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Relatórios de atividades

práticas de laboratório

Disciplina: VNP 334- Nutrição Animal


Prof.Dr. Messias Alves da Trindade Neto
Prof.Dr. Paulo H. Mazza Rodrigues (Responsável)
Prof.Dr. Romualdo Shigueo Fukushima

Alunas: Christine Nobre Granjo Afonso


Letícia Gonçalves dos Santos
Stephanie Blima Paulino Leite

Pirassununga
2013
AULA PRÁTICA 1

Determinação da Matéria Seca

 Princípios e Aplicação

A determinação da matéria seca é o ponto de partida da análise de alimentos. É de


grande importância, uma vez que a preservação do alimento pode depender do teor de
umidade presente no material e, além disso, quando se compara o valor nutritivo de dois
ou mais alimentos, temos que levar em consideração os respectivos teores de matéria
seca. É o peso do material analisado livre de água. O conhecimento do percentual da
matéria seca contido na amostra é importante, pois é com base nele que se estabelece o
cálculo da dieta, já que o consumo do alimento pelos animais é expresso em kg de
matéria seca/animal/dia. Assim, quanto menor o percentual de matéria seca maior o
consumo. No entanto, existe uma faixa de percentagem de matéria seca que é ideal tanto
para o consumo, como para a produção e conservação dos alimentos que, no exemplo do
milho, fica em torno de 28% a 35% de matéria seca.
Por outro lado, se desejamos comparar o resultado de análises em diferentes épocas,
locais ou regiões, sempre faremos essa comparação em base de matéria seca, isto é,
como se o alimento contivesse 100% da mesma. Convém ressaltar o fato de que somente
os princípios nutritivos que integram a matéria seca são aproveitados pelo organismo
animal com fins nutricionais.
A determinação da matéria seca pode ser feita através de dois métodos, o método
direto e o método indireto.  O método direto é o mais comum: uma amostra do alimento é
colocada numa estufa aquecida a 100 °C até ficar completamente seca. O peso da
amostra seca é, então, relacionado ao peso da amostra original, e o resultado é,
usualmente, expresso em percentagem. O teor de umidade é calculado por diferença,
admitindo-se que a perda de peso da amostra corresponda ao peso de água perdida. Na
realidade, outras substâncias voláteis se perdem junto com a água, e a magnitude deste
erro depende do tipo de alimento.
O método indireto, por sua vez, consiste em duas fases: secagem prévia ou pré-
secagem e a secagem definitiva. Em geral, a pré-secagem é necessária quando a
amostra possui alto teor de umidade ou baixa matéria seca; como as gramíneas, as
silagens etc. Normalmente é feita em temperatura de 60 ± 5°C para evitar perda por
volatilização ou alteração de outros nutrientes, principalmente compostos nitrogenados. A
matéria seca definitiva (feita em temperatura de 105°C) é usada para amostras que foram
submetidas à pré-secagem ou para amostras que contêm mais de 80% de matéria
seca,rações fareladas, grãos de cereais etc.

 Procedimentos

 Determinação da Matéria Seca 60-65º (Método Gravimétrico)

Para a determinação da matéria seca a 65ºC do capim napier, pesou-se a


amostra com o emprego de uma bandeja de alumínio em uma balança semi-
analítica. Terminada a pesagem, a amostra foi enviada para a estufa de secagem
com ventilação de ar forçadoa 65°C, permanecendo nela por 72 horas. Em
seguida, o material obtido foi esfriado à temperatura ambiente e novamente pesado
para o cálculo da matéria seca parcial.
 Determinação da Matéria Seca e da Umidade a 103-105ºC (Método
Gravimétrico)

A matéria seca parcial do capim napier foi empregada para a determinação da


matéria seca e da umidade a 105ºC. Para isso, um cadinho de porcelana foi
utilizado. Primeiramente, o cadinho permaneceu por 4 horas na estufa de secagem
a 105ºC e, em seguida, foi transferido para o dessecador com sílica gel anidra,
onde permaneceu por 30 minutos para resfriar. O cadinho foi pesado em balança
analítica antes da adição e pesagem da matéria seca parcial e, contendo a
amostra, foi posteriormente levado à estufa de secagem a 105ºC, onde
permaneceu por 4 horas. Terminada a secagem, o cadinho foi novamente deixado
por 30 minutos no dessecador. Por fim, o material foi pesado para o cálculo da
matéria seca e da umidade.

