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RESUMO

ÉTICA, RESPONSABILIDADE SOCIAL, EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Educação socioambiental:
Uma sociedade sustentável, cada vez mais, tem-se tornado uma necessidade e demanda novas diretrizes
para o desenvolvimento capitalista e para o consumo. Essas diretrizes apontam ser fundamental que o
desenvolvimento seja pautado pelo respeito ao meio ambiente. A educação ambiental deve ser efetivada
desde a idade escolar. A escola deverá começar a oferecer os métodos para a compreensão dos
fenômenos naturais e ensinar aos alunos como relacionar as ações humanas com as suas consequências
para a própria espécie, para os outros seres vivos e para o meio ambiente.
O respeito ao Meio ambiente só será adquirido se os indivíduos também se conscientizarem dos problemas
gerados por um crescimento capitalista a qualquer custo e um consumo irresponsável. A educação
ambiental tem a função de despertar nos indivíduos a consciência de que os recursos naturais não são
inesgotáveis. Neste sentido deve-se dizer que sustentabilidade é caracterizada como o desenvolvimento
econômico ligado a preocupações ambientais, buscando a manutenção dos recursos naturais. A
sustentabilidade também implica a consideração das limitações da utilização dos recursos naturais e sua
capacidade de regeneração para que eles possam ser utilizados pelas gerações futuras.
Já o desenvolvimento sustentável pode ser definido como o desenvolvimento capaz de suprir as
necessidades da geração atual sem, entretanto, prejudicar a capacidade de atender as necessidades das
gerações futuras. Cresce contemporaneamente a importância da educação ambiental para que iniciativas
de desenvolvimento sustentável possam ser ampliadas nos domínios estatal e privado. A educação
ambiental diz respeito a uma nova forma de relação ser humano/natureza e deve ser pensada como uma
somatória de práticas que envolvem o conjunto da sociedade, isto é, os âmbitos público e privado, os
indivíduos e o Estado.
A comunicação é ferramenta importante para disseminar as ações da educação ambiental, e dependendo
do veículo de comunicação, a mensagem terá som e imagem em movimento, o que facilitará o
aprendizado. Nesses tempos em que a informação assume um papel cada vez mais relevante, ciberespaço,
multimídia, internet e a educação para a cidadania representam a possibilidade de motivar e sensibilizar as
pessoas para transformar as diversas formas de participação na defesa da qualidade de vida.
Os assuntos ligados ao meio ambiente são um repositório de mitos, tabus e ideologias. Sabe-se, por
exemplo, segundo dados da UNESCO, que, nos países em desenvolvimento, o consumo de água pela
agricultura é da ordem de 82% e o consumo doméstico resume-se a apenas 8%. Todavia, há um discurso
hegemônico na mídia em geral e de grande aceitação pelo público leigo que responsabiliza o consumo
doméstico pelos problemas de falta de água para a população. Por outro lado, temos o problema da
reciclagem que é tratado indevidamente nos livros didáticos e pela maioria dos meios de comunicação.
Atribuem-se à reciclagem a solução para os problemas do excesso de resíduos de todos os tipos que são
lançados no meio ambiente, dando ênfase exagerada ao papel do cidadão comum na prática da
reciclagem. Estudos mostram que a produção de resíduos está diretamente relacionada com a quantidade
de recursos naturais consumidos. Assim, há um assédio ao cidadão comum que sofre enorme pressão
enquanto o setor produtivo, responsável pela grande parcela de desperdícios, não recebe uma fiscalização
adequada. Nesse sentido, a mídia supervaloriza o papel da reciclagem em detrimento da desmaterialização
da economia, da redução do consumo e da reutilização de produtos. Nota-se ainda que os resíduos
disponíveis para reciclagem são irrisórios no contexto global da sustentabilidade dos recursos, ou seja, a
reciclagem tem menos potencialidades do que aquelas que vulgarmente lhe são atribuídas.
A intensificação dos problemas de ordem ambiental ocasionou a mobilização em torno das questões
ambientais, que se deu por meio de estudos técnicos e científicos e da realização de conferências
internacionais. A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento – Rio 92 –
aprovou o plano de ação “Agenda 21”, que consistia em um ambicioso programa para a implantação de
um modelo de desenvolvimento sustentável em todo o mundo durante o século 21. O Protocolo de Kyoto
objetivou firmar acordos internacionais para estabelecer metas de redução na emissão de gases-estufa na
atmosfera, principalmente por parte dos países industrializados. A Conferência da ONU Rio+20 aprovou o
documento intitulado “O futuro que queremos”, que consiste num compromisso socioambiental de que
não existe desenvolvimento sustentável sem um esforço para a erradicação da pobreza e a proteção
ambiental.
A educação ambiental deve ser considerada como importante instrumento de gestão ambiental para a
materialização da visão do desenvolvimento sustentável. Os efeitos benéficos do aprimoramento da
educação ambiental normalmente são percebidos, principalmente, em horizontes de médio e longo prazo
e de maneira efetiva está condicionada à implantação de políticas públicas educacionais compatíveis, que
subsidiem uma mudança cultural, de modo a afetar holisticamente os hábitos e posturas de uma
determinada sociedade.
Desenvolvimento sustentável:
Desenvolvimento sustentável significa obter crescimento econômico necessário, garantindo a preservação
do meio ambiente e o desenvolvimento social para o presente e para as gerações futuras. A concepção de
desenvolvimento humano sustentável surgiu, pela primeira vez, no Relatório Brundtland, no qual se
buscava conciliar desenvolvimento e preservação do meio ambiente.
Não obstante a prática da responsabilidade social está atrelada ao desenvolvimento sustentável,
promovendo o crescimento responsável ao estabelecer como condição para o desenvolvimento o uso justo
e adequado dos recursos naturais.
A definição de desenvolvimento sustentável mais usualmente utilizada é a que procura atender às
necessidades atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras. O mundo assiste a um
questionamento crescente de paradigmas estabelecidos na economia e também na cultura política. A crise
ambiental no planeta, quando traduzida na mudança climática, é uma ameaça real ao pleno
desenvolvimento das potencialidades dos países.
O Brasil está em uma posição privilegiada para enfrentar os enormes desafios que se acumulam. Abriga
elementos fundamentais para o desenvolvimento: parte significativa da biodiversidade e da água doce
existentes no planeta; grande extensão de terras cultiváveis; diversidade étnica e cultural e rica variedade
de reservas naturais.
O campo do desenvolvimento sustentável pode ser conceitualmente dividido em três componentes:
sustentabilidade ambiental, sustentabilidade econômica e sustentabilidade sociopolítica.
A redefinição de critérios e instrumentos de avaliação de custo-benefício que reflitam os efeitos
socioeconômicos e os valores reais do consumo e da preservação, adentram nas discussões do
desenvolvimento sustentável.
A educação ambiental como já citada contribui diretamente com o desenvolvimento sustentável, pois nela
pode-se obter informações e promover ações importantes para a sustentabilidade do planeta. Vamos
pegar o exemplo das florestas virgens, resultado do produto de muitos milhões de anos que passaram
desde a origem do nosso planeta. Se for abatida, pode crescer uma nova floresta, mas a continuidade é
interrompida. A ruptura nos ciclos de vida natural de plantas e animais significa que a floresta nunca será
aquilo que seria se as árvores não tivessem sido cortadas. A partir do momento em que a floresta é abatida
ou inundada, a ligação com o passado perde-se para sempre. Trata-se de um custo que será suportado por
todas as gerações que nos sucederem no planeta. É por isso que os ambientalistas têm razão quando se
referem ao meio natural como um “legado mundial”.
Através da educação ambiental e na busca de uma sustentabilidade responsável, as crianças e os jovens,
como indivíduos principais das futuras gerações, têm sido, cada vez mais, estimulados a apreciar
ambientes fechados, onde podem relacionar-se com jogos de computadores, celulares e outros
equipamentos interativos virtuais, desviando sua atenção de questões ambientais e do impacto disso em
vidas no futuro, apesar dos esforços em contrário realizados por alguns setores. Observe-se que, se
perguntarmos a uma criança ou a um jovem se eles desejam ficar dentro dos seus quartos, com
computadores e jogos eletrônicos, ou passear em uma praça, não é improvável que escolham a primeira
opção. Essas posições de jovens e crianças preocupam tanto quanto o descaso com o desmatamento de
florestas hoje e seus efeitos amanhã. Existe uma necessidade imediata de se ter o engajamento de crianças
e jovens na preservação do legado natural.
Uma sociedade sustentável é aquela em que o desenvolvimento está integrado à natureza, com respeito à
diversidade biológica e sociocultural, exercício responsável e consequente da cidadania, com a distribuição
equitativa das riquezas e em condições dignas de desenvolvimento. Em linhas gerais, o projeto de uma
sociedade sustentável aponta para uma justiça com equidade, distribuição das riquezas, eliminando-se as
desigualdades sociais; para o fim da exploração dos seres humanos; para a eliminação das discriminações
de gênero, raça, geração ou de qualquer outra; para garantir a todos e a todas os direitos à vida e à
felicidade, à saúde, à educação, à moradia, à cultura, ao emprego e a envelhecer com dignidade; para o fim
da exclusão social; para a democracia plena.
