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2.

Globalização e Dinâmica Capitalista no Período Recente (1989-2009)

2.1 Uma Visão Geral

“É difícil demarcar com precisão uma data que simbolize o início da nova onda de
internacionalização dos mercados. Como sempre na história, e especialmente quando
se trata de um processo complexo e com vários ritmos, o novo se mescla com o antigo
ao mesmo tempo que o futuro é criado a partir do presente repleto de possibilidades.
Nesse sentido, a globalização significa um processo que segue algumas tendências já
presentes no passado, mas que agrega novos elementos, trazendo transformações
qualitativas. Daí o fato de chamarmos de globalização e não simplesmente de
internacionalização o atual processo de expansão mundial dos mercados” (Barbosa-
33)

globalização / mundialização → fase específica (estágio mais avançado) do processo


de internacionalização do capital e de evolução do capitalismo
globalização: termo surgido nos anos 80 nas escolas americanas de administração, de
início relacionado às estratégias empresariais, e que embute evidente conteúdo
ideológico

economia → derrocada dos sistemas econômicos socialistas e predomínio do


liberalismo econômico → triunfo do capitalismo, do livre mercado e das forças do
mercado

tecnologia → meios de informação, comunicação e transporte mais ágeis diminuem as


distâncias temporais e geográficas, conectam mercados e aceleram as transações
econômicas (fator dinamizador da globalização)

sociedade → conexão de pessoas, empresas, governos e movimentos sociais a uma


extensa rede de conhecimento, com expansão do armazenamento e do fluxo em
tempo real de informações, notícias e idéias (“sociedade do conhecimento” / “aldeia
global” / “mundo sem fronteiras”)
(questão: a globalização é inevitável ?)

Qual a novidade trazida pela globalização ? quais as transformações relevantes ?


aspectos da globalização (Luciano Coutinho)
a) avanço da concentração de mercados, da consolidação de oligopólios e da
interpenetração patrimonial (com fusões e aquisições), no plano global e dentro dos
blocos regionais
b) rápida difusão de um novo padrão de produção e de gestão na indústria e nos
serviços, caracterizado pela articulação de redes de suprimento e de distribuição (larga
escala com flexibilidade),
c) intensificação dos investimentos diretos no exterior pelos bancos e transnacionais
dos países centrais
d) maior peso do comércio exterior intra-indústria e intrafirma (transnacionais)
e) aceleração intensa e desigual da mudança tecnológica
f) tendência de integração dos mercados financeiros, enorme expansão dos
movimentos de capitais e do volume de transações nos mercados cambiais e ausência
de um padrão monetário mundial estável, situação que amplia a instabilidade cambial
e potencializa os desequilíbrios externos
g) hegemonia tripolar de caráter econômico (contra hegemonia bipolar nuclear-militar
do período anterior), caracterizada por complexa interdependência e integração (mas
com tendência à redução do predomínio americano e aumento do peso da Europa e
Ásia - com enfraquecimento do dólar e fortalecimento do euro e do iene como moeda
internacional e com dinamismo tecnológico industrial maior na Ásia que nos EUA)

aspectos da mundialização (Chesnais – capítulo 1 – pg.33)


a) concentração de capitais de diferentes nacionalidades e da estrutura de oferta,
mediante processos de fusões e aquisições internacionais (pe: Ambev, Renault /
Nissan) → oligopólios mundiais definem um espaço privilegiado de concorrência e de
colaboração, e enormes barreiras à entrada
b) novas formas de gestão da produção (“hierarquias”), articuladas através de
empresas-rede, joint-ventures, cooperação interempresas, terceirização just-in-time,
franchising e licenças de tecnologias
c) internacionalização via IDE supera comércio exterior e empresas passam a ser
transnacionais (integração horizontal e vertical) [vs. empresas multinacionais ou
multidomésticas]
d) intercâmbio intergrupos e intra-setorial de produtos acabados e insumos ganha
relevância (o chamado global sourcing)
e) aumento da dimensão financeira de grupos industriais-manufatureiros e de serviços
f) formação de blocos de comércio regionais: União Européia / Nafta / Mercosul e
tendência de marginalização de países menos desenvolvidos, em vez de dominação /
subordinação (brutal aprofundamento da distância centro-periferia) → países menos
desenvolvidos são pesos mortos, sem interesse econômico ou geopolítico para os
países centrais e seus oligopólios
concentração de mercado no plano mundial