 Resultados

Uma amostra de capim napier in natura foi pesada numa bandeja de alumínio e
apresentou os seguintes valores: 107,84g (bandeja mais a amostra) e 8,56g
(bandeja vazia). Essa amostra in natura em seguida sofreu o processo de
desidratação parcial a 65º C por 72 horas numa estufa de secagem com ventilação
de ar forçado, para depois ser resfriada e pesada novamente a fim de quantificar a
matéria seca restante. O valor da bandeja mais a amostra pré-seca foi de 25,08g.
Logo, com esses dados determinou-se a quantidade de amostra pré-seca a 65º C.

MS 65ºC (%)= (BAS – BV) x 100 = (25,08 – 8,56) x 100 ≈ 16,6398%


(BAU – BV) 107,84 – 8,56

Onde:
MS 65 ºC= Matéria seca a 65 ºC (%)
BV= Bandeja vazia (g)
BAU= Bandeja + amostra úmida (g)
BAS= Bandeja + amostra seca (g)

Em seguida, a matéria seca a 65º C de capim napier foi novamente


aquecida para a desidratação total. Para tal, uma porção da amostra foi pesada
num cadinho e apresentou os seguintes valores: 34,1258g (cadinho mais a
amostra) e 32,0644g (cadinho vazio). Em seguida o cadinho com a amostra foi
colocado numa estufa a 105º C durante 4 horas. A amostra seca obtida mais o
cadinho foram pesados e aferiu-se 34,0403g. No final dessa etapa determinou-se a
quantidade de matéria seca real da amostra:

MS 105º C (%)= (CAS –CV) x 100 = (34,0403 – 32,0644) x 100 ≈ 95,8523%


(CAU – CV) (34,1258 – 32,0644)

Onde:
MS 105º C= Matéria seca a 105º C (%)
CV= Cadinho vazio (g)
CAU= Cadinho + amostra úmida (g)
CAS= Cadinho + amostra seca (g)

Determinação da Matéria Mineral e da Matéria Orgânica (Método Gravimétrico)

 Princípios e aplicação

Cinza ou matéria mineral é o produto que se obtém após o aquecimento de uma


amostra, a temperatura de 500 à 600 °C, durante 4 horas ou até a combustão total da
matéria orgânica.
A determinação da cinza fornece apenas uma indicação da riqueza da amostra em
elementos minerais. A cinza, nos alimentos, tem o significado nutricional quase nulo;
contém, principalmente, os seguintes cátions: cálcio, potássio, sódio, magnésio, ferro,
cobre, cobalto e alumínio; e ânions: sulfato, cloreto, silicato, fosfato, etc. Na verdade só foi
incluída no Esquema de Weende para poder-se calcular os extrativos não nitrogenados
(ENN). O processo pode ser feito forno mufla, tendo o cuidado de colocar o cadinho com
a amostra no forno mufla frio, aumentando o aquecimento lentamente, até 500-600ºC.
Se a temperatura do forno mufla for além de 600ºC, alguns cátions e ânions serão
parcialmente ou totalmente perdidos por volatilização. Outro aspecto importante a ser
salientado é que o peso da amostra a ser ser aquecida está correlacionado com a
quantidade de elemento mineral a ser pesquisado. Quando mede-se quantitativamente
um elemento mineral que está presente na amostra em pequenas quantidades, torna-se
necessário que se faça o aquecimento de amostra mais representativa ou a de maior
peso.

 Procedimentos

Para a determinação da matéria mineral do capim napier, foi empregada amostra


seca ao ar. Um cadinho de porcelana foi previamente mantido por 4 horas em estufa a
105ºC e, em seguida, transferido para o dessecador para resfriar em 30 minutos.
Procedeu-se com a pesagem do cadinho vazio na balança analítica seguida pela
pesagem do cadinho com a amostra. O material foi levado ao forno mufla, sendo
submetido à temperatura de 500ºC por 4 horas. Após, foi levado ao dessecador para
permanecer por 30 minutos e realizou-se a pesagem do material.

 Resultados

Em um cadinho adicionou-se uma porção da amostra pré-seca a 65º C, sua


pesagem apresentou: 43,1346g (cadinho mais a amostra) e 41,0550g (cadinho vazio).
Esse material foi colocado no forno mufla a 500-550º C por 4 horas, sendo que ao final da
secagem esse cadinho mais a amostra pesou 41,3183g. A quantidade de matéria mineral
encontrada para a amostra de capim napier foi:

MM (%)= (CM – CV) x 100 = (41,3183 – 41,0550) x 100 ≈ 12,6610%


(CA – CV) (43,1346 – 41,0550)

Onde:
MM= Matéria mineral (%)
CV= Cadinho vazio (g)
CA= Cadinho + amostra (g)
CM= Cadinho + mineral (g)
AULA PRÁTICA 2

