EMANUELY O. LUZ
FRANCIANA POTON
GUILHERME TORRES
NATHÁLIA N. DIAS
GUARAPARI/ES-2009
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EMANUELY O. LUZ
FRANCIANA POTON
GUILHERME TORRES
NATHÁLIA N. DIAS
Trabalho de Graduação da
matéria de Política Econômica do
Brasil no Período Pós-Guerra,
com objetivo de obtenção de nota
mensal.
Guarapari-ES
Nov./2009
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................3
CONCLUSÃO ..........................................................................................9
REFERÊNCIAS .....................................................................................10
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INTRODUÇÃO
Uma das teorias sugere que a “Revolução de 64” começava a tomar formas durante
a crise política que ocorreu no Brasil durante o ano de 1954, e que culminou com o
suicídio de Getúlio Vargas.
Através dos autores Guilhermo O’Donnel e Wanderley Guilherme dos Santos; entre
outras obras, será possível compreender melhor como se deu o processo que
culminou no golpe militar de 1964 no Brasil, sendo mais tarde inspiração para vários
países da América do Sul.
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As raízes do golpe de 1964 são muito antigas, e estão presentes no país desde o
final do século XIX. Segundo alguns historiadores, o golpe militar teria seus motivos
em 1954 (ou até antes) quando a situação de Vargas estava insustentável devido
aos constantes escândalos que ocorriam durante seu governo, além das sabotagens
de grupos interessados em desestabilizar o Brasil política e economicamente.
O ambiente político que Getúlio encontrou no início dos anos 1950 era bem mais
difícil do que o dominado por ele durante a década de 1930, já que, no segundo
caso, atuaria em um sistema político aberto e sem o apoio da maioria no Congresso.
A política trabalhista e o desenvolvimento econômico nacionalista que tentaria
implantar nesse segundo governo encontraria forte oposição no Parlamento e nas
Forças Armadas.
Alguns estudiosos defendem que o suicídio de Vargas apenas adiou um golpe militar
que já estaria planejado para afastá-lo do poder. O pretendido golpe de estado
tornou-se, então, desnecessário, já que assumiria o poder um político conservador,
Café Filho.
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Porém, o golpe militar viria a acontecer em 1964. Golpe de Estado que os partidários
chamam de Revolução de 1964, Realizado essencialmente, no lado militar, por ex-
tenentes de 1930.
A paralisia decisória foi como passou a ser chamado o fato de que deputados e
senadores reuniam-se apenas para o veto, nunca para aprovar nada de concreto.
Wanderley Guilherme dos Santos afirma que uma crise de paralisia decisória ocorre
“quando os recursos de poder se dispersam entre atores radicalizados em suas
posições”, podendo se dar, então, “um colapso do sistema político, resultante de sua
cadente capacidade operacional (isto é, de tomar decisões sobre questões
conflitantes)” (p.22). Como se vê, o modelo não propõe uma explicação para golpes
militares, mas busca esclarecer os processos de “crescente paralisia política,
seguida de alguma forma de violência”, uma “mácula na ordem jurídica” (p.19).
Assim, a crise brasileira de 1964 foi uma crise de paralisia decisória e o golpe teria
sido fundamentalmente o resultado do emperramento do sistema político, antes que
uma reação a iniciativas governamentais: “o golpe militar resultou mais da
imobilidade do governo Goulart do que de qualquer política coerente por este
patrocinada e executada” (p.202).
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O Ato Institucional que deu poderes ilimitados ao governo militares no Brasil, acabou
servindo de "exemplo" para os golpes militares em outros países da América do Sul.
Entre 1954 e 1976, quase toda a América do Sul viveu sob regimes militares,
comandados por Alfredo Stroessner no Paraguai, Augusto Pinochet no Chile, Hugo
Bánzer na Bolívia, Leopoldo Galtieri na Argentina, e pelos cinco marechais e
generais brasileiros (Castelo Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo).
Vários destes governos colaboraram na Operação Condor1.
O cientista político Ricardo Israel diz ainda que o Brasil também foi exemplo na hora
de "eliminar os insurgentes", com apoio dos Estados Unidos:
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A Operação Condor foi uma aliança político-militar entre os vários regimes militares da América do Sul —
Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai — criada com o objetivo de coordenar a repressão a
opositores dessas ditaduras instalados nos seis países do Cone Sul.
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CONCLUSÃO
Com base nas informações obtidas através dos autores consultados, pode-se
chegar à conclusão de que o golpe militar ocorrido no Brasil em 1964 não foi um fato
isolado na história do Brasil.
A tomada do poder pelos militares já era uma possibilidade pelo menos 10 anos
antes, durante o governo de Getúlio Vargas. A insatisfação da elite, unida com os
ministros militares, só não provocou uma revolução àquela altura devido ao suicídio
de Vargas, que teve como sucessor Café Filho, de perfil mais aceito.
O período que se sucedeu, foi marcado por inúmeros Atos Institucionais, que
ignoravam a Constituição Federal, criando novas leis, com o intuito de dominar
quem se opunha ao poder. Este regime de poder autoritário, acabou sendo copiado
e implantado na maioria dos países da América do Sul, que viveram sob ditaduras
até meados dos anos 80.
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REFERÊNCIAS