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SUMÁRIO
LEI nº 11.343/06 (LEI DE DROGAS) ................................................................................................ 2
ART. 33 DA LEI DE DROGAS ...................................................................................................... 2
ART. 33, CAPUT – TRÁFICO DE DROGAS ............................................................................. 2
características ................................................................................................................................ 2
crime hediondo – art. 33, caput, da lei de drogas ......................................................................... 3
FIGURAS EQUIPARADAS AO TRÁFICO DE DROGAS (ART. 33, §1º) .............................. 4
TIPO PENAL DO ART. 33, §2º .................................................................................................. 7
TIPO PENAL DO ART. 33, §3º .................................................................................................. 7
JURISPRUDÊNCIA E ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS DO ART. 33 DA LEI DE DROGAS . 8
CONDENAÇÃO POR TRÁFICO PODE OCORRER MESMO SEM A APREENSÃO DA
DROGA ........................................................................................................................................ 8
CONFISCO DE BENS APREENDIDOS .................................................................................... 8
CRIME CONSUMADO DE TRÁFICO DE DROGAS – NEGOCIAÇÃO POR TELEFONE 10
REVISTA ÍNTIMA E DENÚNCIA ANÔNIMA ...................................................................... 10
REVISTA PESSOAL FEITA POR PARTICULAR .................................................................. 10
Exercícios ........................................................................................................................................... 11
Gabarito .......................................................................................................................................... 13

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LEI Nº 11.343/06 (LEI DE DROGAS)

ART. 33 DA LEI DE DROGAS



ART. 33, CAPUT – TRÁFICO DE DROGAS

O art. 33, caput, da Lei nº 11.343/06 prevê a conduta conhecida como tráfico de drogas,
com a seguinte redação:

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar,
adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito,
transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar
a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500
(quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.

CARACTERÍSTICAS

As principais características do tipo penal do art. 33, caput, da Lei de Drogas são:

Bem Jurídico: saúde pública

Sujeito Ativo: qualquer pessoa

Sujeito Passivo: coletividade

Tipo Misto Alternativo

Crime Permanente

Norma Penal em Branco

Equiparado a Crime Hediondo




Como ocorre no porte ilegal de drogas para consumo, o tráfico de drogas (CP, art. 33,
caput) é classificado como tipo misto alternativo.

Assim, a prática de um ou mais verbos (núcleos do tipo penal) não importa em concurso
de crimes, ou seja, trata-se de crime único.

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DÚVIDA: Suponhamos que Jorge, traficante, seja preso na posse de grande


quantidade de cocaína, crack e drogas sintéticas. Nesse caso, haveria concurso de
crimes?


A resposta é NÃO.

Não importa a quantidade ou a qualidade das substâncias apreendidas, trata-se de crime
único.

É bastante importante relembrar que, a depender do núcleo do tipo penal (por exemplo,
“trazer consigo”), o tráfico de drogas é classificado como crime permanente, autorizando,
portanto, a prisão em flagrante do agente.

DÚVIDA: Caso um policial disfarçado instigue o agente a lhe vender a droga,
a prisão em flagrante, logo em seguida a entrega do bem, seria considerada ilegal?


A resposta é NÃO.

De fato, quanto ao verbo “vender”, haveria o chamado flagrante preparado, contudo, em
relação ao verbo “trazer consigo” não houve instigação do policial disfarçado.

Dessa forma, por se tratar de crime permanente, não há impedimento para a prisão em
flagrante do agente.

OBS: O flagrante preparado é aquele em que terceiro instiga o agente à prática da conduta
e, logo em seguida, efetua a prisão. Trata-se de hipótese de flagrante vedada pelo ordenamento
jurídico, configurando uma das espécies de crime impossível.

CRIME HEDIONDO – ART. 33, CAPUT, DA LEI DE DROGAS

O tipo penal do art. 33, caput, da Lei de Drogas é equiparado a hediondo, diante disse, é
vedada a concessão de fiança, anistia, graça ou indulto, nos termos do art. 5º, XLIII, da CF/88:

XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça
ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por
eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo
evitá-los, se omitirem;

CRIME
HEDIONDO
Art. 33, caput,
da Lei de
Drogas

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MUITO IMPORTANTE


O art. 44 da Lei de Drogas trata de um dos temas mais abordados nos concursos públicos
e, por essa razão, merece uma atenção redobrada do aluno:

Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta
Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia
e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em
restritivas de direitos.