Determinação do nitrogênio total e proteína bruta

 Princípios e aplicação

O termo proteína bruta envolve um grande grupo de substâncias com estruturas


semelhantes, porém com funções fisiológicas diferentes. Com base no fato de que as
proteínas têm porcentagem de nitrogênio quase constante, em torno de 16%, o que se faz
é determinar o nitrogênio. A fração de componentes orgânicos, alvos de dosagens na
forma mencionada incluem o nitrogênio protéico, propriamente dito, e outros compostos
nitrogenados não protéicos, tais como: aminas, amidas, lecitinas, nitrilas e aminoácidos.
Considerando que o concentrado tem o papel de suplementar o déficit protéico oriundo
do volumoso, é importante conhecer o nível protéico das silagens, volumosos e rações
concentradas e ração total, que normalmente varia de acordo com o material a ser
analisado. Durante a digestão da matéria orgânica, o sulfato de amônio (NH4) resultante,
na presença da solução concentrada de hidróxido de sódio, que libera amônia (NH3), é
recebido na solução de ácido bórico.
A amônia, na solução de ácido bórico, é titulada com ácido sulfúrico ou clorídrico de
título conhecido e, assim, determina-se o teor de nitrogênio da amostra. Para o cálculo da
proteína bruta, basta multiplicar o resultado pelo fator 6,25. Processa-se em três fases:
digestão, destilação e titulação.

 Procedimentos

Antes de proceder com a determinação da proteína bruta da amostra, foi realizada


uma prova em branco para testar a contaminação dos reagentes com compostos
nitrogenados. As etapas necessárias para a determinação da proteína bruta consistem
em digestão, destilação e titulação. Pesou-se em balança analítica aproximadamente 100
mg de capim napier na matéria seca 65ºC que foi posteriormente transferido para tubo de
digestão. Foi adicionado, com o intuito de acelerar a reação, aproximadamente 1 g da
mistura de sulfato de sódio anidro e sulfato de cobre na proporção 9:1. Para a etapa de
digestão é necessário o emprego de ácido sulfúrico concentrado, do qual foram
adicionados 3 ml. O ácido sulfúrico reage com o nitrogênio da amostra e produz sulfato de
amônio e hidrogênio. O material foi submetido a aquecimento em bloco digestor de micro-
Kjedahl na capela. Após o resfriamento, adicionou-se 35 ml de água destilada ao tubo de
digestão. Um erlenmyer com capacidade de 250 ml foi preparado. Transferiu-se ao
erlenmyer cerca de 10 ml de ácido bórico a 5% e, em seguida, 4 gotas do indicador misto
5:1 de vermelho de metila 0,2% (em solução alcoólica 60%) e de azul de metileno 0,2% %
(em solução alcoólica 60%). O erlenmyer e o tubo com a amostra digerida foram
posicionados no aparelho destilador de micro-Kjedahl, adicionando 15 ml da solução de
hidróxido de sódio 40% no tubo de digestão. O hidróxido de sódio reage com o sulfato de
amônio formado na etapa de digestão, produzindo hidróxido de amônia e sulfato de sódio.
Por meio da formação de hidróxido de amônia pode-se proceder à destilação com ácido
clorídrico. A titulação do destilado foi realizada utilizando bureta com ácido clorídrico a
0,02N.

 Resultados

Após as reações as amostras foram pesadas, e com os valores obtidos determinou-se


o teor de nitrogênio, em seguida aplicando-se em outra fórmula descobriu-se o teor de
proteína bruta presente na amostra de capim napier:
N (%) = (volume HCl – volume branco) x N x FC x 14,007 x 100
Peso da amostra (mg)

N (%) = (8,33 – 0,18) x 0,02 x 1,00105 x 14,007 x 100


100

N (%) = 2,2855383 ≈ 2,3 %

PB (%) = N x 6,25
PB (%) = 2,3 x 6,25
PB (%) = 14,375 %

Determinação do extrato etéreo

 Princípios e aplicação

Extrato etéreo é a parte dos produtos solúveis em éter, benzeno, clorofórmio ou


outros solventes orgânicos, recebendo também o nome de gordura ou matéria graxa. Este
extrato é composto de gordura propriamente dita, ceras, carotenos, clorofilas, xantofilas
etc. A determinação do extrato etéreo (EE) consiste em submeter a amostra seca do
material à extração com éter sulfúrico ou éter de petróleo, partindo do princípio da
solubilidade dos lipídios. As gorduras são bem mais energéticas que os hidratos de
carbono e as proteínas, de modo que é fácil de entender que sua presença no alimento
influencia seu valor energético de maneira marcante (a gordura fornece 2,25 vezes mais
energia que os carboidratos).

