que quatro postulados após sua cura aparente. deveriam ser previamente observados para que se RECORRENTE: estado patológico que evolui pudesse aceitar uma relação casual entre um através de recaídas sucessivas. particular microorganismo ou parasita e uma RECRUDESCÊNCIA: exacerbação das doença, a saber: manifestações clínicas ou anatomopatológicas de 1. O agente biológico deve ser demonstrado em um processo mórbido. todos os casos da doença, por meio de seu REPASTO: ato do inseto alimentar-se diretamente isolamento em cultura pura; do animal. 2. O agente biológico não deve ser encontrado em RESERVATÓRIO DE AGENTES INFECCIOSOS outras doenças (Fonte Primária de Infecção): qualquer ser 3. Uma vez isolado, o agente deve ser capaz de humano, animal, artrópodo, planta, solo, matéria reproduzir a doença em animais de experimento; ou uma combinação deles, no qual normalmente 4. O agente biológico deve ser recuperado da vive e se multiplica um agente infeccioso, dela doença experimentalmente produzida. depende para sua sobrevivência, reproduzindo-se PREVALÊNCIA: número de casos clínicos ou de onde se reproduz de maneira que pode ser portadores existentes em um determinado transmitido a um hospedeiro suscetível. momento, em uma comunidade, dando uma idéia RESISTÊNCIA: conjunto de mecanismos estática da ocorrência do fenômeno. Pode ser específicos e inespecíficos do organismo que expressa em números absolutos ou em servem de defesa contra a invasão ou coeficientes. multiplicação de agentes infecciosos, ou contra os PREVENÇÃO: termo que, em saúde pública, efeitos nocivos de seus produtos tóxicos. Os significa a ação antecipada, tendo por objetivo mecanismos específicos constituem a imunidade interceptar ou anular a ação de uma doença. As e os inespecíficos, a resistência inerente ou ações preventivas têm por fim eliminar elos da natural. cadeia patogênica, ou no ambiente físico ou RESISTÊNCIA INERENTE (Resistência Natural): social, ou no meio interno dos seres vivos afetados é a capacidade de resistir a uma enfermidade, ou suscetiveis independente de anticorpos ou da resposta PRÓDROM S: sintomas indicativos do início de específica dos tecidos. Geralmente depende das uma doença. características anatômicas ou fisiológicas do PROFILAXIA : conjunto de medidas que têm por hospedeiro, podendo ser genética ou adquirida, finalidade prevenir ou atenuar as doenças, suas permanente ou temporária. complicações e conseqüências. Quando a RETROALlMENTAÇÃO: é a devolução de informação aos níveis de menor complexidade, SUSCETíVEL: qualquer pessoa ou animal que desde a mais específica ao notificante até uma supostamente não possui resistência suficiente análise mais complexa da situação epidemiológica contra um determinado agente patogênico, que a de determinada região. A retroalimentação poderá proteja da enfermidade caso venha a entrar em ocorrer como resultado de investigação ou análise contato com o agente. de dados através de informes e análises TAXA DE ATAQUE: coeficiente ou taxa de epidemiológicas regionais e estaduais, ou ainda incidência referida a uma população específica ou por meio de informes macrorregionais ou a um .9rupo bem definido de pessoas, limitadas a nacionais. uma área e tempo restritos. E muito útil para SANEAMENTO DOMICILIAR: conjunto de ações investigar surtos epidêmicos logo em sua eclosão que visa à melhoria do abastecimento d'água, e durante a sua vigência. esgotamento sanitário, manejo e destino TAXA DE ATAQUE SECUNDÁRIO: é a razão adequado dos resíduos sólidos no domicílio. entre o número de casos novos surgidos a partir SENSIBILIDADE: é a capacidade do do contato com o caso-índice e o número total de procedimento de diagnose de efetuar diagnósticos contatos com o caso-índice, expressando-se o corretos de doença quando a mesma está resultado em percentual. TCAS = n° de casos