Chama atenção a redação do art. 44 da Lei nº 11.343/06, pois além das vedações
constitucionais expressas, a Lei de Drogas foi além, ao inadmitir a concessão de liberdade
provisória e a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos.

O tema foi levado à apreciação do STF que, na oportunidade, declarou a
inconstitucionalidade do art. 44 da Lei nº 11.343/06 no que tange a liberdade provisória e a
conversão de pena.

Dessa forma, em apreço ao princípio constitucional da individualização da pena, o Poder
Judiciário poderá conceder ambos os institutos em favor do réu.

Vedação à liberdade
provisória

INCONSTITUCIONALIDADE
(STF)
Vedação à conversão da
pena privativa de liberdade
para restritiva de direitos



FIGURAS EQUIPARADAS AO TRÁFICO DE DROGAS (ART. 33, §1º)

O art. 33, §1º, da Lei nº 11.343/06, apresenta as figuras equiparadas ao tráfico de drogas
prevista no caput:

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à
venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou
guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou
produto químico destinado à preparação de drogas;
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que
se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a
propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente

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que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização


ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o
tráfico ilícito de drogas.
IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou
produto químico destinado à preparação de drogas, sem
autorização ou em desacordo com a determinação legal ou
regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes
elementos probatórios razoáveis de conduta criminal
preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

O inciso I do art. 33, §1º, tipifica conduta semelhante ao caput, mas em relação aos
insumos, matéria-prima ou produto químico necessário para a produção da droga.

Por exemplo, a cetona é um componente químico essencial para a transformação da folha
de coca em cloridrato de cocaína e a apreensão da substância, a depender do contexto fático,
pode configurar o tipo penal do art. 33, I, da Lei de Drogas.

O STJ entende que a posse de elevada quantidade de cafeína pode caracterizar
o tráfico de drogas, na forma do art. 33, §1º, I, da Lei de Drogas (HC 441.695/SP,
15.10.2019)


Bastante interessante, também, a posição do STF pela atipicidade quanto à
importação de pequena quantidade de sementes de maconha (Info 915 STF).


Segundo o voto do relator, Ministro Gilmar Mendes, a semente de maconha não pode ser
considerada matéria-prima ou insumo, pois não se trata de um “ingrediente” para a elaboração
da droga.

Por outro lado, o inciso II, tipifica a conduta daquele que produz vegetais que sirvam de
matéria-prima para a produção de drogas.

Dentre os principais entorpecentes de origem vegetal, o Brasil é produtor apenas da
cannabis sativa (maconha), ao passo que a folha de coca (cocaína) e a papoula (ópio e heroína),
por exemplo, tem origem estrangeira.

A ideia do legislador foi coibir a 1ª fase da cadeia de produção, equiparando o cultivo ao
próprio tráfico de drogas.

Há previsão no art. 243 da CF/88 acerca da expropriação da propriedade rural utilizada
para a cultura ilegal de plantas psicotrópicas:

Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País
onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a
exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e
destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular,
sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras
sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art.
5º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 81, de 2014)

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Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico


apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e
reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma da
lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 81, de 2014)

O dispositivo constitucional foi tratado no art. 32, §4º, da Lei de Drogas nos seguintes
termos:

§ 4º As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expropriadas,
conforme o disposto no art. 243 da Constituição Federal, de acordo
com a legislação em vigor.

DÚVIDA: A propriedade é confiscada apenas na área utilizada para o cultivo
ilegal de plantas psicotrópicas?


A resposta é NÃO.

Segundo o STF, a expropriação alcança a totalidade do imóvel, ainda que o cultivo tenha
ocorrido em parte dele. (RE 543974, julgado em 26.03.2009).

DÚVIDA: E se o proprietário comprovar que não tinha conhecimento do plantio
em seu imóvel? Ainda assim irá perder o bem?


A resposta é DEPENDE.

Novamente, segundo o STF, caso o proprietário comprove que não agiu com culpa (in
vigilando ou in eligendo), a expropriação poderá ser afastada (Info 851).

Vale lembra que é ônus do proprietário demonstrar a ausência de culpa, não servindo
como justificativa apenas o fato de não ter participado do plantio.

Em relação ao inciso III, a lei tipifica a conduta daquele que cede ou utiliza espaço para a
prática do tráfico de drogas.

