Você está na página 1de 71

Métodos de Lavra

Suporte Natural

Câmaras e Pilares
Câmaras e Pilares
 O minério, camadas “horizontalizadas”, é
escavado deixando-se pilares verticais como
suporte para o teto (back) e piso (floor).
 Os pilares são distribuídos regularmente, podendo
ter secção circular (menos comum) ou retangular.
 Os painéis são isolados ou individualizados por
pilares robustos denominados Pilares de Barreira.
 Este método é freqüentemente utilizado em
minerais não metálicos como carvão, calcário,
evaporitos , etc.
Câmaras e Pilares
Câmaras e Pilares
Câmaras e Pilares
Lavra em Recuo
Lavra em Avanço
Favorecimento da Segurança
Favorecimento de Parâmetros
Econômicos
6
7
Dimensionamento de Pilares
Como os pilares formam o sistema de suporte, a
grande preocupação é a seu correto
dimensionamento.
Dimensionamento de Pilares
Considerações no dimensionamento de pilares (1986):

 A história de carregamento dos pilares.


 Resistência do pilar
 Distribuição das tensões no pilar
 Interação entre teto, pilar e piso
Tensão Média no Pilar...
Os modelos empíricos
consideram a razão entre a
H
resistência do pilar e a tensão
“média” no pilar.

Para a estimação da tensão no


pilar utiliza-se a teoria da área
h tributária.
w B
Tensão Média no Pilar...

H "γ " [(b + c )(a + c )]


PL =
(a b )
Carregamento não Uniforme

12
Resistência do Pilar

• Resistência obtida em Ensaios de


Compressão

•Ajuste Forma e Volume


Resistência do Pilar
Bieniawski (USBM) Ps = σ m  0,64 + 0,36 w 
 h

 w
Holland Ps = σ m  

 h 

 w0, 46 
Salamon e Munro Ps = σ m  0,66 
h 

 w
Holland Ps = σ m  0,778 + 0,222 
 h
Gadoy
h
Índice de Esbeltez =
w
Fator de Segurança do Pilar

PS Salamon e Munro
FS =  w0,46 
Ps = σ m  0,66 
PL h 

Pilares Quadrados
σm w 2 , 46

FS = 4A
H " γ " (w + b ) h weq =
2 0 , 66
P
Carregamento de Pilar
 Muitos autores consideram que o
carregamento dos pilares não é uniforme

 Irá depender das características das rochas


do teto, piso, do próprio pilar e das
dimensões do pilar
 Um dos parâmetros mais importantes é a
rigidez do teto imediato
Condições de Aplicação
 Qualidade Mecânica:
 Minério: Baixa a Moderada
 Encaixantes: Moderada a Elevada

 Geometria:
 Tabular
 “Horizontal”

 Grandes extensões

 Potência Limitada

 Baixa a Moderada Profundidade


Condições de Aplicação
 Teor e Distribuição:
– Teores Moderados e distribuição uniforme
Vantagens

Mecanização
 Moderada a Alta Produtividade
– (sistema cíclico vs Sistema contínuo)
 Custo Operacional Moderado
 Escala de Produção Moderada
 Baixa Diluição
 Boas condições de ventilação
Desvantagens
 Inflexibilidade
e Rigidez
 Baixa Recuperação
 Elevado Custo de Investimento
 Condições de Segurança não Satisfatórias
Tensão sobre o Pilar
Onde os parâmetros necessários para o cálculo da
carga do pilar são:
•Profundidade da mineração ou espessura de
cobertura (H)

•Peso específico médio ou densidades das rochas que


formam a cobertura.
Um valor padrão admitido pela bibliografia
(Bieniawski, 1992; Salamon e
Oravecz, 1976; Bineiawski, 1984; Peng, 1986) é de
25kN/m3 ou
0.025MN/m3.

•Larguras do pilar (w1 e w2). Se o pilar for quadrado


w1 = w2 = w3.

•Largura da galeria (B). Onde a área tributária atinge


as galerias do entorno do pilar, no qual o lado da
base do prisma (C) é determinado por C = w + B
Carregamento do Pilar
Pode-se relacionar as dimensões do pilar e
galeria com a espessura de cobertura por meio
de diagramas que determinam a tensão de
carregamento de um pilar, sendo pilar
quadrado ou retangular (Salamon e Oravecz,
1976).Considerando a curva do gráfico, pode
ser determinada a equação da curva (y = axb),
onde a=0.223 e b= 0.566, com correlação de
0.98.
Câmaras e Pilares
Tensão sobre pilar
Tensões sobre Pilar...
 A resistência do pilar irá depender da sua forma e
tamanho
 A resistência de uma rocha que é determinada em
ensaios de laboratório geralmente é maior do que
a resistência do maciço rochoso. Porque os
ensaios em laboratório são realizados em corpos
de prova de dimensões pequenas, intactos e sem
defeitos
 Compressão uniaxial simples está sendo colocado
em dívida hoje em dia
 A resistência do maciço pode ser estimado pelo
critério de Hoek-Brown
 A resistência do pilar depende de dois parâmetros relativos
a sua geometria: o efeito relativo ao tamanho (size effect) e
a forma (shape effect) (Peng, 1986)
 Resultados experimentais a partir de testes em rocha e
carvão mostram que existe um efeito de redução da
resistência com o aumento do tamanho do corpo de prova
(Fig. 10.5.8).
 Bieniawski (1968), determinou o conceito de critical-size
strength (tamanho crítico para resistência). Por meio de
uma série de ensaios em amostras cúbicas, ele observou
que a resistência decrescia com o aumento do tamanho do
corpo de prova até chegar a um tamanho crítico de
aproximadamente 150cm de lado do cubo.
Pode ser concluído que essa resistência crítica pode ser aplicada à resistência
in-situ do pilar de carvão. Uma relação muito utilizada para estimativa da
resistência da rocha in-situ a partir de ensaios de laboratório é apresentada por
Hustrulid (1976)
A razão largura/altura do pilar (para pilares
retangulares considerar a menor dimensão
lateral) representa a maior influência na
resistência do pilar e no seu comportamento
na relação tensão-deformação,
principalmente após o limite de
proporcionalidade da curva tensão-
deformação, i.e., após a tensão de ruptura
de um pilar.
 A resistência do pilar (em função do efeito forma) é
determinado por duas fórmulas empíricas básicas: uma
linear e outra em forma de potência
 • São função da resistência do maciço, altura e largura do
pilar
 • Os parâmetros A, B, α e β dependem das características
do carvão e podem ser estimados por ensaios com CP de
diferentes razões w/h
 • Vários autores apresentaram fórmulas empíricas nos
últimos 40 anos
 • Todas elas baseadas na duas fórmulas abaixo
Modificações da
fórmula de Salamon ao
longo dos anos
A recuperação é função da área minerada (área das
galerias) e a área deixada para os pilares de
sustentação
Tipos de ruptura em pilares
• Ruptura controlada e não controlada

