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PARA FAZER UMA

EXPOSIÇÃO

Acessibilidade em Museus
Sumário
Módulo 1 – O Que é uma Exposição..........................................................................3

SISTEMA.....................................................................................................................8

CONTATO.....................................................................................................................8

SOMA...........................................................................................................................8

TRADUÇÃO..................................................................................................................9

CONHECIMENTOS E IDEIAS.......................................................................................9
Módulo 1 – O Que é uma Exposição
Olá!

Seja bem vindo(a) ao curso Para Fazer uma exposição.

Para dar este primeiro passo, vamos dar significado ao que é uma exposição? Para
começar, confira o conteúdo programático do curso.

• Módulo 1 - O que é uma exposição


• Módulo 2 - Pensando a exposição
• Módulo 3 - Planejando a exposição
• Módulo 4 - Executando a exposição
Uma exposição se realiza no encontro entre sujeito (visitante) e objeto (conjunto
expositivo), ou, numa concepção mais abrangente e atual, entre a sociedade e seu
patrimônio. Nada impede de você criar exposições que não utilizam objetos materiais
- apenas sons, imagens, luzes, no entanto, sempre haverá um sujeito para quem essa
exposição foi criada e que sem o qual ela não terá razão de existir.

Algumas pessoas veem as exposições representando os museus. Mas exposições


podem ser criadas e apresentadas de muitos modos e sob inúmeros formatos. Pode-
mos afirmar que não é absolutamente necessária a utilização de espaços fechados,
cobertos, construídos ou edificados. Elas podem acontecer em parques, ruas, flores-
tas ou mesmo virtualmente. As possibilidades são muitas e a criatividade não cansa
de acontecer.

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Exposição de longa duração, Museu Casa de Benjamin Constant/Ibram, 2009, Rio de Janeiro/RJ

Exposição de longa duração, Museu Regional de São João del Rei/Ibram, 2011, São João del Rei/MG

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Exposição “Diáspora”, de Josafá Neves, Museu da Abolição/Ibram, dez/2016-mai/2017, Recife/PE

Encontro regional do Programa Pontos de memória, 2015, Fortaleza/CE

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Reflexão
Pare para pensar: O que faz uma exposição ser realmente fascinante é a
vitalidade das linguagens e não o acervo em si. Para que você possa criar
uma exposição fascinante, é necessário sempre ter claro o que você quer
fazer, para quem você quer fazer e por que fazer.

E, paralelamente, planejar, representar e visualizar o resultado da sua mon-


tagem, mesmo antes de ela ser executada. Isso deve ser feito, preferencial-
mente, por uma equipe multidisciplinar.

E na prática, como fazer? É simples! Basta pensar em equipe. Vamos ver?

A equipe deverá trabalhar de maneira afinada, desde sua concepção e deve assumir
em conjunto a responsabilidade pelo projeto. Caberá ao coordenador do projeto, um
profissional de qualquer das áreas envolvidas, ter aptidão para liderar e concretizar o
trabalho, motivando e envolvendo todos os membros do grupo. Um projeto expográ-
fico, ou seja, o projeto de uma exposição envolve muitos itens e necessita de um bom
tempo para ser feito.

Uma exposição se baseia na escolha e na apresentação de objetos que possam


sustentar uma narrativa sobre um assunto determinado. As seleções e definições
apontam as ideias e imagens desejadas e estabelecem, pelos sentidos, diálogos com
o público.

Saber mais
• Sobre museografia e expografia, ver: Exposição: concepção, montagem e
avaliação, de Marília Xavier Cury.
A exposição museológica como estratégia comunicacional: o tratamento
museológico da herança patrimonial, de Marcelo Bernardo da Cunha.

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Trabalho de equipe durante a execução da exposição no Encontro Regional de Pontos
de Memória, 2015, Fortaleza/CE

Você percebe que nesta visão, a exposição é apenas a ponta do iceberg. Ela traz
consigo, também, a questão da guarda e da conservação desses mesmos objetos. As
decisões entre expor e conservar sempre levantam dúvidas e a forma de conciliar, de
maneira responsável, a exposição e a conservação, é estabelecer um diálogo entre os
profissionais das duas áreas.

Aqui levamos em conta a importância das exposições, o papel


que elas exercem; seu custo em gastos, tempo e em esforço
humano; e a complexidade de sua realização. Pensamos esta
proposta como um guia, com orientações básicas que visam
não só facilitar o desenvolvimento do trabalho, mas também a
construção de uma reflexão crítica sobre as exposições. Procu-
ramos atender, portanto, a necessidade de buscar o profunda-
mento teórico e o conhecimento das novas metodologias.

Dividimos esta proposta em três tempos: o de pensar, planejar e executar a exposição,


que correspondem aos módulos deste curso. Esses “tempos” são desmembrados
em uma série de subitens que tentam enumerar questões fundamentais em todo o
processo de se fazer uma exposição.

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PENSAR PLANEJAR EXECUTAR

Não pretendemos esgotar todo o assunto referente a exposições. E, sim, trazer, por
meio de pesquisa e com base em experiências práticas e estudos, os pontos mais
importantes e vitais a serem pensados. Nosso objetivo é oferecer possibilidades, não
limitar as opções.

Pretendemos oferecer um panorama para auxiliar profissionais que já atuam em


instituições museológicas, os que atuam em iniciativas de memória e museologia
social e também aqueles interessados e curiosos no assunto.

E por falar em EXPOSIÇÕES, como CONCEITUAR o termo e trazer toda a carga de


significado que ele carrega?

SISTEMA

São parte de um sistema de comunicação, com lógica e sentido próprios. Pretendem


desempenhar um papel para representar e comunicar histórias, tradições, novidades,
conhecimentos, modos de fazer e viver.

CONTATO

Muitas vezes podem ser o primeiro contato dos visitantes/espectadores com de-
terminado assunto, questões da vida, de particularidades, do passado, das artes, da
ciência e de muitas outras áreas do conhecimento humano.

SOMA

Resultam de uma soma de esforços, coletivos e individuais, de conteúdo teórico e


conceitual, transformados na materialidade das cores, das texturas, na qualidade e
quantidade dos objetos, do local, da iluminação.

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TRADUÇÃO

Traduzem discursos e narrativas por meio de intermediações sensoriais, como ima-


gens, sons, cheiros, sensações. Expor é, ainda, escolher o que ocultar, optar entre
o que lembrar e o que esquecer. A exposição, deste modo, traduz anseios, medos,
questionamentos, afirmações, perguntas e respostas, propondo soluções por meio
de uma discussão pública e coletiva. EXPOR: Expor é também, e sobretudo, propor.
(BELLAIGUE,1996:45 e CUNHA, 2005:2-4).

CONHECIMENTOS E IDEIAS

Exposições devem ser instrumentos para a produção, reprodução e difusão de co-


nhecimentos. São espaços para a circulação de ideias, e, deste modo, profundamente
ideológicas e essencialmente políticas. Espaços para revelar e tornar público posicio-
namentos.

“Expor é ou deveria ser, trabalhar contra a ignorância, especialmente contra a forma


mais refratária de ignorância, a ideia pré-concebida, o preconceito, o estereótipo
cultural. Expor é tomar e calcular o risco de desorientarse - no sentido etimológico
(perder a orientação, perturbar a harmonia, o evidente e o consenso, constitutivo do
lugar comum, do banal)” (MOUTINHO, 1994:4)

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