 Procedimentos

Para determinação do extrato etéreo foi empregada amostra seca 65ºC de capim
napier. Pesou-se em balança analítica 2,0156 g de amostra contida em papel filtro que foi
posteriormente dobrado, de modo que não houvesse perda de material. O papel de filtro
contendo a amostra foi introduzido no dedal de Soxhlet. Um balão de Soxhlet foi
previamente desengordurado com éter, deixado por 4 horas em estufa a 105ºC, resfriado
em dessecador durante 30 minutos e pesado. O dedal de Soxhlet, junto ao papel de filtro
contendo a amostra, foi introduzido no extrator de Soxhlet. Adicionou-se 200 ml de éter de
petróleo. O balão foi aquecido à fervura branda para permitir a evaporação do éter.
Quando já não havia mais éter misturado à gordura no extrator, procedeu-se à
evaporação do éter presente no balão. O balão foi desengordurado com éter sulfúrico e
levado à estufa a 105ºC por 4 horas. Em seguida, foi transferido para o dessecador, onde
permaneceu por 30 minutos, e pesado em balança analítica.

 Resultados

Para a determinação da porcentagem de extrato etéreo foram aplicados numa


regra de três simples os valores dos pesos encontrados para a amostra e o extrato
etéreo:
Peso do balão vazio= 104,2152g
Peso do balão + extrato etéreo= 104,2460g
Peso extrato etéreo= 0,0308g
Peso amostra= 2,0156g

Amostra 2,0156 ---------- 100%


Extrato etéreo 0,0308 ---------- x

x ≈ 1,52 % de extrato etéreo na amostra pré-seca.

AULA PRÁTICA 3

Fibra Bruta

 Princípios e Aplicação

A parede celular é uma estrutura que envolve as células, sendo composta por
diferentes substâncias dependendo do organismo. É uma estrutura que confere proteção
à célula pela sua rigidez. Em organismos vegetais, ela é composta essencialmente por
celulose, hemicelulose, lignina, pectina, proteína e cinzas. Celulose, hemicelulose, lignina
e pectina respondem pela porção fibrosa da planta que pode apresentar diferentes
funções de acordo com a espécie animal envolvida. A função desempenhada no trato
gastrointestinal depende das características da fonte de fibra, como solubilidade e
fermentabilidade.
Métodos que determinam a porcentagem de fibra de uma planta são ferramentas
importantes empregadas no estudo do aproveitamento do alimento pelo animal. O
primeiro método de análise proposto foi o da fibra bruta (FB), desenvolvido por Einhoffin
em 1806. O tratamento sucessivo em soluções ácida e alcalina fracas fornece um resíduo
isento em quase sua totalidade de conteúdo celular, porém apresenta como inconveniente
a remoção de uma parte considerável do conteúdo fibroso, especialmente a porção de
lignina e hemicelulose. Por esse motivo é, atualmente, um método que se encontra em
desuso.

Determinação da Fibra em Detergente Neutro (FDN)

 Princípios e Aplicação

Goering e Van Soest (1970) propuseram o método de extração por detergentes. A


extração por detergente neutro solubiliza o conteúdo celular (formado por proteínas,
gorduras e concentrados) e parte da pectina constituinte da parede celular. O resíduo
insolúvel, denominado fibra em detergente neutro, contém celulose, hemicelulose e
lignina.

 Procedimentos

- 2 sacos;
- amostras de matéria pré-seca moída de folhas de Panicum maximum (4º corte);
- balança analítica com precisão;
- determinador de fibra;
- detergente neutro;
- detergente ácido;
- acetona;
- cadinhos;
- forno mufla.

Os sacos vazios são pesados na balança, para então serem preenchidos com
amostras de matéria pré-seca moída de folhas de Panicum maximun. Em seguida, são
pesados novamente. Os sacos são selados e levados ao determinador de fibra para
lavagem. No final do processo um dos sacos é lavado com detergente neutro e outro é
lavado com detergente ácido. Depois passam por outra lavagem com acetona e são
pesados. Por fim, é retirado o conteúdo dos sacos e despejado em cadinhos para serem
queimados no forno mufla para determinação da matéria mineral.

 Resultados

FDN(%) = [(SRF – SV) – (CM – C)] x 100 , onde


(SA – SV)

SRF = saco com resíduo de fibra (g) = 0,7602g


SV = saco vazio (g) = 0,4812g
CM = cadinho + mineral (g) = 31,289g
C = cadinho vazio (g) = 31,2851g
SA = saco com a amostra (g) = 0,8653g
SV = saco vazio (g) = 0,4812g

FDN(%) = [(SRF – SV) – (CM – C)] x 100


(SA – SV)
FDN(%) = [(0,7602 – 0,4812) – (31,289 – 31, 2851)] x 100
(0,8653 – 0,4812)
FDN(%) = 71,6219734 %

Determinação da Fibra em Detergente Ácido (FDA)

 Princípios e Aplicação

Um segundo método baseado na extração por detergentes consiste na fibra em


detergente ácido (FDA). A extração por detergente ácido solubiliza, além do conteúdo
celular, a hemicelulose e parte da lignina.

