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EMENTA
RECURSOS ESPECIAIS. PRAZO EM DOBRO.
TEMPESTIVIDADE. COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA.
PROPRIEDADE. NÃO TRANSMISSÃO.
1. Se antes do prazo para a interposição do recurso ocorre justa causa
a ensejar o afastamento do causídico e as partes constituem procuradores distintos, é
de lhes ser concedido o prazo em dobro a que alude o art. 191 do Código de
Processo Civil.
2. O compromisso de compra e venda, mesmo quitado e registrado,
não é suficiente para a transmissão da propriedade.
3. O compromisso de compra e venda gera direitos de expressão
econômica, transmissíveis aos herdeiros.
4. Recursos especiais não conhecidos.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das
notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, não conhecer dos recursos especiais.
Os Ministros Aldir Passarinho Junior, João Otávio de Noronha, Luis Felipe
Salomão e Honildo Amaral de Mello Castro (Desembargador convocado do TJ/AP)
votaram com o Ministro Relator.
Brasília, 03 de novembro de 2009 (data de julgamento).
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUARTA TURMA
Relator
Exmo. Sr. Ministro FERNANDO GONÇALVES
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro FERNANDO GONÇALVES
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. ANTÔNIO CARLOS PESSOA LINS
Secretária
Bela. TERESA HELENA DA ROCHA BASEVI
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : HUMBERTO VICENTE DE ARAÚJO
ADVOGADO : YURI PAULINO DE MIRANDA E OUTRO(S)
RECORRENTE : MARCOS ALBERTO PEIXOTO WANDERLEY
ADVOGADO : TIAGO SOBRAL PEREIRA FILHO
RECORRIDO : CLEUDA RODRIGUES LEITE ARAÚJO E CÔNJUGE
ADVOGADO : SEBASTIÃO ALVES CARREIRO E OUTRO(S)
RECORRIDO : INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO ESTADO DA PARAÍBA - IPEP
PROCURADOR : FRANCISCO RAMALHO DE ALENCAR E OUTRO(S)
ASSUNTO: DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUARTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"Adiado por indicação do Sr. Ministro-Relator."
Brasília, 15 de outubro de 2009
Documento: 921311 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 16/11/2009 Página 2 de 18
Superior Tribunal de Justiça
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUARTA TURMA
Relator
Exmo. Sr. Ministro FERNANDO GONÇALVES
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro FERNANDO GONÇALVES
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. ANTÔNIO CARLOS FONSECA DA SILVA
Secretária
Bela. TERESA HELENA DA ROCHA BASEVI
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : HUMBERTO VICENTE DE ARAÚJO
ADVOGADO : YURI PAULINO DE MIRANDA E OUTRO(S)
RECORRENTE : MARCOS ALBERTO PEIXOTO WANDERLEY
ADVOGADO : TIAGO SOBRAL PEREIRA FILHO
RECORRIDO : CLEUDA RODRIGUES LEITE ARAÚJO E CÔNJUGE
ADVOGADO : SEBASTIÃO ALVES CARREIRO E OUTRO(S)
RECORRIDO : INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO ESTADO DA PARAÍBA - IPEP
PROCURADOR : FRANCISCO RAMALHO DE ALENCAR E OUTRO(S)
ASSUNTO: DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUARTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
Adiado por indicação do Sr. Ministro Relator.
Brasília, 20 de outubro de 2009
Documento: 921311 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 16/11/2009 Página 3 de 18
Superior Tribunal de Justiça
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUARTA TURMA
Relator
Exmo. Sr. Ministro FERNANDO GONÇALVES
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro FERNANDO GONÇALVES
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. ANA MARIA GUERRERO GUIMARÃES
Secretária
Bela. TERESA HELENA DA ROCHA BASEVI
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : HUMBERTO VICENTE DE ARAÚJO
ADVOGADO : YURI PAULINO DE MIRANDA E OUTRO(S)
RECORRENTE : MARCOS ALBERTO PEIXOTO WANDERLEY
ADVOGADO : TIAGO SOBRAL PEREIRA FILHO
RECORRIDO : CLEUDA RODRIGUES LEITE ARAÚJO E CÔNJUGE
ADVOGADO : SEBASTIÃO ALVES CARREIRO E OUTRO(S)
RECORRIDO : INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO ESTADO DA PARAÍBA - IPEP
PROCURADOR : FRANCISCO RAMALHO DE ALENCAR E OUTRO(S)
ASSUNTO: DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUARTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
Adiado para a Sessão do dia 03/11/2009 por indicação do Sr. Ministro Relator.
Brasília, 27 de outubro de 2009
Documento: 921311 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 16/11/2009 Página 4 de 18
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RELATÓRIO
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Superior Tribunal de Justiça
Estado da Paraíba.