Desenvolvimento econômico:
O problema é que o crescimento econômico desordenado foi acompanhado de um processo jamais visto
pela humanidade. Nesse processo, eram utilizadas grandes quantidades de energia e de recursos naturais,
que acabaram por configurar um quadro de degradação contínua do meio ambiente. A degradação
ambiental teve seu início na Revolução Industrial, quando o sistema capitalista de produção buscou, na
natureza, toda a matéria-prima necessária para seu consumo, que foi impulsionou a demanda por recursos
naturais, entre os quais se destaca os recursos energéticos.
Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, redução dos
recursos e uma massiva extinção de espécies. O atual padrão de crescimento econômico exige dos
sistemas naturais algo muito além de suas capacidades de sustentação e de renovação. Os conflitos
socioambientais evidenciam as contradições da relação estabelecida entre a sociedade e a natureza no
modelo de desenvolvimento capitalista. O crescimento econômico e a industrialização, na visão tradicional,
são entendidos como sinônimos de desenvolvimento, desconsiderando-se o caráter finito dos recursos
naturais e privilegiando-se a exploração da força de trabalho na acumulação de capital.
Responsabilidade social:
A questão da responsabilidade social tem sido tema recorrente no mundo dos negócios. Há uma crescente
preocupação por parte das empresas brasileiras em compreender seu conceito e dimensões e incorporá-
los à sua realidade.
Face às inúmeras transformações econômicas, sociais e culturais geradas pelo sistema capitalista e aos
impactos do avanço tecnológico no mercado e no meio ambiente, a responsabilidade social passa a ser um
conceito central nas discussões empresarias. Este tema traz à tona a urgência das empresas planejarem
suas ações internas e externas partindo sempre de princípios éticos e transparentes.
Muitas empresas já se mobilizaram para a questão e estruturaram projetos voltados para uma gestão
socialmente responsável, estabelecendo e promovendo padrões éticos de comportamento, de acordo com
princípios de equidade e integridade. Fortalecer a ética e a probidade, as quais deverão estar alinhadas à
cultura organizacional, também é uma forma latente no meio empresarial. Assegurar a conformidade legal
das atividades, independentemente da localização e/ou do nível de fiscalização, denota de fato uma
questão de responsabilidade social.
Ética:
Pode-se conceituar Ética como sendo a reflexão sobre as noções e princípios que fundamentam a vida
moral. Essa reflexão orienta-se nas mais diversas direções, dependendo da concepção de ser humano
tomada como ponto de partida. A ética distingue o que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo ou
injusto, adequado ou inadequado, apoiando-se nas regras propostas pela moral e pelo Direto.
A ética não se impõe imperativamente nem universalmente a cada cidadão; cada um terá que escolher por
si mesmo os seus valores e ideias, isto é, praticar a autoética.
A ética política supõe o sujeito responsável por suas ações e pelo seu modo de agir na sociedade. No que
concerne às características do direito e da moral, a exterioridade é critério para a caracterização das
normas jurídicas.
Vamos a utilizar um exemplo prático de ética. Determinado cidadão foi a um evento e chegou cedo,
resolveu estacionar seu automóvel nas vagas mais distantes do local do evento. Funcionários do local do
evento, comunicaram que existia vagas mais próximas caso ele quisesse mudar sua vaga de
estacionamento. Após esta interpelação o mesmo falou: “Eu cheguei cedo, tenho tempo para caminhar até
o local do evento, então, o mais justo e ético é deixar as vagas mais próximas dos prédios para os
convidados que chegarem em cima da hora ou atrasados” Diante dessa situação, é possível concluir que o
cidadão agiu pensando diretamente no benefício dos colegas e da sociedade como um todo. Esse tipo de
pensamento prioriza a ética e é denominado sistêmico.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada em 1948 pela Organização da Nações Unidas,
afirmou a dignidade como um valor fundamental à vida humana. Nela, a exposição do indivíduo a qualquer
forma de violência foi considerada como violação a esse valor fundamental. No Brasil, a Constituição de
1988, foi inspirada pela referida Declaração. No entanto, convive-se no país com a presença da violência
nos noticiários e em conversas do dia a dia, além do crescimento da desigualdade social, da dificuldade do
acesso popular à justiça e da sensação de que os agentes perpetradores da violência não serão punidos.

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