 Resultados

FDA(%) = [(SRF – SV) – (CM – C)] x 100 , onde


(SA – SV)

SRF = saco com resíduo de fibra (g) = 0,6941g


SV = saco vazio (g) = 0,4464g
CM = cadinho + mineral (g) = 32,0962g
C = cadinho vazio (g) = 32,0848g
SA = saco com a amostra (g) = 0,874g
SV = saco vazio (g) = 0,4464g
FDA(%) = [(SRF – SV) – (CM – C)] x 100
(SA – SV)
FDA(%) = [(0,6941 – 0,4464) – (32,0962 – 32, 0848)] x 100
(0,874 – 0,4464)
FDA(%) = 55,261927 %

AULA PRÁTICA 4

Determinação da lignina em Fibra em Detergente Ácido

 Princípios e Aplicação

A determinação da lignina em fibra detergente ácido baseia-se na digestão da celulose


com ácido sulfúrico, resultando em um resíduo contendo lignina e cinzas insolúveis.

 Procedimentos

- Saco;
- fibra detergente ácido (FDA);
- béquer,
- H2SO4 a 72%;
- água destilada;
- acetona;
- cadinho;
- balança analítica com precisão;
- estufa a 105º C;
- Para a preparação da parede celular: água, etanol, metanol, acetona e clorofórmio.

Dentro de uma capela é realizado o seguinte experimento: em um saco coloca-se


uma amostra de matéria pré-seca moída de Panicum maximum (4º C) com FDA, em
seguida esse saco é colocado num béquer com H2SO4 a 72%, que realiza uma extração
lenta por 3 horas. O H2SO4 digere a celulose a partir da FDA que resulta em um resíduo
contendo lignina e cinzas insolúveis.
Em seguida, o saco é lavado com água destilada e acetona para retirar todo o H2SO4. O
resíduo do saco é retirado e colocado em um cadinho, que é pesado e posteriormente
secado em estufa a 105º C por 4 horas. Após a secagem o cadinho é pesado novamente
e levado para o forno mufla por mais 4 horas. Depois é mais uma vez pesado. Pela
diferença entre os pesos antes e depois a queima em mufla, calcula-se o teor de lignina.
Para a preparação da parede celular, a célula vegetal foi lavada com água, etanol,
metanol, acetona e clorofórmio, a alta temperatura, assim a parede celular permaneceu
intacta.

 Resultados

LIG (%) = [(SRF – SV) – (CM – C)] x 100 , onde


(SA – SV)
LIG = Lignina em Detergente Ácido (%)
SRF = saco com resíduo de fibra (g) = 0,6012g
SV = saco vazio (g) = 0,5527g
CM = cadinho + mineral (g) = 40,3625g
C = cadinho vazio (g) = 40,3549g
SA = saco com a amostra (g) = 0,8459g
SV = saco vazio (g) = 0,5527g

LIG (%) = [(SRF – SV) – (CM – C)] x 100


(SA – SV)
LIG (%) = [(0,6012 – 0,5527) – (40,3625 – 40,3549)] x 100
(0,8459 – 0,5527)
LIG (%) = 13,9495225 %

CELULOSE (%) = FDA (%) – LIG (%)


CELULOSE (%) = 55,261927 - 13,9495225
CELULOSE (%) = 41,3124045 %

AULA PRÁTICA 5

Determinação da Energia Bruta

 Principios e aplicação

Todos os alimentos possuem em sua composição diversos nutrientes nas mais


variadas concentrações, dentre eles: minerais, vitaminas, carboidratos, lipídeos e
proteínas. Muitos desses nutrientes depois de digeridos e absorvidos fornecem energia ao
metabolismo dos seres vivos. Para quantificar a energia contida nesses alimentos, utiliza-
se um equipamento conhecido como bomba calorimétrica. A amostra a ser estudada sofre
um processo de queima, e por meio do calor produzido nessa reação determina-se a
energia bruta. Quanto maior a energia liberada maior será a energia bruta do alimento.
A bomba calorimétrica consiste de um dispositivo capaz de aferir o calor de
combustão de compostos orgânicos. Ela é constituída de uma câmara de combustão que
comporta os reagentes (oxigênio e amostra em estudo). Essa câmara é colocada num
copo isolado contendo água, e em seguida, a amostra é aquecida através de uma
corrente elétrica. A reação de combustão é exotérmica por isso deverá aquecer a água
que circunda a câmara, e por meio do termômetro de precisão determina-se a variação da
temperatura em função do tempo. Esse calor produzido estará relacionado com a energia
bruta contida na amostra do alimento.

