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Situar, no tempo e no espaço, a expansão da Revolução Industrial.

Surgiu em meados do século XVIII na Inglaterra.

Relacionar a dinâmica do crescimento industrial com o carácter cumulativo dos


progressos técnicos.

Novos objectivos se impunham: produzir mais e melhor, em menos tempo e com menos custo,
algo só possível com uma melhoria do processo produtivo – situação que por si só funcionou
como estímulo ao desenvolvimento científico e ao progresso técnico. Por outro lado, a
concorrência também obrigava a uma modernização constante dos produtos bem como a uma
actualização das tecnologias de fabrico. Nesse sentido, recorriam aos homens da ciência.

A inovação torna-se factor de sucesso. Os próprios Estados vão investir cada vez mais neste
aspecto, criando laboratórios específicos de pesquisa ou subsidiando as universidades.

Caracterizar a Segunda Revolução Industrial.

A expansão da revolução industrial foi, assim, resultado da pesquisa científica orientada para a
resolução de problemas levantados pela produção. Cada avanço criava novos desafios aos
quais a ciência se esforçava para dar resposta. Dessa dinâmica resultou um cúmulo de
processos técnico-científicos que classificamos como Segunda Revolução Industrial.

No século XIX a siderurgia torna-se então o sector de ponta quando se percebeu as


potencialidades do aço. Desta forma, caracterizamo-la pelo aparecimento de novas indústrias,
nomeadamente pesada de bens de equipamento, como máquinas, pontes ou navios assim
como a química, que forneceu um conjunto de produtos a outras, desde pesticidas,
insecticidas, adubos, fertilizantes, medicamentos, etc; referimos ainda a existência de novas
fontes de energia, o petróleo e a electricidade e abordamos a revolução dos transportes.

Justificar a concentração monopolista.

A partir de 1870 pode falar-se em civilização industrial já que é a grande industria que molda a
vida económica e regula relações sociais. As fábricas mais prósperas vão transformar-se em
grandes empresas, com múltiplas sucursais e movimentando avultados capitais. De forma a
captar o investimento necessário, vai assistir-se à expansão das sociedades por acções,
sociedades em que o capital está fraccionado num conjunto de títulos mobiliários
transaccionáveis em bolsa.

“Em suma, esta tentativa de criação de monopólios justifica-se pelo sistema económico do
capitalismo industrial que caracterizou a segunda metade do século XIX.”
Distinguir concentrações verticais e horizontais.

Vertical: integração numa mesma empresa de empresas ligadas a todas as fases de


produção de um determinado produto desde a matéria-prima à venda. Geralmente
assume um carácter monopolista, tendo sido habitual na metalurgia.
Horizontal: associação de empresas que laboram na mesma fase de produção de um
determinado produto.

Combinando estas duas formas de concentração, constituíram-se gigantescos grupos


económicos de nível internacional: as multinacionais.

Relacionar as novas formas de organização do trabalho com a dinâmica industrial.

O alargamento da concorrência e a ânsia do lucro veio exigir às empresas que produzissem


com maior qualidade e menor custo. Era necessário rentabilizar os recursos materiais e
humanos à disposição e racionalizar o processo de trabalho. É neste contexto que surge o
taylorismo, um método que assenta na máxima divisão de trabalho, seccionando as pequenas
tarefas; a cada operário caberia executar apenas uma; deveria realiza-la num tempo mínimo,
pré-definido e articulado com os restantes elementos da cadeia de produção.

A racionalização do trabalho era por si incompatível com os sistemáticos ajustamentos das


máquinas. Para a produção em massa havia que caminhar no sentido da uniformização dos
objectivos produzidos, a qual damos o nome de estandardização.

Referir, em traços gerais, a geografia industrial no século XIX.

No século XIX vários países avançam com a industrialização (França, Alemanha, Bélgica, EUA,
Japão) cada um seguindo caminhos diferentes, de acordo com as suas especialidades.

Evidenciar a hegemonia britânica.

Em resultado do seu pioneirismo industrial, a Inglaterra vai manter, ao longo do século XIX, um
claro avanço sobre todos os outros países. A sua indústria moderna permite-lhe abastecer o
mundo de bens de consumo e de bens de equipamento a preços sem concorrência.

Mostrar os particularismos do processo de industrialização das principais


potências industriais.