presente, verdadeiros positivos ou enfermos. é a novos surgidos a partir de contato com o caso- capacidade que um sistema de vigilância tem de índice X 100/n° total de pessoas que tiveram detectar os casos verdadeiros do evento sob contato com o caso-índice vigilância. Um sistema com 100% de sensibilidade TAXA (OU COEFICIENTE) DE LETALlDADE: é a detectará todos os agravos/doenças que ocorrem medida de freqüência de óbitos por determinada na população. Um sistema que não tenha uma causa entre membros de uma população atingida sensibilidade alta ainda pode ser útil para a pela doença. determinação de tendências. TAXA DE MORBIDADE: medida de freqüência de SINAL: evidência objetiva de doença. doença em uma população. Existem dois grupos SINERGISMO: ação combinada de dois ou mais importantes de taxa de morbidade: as de medicamentos que produzem um efeito biológico, incidência e as de prevalência. cujo resultado pode ser simplesmente a soma dos TAXA (OU COEFICIENTE) DE MORTALIDADE: é efeitos de cada composto ou um efeito total a medida de freqüência de óbitos em uma superior a essa soma. Quando um medicamento determinada população durante um intervalo de aumenta a ação de outro, diz-se que existe tempo específico. Ao se incluir os óbitos por todas potencíalízação. Esse termo é muitas vezes as causas tem-se a taxa de mortalidade geral. utilizado de forma Caso se inclua somente óbitos por determinada pouco precisa para descrever o fenômeno de causa, tem-se a taxa de mortalidade específica. sinergismo, quando dois compostos atuam sobre TAXA (OU COEFICIENTE) DE NATALIDADE: é a diferentes locais receptores do agente medida de freqüência de nascimentos em uma patogênico.O caso oposto representa-se pelo determinada população, durante um período de antagonismo, fenômeno pelo qual as ações tempo especificado. conjuntas de dois ou mais compostos resultam em TEMPO DE SUPRESSÃO: tempo que transcorre uma diminuição do efeito farmacológico. entre a primeira porção tomada de um SINTOMA: evidência subjetiva de doença. medicamento até o desaparecimento da SOROEPIDEMIOlOGIA: estudo epidemiológico parasitemia observável. ou atividade baseada na identificação, com base TENDÊNCIA SECULAR: comportamento da em testes soro lógicos, de mudanças nos níveis de incidência de uma doença, em um longo intervalo anticorpos específicos de uma população. Esse de tempo, geralmente anos ou décadas. método permite, não só, a identificação de casos TOXINA: proteínas ou substâncias protéicas clínicos, mas, também, os estados de portador e conjugadas, letais para certos organismos. As as infecções latentes ou sub-clínicas. toxinas são produzidas por algumas plantas SOROTIPO: caracterização de um superiores, por determinados animais e por microorganismo pela identificação de seus bactérias patogênicas. O alto peso molecular e a antígenos. antigenicidade das toxinas as diferenciam de SURTO: epidemia de proporções reduzidas, alguns venenos químicos e alcalóides de origem atingindo uma pequena comunidade humana. vegetal. Muitos restringem o termo para o caso de TRANSMISSÃO: transferência de um agente instituições fechadas, outros o usam como etiológico animado de uma fonte primária de sinônimo de epidemia infecção para um novo hospedeiro. A transmissão pode ocorrer de forma direta ou indireta. doença. TRANSMISSÃO DIRETA (contágio): transferência VIGllÃNCIA DE DOENÇA: é o levantamento do agente etiológico, sem a interferência de contínuo de todos os aspectos relacionados com veículos. a manifestação e propagação de uma doença, que TRANSMISSÃO DIRETA IMEDIATA: transmissão sejam importantes para o seu controle eficaz. direta em que há um contato físico entre a fonte Inclui a coleta e avaliação sistemática de: primária de infecção e o novo hospedeiro. a. dados de morbidade e mortalidade; TRANSMISSÃO DIRETA MEDIATA: transmissão b. dados especiais