 Procedimentos

Pesamos aproximadamente 1,0g de amostra, a prensamos em uma prensa e a


colocamos numa cápsula de combustão vazia e limpa. Instalamos, então, um fusível de
metal de 10 cm entre os eletrodos da bomba calorimétrica, colocamos a cápsula com a
amostra no anel do eletrodo e ajustamos o fusível metálico de forma a tocar a amostra.
Fechamos a bomba, enchemos com oxigênio até 25 atmosferas de pressão, deixando no
início a válvula de saída aberta por alguns segundos para a saída do ar. Colocamos 2L de
água destilada, no recipiente do calorímetro. Colocamos a bomba no recipiente com água
e conectamos os dois fios para ignição. Fechamos a tampa com o termômetro levantado
e, a seguir, abaixamos o termômetro e ligamos o motor. Queimamos a amostra e
efetuamos o registro de temperatura inicial e final. Levantamos o termômetro, abrimos o
calorímetro, retiramos a bomba do recipiente com água e eliminamos o excesso de
pressão pela válvula de saída. Abrimos a bomba e retiramos as partes remanescentes do
fusível metálico dos eletrodos, medimos as sobras em centímetros e calculamos as
calorias do metal queimado (cada cm=2,3 cal). Lavamos as paredes internas da bomba
com água destilada e coletamos em becker. Titulamos o lavado com solução de
carbonato de sódio utilizando o vermelho de metila como indicador, para determinar a
quantidade de ácido formado pela oxidação de compostos nitrogenados e sulfurados
(cada ml gasto corresponde a uma caloria). Corrigimos as temperaturas inicial e final pela
curva de calibração fornecida com os termômetros. A inicial é a do momento da queima
da amostra e a final é a temperatura máxima alcançada.
Também fizemos a determinação da Energia Bruta utilizando a bomba calorimétrica
automática, que elimina as chances de erro humano.

 Resultados

Ao término da combustão da amostra de capim napier obteve-se o valor, informado


pelo software, da energia bruta da amostra. O valor obtido foi de 3677 cal/g. Desse valor
fornecido já estão descontados a energia bruta do filete de algodão, a qual é 16 calorias e
da parte da resistência queimada, a qual é de 12 calorias. O fator de correção da bomba é
de 1387 cal/ºF.

Determinação do Cálcio

 Princípios e aplicação

O cálcio é um dos minerais de grande importância para a alimentação animal. Suas


principais funções no organismo são: formação de ossos e dentes; excitação muscular,
principalmente cardíaca; transmissão nervosa; integridade da membrana; coagulação
sanguínea e produção de leite. O cálcio está presente em pastagens e plantas
forrageiras, principais alimentos que compõem a dieta dos animais de produção; o
conteúdo de mineral da forragem depende de vários fatores, como solo, clima e espécie
forrageira e sua maturidade. Apesar disso, o consumo apenas destas geralmente não
atende as exigências de cálcio dos animais, assim há necessidade de suplementação
com complexos minerais.
A quantidade de cálcio presente na composição de determinado alimento pode ser
definida por meio de análises bromatológicas. No presente trabalho buscou-se avaliar a
quantidade de cálcio presente numa amostra de capim napier. Em uma solução mineral,
preparada a partir das cinzas de uma amostra previamente desidratada a 65º C,
acrescenta-se um pigmento capaz de reagir com o cálcio, mudando assim a coloração da
solução. Em seguida por meio da titulação com EDTA determina-se a quantidade de
cálcio presente na amostra. É válido ressaltar que haverão outros minerais constituintes
da amostra, como o zinco, cobre, fósforo, manganês, ferro e alumínio; que por sua vez
poderão influenciar na reação, assim eles devem ser cristalizados e filtrados da solução.