- oligopolização mundial nos setores de manufatura com predomínio de fusões e


aquisições
Exemplos: Peugeot + Nissan, Sony + Columbia, Arcelor + Mittal, Exxon + Mobil,
sueca Astra + inglesa Zeneca, suíças Ciba + Sandoz = Novartis, Philip Morris-Kraft
Foods comprou Nabisco

- concentração e internacionalização dos mercados de energia e serviços (serviços


financeiros / seguros / informática / transporte aéreo / comunicação / comércio e
distribuição / negócios imobiliários / serviços empresariais, como publicidade e
consultoria em gestão e estratégia / serviços de engenharia e montagem) ⇒ formação
de oligopsônios (pequeno número de compradores para um grande número de
vendedores) no comércio atacadista (centrais de compra) e varejista (hipermercados e
lojas de departamento)
Exemplos em Chesnais (pg. 199)

- acumulação e centralização das massas de capital


Grau de concentração dos oligopólios internacionais
Oligopólios Oligopólios Oligopólios
altamente muito moderadamente
concentrados concentrados concentrados
Part. % das 4 empresas líderes 65 a 75% 60 a 65% 50 a 65%
Part. % das 8 empresas líderes Acima de 90% 85 a 90% 70 a 85%
Fonte: Chesnais

Exemplos:
chips: Intel e AMD com 90% do mercado mundial
telefones celulares: Nokia, Motorola, Ericsson, Samsung e Siemens-Benq com 70%
do mercado mundial

- interpenetração das finanças e da indústria = grupos econômicos possuem relação


intensa com os circuitos financeiros, pelo menos se comparada a empreendimentos de
menor porte. Isto pode ocorrer seja porque o grupo inclui um agente financeiro, seja
porque seu potencial de acumulação (do todo e das partes componentes) lhe permite
acesso privilegiado ao mercado financeiro.

- estratégia dos donos do capital para I em ativos = ações (stocks) e títulos (securities)
⇒ lógica rentabilidade / risco / liquidez e seleção de formas de aplicação / de países /
de empresas
[empresas por setores de atuação / por governança corporativa / por responsabilidade
ambiental / social (p.ex.: recusa a empresas que utilizam trabalho infantil ou madeiras
não certificadas)]
2.2 Contexto Político, Institucional e Econômico: A Economia Política da
Globalização

- fortalecimento da Tríade (América do Norte, Europa e Ásia) → G7-maiores potências


econômicas do mundo: EUA / Canadá / França / Inglaterra / Alemanha / Itália / Japão
(ascensão econômica do Japão e unificação européia nos anos 80)
- ampliação e integração do mercado capitalista mundial: acordos de comércio
regionais (UE, Nafta, Mercosul etc) e introdução do sistema de mercado nos países
socialistas (expansão econômica acelerada da China desde os anos 90)
- fortalecimento dos emergentes → G-20: fórum informal que promove debate aberto
entre países industrializados e emergentes sobre assuntos-chave relacionados
à estabilidade econômica global. O G-20 busca o fortalecimento da arquitetura
financeira internacional e o diálogo sobre políticas nacionais, cooperação
internacional e instituições econômico-financeiras internacionais.
Diferentemente de organizações internacionais como o FMI ou Banco Mundial,
o G-20 não tem pessoal permanente. A presidência do Grupo é anual e rotativa
dentre os membros, sendo o país presidente incumbido de estabelecer um
secretariado provisório durante sua gestão. Criado em resposta às crises
financeiras do final dos anos 90, o G-20 é composto pelos Ministros de
Finanças e Presidentes de Bancos Centrais da União Européia (representada
pela presidência rotativa do Conselho da União Européia e pelo Banco Central
Europeu) e de 19 países: Estados Unidos, Canadá, Japão, Alemanha, França,
Reino Unido, Itália, Rússia, Brasil, China, Índia, Arábia Saudita, México,
Argentina, Austrália, Coréia do Sul, Indonésia, Turquia e África do Sul. Para
garantir convergência com instituições internacionais, o FMI e o Banco Mundial
também participam ex-officio das reuniões.