Inconformados os réus ingressam com apelação, provida pelo
Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, em acórdão que guarda a seguinte
ementa:
"COMPRA E VENDA . Imóvel residencial. Aquisição. Financiamento.
Liquidação. Viuvez do compromissário comprador. Novas
núpcias. Outorga de escritura definitiva. Alienação. Contrato
particular de compra e venda, com força de escritura pública.
Financiamento. Pacto adjeto de hipoteca. Nulidade. Segunda
alienação. Simples recibo. Demanda procedente. Apelação dos
promovidos e do litisconsorte passivo. Preliminares de
ilegitimidade ativa ad causam, cerceamento do direito de defesa e
prescrição. Rejeição. Contrato particular de compra e venda, com
força de escritura pública, com financiamento e pacto adjeto de
hipoteca. Validade e legitimidade. Segunda alienação. Invalidade
e ineficácia. Formalização através de simples recibo. Provimento
de ambos os recursos.
Rejeitam-se preliminares suscitadas quando se patenteia a
legitimidade ativa ad causam dos beneficiários diretos da
pretendida declaração sentencial de nulidade de ato jurídico;
quando inexistente o cerceamento do direito de defesa, ante a
evidência de que a prova documental produzida é bastante para o
julgamento antecipado da lide; quando impertinente a invocação
de prescrição (art. 178, § 9º, V, "b", CC ), aplicável às ações
anulatórias de contratos e demais negócios jurídicos, infectados
de erro, dolo, simulação ou fraude, descabendo invocá-la em ação
declaratória de inexistência de ato jurídico, cujo lapso
prescricional é o comum.
A execução voluntária de contrato de promessa de compra e
venda, com a escrituração definitiva, transcrita no Registro de
Imóveis, confere ao compromissário comprador o domínio pleno
do imóvel, deste podendo usar, gozar e dispor como lhe aprouver,
eis que não integra o espólio da primeira esposa, cujo óbito
ocorreu anteriormente.
Não padece de nulidade o contrato particular de promessa de
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aponta violação aos arts. 225, 262 e 1572 do Código Civil de 1916.
Assinala que Álvaro Toledo da Silva e Lindalva Vieira Toledo se
casaram sob o regime de comunhão universal de bens. Nesse passo, quando do
falecimento da virago, passaram aos filhos parte dos direitos decorrentes do
compromisso de compra e venda firmado pelos pais e já quitado na ocasião.
Ressalta, por outro lado, que nos termos do art. 225 do Código
Civil, não pode o viúvo, quando tiver filhos, contrair novas núpcias antes de
fazer o inventário dos bens relativos ao primeiro matrimônio. Nesse contexto,
entende que foi com a desobediência a inúmeras formalidades legais que se deu
o compromisso de compra e venda firmado com Cleuda Rodrigues Leite
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Araújo, sendo que pelo vendedor foram transmitidos mais direitos do que
detinha.
Afirma, por fim, que, ao persistir o entendimento exarado pela
Corte de origem, o cônjuge sobrevivente, detentor de uma promessa de compra
e venda devidamente quitada, pode facilmente lesionar os herdeiros, bastando
para tanto não escriturar e registrar o imóvel.
Há, também, recurso especial de HUMBERTO VICENTE DE ARAÚJO,
com fincas na alínea "a" do permissivo constitucional, assinalando maltrato aos
arts. 74, III, e 1572 do Código Civil de 1916.
Sustenta que na época em que quitado o compromisso de compra e
venda do bem em litígio, 1971, Lindalva Vieira Toledo ainda estava viva e
casada, razão pela qual metade do bem passou a integrar seu patrimônio. Nesse
contexto, quando de seu falecimento, os herdeiros passaram a ter direito sobre o
imóvel que não poderia, assim, ser vendido sem seu consentimento.
Aduz, de toda forma, que ainda que se considere não estar o
imóvel integrado no patrimônio da falecida, ao menos o direito a este foi por
ela alcançado, conforme ensina o art. 74, III, do Código Civil de 1916 ao dispor
que os direitos atuais são aqueles completamente adquiridos. Assim sendo,
quando aberta a sucessão, o direito à metade do imóvel foi automaticamente
transmitido aos seus herdeiros.
Nessa ordem de idéias, argumenta que Álvaro Toledo não poderia
transmitir aos recorridos o direito pleno sobre o imóvel, pois não o detinha,
devendo ser declarado nulo o compromisso de compra e venda por ele firmado.
Em contra-razões, Cleuda Rodrigues Leite Araújo e outro
assinalam a intempestividade dos recursos especiais, afirmando ser inaplicável
na espécie o benefício do art. 191 do Código de Processo Civil. Aduzem, por
outro lado, a falta de prequestionamento da matéria aventada nos apelos e a
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VOTO
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A propósito:
"DIVÓRCIO. PARTILHA DE IMÓVEL ADQUIRIDO PELO VARÃO ANTES
DO CASAMENTO PELO SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO.
