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1. “(...) A introdução da máquina a vapor intensifica o ritmo produtivo, as fábricas passam a demandar
mais mão-de-obra, e as cidades crescem nas periferias. As péssimas condições de trabalho começam
a chamar a atenção dos administradores. O corpo, tomado como meio de produção pelo capitalismo
emergente, será objeto de políticas, práticas e normas. Surgem as primeiras regulações visando à
saúde nas fábricas. Dentre estas, a redução da excessiva carga horária de trabalho...” (Moacyr Scliar,
1978).
Segundo o texto acima, o modelo histórico que impulsionou o início da medicina socializada seria:
a) A Revolução Russa que trouxe o modelo comunista de ordem econômica para a sociedade pós
feudal.
b) A Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra do século XIX, que inaugurou o processo de saúde
do trabalhador.
c) A primeira grande guerra mundial, que alavancou os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
d) A segunda grande guerra mundial, que trouxe um novo paradigma de saúde das populações
urbanas.
e) A Revolução Socialista Soviética que, dentre os seus ideais, trazia a ideia de distribuição das
riquezas em favorecimento aos mais pobres e aos mais doentes.
2. Dentre os fatos históricos que influenciaram para o surgimento da Medicina social e coletiva no
mundo, pode-se considerar como incorreto:
a) Revolução Francesa: a higiene urbana tinha como preocupação central a análise das regiões de
amontoamento que significassem ameaça à saúde humana, como os cemitérios e os matadouros,
propondo sua ‘re-localização’ e o controle da circulação do ar e da água.
b) Revolução Industrial: Iniciou a era da medicalização das cidades; por fim, com o desenvolvimento
do proletariado industrial na Inglaterra, a medicina inglesa começa a tornar-se social através da ‘lei dos
pobres’.
c) Revolução Socialista Soviética: O processo de economia estatal deveria estar totalmente voltado às
questões sanitárias e à medicalização da sociedade mais pobre.
d) Revolução Industrial: Nesse contexto de crescente urbanização dos países europeus e de
consolidação do sistema fabril, a concepção de causação social passa a se fortalecer como
interpretação das relações entre as condições de trabalho das populações e da classe trabalhadora e
o aparecimento de doenças.
e) Final do Sistema Feudal: com fim do modelo feudal de sociedade e a expansão comercial, as
cidades tornam-se cada vez mais importantes econômica e politicamente. O mercantilismo impulsiona
a indústria nascente, e a produção torna-se elemento central na atividade econômica dos países e o
surgimento de grandes populações urbanas causaram um grande problema de saúde pública.
4. “(...) O termo biopolítica, aparece por primeira vez no ensino de Foucault em sua conferência ‘O
nascimento da medicina social’, proferida no Rio de Janeiro em 1974. É pois, justamente no contexto
da medicina, que a noção de biopolítica será gerada: “o capitalismo que se desenvolveu entre os
confins do século XVIII e o início do XIX, socializou um primeiro objeto, o corpo, em função da sua
força de trabalho...” Macedo, LF (2013).
Em relação à biopolítica e sua caracterização com o as práticas de medicina social, identifique a
alternativa incorreta:
a) Segundo Foucault, o corpo é uma realidade biopolítica e a medicina é uma estratégia da biopolítica.
b) A partir de seus mecanismos de controle, regulação e normatização, a biopolítica tem por objetivo
manter uma média de consumo entre a população e assegurar compensações financeiras a partir
disso.
c) A biopolítica instala mecanismos de previsão e de regulamentação em torno do consumo popular
que é inerente a uma população, e mesmo, de mecanismos capazes de otimizar um estado de vida.
d) Nesses fundamentos da biopolítica, o Estado não tem participação ativa de controle da população.
e) A domesticação dos corpos, através de cenários sutis de controle é o que define a estratégia da
biopolítica no ambiente da medicalização.
5. “(...) Com os efeitos do biopoder sobre a população, a medicalização passa a funcionar em uma
vertente exclusivamente cosmética, através da dissolução da fronteira entre medicamento e doença,
que vai aos poucos sendo substituída por uma nova conexão, a do medicamento com o bem-estar..”
A partir do conhecimento sobre biopolítica e biopoder, analise os exemplos abaixo e identifique qual
não faz relação alguma com as políticas de controle da população:
a) A proliferação e mesmo uma certa banalização do uso dos medicamentos que visam a performance
sexual, tais como o Viagra e similares por consumidores que não possuem disfunção erétil.
b) A percepção de que o mau-humor, a tristeza, a angústia e outros estados emocionais,
demasiadamente humanos, são considerados patológicos, e portanto, erros de programação a serem
corrigidos através de medicamentos existentes para esse fim.
c) A busca de motivações pessoais para a melhoria do bem-estar, através de práticas de exercícios
físicos e de alimentação saudável.
d) A lógica do consumo no mercado capitalista globalizado de “produtos de beleza” que vise a redução
das marcas de expressão em cidadãos da terceira idade.
e) A busca desenfreada de cirurgias estéticas, como a “lipo-escultura” e o implante de silicones em
adolescentes brasileiras.
