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I SEMANA DA ENGENHARIA DO CAMPUS DO MUCURI

MUCURI: construindo os vales do presente. “Engenharia e Desenvolvimento”


UFVJM, Campus do Mucuri, Teófilo Otoni, MG – 01 a 05 de outubro de 2019

PROTÓTIPO TRATADOR DE ANIMAIS AUTOMATIZADO COM


ARDUINO

Daniel de Carvalho Gonçalves


Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
arvalhodanielg@gmail.com

Eloísio Gaudêncio Rodrigues dos Santos


Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
Gau-@live.com

Josimar Dantas Botelho


Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
josimardantas_espinosa@hotmail.com

Kassandra Keila Fernandes Costa Batista


Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
fckassandra@hotmail.com

Categoria: Ensino
I SEMANA DA ENGENHARIA DO CAMPUS DO MUCURI
MUCURI: construindo os vales do presente. “Engenharia e Desenvolvimento”
UFVJM, Campus do Mucuri, Teófilo Otoni, MG – 01 a 05 de outubro de 2019

Protótipo Tratador de Animais Automatizado com Arduino

Resumo
O presente artigo apresenta o desenvolvimento do protótipo de um dispositivo Tratador de
Animais automatizado com Arduino, levando em consideração a redução do problemas
associados a gestão de tempo em relação ao controle de alimentação dos animas, com o
intuito de simplificar e reduzir tarefas cotidianas, além de garantir a dieta controlada desses
animais, estabelecendo de maneira ainda mais eficaz o mutualismo entre ser humano e animal
de estimação. O Arduino associado visa a programação de dois dispositivos de controle,
sendo um para controle de tempo, e o outro para controle de volume de ração, de forma que
sensor de nível permitirá a liberação limitada de ração em horário especificados pelo tratador.

PALAVRAS-CHAVE: Prototipo, Tratador de animais, Arduindo;

1. Introdução

A relação animal-homem tornou-se muito importante ao longo da história da


humanidade, Tatibana et. al (2009, p.13) afirma que a domesticação canina e felina ocorreu
em Israel, a cerca de 12.000 anos atrás, contudo, tem-se evidências que a domesticação teve
início há mais de 100 anos antes, a partir do momento no qual os ancestrais antropos
abrigaram filhotes de lobo, configurando-se assim uma relação de mutualismo na qual o cão
ajudava na caça e na proteção em troca de alimento. Por outro lado, os animais domesticados
ou pets são capazes de proporcionar melhoria na qualidade de vida dos seres humanos, pois
eleva o estado de bem-estar, conforme relata Costa (2006), bem como diminui o sentimento
de solidão.
Este cenário de interação homem-animal permitiu o aumento da população de animais
de estimação, pois consoante os dados do ABINPET (2018), estima-se que no Brasil há cerca
de 132,4 milhões de pets, sendo 52,2 milhões o total de cães e 22,1 milhões para o total de
gatos, contribuindo assim para o faturamento do mercado brasileiro, uma vez que o Brasil é o
quarto país maior do mundo em população total de animais de estimação, obtendo a receita de
R$ 18, 9 bilhões de reais no ano de 2016. ABINPET (2018).
Bem, essa associação mutualista, evidentemente, benéfica também trouxe a obrigação
do homem gestor prover alimento ao animal de estimação, apesar disso o advento da
industrialização propiciou a ausência do homem de sua habitação para trabalhar, tornando a
rotina diária restrita. Conforme Putarov (2016, p.54), cães necessitam alimentar-se de 1 a 2
vezes por dia, e possuem a ingestão de comida de maneira rápida, enquanto gatos realizam
várias refeições diárias contudo com ingestão mais lenta. Sendo assim, gerou-se a
preocupação do fornecimento de ração para o animal enquanto o gestor-tratador mantém-se
ausente do lar.
Neto et. al (2017, p.4) observa que a modernidade na era dos Softwares permite a
eficácia do tempo. A partir dessa visão de modernização e gestão do espaço-tempo, bem
como a gestão da manutenção da alimentação do animal doméstico nos intervalos
apropriados, elaborou-se o seguinte projeto que visa a construção de um Tratador de Animais
Automatizado com Arduino. Visa-se, também, a utilização do equipamento em locais
públicos, tais como universidades, praças, e locais com muitos animais, por exemplo, casas de
adoção de animais, visto que a implementação de um sistema automatizado para tais
circunstâncias permite facilitar e simplificar as tarefas do responsável tratador, bem como
garantir a dieta controlada desses animais.
Portanto, o objetivo principal deste projeto baseia-se na construção de um protótipo
automatizado que promova o tratamento de cães e animais, garantindo que a ração esteja no
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cocho de alimentação nas horas especificadas, sem desperdícios, uma vez que o volume de
ração será controlado por um sensor, nos intervalos pré-estabelecidos de maneira ágil e
adequado a dieta do animal.
Dessarte, justifica-se, o presente trabalho, tendo em vista a criação de um dispositivo
automatizado que permita reduzir os problemas associados a gestão de tempo em relação ao
controle de alimentação dos animas, bem como o aprimoramento do processo e
gerenciamento de rações, de forma que o animal a ser tratado possa ter uma rotina alimentar
organizada. Ressalta-se que mecanização do protótipo proposto será realizada com a
programação de dois dispositivos de controle, sendo um para controle de tempo, e o outro
para controle de volume de ração, de forma que sensor de nível permitirá a liberação limitada
de ração em horário especificados pelo tratador, evitando excessos e faltas de ração.

2. Materiais e métodos

2.1 Montagem mecânica do alimentador automatizado

Para a montagem do alimentador automatizado, incialmente, desenvolve-se a parte


mecânica do mesmo, para tal, foram utilizados os insumos, descritos no quadro 1, a seguir.

Quadro 1. Material para produção mecânica do alimentador

Referência Quantidade Descrição Material


1 1 1 metro tubo 100mm PVC
2 1 0,4 metro tubo 20mm PVC
3 1 0,3 metro tubo 75mm PVC
4 2 ‘T’s PVC 75mm PVC
5 2 cotovelo 75mm PVC
6 2 ‘CAP’ 75mm PVC
7 1 ‘CAP’ 100mm PVC
8 1 ‘CAP’ 20mm PVC
9 1 redução 100 /7 PVC
10 1 luva 100mm PVC
11 2 braçadeira 75mm Aço
12 1 braçadeira tipo U 30mm Aço
13 1 motor elétrico 12V
14 1 polia 50mm
15 1 Correia
16 1 Tábua 43cmx28cm Madeira
17 1 Resina epóxi (durepoxi)
18 1 Suporte PVC
19 1 Relê
20 1 Arduino
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21 1 Sensor ultrassônico
22 1 Fios elétricos

Para a montagem do alimentador utilizou-se ferramentas tais como: chave de fenda e


estrela, serra, lixa cola para PVC. De modo a ilustrar, alguns insumos estão evidenciados na
figura 1.

Figura 1. Insumos para parte mecânica do tratador automatizado

A parte interna do alimentador é composta de uma rosca transportadora, para produzi-


la foi necessário o uso de resina epóxi (durepoxi) como ilustrada na figura 2.

Figura 2. Rosca transportadora.

Em relação ao custo do material para produção do projeto de tratador automatizado


com Arduino, o mesmo foi calculado no valor de quarenta e R$ 48,45 para os insumos gerais,
da parte mecânica do equipamento, adquiridos numa loja de material de construção localizada
na da cidade de Teófilo Otoni – MG, sendo o nome da mesma preservado. Os produtos
relativos ao material para implementação da parte eletrônica foram adquiridos através de
compra online, totalizando o valor de R$ 29,33, sendo R$8,50 sensor, R$ 7,00 para o relê e
R$ 13,83 de frete.

2.2 Desenvolvimento do Código Arduino e Seleção dos componentes eletrônicos do


alimentador automatizado
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Conforme Oliveira et. al (2019), a construção de projetos com o Arduino envolve o


conhecimento básico de Eletrônica, permitindo assim, identificar os componentes a serem
utilizados, bem como o funcionamento do mesmo.
Por conseguinte, para a implementação do código, configurou-se os processos de
funcionamento do Arduino por etapas, inicialmente descreveu-se as fases de programação e
execução através de um fluxograma correspondente, conforme a figura 3, abaixo.

Figura 3. Fluxograma das Etapas de execução do c do Arduino

Uma vez produzida a parte mecânica do projeto, incrementou-se o mesmo por meio da
instalação da parte elétrica, sendo esta composta por fios, Arduino, relê, e um sensor
ultrassônico.

2.2.1 Componentes Eletrônicos

Considerando que o modelo de arduino empregado possui um contador de tempo


interno, descartou-se a possibilidade de uso de outro sensor para contagem de tempo, por
outro lado, ao ser analisado a questão da distância mímima entre objeto e ração, utilizou-se
um sensor utrassônico, representado na figura 4.

Fonte: FILIPEFLOP (2011).

Figura 4. Modelo Sensor Ultrassônico.

Nota-se que a relação sensor ultrassonico e arduino produz a informação relativa a


distância entre o objeto e o sensor. Ressalta-se que o sensor empregado no projeto opera com
uma tensão 𝑑𝑒 5𝑉 𝐷𝐶, e com corrente de 15𝑚𝐴, com cerca de 2𝑐𝑚 a 4𝑐𝑚 de alcance, logo,
avalia-se para tanto uma margem de erro de ±3𝑚𝑚.
Tendo em vista que o Arduino opera com uma tensão de 5𝑉 e o motor empregado com uma
tensão de 19𝑉, considerou-se o uso de um relê, bem como uma fonte de 19𝑉 ligada ao
mesmo, de modo que o relê seja acionado pelo Arduino, enquanto o motor é acionado pelo
relê. Sabe-se que o relê atuante opera com uma tensão de 3,3 a 5𝑉, e uma corrente de 15 a
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20𝑚𝐴, de capacidade de 30𝑉𝐷𝐶/10𝐴 e 250𝑉𝐴𝐶/10𝐴, obtendo assim, um tempo de resposta


de 5 a 10ms, conforme a figura 5, ilustrada abaixo.

Fonte: BLOGMASTERWALKERSHOP (201?).

Figura 5. Relê

3. Resultados e discussão

3.1 Desenvolvimento do Código para implementação do Arduino

O Arduino, consoante Oliveira et. al (2018), traduz-se por ser uma plataforma versátil
de prototipagem eletrônica, de hardware e software aberto, sendo de baixo custo e fácil de
manipular. Entende-se por hardware: placa que possui como componente central um
microcontrolador da família ATmega; enquanto, o software que consiste em uma linguagem
de programação e um ambiente de desenvolvimento derivados do Processing. (OLIVEIRA et.
al, 2018).
Portanto, desenvolveu-se o projeto eletrônico com programação baseado na
plataforma Arduino, para tanto, o ambiente de compilação, sketch, do Arduino, pode ser
gratuitamente baixado do site www.arduino.cc.
A partir da tomada de decisão em relação aos componentes eletrônicos e o método
especificado para a implementação do código no Arduino, desenvolveu-se código através da
biblioteca Newping, que permite que as informações do sensor ultrassônico sejam
processadas. Uma vez implementada a biblioteca, bem como definido os pinos para o relê e o
sensor ultrassônico, obteve-se as linhas iniciais do código, de acordo com a figura 6.

Figura 6. Linhas Comandos Arduino

O void setup é chamado quando o programa inicia, nesse momento, colocou-se o pino
do relê como saída, incluindo a biblioteca Newping novamente, posteriormente, definiu-se o
canal onde irá aparecer as distâncias geradas pelo sensor no monitor serial conforme a figura
7.
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Figura 7. Comando Void.

O void loop é onde o Arduino executa a repetição dos parâmetros estabelecidos pelo
código. Nese caso, o intervalo de espera selecionado configurou-se em 28800000
milissegundo, equivalente a 8 horas. Incrementa-se que as informações obtidas pelo sensor
foram convertidas para centímetro, de modo a facilitar a visualização no monitor serial, e por
fim, implementou-se dois operadores de decisão if, para que seja conferido se há ou não ração
no choco, portanto o código obtido apresenta-se na figura 8.

Figura 8. Linhas de código void loop.

Desta forma, em relação ao desenvolvimento do código do Arduino, obteve-se um


código simples e completo, atendendo, portanto, aos parâmetros de reposição de ração para
alimentação no período de 8 em 8 horas, sendo que esse intervalo de tempo de espera pode ser
trocado facilmente a partir da função loop (delay). Portanto, por meio das figuras 9 e 10,
pode-se observar a versão final do protótipo construído, de modo que o mesmo obteve
completo funcionamento durante os testes de reposição de ração no intervalo proposto.

Figura 9. Versão final do Protótipo Tratador de Animais Automatizado com Arduino


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Figura 10. Versão final do Protótipo Tratador de Animais Automatizado com Arduino

4. Consideração Finais

O desenvolvimento do protótipo automatizado para tratamento de cães, gatos e


animais de estimação se configurou tendo em vista a modernização, o aprimoramento e a
gestão do espaço-tempo de um tratador de animais, bem como o beneficiamento da gestão da
manutenção de animais domésticos a fim de simplificar e reduzir tarefas cotidianas, além de
garantir a dieta controlada desses animais, estabelecendo de maneira ainda mais eficaz o
mutualismo entre ser humano e animal de estimação. Portanto, o objetivo principal deste
projeto foi alcanço, visto que o protótipo funcionou adequadamente, permitindo assim que a
ração chegue ao cocho no intervalo de horário pré-estabelecido, garantindo o êxito no
desenvolvimento do protótipo a partir do uso do Arduino.

REFERÊNCIAS

ABINPET. População de Animais de Estimação no Brasil. 2018. Disponível


em:<http://abinpet.org.br/download/abinpet_folder_2018_d9.pdf>. Acesso em: 02 de julho de
2019.
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BLOGMASTERWALKERSHOP. Como usar com Arduino – Módulo Relé 5V 1 Canal.


Disponível em:<http://blogmasterwalkershop.com.br/arduino/como-usar-com-arduino-
modulo-rele-5v-1-canal/

COSTA, E. C; Animais de estimação: uma abordagem psicosociológica da concepção dos


idosos. 2006. 195p.

FILIPEFLOP. Como conectar o Sensor Ultrassônico HC-SR04 ao Arduino. 2011. Dispovível


em:<https://www.filipeflop.com/blog/sensor-ultrassonico-hc-sr04-ao-arduino/>. Acesso em
10 de julho de 2019.

NETO, Daniel Rodrigues Silva L.; LINS, Cíntia dos S.; LUCENA, G. G; SILVA, Rubens A.
Um Passeio Pela Modernidade: Espaço, Tempo e Sociedade. Revista Movimentos Sociais
e Dinâmicas Espaciais. Recife, v. 6, n. 2, 2017 (197-204). Disponível
em:<https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistamseu>. Acesso em: 02 de julho de 2019.

OLIVEIRA, C. L.V; PIOVESANA, H. A. Z; NABARRO, C. B. M; GONÇALVES, J. A.


V.Aprenda Arduino – Uma abordagem prática. Duque de Caixas: Katzen Editora,
2018. 181p.

PUTAROV, T. Cristina. Programa nutricional para cães e gatos. Disciplina: Nutrição e


Alimentação de Não Ruminantes. FCAV- Unesp. 2016. Slide, 74 p. Disponível
em:<https://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/zootecnia/lucianohauschild/nutricao-
caes-e-gatos.pdf>. Acesso em 02 de julho de 2019.

TATIBANA, L. S.; COSTA-VAL, A. P. Revista Veterinária e Zootecnia em Minas. Out/


Nov/ Dez 2009 - Ano XXVIII #103. Publicação Oficial do Conselho Regional de Medicina
Veterinária do Estado de Minas Gerais. Disponível em: <www.crmvmg.org.br>. Acesso em
02 de julho de 2019.

ARDUINO. Sketch. Disponível em:< https://www.arduino.cc/>. Acesso em 10 de julho de


2019.

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