PRESTAÇÕES CONCERNENTES AO FINANCIAMENTO SOLVIDAS COM O
ESFORÇO COMUM DO CASAL. ADEQUADA SOLUÇÃO ENCONTRADA
PELO ACÓRDÃO RECORRIDO: A MULHER FICA COM O DIREITO À
METADE DAS PRESTAÇÕES PAGAS NA CONSTÂNCIA DA UNIÃO, MAIS
AS BENFEITORIAS REALIZADAS.
- Reconhecido pelo V. Acórdão que a aquisição do imóvel se dera
com a contribuição, direta ou indireta, de ambos os cônjuges,
justo e razoável que a mulher fique com o direito à metade dos
valores pagos na constância da sociedade conjugal, acrescido das
benfeitorias realizadas nesse período, respeitado o direito de
propriedade do varão.
- Pretensão do recorrente de modificar a base fática da lide, ao
sustentar que a unidade habitacional tivera sido comprada com
recursos exclusivamente seus. Incidência do verbete sumular nº
07- STJ .
- Inocorrência de contrariedade à lei federal e não demonstração
do dissídio pretoriano.
Recurso especial não conhecido." (RE sp 108.140/ BA , Rel. Ministro
BARROS MONTEIRO, Quarta Turma, julgado em 08/02/2000, DJ
02/05/2000 p. 142)
Então, quando da abertura da sucessão de Lindalva, os direitos a
ela pertencentes se transmitiram incontinenti a seus herdeiros, nos moldes
determinados pelo art. 1572 do Código Civil de 1916 (princípio da saisine ).
Assim, os herdeiros passaram, em 1975, a titularizar, na mesma
porcentagem que antes era da falecida, os direitos de usar e gozar do imóvel.
Fazem jus, assim, a serem indenizados pelo pai no correspondente ao valor
desses direitos, não ostentando, porém, direito de propriedade em relação ao
imóvel, porquanto, consoante já referido, esse não lhes foi transmitido.
Nessa ordem de idéias, não há como anular o compromisso de
compra e venda firmado por Cleuda Rodrigues de Araújo e esposo, porquanto o
imóvel foi alienado por quem efetivamente detinha a propriedade sobre ele,
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devendo ser mantido o acórdão recorrido no particular, ainda que por outros
fundamentos.
Cumpre assinalar, ademais, a boa-fé dos primeiros adquirentes,
porquanto não tinham como verificar a ocorrência de qualquer vício a inquinar
o negócio por eles firmado, porquanto na matrícula do imóvel não havia
referência ao primeiro matrimônio do vendedor, à morte da esposa e, muito
menos, à existência de herdeiros.
Por fim, a matéria contida nos arts. 225 e 262 do Código Civil de
1916 não foi objeto de decisão pelo aresto recorrido, ressentido-se o recurso, no
particular, do indispensável prequestionamento.
No que se refere ao recurso especial de Humberto Vicente Araújo,
nada mais há a acrescentar, porquanto as questões aventadas já foram
enfrentadas no julgamento do primeiro apelo.
Ante o exposto, não conheço dos recursos.
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUARTA TURMA
Relator
Exmo. Sr. Ministro FERNANDO GONÇALVES
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro FERNANDO GONÇALVES
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. DURVAL TADEU GUIMARÃES
Secretária
Bela. TERESA HELENA DA ROCHA BASEVI
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : HUMBERTO VICENTE DE ARAÚJO
ADVOGADO : YURI PAULINO DE MIRANDA E OUTRO(S)
RECORRENTE : MARCOS ALBERTO PEIXOTO WANDERLEY
ADVOGADO : TIAGO SOBRAL PEREIRA FILHO
RECORRIDO : CLEUDA RODRIGUES LEITE ARAÚJO E CÔNJUGE
ADVOGADO : SEBASTIÃO ALVES CARREIRO E OUTRO(S)
RECORRIDO : INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO ESTADO DA PARAÍBA - IPEP
PROCURADOR : FRANCISCO RAMALHO DE ALENCAR E OUTRO(S)
ASSUNTO: DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO
SUSTENTAÇÃO ORAL
Dr(a). ANDRE LUIZ BRAVIM, pela parte RECORRENTE: HUMBERTO VICENTE DE
ARAÚJO
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUARTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Turma, por unanimidade, não conheceu dos recursos especiais, nos termos do voto do
Sr. Ministro Relator.
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Os Srs. Ministros Aldir Passarinho Junior, João Otávio de Noronha, Luis Felipe Salomão
e Honildo Amaral de Mello Castro (Desembargador convocado do TJ/AP) votaram com o Sr.
Ministro Relator.
Brasília, 03 de novembro de 2009
Documento: 921311 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJ: 16/11/2009 Página 1 8 de 18