liberalismo econômico

- retomada e predomínio dos valores e postulados do liberalismo econômico:


liberalização / privatização / desregulamentação de mercados (ruptura de regras,
procedimentos, proteções, subsídios e instituições estabelecidas pelo Estado – menor
intromissão do Estado na dinâmica de mercado)
[ideologia: “cada um por si e que prevaleça o mais capaz” (em oposição ao valor de
solidariedade social do Estado do Bem Estar Social)]
- posicionamento de política econômica defendido inicialmente por Margaret Thatcher
(Inglaterra) e Ronald Reagan (EUA) nos anos 80, incorporado a seguir por Helmut
Kohl (Alemanha) e promovido pelas instituições multilaterais internacionais (consenso
de Washington)
- internacionalização pela expansão das trocas, dos investimentos diretos no exterior e
dos fluxos financeiros de capitais
- governos nacionais perdem força (liberalismo econômico) e mercados ganham força
(maior poder econômico das multinacionais e mercados mais abertos e mundialmente
integrados) → mercados sinalizam aos governos, isto é, estabelecem linhas de
conduta desejadas e avaliam permanentemente as condutas → esmagadora maioria
dos países do mundo perde capacidade de conduzir um processo de desenvolvimento
independente ou diferente (perde poder de definir políticas comerciais, tributárias e de
juros e crédito muito diferentes da média)
∴ desafio da globalização aos Estados nacionais: noção de soberania ou de
controle do espaço nacional torna-se mais restrita

políticas econômicas e evolução da economia mundial

- políticas monetárias e de crédito mais restritivas ⇔ desinflação acelerada


- sistema de flutuação das taxas de câmbio entre moedas (desde 1971) e liberalização
dos fluxos de capitais → instabilidade do sistema monetário e cambial internacional
- crise fiscal dos Estados Nacionais → pressionados pelo nível de endividamento
acumulado e pela alta dos juros reais → ↓ do gasto público primário e ↓ participação do
Estado na economia:
a) privatização de serviços públicos;
b) redução do investimento público;
c) menor intervenção estatal na economia, inclusive para disciplinar a relação
capital-trabalho (crescem as formas precárias de contrato de trabalho).

formação de blocos econômicos regionais / acordos regionais e bilaterais de comércio

Tipo Descrição Exemplo


Área de livre Ausência de barreiras tarifárias e não-tarifárias entre países Nafta
comércio
Mercado Área de livre comércio + união aduaneira ou alfandegária Mercosul
comum (tarifas externas comuns p/ produtos importados de terceiros (ainda
países) e livre circulação de capitais e trabalhadores incompleto)
União União aduaneira + políticas macroeconômicas coordenadas, União
econômica legislações nacionais harmonizadas e moeda única Européia

União Européia
- 1957: Tratado de Roma inicia negociações, de início com 6 países (Alemanha /
França / Itália / Bélgica / Luxemburgo / Holanda).
- 1968: área de livre comércio (entrada de Dinamarca, Grã-Bretanha e Irlanda (1973),
Grécia (1981) e Portugal e Espanha (1986)
- 1992: mercado comum (passa a contar com 15 países após entrada de Áustria,
Suécia e Finlândia em 1995).
- 1999: união econômica
- implementação do Mercado Único e negociação do tratado de Maastrich

NAFTA (North America Free Trade Agreement)


- EUA, Canadá e México
- 1994: área de livre comércio e livre fluxo de capitais

Mercosul
- processo de integração regional iniciado em 26/03/1991, com a assinatura do
Tratado de Assunção pelos governos de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai
(Estados Partes) para criação de Mercado Comum e aprofundamento da integração
regional na América do Sul.
- 1995: implantada área de livre comércio e união aduaneira → política tarifária →
Tarifa Externa Comum (TEC) para todo o universo de produtos comercializados com
terceiros países (cerca de 9 mil itens tarifários integram a nomenclatura comum do
Mercosul, com tarifas ad valorem que variam, em geral, de 0% a 20%, de acordo com
a categoria de produtos e a existência ou não de produção regional). Mas ainda não é
um mercado comum (processo incompleto).
- Compromisso do Mercosul é desenvolver e intensificar as relações econômica com
os países da região, únicos que podem aderir e associar-se ao Mercosul, desde que
celebrem os acordos de comércio e os compromissos necessários. Hoje a Venezuela
é Estado Parte em processo de adesão, com vistas a tornar-se membro pleno, e a
Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru são Estados Associados (na qualidade de
convidados, participam das reuniões dos órgãos do Mercosul para tratar temas de
interesse comum, mas sem direito a voto).