Por exemplo, o dono do imóvel em que se encontra a boca de fumo deverá responder pelo
tráfico de drogas, na modalidade do art. 33, §1º, III, da Lei nº 11.343/06.

ALTERAÇÃO LEGISLATIVA DO PACOTE ANTICRIME
(LEI Nº 13.964/2019)


A Lei nº 13.964/2019 incluiu o inciso IV no art. 33, §1º, para solucionar uma questão
bastante interessante que envolve a atuação do policial na infiltração de agentes.

IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto
químico destinado à preparação de drogas, sem autorização ou em

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desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente


policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios
razoáveis de conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)

DÚVIDA: O que é infiltração de agentes?


É uma técnica de investigação que consiste em implantar, dentro das organizações
criminosas, agentes policiais disfarçados que, dessa forma, conseguirão obter elementos de
prova impossíveis de serem coletados por outros métodos de investigação.

Nesse sentido, a inclusão do inciso IV teve a intenção de afastar a qualquer alegação de
ilegalidade decorrente de instigação do criminoso pelo policial disfarçado (flagrante
preparado).

Por exemplo, caso o policial disfarçado combine a compra de drogas com o traficante, não
seria possível a alegação de flagrante preparado, desde que comprovado que este já praticava
a comercialização (preexistência).

TIPO PENAL DO ART. 33, §2º

O art. 33, §2º, da Lei nº 11.343/06 criminaliza a conduta daquele que induz, instiga ou
auxilia alguém ao uso de droga.

§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de
droga: (Vide ADI nº 4.274)
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a
300 (trezentos) dias-multa.

MUITO IMPORTANTE


É importante ressaltar que manifestações públicas em prol da liberação do uso de drogas
(por exemplo, Marcha da Maconha) não configura o tipo penal do art. 33, §2º, da Lei nº
11.343/06.

Conforme o entendimento do STF, firmado na ADI nº 4274, a utilização do tipo penal do
art. 33, §2º, da Lei nº 11.343/06, para proibir manifestações públicas em defesa da legalização
atenta contra o direito fundamental de reunião, previsto no art. 5º, XVI, da CF/88.

TIPO PENAL DO ART. 33, §3º

O tipo penal do art. 33, §3º, da Lei nº 11.343/06, conhecido como crime de uso
compartilhado, tem a seguinte redação:

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§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa


de seu relacionamento, para juntos a consumirem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700
(setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das
penas previstas no art. 28.

É importante destacar os principais elementos do tipo penal:

Eventualmente: não se exige que a conduta seja única, contudo, não pode
haver habitualidade

Sem objetivo de lucro: o lucro é inerente ao crime de tráfico de drogas

Pessoa de seu relacionamento: o tipo penal não define o grau de


intimidade ou tipo de relacionamento

Para juntos a consumirem: é o dolo específico

JURISPRUDÊNCIA E ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS DO ART. 33 DA


LEI DE DROGAS

MUITO IMPORTANTE! TODOS OS TÓPICOS!


CONDENAÇÃO POR TRÁFICO PODE OCORRER MESMO SEM A
APREENSÃO DA DROGA

Conforme jurisprudência do STJ, apesar do crime de tráfico de drogas ter materialidade
que deixa vestígios, é possível sustentar a condenação com base em outros elementos de prova
aptos a comprovar a prática do ilícito.

Por exemplo, caso não seja possível a apreensão da droga por conta da fuga do vendedor
com o produto, nada impede que o comprador seja criminalmente responsabilizado, por
exemplo, com as informações obtidas por meio da interceptação telefônica que acompanhou
toda a negociação.


CONFISCO DE BENS APREENDIDOS

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ALTERAÇÃO LEGISLATIVA RECENTE!


O parágrafo único do art. 243 da CF/88 prevê a possibilidade do confisco de bens
apreendidos em decorrência do tráfico de drogas:

Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico
apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e
reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma da
lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 81, de 2014)

Por outro lado, a Lei nº 11.343/06, recentemente alterada pela Lei nº 13.840/19,
disciplina a perda de bens:

