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   A formação intelectual desse público era humanística.

Por isso, o espírito


barroco de época contra-reformista e absolutista teve de acomodar-se às formas ditas
antigas, isto é às mal compreendidas regras aristotélicas, unidade de ação, de lugar e de
tempo; 

Nenhum teatro do passado é, pelo menos aparentemente, mais distante do nosso


do que esse; mínimo de ação e mínimo de poesia. Mas é aparência. Na verdade, este é o
primeiro exemplo de teatro moderno.

...mínimo de ação exterior teve como efeito a concentração nos acontecimentos


dentro dos personagens, isto é, a moderna psicologia dramática.

Corneille já modifica muitos os enredos tomados emprestados a autores


espanhóis, enriquecendo-os pela disciplina religiosa dos jesuítas e pela política dos
maquiavelistas, fantasiados de romanos antigos.

Ao mesmo tempo Molière, inspirado de inicio na Commedia dell'Arte italiana e


nas recordações escolares de Terêncio, cria a fina comédia de sociedade, psicológica e
satírica.

Mas Marivaux introduziu na fina comédia de costumes a psicologia erótica de


Racine e criou um novo gênero.

O teatro medieval floresceu sobretudo na França e começou com as


representações sacras, organizadas pelo clero para difundir os episódios religiosos mais
interessantes. Nesse teatro, destacamos: os dramas litúrgicos, os milagres, os mistérios,
a "sotie".

O teatro religioso da Idade Média atingiu o seu clímax no século XV, quando
apareceram os Mistérios, apresentados nas praças. As cenas da história bíblica, assunto
principal, viam-se intercaladas com episódios cômicos - as farsas - , o que evitava a
monotonia dos espetáculos, geralmente muito longos.

O teatro da Idade da Idade Média refletia a atmosfera medieval,de cunho


religioso.

CRUELDADE:
...fazer uma crítica à cultura do espetáculo e à própria forma que a sociedade
ocidental enxergava o mundo.

A origem deste pensamento teve influência dos movimentos dadaísta e


surrealista. Em 1932, o primeiro Manifesto do Teatro da Crueldade é publicado, e, em
1938, em seu livro “O Teatro e Seu Duplo”, ganha as feições que seriam disseminadas
mundo afora.

Se libertar da certeza da razão gera insegurança e medo... dai surge o termo


crueldade.

...ligação com os movimentos dadaísta e surrealista.

...teatro visto como experiência ritualística, destinada à cura das angústias e à


reintegração do homem à sua totalidade física e espiritual.

Muitos desses elementos derivam da experiência pessoal do próprio Artaud:


sofrendo de males físicos e psíquicos (fortes dores de cabeça, vício em opiáceos,
internações em manicômios e um câncer no reto no fim da vida), ele procura transmitir
ao público seu sofrimento e a superação por meio da experiência artística.

...baseado na improvisação e na interação dos participantes entre si e com o


espaço...

A aproximação com o Teatro da Crueldade se dá principalmente pelo caráter


coletivo - e muitas vezes ritualístico.

(tais como a ênfase na experiência corpórea dos atores, a não utilização de


espaços teatrais tradicionais, a não divisão espacial entre palco e plateia etc.).

TEATRO DO ABSURDO:

Teatro do Absurdo é uma expressão cunhada pelo crítico inglês Martin Esslin
(1918 - 2002) no fim da década de 1950 para abarcar peças que, surgidas no pós-
Segunda Guerra Mundial, tratam da atmosfera de desolação, solidão e
incomunicabilidade do homem moderno por meio de alguns traços estilísticos e temas
que divergem radicalmente da dramaturgia tradicional realista. Trata-se, porém, não de
um movimento teatral organizado tampouco de um gênero, mas de uma classificação
que visa colocar em destaque uma das tendências teatrais mais importantes da segunda
metade do século XX.

...os movimentos artísticos de vanguarda do início do século XX (como o


expressionismo e, principalmente, o dadaísmo e o surrealismo);

O Teatro do Absurdo une a comicidade ao trágico sentimento de desolação e de


perda de referências do homem moderno. Tal sentimento deriva não apenas do horror da
Segunda Guerra como também da Guerra Fria e do estágio atingido em meados do
século XX pela filosofia, especialmente a existencialista, que afirma definitivamente a
solidão e a responsabilidade do homem por seu destino em um mundo sem Deus.

No Teatro do Absurdo, a incerteza e a solidão humanas são traduzidas por


procedimentos que, fazendo uso de elementos conhecidos (situações banais, frases
feitas, gestual cômico) ou menos usuais (construções verbais aparentemente sem
sentido, gestual mecânico repetido incessantemente, ações sem motivação aparente),
buscam criar outros universos, estranhos, porém assemelhados ao universo cotidiano.

Assim, se a dramaturgia tradicional tem histórias habilmente construídas, o


Teatro do Absurdo conta com peças muitas vezes quase sem enredo, que se utilizam de
situações gerais que giram em círculos, um amontoado de acontecimentos insólitos e
personagens cuja construção dificilmente se adequa à psicologia dos personagens
realistas.

...a não linearidade e a existência de elementos oníricos ou simbólicos que,


muitas vezes dificultando a apreensão da narrativa, são parte fundamental do contexto
poético das obras.

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