• Na ruptura controlada as tensões são manifestadas


em forma de deformação do pilar e caimento de
blocos das paredes.

• Na ruptura não controlada as tensões são


acumuladas em forma de energia que escoam de
forma súbita quando a resistência de pico do pilar
é atingida
 Ruptura não controlada ocorre porque as tensões de um
pilar que sofreu ruptura são transferidas para os pilares
adjacentes (já carregados), ultrapassando a resistência dos
mesmos, tendo como conseqüência suas rupturas;
 A ruptura não controlada é função:
 – da razão w/h
 – a razão de extração era superior a 60%
 – o fator de segurança estimado estava em torno de 1
 – a rocha do teto é rígida, maciça e consegue manter
grandes vãos vazios sem provocar caimentos de teto
Tipos de ruptura em pilares...

• Pilares esbeltos (slender pillar): com razão w/h<3, os quais


são sujeitos a rupturas súbitas
• Pilares achatados (squat pillar): com razão w/h>10, os
quais estão sujeitos a rupturas das paredes do pilar, que
não estão confinadas. Ocorre o caimento de blocos
• Pilares intermediários (intermediate): com razão w/h entre
3 e 10, os quais possuem ruptura por escoamento, onde o
pilar apresenta deformações à medida que é carregado
Colapso de pilares
• Como mencionado anteriormente, as tensões no
pilar não são uniformes, ruptura irá iniciar nas
bordas (paredes) do pilar e propagar até sua total
ruptura
• A ruptura do pilar pode ser súbita (não-controlada)
ou progressiva (controlada)
• Para que uma ruptura seja progressiva o pilar deve
possuir resistência residual, após sua resistência
crítica, que é função das dimensões do pilar, do
carregamento e da fricção entre o pilar, o teto e o
piso
A resistência residual ocorre quando o pilar
possui uma porção intacta no seu interior
• A probabilidade de uma ruptura súbita é
maior quando a razão w/h do pilar é inferior
a 3 (três)
• Existe também a influência do desmonte na
fragmentação periférica do pilar
Os modos de rupturas de pilares podem ser
gradual ou súbita

• Na ruptura gradual o pilar mostra sinais que está


rompendo, na forma de caimento de fragmentos
da parede (spalling), deformação e surgimento de
fraturas (slabbing). Esse tipo de ruptura pode ser
contido, dependendo do tempo

• Esse tipo de ruptura é chamada de colapso


controlado (controlled collapse)
Rupturas súbitas não mostram sinais aparentes ou
demorados de colapso. Uma vez o processo
iniciado, ele não pode ser contido.

• Esse tipo de ruptura é chamada de colapso sem


controle (uncontrolled collapse).

• Um pilar pode ter ruptura controlada ou não


controlada, dependendo do comportamento
mecânico da rocha do pilar, do teto e piso.
Colapso de pilares…
Colapso de pilares…

O fenômeno pode ser explicado por meio


da figura abaixo. O corpo de prova é
carregado pela massa, deformando a mola e
o corpo de prova. Essa deformação depende
do comportamento da mola e do corpo de
prova
Colapso de pilares…
Colapso de pilares…

Intersecção da curva tensão-deformação com a


curva as retas de rigidez do aparelho
Colapso de pilares…

Em termos de mineração, o pilar corresponde ao corpo de prova e o


maciço rochoso sobre o pilar corresponde a máquina de carregamento
(prensa)

• Na prática o carregamento do maciço rochoso é determinado por meio


de medidores de pressão (hydraulic jacks e vibrating wire). Muitas de
difícil aplicação.

• Ensaios de compressão/deformação em corpos de prova de carvão irão


fornecer a curva tensão deformação em função da razão w/h

• A curva de carregamento do maciço rochoso é controlado pelas


propriedades do maciço e pela geometria da lavra
Colapso de pilares…

A variação da rigidez do maciço diminui


com o aumento da largura do painel.

• Quanto maior a largura do painel maior será


a possibilidade de ruptura súbita e ruptura
em cadeia (efeito dominó)
Colapso de pilares…

Variando a razão largura/altura do pilar, a


curva tensão/deformação também irá variar

• Deve-se salientar que o colapso do pilar irá


ocorrer quando a carga sobre o pilar
exceder a resistência do pilar

Você também pode gostar