relações econômicas internacionais seletivas

- participam ativamente do processo de globalização os países desenvolvidos (cerca


de 40 países) e um número limitado de países em desenvolvimento
- OCDE - Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (grosso
modo, os países desenvolvidos): G7 + Europa (Espanha / Portugal / Áustria / Bélgica /
Dinamarca / Finlândia / Grécia / Irlanda / Holanda / Noruega / Suécia / Suíça / Turquia /
Islândia / Luxemburgo / República Tcheca / Eslováquia / Hungria / Polônia) + Coréia /
Austrália / Nova Zelândia / México
- Grandes países em território e população: China / Rússia / Brasil / Índia
- Tigres Asiáticos: Indonésia / Tailândia / Malásia / Taiwan / Cingapura
- Produtores de petróleo: Oriente Médio / Venezuela / Nigéria
- Outros poucos: Argentina / Chile / África do Sul

dualismo / mundo dividido

- concorrência capitalista mundial → preferência de países com baixos salários e


poucas regras de proteção ao trabalho (precarização dos contratos de trabalho /
trabalho informal) → ↓ do crescimento da remuneração do trabalho assalariado
- desemprego estrutural (menor crescimento mundial / novas tecnologias e
automação / reestruturações e enxugamento das empresas e dos governos)
- ritmo moderado de crescimento da economia mundial
consumo: menor expansão do emprego, renda mais concentrada e maior incerteza
gasto público: pressionado e limitado pelo ônus da carga de juros
investimento: preferência por I financeiros e, no caso de I produtivo, prioridade para
fusões e aquisições e para investimentos em reestruturação / racionalização /
modernização / automação
∴ ↑ remuneração do capital (juros altos e aumento das rendas c/ aplicações
financeiras) e ↓ remuneração do trabalho (emprego e renda individual crescem
menos) → maior desigualdade social (dualismo também dentro dos países)
∴ desconexão / exclusão de países e pessoas = apartheid global = a periferia
fica do lado de fora da cerca (países da África com exportações estagnadas e
elevados níveis de endividamento externo), não integrada ao mundo globalizado
(pessoas que não estão inseridas no mundo do trabalho capitalista, não podem
usufruir os atuais padrões de consumo, não acessam os novos meios de
comunicação virtual, a “exclusão digital” – assistem e às vezes tentam entrar)
(ex.1: população pobre concentrada na Ásia (65%, sobretudo na China, Índia,
Paquistão e Bangladesh) e África (25%); ex.2: força de trabalho mundial = 3
bilhões de pessoas; pessoas com trabalho precário ou informal = 750 milhões
(25% do total) e pessoas desempregadas = 150 milhões (5% do total); ex.3: % da
população conectada à internet em 2000: 7% no mundo; 30% nos EUA; 40% na
Escandinávia; 1% nos países em desenvolvimento; ex.4: países desenvolvidos
respondem por 83% dos computadores pessoais e 65% das linhas telefônicas
existentes no mundo – Barbosa 78-80)

[obs: se padrão de consumo da parte desenvolvida-integrada do mundo fosse


expandido e generalizado para todo o mundo, seria inviável em termos do consumo de
recursos naturais – água / energia - e do impacto sobre meio ambiente – emissões /
poluição]
2.3 Instituições Multilaterais, Liberalismo e Consenso de Washington

- a globalização econômica determinou alterações nas atribuições do FMI e do Banco


