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Alguns estados e municípios decretaram Calamidade pública. Isso tem gerado um debate
muito fervoroso pois, segundo o eleitorado do Presidente da República Jair Messias
Bolsonaro, está havendo uma violação da lei.
O argumento utilizado se baseia no Artigo 84 da constituição que dá ao Presidente poder
de decretar estado de defesa, estado de sítio e fazer intervenções federais:
Porém, nenhum líder dos estados ou municípios declarou estado de defesa. Foi requerido
que o Executivo federal reconhecesse o estado de calamidade pública. Essa decisão está
fundamentada no Decreto nº 7.257 de 4 de Agosto de 2010. Nesse documento é decretado
que o Executivo federal deverá se comprometer em apoiar os Estados, municípios e o
Distrito Federal em situações de calamidade:
“O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84,
incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Medida
Provisória no 494, de 2 de julho de 2010, DECRETA:
Art. 1º O Poder Executivo federal apoiará, de forma complementar, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios em situação de emergência ou estado de calamidade pública,
provocados por desastres. (...)
IV - estado de calamidade pública: situação anormal, provocada por desastres, causando
danos e prejuízos que impliquem o comprometimento substancial da capacidade de
resposta do poder público do ente atingido; (...)”
"CAPÍTULO II
DO RECONHECIMENTO DA SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA E DO
ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA
Art. 7
O reconhecimento da situação de emergência ou do estado de calamidade pública pelo
Poder Executivo federal se dará mediante requerimento do Poder Executivo do Estado,
do Distrito Federal ou do Município afetado pelo desastre. (...)"
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
"Faço saber que o Congresso Nacional aprovou, e eu, Antonio Anastasia, Primeiro Vice-
Presidente do Senado Federal, no exercício da Presidência, nos termos do parágrafo único
do art. 52 do Regimento Comum e do inciso XXVIII do art. 48 do Regimento Interno do
Senado Federal, promulgo o seguinte:
DECRETO LEGISLATIVO
Nº 6, DE 2020
Reconhece, para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº 101,
de 4 de maio de 2000, a ocorrência do estado de calamidade
pública, nos termos da solicitação do Presidente da República
encaminhada por meio da Mensagem nº 93, de 18 de março de
2020."
A polêmica da MP 926/20
Porém, a MP foi dada como assim inconstitucional pois fere o Artigo 23 da Constituição,
mais precisamente no inciso II:
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios:
Com base nos dados apresentados resumo que os Estados requereram do Presidente da
República reconhecimento de calamidade pública. O mesmo, através da mensagem nº 93
de 18 de Março de 2020 e amparado pelo Decreto nº 7.257 de 4 de Agosto de 2010;
Capítulo II; Artigo 7, solicitou reconhecimento ao congresso. O Senado respondeu com
o DECRETO LEGISLATIVO Nº 6, DE 2020. Então a situação de Calamidade Pública
foi reconhecida. Os Estados amparados do Artigo 23, inciso II da Constituição
derrubaram a MP 926/20 por inconstitucionalidade e continuam a exercer autonomia nas
decisões que envolvem a saúde pública de suas localidades. E o poder Executivo federal
deve, obrigatoriamente, fornecer ajuda complementar com base no Artigo 1º do Decreto
nº 7.257/2010.
Windson Trevizoli
Quarta-feira, 22 de Abril de 2020, 17:01 horas.