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Novos objectivos se impunham: produzir mais e melhor, em menos tempo e com menos custo,
algo só possível com uma melhoria do processo produtivo – situação que por si só funcionou
como estímulo ao desenvolvimento científico e ao progresso técnico. Por outro lado, a
concorrência também obrigava a uma modernização constante dos produtos bem como a uma
actualização das tecnologias de fabrico. Nesse sentido, recorriam aos homens da ciência.
A inovação torna-se factor de sucesso. Os próprios Estados vão investir cada vez mais neste
aspecto, criando laboratórios específicos de pesquisa ou subsidiando as universidades.
A expansão da revolução industrial foi, assim, resultado da pesquisa científica orientada para a
resolução de problemas levantados pela produção. Cada avanço criava novos desafios aos
quais a ciência se esforçava para dar resposta. Dessa dinâmica resultou um cúmulo de
processos técnico-científicos que classificamos como Segunda Revolução Industrial.
A partir de 1870 pode falar-se em civilização industrial já que é a grande industria que molda a
vida económica e regula relações sociais. As fábricas mais prósperas vão transformar-se em
grandes empresas, com múltiplas sucursais e movimentando avultados capitais. De forma a
captar o investimento necessário, vai assistir-se à expansão das sociedades por acções,
sociedades em que o capital está fraccionado num conjunto de títulos mobiliários
transaccionáveis em bolsa.
“Em suma, esta tentativa de criação de monopólios justifica-se pelo sistema económico do
capitalismo industrial que caracterizou a segunda metade do século XIX.”
Distinguir concentrações verticais e horizontais.
No século XIX vários países avançam com a industrialização (França, Alemanha, Bélgica, EUA,
Japão) cada um seguindo caminhos diferentes, de acordo com as suas especialidades.
Em resultado do seu pioneirismo industrial, a Inglaterra vai manter, ao longo do século XIX, um
claro avanço sobre todos os outros países. A sua indústria moderna permite-lhe abastecer o
mundo de bens de consumo e de bens de equipamento a preços sem concorrência.
França: teve como indústrias de arranque o têxtil e extractiva; a siderurgia a partir de 1840 e
em 1860 construções de ferrovia, formação do mercado interno e aparecimento dos primeiros
bancos. Entre 1901 e 1913, maior dinamismo devido aos sectores de electricidade, automóvel,
cinema e construção. Esforço todavia insuficiente para encurtar o fosso face os outros países.
EUA: deu-se a meados de 1830/40 essencialmente devido à abundância de recursos
naturais/matérias-primas e empreendedorismo da população, juntamente à agricultura
moderna, mecanizada e um mercado interno (com a expansão dos caminhos de ferro).
Permitiu desenvolver sector nomeadamente têxtil, siderúrgico e automóvel.
Alemanha: foi um processo rápido graças essencialmente não só ao sistema financeiro forte,
como à aliança entre a indústria e a ciência o que fez em 1840 os alemães avançarem para o
sector siderúrgico, químico, construção naval e electricidade.
No mundo rural, velhas práticas mantiveram-se vivas. Conservador por natureza, o camponês
agarra-se aos direitos comunitários e reage violentamente contra todas as inovações que os
ponham em causa. Também na indústria os modelos tradicionais tardam a desaparecer e em
muitos ofícios que requerem gosto, minúcia e criatividade, o artesão mantem-se activo.
Ora se isto é verdade para as nações mais desenvolvidas, ainda o é mais para os países de
evolução lenta como é o caso de Portugal. No século XIX o mundo vive a dois ritmos e a
novidade coexiste com a tradição.
Nos séculos XVI, XVII e XVIII, vários países europeus adoptaram um sistema económico
proteccionista, que se baseava na protecção à indústria e ao comércio nacional: para conseguir
uma balança comercial positiva, o Estado intervinha na economia, decidindo quais as
manufacturas a implementar, o montante das tarifas aduaneiras a aplicar aos produtos
importados, o preço dos produtos internos e as regras a impor ao comércio exterior.