6. Segundo o documentário e, pelo que foi abordado em sala de aula sobre a medicina socializada,
marque a opção incorreta:
a) O fato de a maioria da população estadunidense serem contrários a um sistema de saúde reflete
aspectos de sua própria cultura e de seus valores capitalistas, em que o cidadão deve ser responsável
pelo seu provento e pelos seus custos, incluindo custos médico-hospitalares.
b) A maioria dos médicos estadunidenses se posicionam contra a universalização da saúde, alegando
que seus honorários cairiam, a carga de trabalho aumentaria, a qualidade e a complexidade dos
tratamentos piorariam. Além disso, os pacientes não poderiam escolher seus médicos. Tal ocorrência
seria a “socialização” da saúde, fato ligado ao “comunismo”.
c) A universalização do processo de saúde se dá pelo fato de o governo garantir, sem recolhimento
algum, a assistência e a garantia de saúde a toda a população.
d) Os aspectos ressaltados nos outros países mostrados no filme em oposição às características
americanas foram, por exemplo: no Canadá, a universalização e o retorno pelos impostos pagos,
sendo os procedimentos totalmente custeados pelo governo caso o paciente não possa pagar.
e) Na Inglaterra, os baixos custos dos medicamentos e ausência de custos nos hospitais públicos,
além da boa remuneração e qualidade de trabalho do médico que trabalha para o sistema público de
saúde.
7. A relação política entre Cuba e os Estados Unidos é bastante desigual. Tal fato ocorre devido às
suas características culturais e de posições políticas e históricas distintas. Em relação à assistência à
Saúde, assinale o que for correto em relação a essas duas nações:
a) Em Cuba, a relação do sistema político não dá direitos à assistência à saúde para a população.
b) Em Cuba, no quesito assistência à saúde, o progresso científico é arcaico e não há preparo médico
para as questões de medicina preventiva.
c) Nos EUA, a universalização da saúde é uma realidade atingida pela política de inclusão do
presidente Obama, que inaugurou em 2013 o sistema de saúde gratuito e igualitário a todos os
cidadãos, denominado de “Obama-Care”.
d) EUA e Cuba conseguem prover saúde igualitária e universal à toda a população, sendo exemplos
no mundo todo.
e) Em Cuba, o regime socialista, adotado por Fidel Castro e, atualmente, por seu irmão, Raul Castro
prevê uma medicina social, baseada em prevenção de doenças, sem custos adicionais para a
população assistida.
10. Biopoder, conforme entendido por Foulcault, em seu livro “A História da Sexualidade – A Vontade
de Saber”, poderia ser entendido como:
a) Uma forma de vivenciar o socialismo para os produtos e políticas de origem médico-hospitalar.
b) Uma gestão calculista sobre a vida da população, colocando-a, sob a vigilância das grandes
corporações e do governo.
c) Uma forma de gerenciar o DNA dos cidadãos para formar pessoas de uma só etnia (eugenia).
d) Políticas distintas de assistência médica para a população carente.
e) Política de segregação social, em que o cidadão de menor poder econômico seria assistido pelo
Estado e os outros não teriam essa assistência social.
11. O Estado de Bem Estar Social, que configurou em maior benefícios de saúde e educação para as
populações dos países da Europa, consolidado no pós II Guerra Mundial, pode ser definido como:
a) O reconhecimento de que, no capitalismo liberal, baseada na livre concorrência, a assistência
constitui um desvio moral.
b) O Estado que, ao incorporar a luta pelas reformas, universaliza direitos, essencialmente, voltados a
proteção ao trabalhador.
c) O Estado garantidor de direitos mínimos para o trabalhador e máximo para o sistema de acumulação
capitalista.
d) O Estado garantidor de mínimos direitos, como educação e saúde a todos os cidadãos, não como
caridade, mas como direito.
12. Ainda sobre a definição do Estado de Bem Estar Social, consolidado no século XX em grande
número de países, pode ser definido como:
a) Organizador de sistemas de garantias legais tendo como objetivo organizar, fora da esfera privada,
o acesso a bens e serviços que assegurem a proteção social em face a vulnerabilidade social.
b) Um sistema que previne os riscos sociais diante da pobreza individualmente construída e se propõe
garantir uma rede de serviços somente na área da saúde.
c) Organizador de sistemas de garantias legais tendo como objetivo organizar, no âmbito da esfera
privada, o acesso a bens e serviços que assegurem a proteção social em face a vulnerabilidade social.
d) Um sistema de proteção social que está destinado exclusivamente aos segmentos que se
encontram fora do mercado de trabalho: doença, deficiência, infância e velhice.
e) A questão social não foi pensada, na construção do Estado de Bem Estar Social como um problema
público e portanto fora dos preceitos legais.
a) A medicina social surge a partir das epidemias que ocorrem na Europa no século XVIII.
b) A medicina social surge como resposta aos protestos e à promiscuidade da classe trabalhadora
inglesa.
c) A medicina social surge como um saber para o controle das epidemias e do espaço urbano na
França.
d) A medicina social surge como forma de disciplinar as sociedades coloniais sujeitas a toda forma de
contaminação.
e) A medicina social surge na Europa como forma de controle do espaço (França), como controle do
corpo dos trabalhadores (Inglaterra) e como técnica de formação e preservação do corpo do soldado
(Alemanha).
14. Michel Foucault, no difundido livro A História da Sexualidade, analisa, entre outras questões, o
surgimento da medicina social, refletindo sobre processos que ocorreram na Inglaterra do século
XIX, e conclui que a medicina inglesa:
a) consistia no questionamento crítico da prática e do saber médicos, incumbindo às universidades e
à corporação dos médicos o encargo da formação médica e a distribuição dos diplomas;
b) constituiu-se através da imposição da quarentena, que pressupunha a permanência de cada pessoa
em sua casa para imediata localização, além de vigilância constante para verificação do contágio, ou
não, da doença;
c) preocupou-se com o controle da circulação da água e do ar, opinando na construção de largas
avenidas no espaço urbano e na demolição de casas edificadas em pontes;
d) constituiu essencialmente um controle da saúde e do corpo das classes mais pobres para torná-las
mais aptas ao trabalho e menos perigosas às classes mais ricas;
e) estatizou-se desde o século XVII através da criação de administradores médicos nomeados pelo
governo para atender a todos os moradores de uma determinada região.