Decréscimo da mortalidade;
Melhoria das condições de higiene (novos hábitos; novas normas de construção);
Melhoria da alimentação (fim das crises de abastecimento);
Progressos na medicina (vacinas; anestesia; prática da desinfecção);
Elevada taxa de natalidade até 1870.
Explosão demográfica;
Transformações económicas e êxodo rural;
Imigração;
Ideias de promoção e modernidade.
Em redor das cidades cativam-se os terrenos onde, no meio da maior desordem se vão
acumular fábricas e habitações. Surgem assim os subúrbios, moradas dos recém-chegados que
aí se distribuem segundo a sua origem.
A nível das migrações internas, o fluxo era do campo para a cidade – êxodo rural e havia ainda
as migrações regionais/deslocações sazonais de trabalhadores, que teve como implicações a
diminuição, envelhecimento e estagnação do mundo rural.
A emigração também por si era um episódio vivo, nomeadamente por factores demográficos e
económicos, como na Europa do Sul e Oriente, pelo povoamento denso; Inglaterra pelo
desemprego tecnológico e Irlanda e Alemanha a fome de 1840 e as dificuldades económicas
ou por factores político-religiosos devido a movimentos revolucionários fracassados ou às
políticas coloniais de muitos estados europeus. Válvula de escape para múltiplas tensões
sociais, a emigração trouxe um novo equilíbrio de forças a nível mundial. A uma Europa
doravante envelhecida, contrapôs-se uma América dinâmica e empreendedora.
São duas as classes sociais em que se divide a sociedade oitocentista: burguesia e proletariado.
No que respeita a burguesia, a diversidade de estatutos económico-profissionais e de padrões
socioculturais, e a constante mobilidade dos seus elementos, fazem dela um grupo
heterogéneo e com uma hierarquia complexa. Sendo o grupo dominante, impôs a sua
mentalidade e estilo de vida aos restantes estratos da sociedade.
É possível analisar dois grandes grupos no seio da burguesia: a alta burguesia e a classe média.
No que fala à classe média, era um patamar inferior composto por pequenos empresários;
possuidores de rendimentos; empregados comerciais; profissionais liberais; empregados de
escritório e funcionários públicos e professores. Classificamo-lo então como o grupo mais
heterogéneo, composto por milhões de indivíduos, por várias camadas sociais e profissionais.
Com a Revolução Industrial nasceu a fábrica, e com a fábrica nasce o operário. A este apenas
pertence a força dos seus braços, que vende ao empresário a troco de um ordenado. Também
chamado de proletário, conheceu o inferno pelas duras condições em que viveu, desde:
Valor elevado de rendas que levou à sublocação de espaços degradados no centro das
cidades – caves húmidas e sótãos abafados – arrendados a preços especulativos;
Alimentação insuficiente e desequilibrada (à base de pão, batata, água, ovo, salsicha);
As más condições de vida e trabalho reflectiam-se ainda na degradação das relações
familiares: violência conjugal/doméstica; dissolução do casamento; filhos ilegítimos.
O socialismo utópico era a doutrina que defende a supressão de qualquer diferença entre
todas as classes sociais, propunham a planificação da economia e a propriedade social dos
meios de produção. A verdade é que, muito idealista e pouco sistematizada, não teve grande
implantação, acabando esquecido e ultrapassado pelo socialismo científico, o marxismo. Este,
ao contrário do primeiro, assentava em sólidos princípios doutrinários e num minucioso
programa de acção com uma definição exaustiva dos objectivos e meios de luta.
Marx partia de uma análise da história da humanidade à qual aplicou três ideias: