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Professor: Milena Pimenta Machado Turma: 7º “B” Noturno

Discente: Aldecir Gomes da Silva RA: 2017001887

LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA E CUMPRIMENTO DEFINITIVO DA SENTENÇA

Buscaremos traçar em poucas palavras suscinta abordagem sobre a Liquidação de


sentença, que se trata de um procedimento que tem por objetivo dotar a sentença genérica de
permitir a sua execução. Deste modo é importante considerar os tipos existentes de
liquidação, pois ela pode ocorrer mediante duas modalidades: por arbitramento ou por
artigos e liquidação por cálculos.
Quando a liquidação é feita por arbitramento quando há necessidade de ser estimado
o valor com base em alguns parâmetros, e é feita pelo procedimento comum, outrora
denominado de “liquidação por artigos", quando o seu valor somente puder ser determinado,
posteriormente, mediante a comprovação de fatos. Conforme apresenta em lei:

Art. 509 CPC. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida,


proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor:
I – Por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes
ou exigido pela natureza do objeto da liquidação;
II – Pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato
novo. (BRASIL, 2015)

Já a que tem por definição “liquidação por cálculos", na verdade, não se enquadra
em uma modalidade de liquidação, haja vista que a liquidez da sentença depende unicamente
da realização de contas aritméticas para atualizar o valor da condenação. Ainda que haja a
necessidade de realização de cálculos, a lei processual determina que o credor deve requerer,
desde logo, o cumprimento da sentença, e não a sua liquidação. Vejamos o que segue a letra
de lei: “Art. 509, §2º CPC. Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo
aritmético, o credor poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença”.
É preciso lembrar que nestes tipos de liquidação, é preciso que o STJ tenha
entendimento sumulado no sentido de que “a liquidação por forma diversa estabelecida na
sentença não ofende a coisa julgada" (súmula 344 STJ).
A fim de facilitar o procedimento de liquidação, a lei trouxe norma programática no
sentido de o Conselho Nacional de Justiça dever colocar à disposição dos interessados um
programa de atualização financeira, previsto no “Art. 509, §3º CPC. O Conselho Nacional de
Justiça desenvolverá e colocará à disposição dos interessados programa de atualização
financeira”. (BRASIL, 2015)
Importa observar que se a sentença contiver uma parte líquida e outra ilíquida, o
credor não precisará aguardar a finalização da fase de liquidação para promover a sua
execução, podendo executar, desde logo, a parte que detiver liquidez. Do mesmo modo, se a
liquidação for dada por cálculos, poderá o credor, também, requerer, desde logo, o
cumprimento da sentença. Veja “Art. 509, §1º CPC. Quando na sentença houver uma parte
líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a execução daquela, e,
em autos apartados, a liquidação desta”. (BRASIL, 2015)
Em respeito à coisa julgada, as partes não poderão rediscutir a lide na fase de
liquidação, prestando-se esta, tão somente, a conferir liquidez à decisão judicial já transitada
em julgado.

Art. 509, §4º CPC. Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a
sentença que a julgou. O procedimento da fase de liquidação é autoexplicativo e
está disposto na lei processual nos seguintes termos:
Art. 510 CPC. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a
apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso
não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o
procedimento da prova pericial.
Art. 511 CPC. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a
intimação do requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a
que estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15
(quinze) dias, observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte
Especial deste Código.
Art. 512 CPC. A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso,
processando-se em autos apartados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante
instruir o pedido com cópias das peças processuais pertinentes. (BRASIL, 2015)

Por último é indispensável mencionar que a respeito do procedimento de liquidação,


cumpre fazer apenas duas observações: Não apenas o credor, mas, também, o devedor, podem
requerer que seja iniciada a fase de liquidação (art. 509, caput do CPC); e repare que a lei
processual admite a “liquidação provisória".

CUMPRIMENTO DEFINITIVO DA SENTENÇA

Existindo um título judicial que não seja uma sentença ainda não transitada em
julgado o procedimento a ser seguido para execução da obrigação será o cumprimento
definitivo da sentença. Tratando se de obrigação pecuniária a previsão legal está nos artigos
523 a 527 do CPC, que podemos dizer cuidar-se de um procedimento comum.
O cumprimento de sentença definitivo está previsto no artigo Art. 523 CPC.
No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de
decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a
requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no
prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. (BRASIL, 2015)

Estabelece o parágrafo 1º deste artigo que, não sendo feito o pagamento pelo credor
no prazo previsto no caput, o valor será acrescido de multa de 10% (dez por cento) e,
também, de honorários de advogado de também 10% (dez por cento), tal dispositivo visa
forçar o adimplemento da obrigação. Por outro lado, se a obrigação for parcialmente
cumprida a multa incidiram apenas na parte restante da obrigação conforme o parágrafo
segundo do mesmo artigo, caso a obrigação não seja cumprida o juiz expede mandado de
penhora e avaliação seguindo–se os atos de expropriação, parágrafo terceiro.
O credor deverá especificar, ao formular o seu pleito, de forma clara e
compreensível, o demonstrativo do cálculo, devidamente atualizado (juros e correção
monetária) e, desde que possível, indicar bens penhoráveis (art. 524 CPC).
Transcorrido o prazo para pagamento previsto no artigo 523 CPC, que são de15 dias,
sem o cumprimento da obrigação ou cumprida para evitar os efeitos da mora, querendo o
credor terá prazo de 15 dias para apresentar nos próprios autos sua impugnação.
Aplica-se aqui o mesmo o quanto foi dito sobre a impugnação no cumprimento
provisório da Sentença.
Segundo Tucci (2015):

Com o trânsito em julgado da sentença que reconhece o dever de pagar quantia


certa, a respectiva obrigação torna-se exigível. A teor do novo artigo 526 CPC, o
devedor, antecipando-se, poderá oferecer, mediante petição, o pagamento do valor
que acredita devido, instruindo-a com memória de cálculo. O credor deverá
manifestar-se em cinco dias, podendo impugnar a quantia apresentada e levantá-la
como parcela incontroversa.
Se for realmente insuficiente o depósito, a execução prosseguirá pela diferença, com
a incidência de 10% de multa e 10% de verba honorária, seguindo-se a penhora.
Contudo, se o credor não se opuser ou mesmo concordar com o valor depositado, o
juiz declarará adimplida a obrigação e, com fundamento nos artigos 526 CPC,
parágrafo 3° c/c 924 CPC, inciso II, extinguirá o processo.
Por outro lado, não satisfeito voluntariamente o direito do credor, inaugura-se, nos
mesmos autos, a fase de cumprimento definitivo da sentença, mediante requerimento
do exequente (artigo 513 CPC, parágrafo 1°).

Portanto o cumprimento definitivo da sentença pode ser entendido como uma fase
que segue ao processo de conhecimento que tenha sido transitado em julgado visando a
satisfação do que fora decidido neste processo e também como o meio eficaz para executar
um título judicial que não advenha de uma decisão judicial mas que o legislador alçou a título
executivo judicial.
Referências

JUNIOR. Humberto Teodoro, Processo Civil Brasileiro, Novos Rumos a partir do CPC/2015,
Editora Del Rey, Edição 2016.

TUCCI, José Rogério Cruz, Novo CPC traz mudanças no cumprimento definitivo da
sentença, 2015. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/2015-nov-17/paradoxo-corte-
cpc-traz-mudancas-cumprimento-definitivo-sentenca> Acesso em: 26 março 2020.

SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA, Súmula 344, Corte Especial, Julgado em 07/11/2007,


DJ 28/11/2007, p. 225.

BRASIL. Código de Processo Civil (2015). Código de Processo Civil Brasileiro. Brasília,
DF: Senado, 2015.

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