A industrialização de cada país obedeceu a condicionantes próprias:

França: teve como indústrias de arranque o têxtil e extractiva; a siderurgia a partir de 1840 e
em 1860 construções de ferrovia, formação do mercado interno e aparecimento dos primeiros
bancos. Entre 1901 e 1913, maior dinamismo devido aos sectores de electricidade, automóvel,
cinema e construção. Esforço todavia insuficiente para encurtar o fosso face os outros países.
EUA: deu-se a meados de 1830/40 essencialmente devido à abundância de recursos
naturais/matérias-primas e empreendedorismo da população, juntamente à agricultura
moderna, mecanizada e um mercado interno (com a expansão dos caminhos de ferro).
Permitiu desenvolver sector nomeadamente têxtil, siderúrgico e automóvel.

Alemanha: foi um processo rápido graças essencialmente não só ao sistema financeiro forte,
como à aliança entre a indústria e a ciência o que fez em 1840 os alemães avançarem para o
sector siderúrgico, químico, construção naval e electricidade.

Japão: o impulso industrializador coube ao Estado ao promover a entrada de capitais e


técnicos estrangeiros e ao financiar a criação de indústrias, às quais concedeu privilégios. Os
sectores mais dinâmicos foram o siderúrgico, têxtil de seda e construção naval. O crescimento
demográfico funcionou igualmente como reserva de mão-de-obra e mercado consumidor.

Reconhecer no mundo industrializado a persistência de formas da economia


tradicional.

Entre 1815 e 1914, a agricultura, a indústria, o comércio, o sistema bancário, os transportes e


as comunicações sofreram alterações profundas. Mas a evolução não se processou a um ritmo
único e novas formas económicas coexistiram ainda muito tempo com sistemas antigos.

No mundo rural, velhas práticas mantiveram-se vivas. Conservador por natureza, o camponês
agarra-se aos direitos comunitários e reage violentamente contra todas as inovações que os
ponham em causa. Também na indústria os modelos tradicionais tardam a desaparecer e em
muitos ofícios que requerem gosto, minúcia e criatividade, o artesão mantem-se activo.

Ora se isto é verdade para as nações mais desenvolvidas, ainda o é mais para os países de
evolução lenta como é o caso de Portugal. No século XIX o mundo vive a dois ritmos e a
novidade coexiste com a tradição.

Contrapor proteccionismo e livre-cambismo.

Nos séculos XVI, XVII e XVIII, vários países europeus adoptaram um sistema económico
proteccionista, que se baseava na protecção à indústria e ao comércio nacional: para conseguir
uma balança comercial positiva, o Estado intervinha na economia, decidindo quais as
manufacturas a implementar, o montante das tarifas aduaneiras a aplicar aos produtos
importados, o preço dos produtos internos e as regras a impor ao comércio exterior.

Em contraposição, no século XIX, com a expansão da Revolução Industrial, foi sustentado o


livre-cambismo, que já não pretendia a interferência do Estado e defendia a completa
liberalização das trocas internacionais, pelo que a aposição de direitos alfandegários, a fixação
de contingentes de importação ou exportação e as proibições de entrada/saída de produtos
deviam ser abolidas ou então reduzidas ao mínimo.

Caracterizar as crises do capitalismo.


As previsões de um crescimento harmonioso entre todas as nações do mundo acabaram por
não se verificar, assim, o livre-cambismo atrofia o processo de industrialização dos países mais
atrasados. Para além disso, mesmo nas nações mais desenvolvidas, o ritmo de crescimento era
bastante irregular, sendo frequentes as crises cíclicas onde quando a procura é superior à
oferta, verificando-se uma subida de preços; mais tarde, uma quebra no consumo,
acumulando stocks, optando muitas empresas por suspender fabrico; outras baixam os preços,
tornando imprescindível cortes drásticos nas despesas: redução de mão-de-obra, através do
despedimento (=desemprego), diminuindo poder de compra e consumo. A produção cai mais!

O prolongar da crise pode levar ao fecho da fábrica ou conduzir à declaração de insolvência. As


empresas mais pequenas acabam absorvidas pelas mais prosperais o que vem consolidar a
tendência para a concentração industrial.

Explicar os fundamentos da divisão internacional do trabalho.

A estrutura do comércio internacional reflectia a divisão internacional do trabalho. Os quatro


grandes (Inglaterra, França, Alemanha e EUA) responsavam por mais de 70% da produção
industrial mundial, eram a fábrica do Mundo; forneciam bens industriais a todos os países
europeus comprando produtos agrícolas e matérias-primas. Esta especialização era ainda mais
flagrante nos outros continentes e o decurso do século XIX só consolidou a desigualdade.

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