Você está na página 1de 25

IMUNOGENÉTICA

Sistemas Sangüíneos Eritrocitários


CONCEITOS GERAIS
• Antígenos (Ag):
 substância (geralmente proteína) capaz de induzir
resposta imune específica
 Pode ser expresso geneticamente na superfície
celular;
 tipos: endógeno (produzido no interior das células
do hospedeiro – vírus ou parasita intracelular) ou
exógeno (produzido fora – bactérias);
 epítopos ou determinantes antigênicos  contato
com Ac ou com células da resposta imune
CONCEITOS GERAIS
• Anticorpo (Ac):
Proteínas do soro: imunoglobulinas
parátopos ou sítios combinatórios  sítios
de ligação do Ac ao Ag
Ligação Ag-Ac: sítios ajustáveis e
específicos (sistema de chave-fechadura)
GRUPOS SANGÜÍNEOS
• Conceito:
- sistemas sanguíneos: antígenos situados na superfície
das hemácias  Polimórficos
- Polimorfismo: ocorrência de 2 ou + alelos alternativos
na população (polialelismo)
• Importância clínica :
- transfusões de sangue
- transplantes
- obstetrícia: incompatibilidade materno-fetal
- medicina legal: paternidade
GRUPOS SANGÜÍNEOS
• Juntamente com as proteínas do soro e proteínas
dos eritrócitos constituem:
• 20 sistemas conhecidos.
- os mais importantes são os sistemas ABO e Rh.
SISTEMA ABO
• Landsteiner em 1900
• Presença ou ausência dos aglutinogênios (Ag)
A e B nas hemácias e de aglutininas (Ac)
naturais anti-A e anti-B no soro (3 meses de
idade )
GENÉTICA DOS GRUPOS
SANGÜÍNEOS
• Genes em lócus cromossômico 9 (9q34.1 – 9q34.2)
• Gene: 7 éxons + 6 íntrons
• Três alelos: A, B e 0 (alelos múltiplos)
• Alelos A e B: co-dominantes / alelo O: recessivo
(não codifica produto gênico conhecido)

• Diferenças moleculares nos genes:


-alelos A e B: 4 nucleotídeos ≠s (resulta alteração de aminoácido)
-alelo O: deleção em 1 nucleotídeo (mudança de matriz de leitura)
 não atividade da proteína
FENÓTIPO GENÓTIPO
A IAIA, IAi
B IBIB, IBi
AB IAIB
O ii
Sistema do Antígeno H:

• Substância ou antígeno H (sobre o qual


formam-se os Ags A e B)
- dois alelos H e h (cromossomo 19)
- codifica enzima alfa 2-L-fucosiltransferase
(adição de L-fucose)  substrato para Ag A ou
B
•Glicoproteína precursora
(acetilglicosamina-galactose-
acetilglicosamina-galactose) 
sem atividade antigênica

•Gene H (HH ou Hh): produção


fucose
de fucosiltransferase  adiciona
fucose à galactose terminal da
galactose
glicoproteína precursora  Ag H
acetilgalactosamina
•Gene A: produção de acetil-
galactosaminiltransferase  liga
acetilgalactosamina à galactose
(com a fucose)  Ag A
galactose
•Gene B: produção de
galactosiltransferase  liga
galactose à galactose (com a
fucose)  Ag B
Fenótipo Bombaim
- Fenótipo Bombaim ou Oh (hh)  hemáceas do
indivíduo não são aglutinadas por anti-A, anti-B ou anti-H
(hemáceas aparentam ser do grupo O)
- não produz enzima necessária para converter
glicoproteína precursora em Ag H  não apresenta Ag A
e/ou B, mesmo sendo portador destes alelos
- diferença do grupo O (“verdadeiro”): há a produção da
substância H
- Oh: transmitem genes A e/ou B aos descendentes, que
poderão expressá-los se possuírem pelo menos um alelo H
FREQUÊNCIAS DOS GRUPOS DO
SISTEMA ABO:
• Variam entre as populações

• Caucasóides da região Sul:


O = 45% ; A = 43% ; B = 9% ; AB = 3%

• negróides da região Sul:


O = 48% ; A = 43% ; B = 14% ; AB = 4%
SISTEMA Rh
• Presença de um antígeno D
• Landsteiner e Wiener 1940 (macaco Rhesus) -
Macaca mulata
• Importante nas transfusões sangüíneas e em
obstetrícia
- Doença hemolítica do recém nascido (DHRN)
GENÉTICA DO SISTEMA Rh
• Par de alelos D e d
• Dd ou DD  Rh+ (basta apresentar um alelo
D para ser Rh+)
• dd  Rh-
• Cromossomo 1(1p) - gene RHD
• mais frequente: Rh+
Doença Hemolítica do Recém-Nascido
(DHRN) ou eritroblastose fetal

• Incompatibilidade sanguínea entre a mãe e o


feto

- sistema Rh: mãe Rh- e o feto Rh+


DHRN: sistema Rh
DHRN
• Pai Rh+, mãe Rh- e feto Rh+  células fetais Rh+
podem estimular formação de anti-Rh (anti-D) na mãe,
que é transferido para circulação fetal
• Normalmente circulação materna e fetal separadas pela
placenta
• Estímulo imunológico primário (0,5 mL de sangue fetal)
 Ocorrência de falha na barreira placentária
• Transferência de eritrócitos fetais para a mãe
- trabalho de parto e nascimento;
• Geralmente o primeiro filho não é afetado
- sensibilização (exceto: transfusões prévia incompatível);
• Gravidade da doença variada.
DHRN
• hemáceas destruídas e feto torna-se anêmico, liberação
de eritoblastos (hemáceas imaturas e nucleadas) no
sangue
• Ligeira anemia até morte intra-uterina
• Destruição de hemácias  bilirrubina (produto do
metabolismo da hemoglobina): icterícia nas primeiras
24h de vida
• Bilirrubina se liga a albumina até a sua total saturação
(bilirrubina conjugada), a forma não conjugada vai se
depositar nas células do SN – lesão cerebral
DHRN
• As crianças que sobrevivem geralmente apresentam:

- surdez
- retardo mental
- paralisia cerebral
- hepatoesplenomegalia
- ascite: acúmulo de líquido no abdome
- petéquias hemorrágicas: pequenas hemorragias em
vasos sanguíneos
- edema, etc.
TRATAMENTO
• Evitar a hiperbilirrubinemia  troca de sangue
pode ocorrer com a criança no útero ou logo
após nascimento

• Evitar a sensibilização da mãe Rh-  uso de


imunoglobulina anti-Rh pouco antes do parto
ou 3 dias depois (destrói hemácias do feto Rh+
em sua circulação)
Doador
universal

Receptor
universal

Você também pode gostar