Art. 61. A apreensão de veículos, embarcações, aeronaves e
quaisquer outros meios de transporte e dos maquinários, utensílios,
instrumentos e objetos de qualquer natureza utilizados para a
prática dos crimes definidos nesta Lei será imediatamente
comunicada pela autoridade de polícia judiciária responsável pela
investigação ao juízo competente. (Redação dada pela Lei nº
13.840, de 2019)
§ 1º O juiz, no prazo de 30 (trinta) dias contado da comunicação de
que trata o caput , determinará a alienação dos bens apreendidos,
excetuadas as armas, que serão recolhidas na forma da legislação
específica. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

Art. 62. Comprovado o interesse público na utilização de quaisquer
dos bens de que trata o art. 61, os órgãos de polícia judiciária, militar
e rodoviária poderão deles fazer uso, sob sua responsabilidade e com
o objetivo de sua conservação, mediante autorização judicial, ouvido
o Ministério Público e garantida a prévia avaliação dos respectivos
bens. (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)

Art. 63-F. Na hipótese de condenação por infrações às quais esta Lei
comine pena máxima superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser
decretada a perda, como produto ou proveito do crime, dos bens
correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do
condenado e aquele compatível com o seu rendimento
lícito. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)

DÚVIDA: O confisco decorrente do tráfico de drogas exige que o bem seja
utilizado com habitualidade na conduta criminosa?


A resposta é NÃO.

Conforme jurisprudência do STF, não se exige nenhum outro requisito para a
expropriação do bem apreendido em decorrência do tráfico de drogas além daqueles previstos
no art. 243, parágrafo único, da CF/88.

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Por exemplo, para a perda do veículo utilizado no transporte da droga, não é necessário
verificar a existência de qualquer adaptação no carro para o acondicionamento da substância
(Info 865 STF).

CRIME CONSUMADO DE TRÁFICO DE DROGAS – NEGOCIAÇÃO POR
TELEFONE

O STJ apreciou um caso concreto em que o agente negociou por telefone a compra da
droga, tendo, inclusive, disponibilizado o veículo para entrega.

Ocorre que antes do recebimento da droga, a equipe policial que realizava interceptação
telefônica, efetuou a apreensão da substância e prendeu o traficante.

Em relação ao comprador, o Tribunal entendeu que houve a prática do crime de tráfico de
drogas (“adquirir”) na modalidade consumada, ou seja, não foi necessária a efetiva entrega,
sendo suficiente o ajuste entre os criminosos (Info 569 STJ).

REVISTA ÍNTIMA E DENÚNCIA ANÔNIMA

No caso concreto, por meio de denúncia anônima, o diretor de unidade prisional tomou
ciência de que a esposa de um detento tentaria entrar no presídio com drogas.

Diante disso, foi realizada revista íntima, que comprovou a veracidade dos fatos.

Contudo, para o STJ, a prova obtida foi considerada ilícita (Info 659).

Segundo o Tribunal, a realização de revista íntima é medida invasiva e vexatória que só
deve ser realizada diante de indícios veementes da existência de práticas ilícitas.

Dessa forma, a existência de apenas denúncia anônima não justificaria a realização da
revista íntima, razão pela qual contaminou de ilicitude a prova produzida.

OBS: A decisão acima apontada apresenta o mesmo fundamento da invalidação da prova
obtida por meio de prisão em flagrante de indivíduo que fugiu para sua casa (local onde foi
encontrada grande quantidade de drogas) ao avistar uma guarnição policial.

Nesse caso, a entrada na residência configurou violação de direito fundamental,
circunstância que maculou a prova colhida.

REVISTA PESSOAL FEITA POR PARTICULAR

No caso concreto, um indivíduo foi abordado por agentes de segurança da Companhia
Paulista de Trens Metropolitanos, oportunidade em que foram encontrados tabletes de
maconha em sua mochila.

Para o STJ, a revista pessoal realizada pelos agentes de segurança particular foi ilegal e a
prova obtida considerada ilícita.

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EXERCÍCIOS
1. (CESPE/2017 – DPU – Defensor Público) - Tendo como referência as disposições da Lei
de Drogas (Lei n.º 11.343/2006) e a jurisprudência pertinente, julgue o item subsecutivo.
Situação hipotética: Com o intuito de vender maconha em bairro nobre da cidade onde
mora, Mário utilizou o transporte público para transportar 3 kg dessa droga. Antes de
chegar ao destino, Mário foi abordado por policiais militares, que o prenderam em
flagrante. Assertiva: Nessa situação, Mário responderá por tentativa de tráfico, já que
não chegou a comercializar a droga.