 Procedimentos

Primeiramente, preparamos a solução mineral. Pesamos cerca de 2g da amostra de


capim Napier em cadinho e incineramos até obtenção de cinza. Adicionamos cerca de 20
ml de HCl 1:1 e deixamos em repouso por aproximadamente 20 minutos, desidratando a
sílica e solubilizando os minerais. Filtramos o conteúdo do cadinho utilizando papel filtro
comum, funil analítico e balão volumétrico de 100 ml, lavando várias vezes o cadinho com
água destilada, e completamos o volume do balão.
Pipetamos, então, 40 ml da solução mineral previamente preparada, e a transferimos
para um Becker. A seguir, adicionamos 20 ml de molibdato de amônio a 5% e 1 ml de
ácido clorídrico a 10%, e levamos o Becker à chapa aquecedora (80 ºC) para completa
precipitação. Deixamos esfriar e filtramos em papel filtro, recolhendo o filtrado em
Erlenmeyer . Fizemos sucessivas lavagens com água destilada até a extração completa.
Juntamos ao filtrado 20 ml de hidróxido de sódio a 4N, elevando o pH da solução, que
passa de cor amarela para branca cristalina. Juntamos ao filtrado 5 ml de cianeto de
potássio a 0,1N e 5 ml de trietanolamina a 20%, completando o volume até 300 ml com
água destilada, e adicionamos uma pitada da mistura de calcon (indicador). Titulamos
com E.D.T.A. 0,02 M até a viragem de cor rosa avermelhado para azul intenso. Foi feita
uma prova em branco, testando os reagentes, para que quando medíssemos o volume de
E.D.T.A. adicionado (que é proporcional à quantidade de cálcio presente na amostra) nós
descontássemos o branco (contaminação dos reagentes). O branco foi igual a zero, ou
seja, não houve contaminação dos reagentes.

 Resultados

O volume de E.D.T.A. gasto para a titulação da amostra teste foi de 11 ml. Verificou-se
previamente que o volume de E.D.T.A. gasto para a titulação do branco foi igual a 0. Ao
substituir os valores adequados na equação abaixo, obtém-se a porcentagem de cálcio na
matéria seca a 65ºC.

%Ca=

, onde

V = volume de E.DT.A. gasto na titulação do teste


VB = volume de E.D.T.A. gasto na titulação do branco
F = fator de correção do E.D.T.A.
M = molaridade do E.D.T.A.
P = peso em gramas da amostra
0,04 = equivalente em grama de cálcio para 1 ml de E.D.T.A.
Alíquota = volume em ml da solução utilizada para a análise
100 = volume do balão utilizado para preparo da solução mineral

%Ca =

= 1,072

Como exposto anteriormente, a matéria seca a 65ºC empregada apresenta 4% de


umidade e, portanto, o teor de cálcio na amostra isenta de umidade é de 1,12%, conforme
indicam os cálculos abaixo:
96% 1,072%
100% x
x = 1,116%

AULA PRÁTICA 6

Determinação de Fósforo Total (Método Colorimétrico)

 Princípios e aplicação

O fósforo é um dos principais macronutrientes que devem compor uma dieta


saudável e balanceada, isso porque está envolvido em uma série de ações no
metabolismo animal, dentre suas funções básicas citam-se: formação óssea e dentária;
atividade enzimática, sobretudo como coenzima de vários complexos da vitamina B;
formação da coluna, participando assim na transmissão dos impulsos nervosos; formação
de fosfolipídios; constituição da molécula de DNA e RNA e fosforilação para a formação
de ATP. Esse mineral pode ser encontrado em muitas plantas forrageiras em diferentes
proporções, sendo indispensável à nutrição de animais de produção.
Para determinar a quantidade de fósforo presente em um alimento utiliza-se o
método colorimétrico, nesse trabalho objetivou-se analisar o capim napier. Esse método
consiste na reação do fósforo, presente em uma solução mineral, com molibdato de
amônio, formando amônio fosfomolibdato que será reduzido pela vitamina C (esta não
reage com molibdato de amônio). Por ser um método colorimétrico, a quantidade de
fósforo deve ser determinada medindo-se a intensidade da coloração azul de molibdênio
produzida pela reação do amônio fosfomolibdato com a vitamina C.

 Procedimentos

Transferimos 0,5 ml da solução mineral proveniente de capim Napier para um balão.


Pipetamos 0,2 ml da solução mineral. Acrescentamos 20 ml de água destilada e
adicionamos 5 ml da solução ácida de molibdato de amônio. Adicionamos 2 ml de
vitamina C a 2% recentemente preparada. Por fim, completamos o volume com água
destilada e após 5 minutos fizemos a leitura em absorbância, como na curva padrão.