de investigações de campo direta em que não há contato físico entre a fonte sobre epidemias e casos individuais; primária de infecção e o novo hospedeiro; a c. dados relativos a isolamento e notificação de transmissão se faz por meio das secreções agentes infecciosos em laboratório; oronasais (gotículas de Flügge). d. dados relativos à disponibilidade, uso e efeitos TRANSMISSÃO INDIRETA: transferência do adversos de vacinas, toxóides, imunoglobulinas, agente etiológico por meio de veículos animados inseticidas e outras substâncias empregadas no ou inanimados. A fim de que a transmissão controle de doenças; indireta possa ocorrer, torna-se essencial que: a) e. dados sobre níveis de imunidade em certos os germes sejam capazes de sobreviver fora do grupos da população. organismo, durante um certo tempo; b) haja Todos esses dados devem ser reunidos, veículo que os leve de um lugar a outro. analisados e apresentados na forma de informes, TRATAMENTO ANTI-RECIDIVANTE: tratamento que serão distribuídos a todas as pessoas que destinado a prevenir as recidivas, particularmente colaboraram na sua obtenção e a outras que as que incidem a longo prazo. Sinônimo de necessitem conhecer os resultados das atividades tratamento radical. da vigilância para fins de prevenção e controle de TRATAMENTO PROFllÁTICO: tratamento de um agravos relevantes à Saúde Pública. Esses caso clínico ou de um portador, com a finalidade procedimentos se aplicam a todos os níveis dos de reduzir o período de transmissibilidade. serviços de Saúde Publica, desde o local até o TUBITO: pequeno tubo usado para internacional. acondicionamento de larvas na remessa ao VIGllÃNCIA EPIDEMIOlÓGICA (I): é, conforme o laboratório. Art. 2° da lei n° 6 259, de 30 de outubro de 1975, VACINA: preparação contendo microorganismos "o conjunto de informações, investigações e vivos ou mortos ou suas frações, possuidora de levantamentos necessários a programação e a propriedades antigênicas. As empregadas para avaliação de medidas de controle de doenças e induzir em um indivíduo a imunidade ativa e situações de agravos à saúde". específica contra um microorganismo. VIGllÃNCIA EPIDEMIOlÓGICA (li): é o conJunto VEíCULO: ser animado ou inanimado que de atividades que proporcionam a informação transporta um agente etiológico. Não são indispensável para conhecer, detectar ou prever consideradas como veículos as secreções e qualquer mudança que possa ocorrer nos fatores excreções da fonte primária de infecção, que são, condicionantes do processo saúde-doença, com o na realidade, um substrato no qual os a finalidade de recomendar, oportunamente, as microorganismos são eliminados. medidas indicadas que levem à prevenção e ao VEíCULO ANIMADO (Vetar): um artrópode que controle das doenças. transfere um agente infeccioso da fonte de VIGllÃNCIA DE PESSOA: é a observação médica infecção para um hospedeiro suscetível. rigorosa ou outro tipo de supervisão de contatos VEíCULO INANIMADO: ser inanimado que de pacientes com doença infecciosa, para permitir transporta um agente etiológico. Os veículos a identificação rápida da infecção ou doença, inanimados são: água, ar, alimentos, solo e porém sem restringir sua liberdade de fômites. movimentos. VETOR BIOlÓGICO: vetor no qual se passa, VIRULÊNCIA: grau de patogenicidade de um obrigatoriamente, uma fase do desenvolvimento agente infeccioso. de determinado agente etiológico. Erradicando-se ZOOANTROPONOSE: infecção transmitida aos o vetor biológico, desaparece a doença que animais, a partir de reservatório humano. transmite. ZOONOSES: infecção ou doença infecciosa VETOR MECÃNICO: veto r acidental que constitui transmissível, sob condições naturais, de homens somente uma das modalidades da transmissão de a animais e vice-versa. um agente etiológico. Sua erradicação retira apenas um dos componentes da transmissão da