Mundial, instituições multilaterais criadas no pós-guerra, bem como levou à efetiva
criação de outra instituição internacional, a OMC.
- dois aspectos, porém, não mudaram e continuam prevalecendo:
a) são organizações multilaterais e não globais, ou seja, são fóruns de
negociação de propostas e de políticas formuladas por países, não são um poder
global sobreposto e autônomo em relação ao poder dos Estados Nacionais;
b) as atribuições, temas debatidos e deliberações dessas organizações traduzem
o posicionamento e os interesses dos países desenvolvidos mais fortes, e muitas
vezes são definidos de antemão em fóruns como o G7 e a OCDE.
[no caso do FMI, EUA, Japão, Alemanha, Inglaterra e França respondem por 40% dos
recursos das instituições e por 1/3 dos votos]

- as instituições multilaterais passam a promover, recomendar e viabilizar o processo


mundial de liberalização econômica e abertura de mercados, estimulado pelos países
desenvolvidos, e negociado entre países através de acordos internacionais e regionais
complementares

OMC – Organização Mundial do Comércio


Organização criada em 1995 com o objetivo de regular as relações comerciais
internacionais e as políticas de comércio exterior dos países do mundo, e de promover
a crescente abertura dos mercados. A OMC estabelece normas e fóruns de resolução
de conflitos comerciais (os países membros podem encaminhar consultas ou solicitar
painéis ao órgão de solução de controvérsias – uma espécie de tribunal para
julgamento) e meios de coerção e sanção a países que descumpram normas ou
decisões em conflitos comerciais. Proposta em Bretton Woods, a OMC é composta por
142 países e tem sede em Genebra na Suíça, e substituiu o GATT. De fato, sua
criação se deu em simultâneo à Rodada Uruguai GATT de negociação comercial. A
OMC também adota o mecanismo de rodadas de negociação (Barbosa 96-97).

Rodada Uruguai do GATT


- negociação concluída em dezembro de 1993: EUA e UE estabeleceram uma aliança
para derrubar os níveis de proteção a bens industriais, e não priorizar a liberalização
agrícola:
a) produtos industriais: forte redução das tarifas de importação máximas e das
tarifas de importação praticadas;
b) produtos agrícolas: maior transparência na estrutura de proteção (troca de
barreiras não-tarifárias por barreiras tarifárias altas), mas com pequena
diminuição nos subsídios praticados (ex: alíquota tarifária da EU para carne
bovina baixou de 213% para 141% e para açúcar de 310% para 248%);
c) serviços: significativa abertura econômica, com forte pressão americana
(Coalition of services industries)
d) abertura dos países para investimentos
e) regras internacionais de proteção intelectual (TRIP = trade-related aspects of
intellectual property rights = direitos de propriedade intelectual)

Rodada Seattle / Doha da OMC – Rodada do Milênio


- negociação iniciada em 1999 e ainda não concluída até 2009, devido ao impasse
relacionado aos produtos agrícolas → provável fracasso

FMI – Fundo Monetário Internacional


A partir dos anos 80, quando eclode a crise da dívida externa dos países em
desenvolvimento, o FMI transforma-se na “polícia financeira” mundial (termo usado por
Barbosa–94), isto é, passa a cumprir o papel de assegurar que os fluxos financeiros
não sejam descontinuados por decorrência de crises de balanço de pagamentos dos
países associados. O FMI continua a financiar os desequilíbrios externos dos países,
mas passa exigir condicionalidades na política econômica. A premissa básica é a de
que se o país apresenta desajustes e está em dificuldades é por decorrência de
políticas econômicas ruins, que portanto devem ser mudadas e corrigidas, sempre em
direção às propostas do Consenso de Washington – menos governo, menos proteção,
menos subsídio e reforço do sistema financeiro (mas a questão é que os movimentos
cada vez mais bruscos dos fluxos de capitais podem gerar crises externas, sobretudo
quando exista no país a ampla abertura financeira propugnada pelo FMI).

Banco Mundial – BIRD – Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento


A partir dos anos 80, o Banco Mundial passa a conceder financiamentos para melhoria
da eficiência do próprio setor público (por exemplo, eficiência na arrecadação
tributária) e amplia a destinação de recursos para políticas sociais (sobretudo
educação) em detrimento dos financiamentos para infra-estrutura.

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