 Resultados

Para a determinação do teor de fósforo da amostra fez-se necessário emprego da


equação de regressão da concentração de fósforoem ppm (x) e absorbância (y). Tal
equação segue a forma ax+b=0. Os valores de a e b foram previamente determinados a
partir da construção da curva padrão que relaciona a absorbância e a concentração de
fósforo na amostra, sendo a=-0,081 e b=0,4515.
Equação da curva padrão:

y = -0,081+,04515x

Por meio da seguinte equação pôde-se determinar o teor de fósforo da amostra:


%P = , onde

Abs = absorbância da amostra (y)


a = -0,081
b = 0,4515
Dil = diluição da amostra

Dil = , onde

Alíquota = volume em ml da solução mineral


Peso = peso em gramas da amostra
50 ml = volume do balão utilizado na diluição da alíquota
100 ml = volume da primeira diluição amostra para preparo da solução mineral

Dil = = 5000

%P = = 0,23%

A amostra empregada apresenta, portanto, 0,23% de fósforo

Determinação de Atividade Ureática (Método Potenciométrico)

 Princípios e aplicação

A atividade ureática baseia-se na técnica de qualificar a presença de fatores


antinutricionais de amostras de leguminosas, grãos, feijões em geral e seus subprodutos,
por meio da variação de pH em função da liberação de amônia. Nesse processo a enzima
uréase reage com a uréia formando NH3 e NH4, responsáveis pelo aumento do pH do
meio. Quando isso ocorre é um indicativo de processamento por calor ineficiente, dessa
maneira é possível determinar a qualidade e disponibilidade dos nutrientes na dieta do
animal.

 Procedimentos

Pesamos exatamente duas porções de 0,6 g de amostra de soja previamente moída e


transferimos quantitativamente para dois tubos de ensaio teste e branco,
respectivamente. Adicionamos volumetricamente 30 ml de solução tampão de fosfato pH=
7,0 ao tubo branco. Agitamos por 5 minutos, sem inverter. Esta foi a prova em branco.
Adicionamos, volumetricamente, 30 mL de solução tamponada de uréia pH 7,0 ao tubo
teste. Agitamos por 5 minutos, sem inverter.
Transferimos o líquido sobrenadante para um copo e medimos o pH dos tubos teste e
branco. Tal procedimento foi realizado para duas amostras: uma amostra de soja tostada
e uma amostra de soja crua. Os pesos exatos utilizados no procedimento foram:

Soja Tostada Soja Crua


Tubo Branco 0,6011g 0,6004g
Tubo Teste 0,6013g 0,6002g

 Resultados

O valor de pH obtido para o branco da amostra de soja crua foi de 7,27. Para a
amostra teste, o valor foi de 7,57. Já para a amostra de soja tostada, o pH do branco e do
teste foi, respectivamente, 7,28 e 7,50.
A atividade ureática é obtida pela seguinte equação:

AU = pHa – pHb, onde

pHa =pH do teste


pHb = pH do branco

A atividade ureática obtida da soja crua foi 0,3. Esse valor indica que houve um
adequado processamento do grão. Já para a soja tostada, a atividade ureática foi de
0,22.Esse resultado, contudo, confronta com o esperado, uma vez que normalmente a
atividade ureática da soja crua ultrapassa 0,5, indicando ausência de processamento por
calor. Uma possível explicação para essa observação é o fato de que a amostra foi
colhida no mês de março, de modo que pode ter havido uma perda natural da atividade
ureática.

Determinação de Ácidos Graxos Voláteis em Líquido de Rúmen

 Princípios e aplicação

A técnica de cromatografia gasosa (CG), visa determinar o perfil dos ácidos graxos voláteis
advindos da fermentação ruminal, que seriam os ácidos acético, propiônico e butírico. Estes serão
analisados por um aparelho que irá oferecer dados dos parâmetros: tempo de retenção, área e
concentração; e a partir deles realiza-se uma comparação entre os valores padrão e os
encontrados na amostra.

 Procedimentos

Foi utilizada uma amostra de líquido ruminal, adicionada de ácido fórmico, que foi
congelada antes de fazermos a análise. Realizou-se, então, a injeção e separação do
ácido acético, propiônico e butírico por cromatografia gasosa, estando o cromatógrafo
previamente pré-estabilizado. O cromatógrafo lança um gráfico, onde o eixo X indica o
tempo e o eixo Y indica a voltagem: o momento da saída do ácido graxo volátil indica qual
é o ácido graxo (sabe-se disso baseado em um padrão pré-estabelecido), e
determinamos a quantidade que está saindo pela área do pico, dada pelo tempo e pela
voltagem.

 Resultados

Para a determinação da concentração dos ácidos graxos voláteis presentes na


amostra de líquido ruminalforam empregados o cromatograma padrão e o cromatograma
da amostra. Os resultados de ambos os gráficos estão expressos na seguinte tabela.

Cromatograma padrão Cromatograma da amostra


AGV
Área Concentração Área Concentração
Ácido acético 87292416 68,020 106712998 83,153
Ácidopropiônico 56685518 20,930 60171764 22,217
Ácidobutírico 58970349 15,700 67176725 17,885

As concentrações dos ácidos acéticos, propiônico e butírico obtidas foram,


respectivamente 83,153mM, 22,217mM e 17,885 mM.

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