2. (CESPE/2013 – PF – Delegado) - Julgue o item seguinte com base na Lei n.º 11.343/2006.
O crime de tráfico de drogas é inafiançável e o acusado desse crime, insuscetível de sursis,
graça, indulto ou anistia, não podendo as penas a que eventualmente seja condenado ser
convertidas em penas restritivas de direitos.

3. (CESPE/2018 – PF – Escrivão) - Julgue o próximo item, a respeito das Leis nºs
13.445/2017, 11.343/2006, 8.069/1990 e suas alterações. Em caso de prisão por tráfico
de drogas ilícitas, o juiz não poderá substituir a pena privativa de liberdade por restritiva
de direito.

4. (FGV/2019 – DPE/RJ – Técnico) - A condenação pelo crime de tráfico de drogas, ainda
que não reconhecida a causa de diminuição do Art. 33, §4º, da Lei nº 11.343/06, admitirá
a aplicação de regime diverso do fechado de acordo com a sanção aplicada, mesmo que a
pena não permita a substituição por restritiva de direitos;

5. (FGV/2019 – DPE/RJ – Técnico) - O denunciado que induz, instiga ou auxilia alguém ao
uso indevido de drogas incorre na mesma pena do caput do Art. 33 da Lei nº 11.343/06.

6. (MP-SC/2019 – Promotor) - Para a configuração do crime de oferecimento de droga para
consumo conjunto, tipificado no art. 33, § 3º, da Lei n. 11.343/2006, é necessária a prática
da conduta mediante o dolo “específico”.

7. (CESPE/2018 - STJ – Analista) - Tendo como referência a legislação penal extravagante e
a jurisprudência das súmulas dos tribunais superiores, julgue o item que se segue. Aquele
que oferece droga, mesmo que seja em caráter eventual e sem o objetivo de lucro, a
pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem, comete crime.


COMENTÁRIO DA QUESTÃO 01: A assertiva está errada.

Dentre os núcleos do tipo penal do art. 33, caput, da Lei de Drogas consta o
“transportar”. Dessa forma, a modalidade de crime praticada por Mário foi
consumada.

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COMENTÁRIO DA QUESTÃO 02: A assertiva está equivocada.

Segundo o STF, não há impedimento para que a condenação pela prática de


crime de tráfico de drogas tenha a pena de prisão convertida em restritiva de direitos.

Nesse sentido, impor ao condenado a restrição de sua liberdade em qualquer


caso, significa a violação do princípio da individualização da pena, que tem
fundamento constitucional.


COMENTÁRIO DA QUESTÃO 03: A assertiva está equivocada.

Segundo o STF, não há impedimento para que a condenação pela prática de


crime de tráfico de drogas tenha a pena de prisão convertida em restritiva de direitos.

Nesse sentido, impor ao condenado a restrição de sua liberdade em qualquer


caso, significa a violação do princípio da individualização da pena, que tem
fundamento constitucional.


COMENTÁRIO DA QUESTÃO 04: A assertiva está certa.

Segundo o STF, não há impedimento para que a condenação pela prática de


crime de tráfico de drogas tenha a pena de prisão convertida em restritiva de direitos.

Nesse sentido, impor ao condenado a restrição de sua liberdade em qualquer


caso, significa a violação do princípio da individualização da pena, que tem
fundamento constitucional.


COMENTÁRIO DA QUESTÃO 05: A assertiva está errada.

O tipo penal mencionado no enunciado encontra-se previsto no art. 33, §2º, da


Lei de Drogas:

§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga: (Vide


ADI nº 4.274)
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300
(trezentos) dias-multa.


COMENTÁRIO DA QUESTÃO 06: A assertiva está certa.

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De fato, o tipo penal do art. 33, §3º, da Lei nº 11.343/06, exige o dolo específico que
é “para juntos consumir”, ou seja, caso não haja tal elemento subjetivo ao oferecer a droga
a terceiro, a conduta se amolda ao art. 33, caput, da Lei nº 11.343/06.


COMENTÁRIO DA QUESTÃO 07: A assertiva está certa.

A conduta descrita no enunciado tem previsão no art. 33, §3º, da Lei nº. 11.343/06,
sendo, portanto, típica.

§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu


relacionamento, para juntos a consumirem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a
1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.

GABARITO
1. ERRADO
2. ERRADO
3. ERRADO
4. CERTO
5. ERRADO
6. CERTO
7. CERTO

MUDE SUA VIDA!


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