Conceito CRG “Relação obrigacional, oriunda de lei ou de
vontade das partes, com multiplicidade de devedores, sendo que cada um responde pela totalidade da prestação, como se fosse o único devedor”.
- Representa preciosa cautela para a garantia dos direitos
obrigacionais (WBM).
- Há unificação dos devedores, possibilitando maior
segurança ao credor no que tange o recebimento do crédito.
- Cada um dos devedores está obrigado à prestação na
sua integralidade, como se houvesse contraído sozinho a obrigação inteira.
Exemplos na lei
- Art. 942, parágrafo único; art. 154; art. 828, II, 585; art. 12 do CDC; art. 2 da Lei de Locação; etc. CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS
a) Direito do credor
Art. 275 – Trata do principal efeito da solidariedade, qual
seja, conferir ao credor o direito de exigir de qualquer dos devedores o cumprimento integral da prestação.
- Trata-se de uma faculdade e não de um dever, pois o
credor não usá-la ou usar apenas em parte, exigir o cumprimento de todos os devedores ou de alguns ou apenas parte da dívida.
- Neste caso, poderá o devedor chamar ao processo (art.
77 do CPC) os demais codevedores solidários.
- Não é conveniente que o credor processe os devedores
em processos distintos, pois há risco de decisões conflitantes (as ações devem ser reunidas para julgamento em conjunto).
b) Morte de um dos devedores solidários
Art. 276 – Simetria com a disposição do art. 270. A
obrigação é dividida entre os herdeiros
Antes da partilha, o credor pode exigir do espólio a dívida
por inteiro. Depois da partilha, sobre os herdeiros recaí a obrigação de pagar a dívida inteira (todos juntos são como se fossem um único devedor) e o credor não poderá cobrar toda a dívida de um único herdeiro, pois responde apenas pelo valor do seu quinhão.
c) Consequências do pagamento parcial e da
remissão – Art. 277
O pagamento parcial, naturalmente, reduz o débito.
Portanto, o credor somente poderá o saldo remanescente, obstando, assim, o enriquecimento indevido.
O perdão concedido a um dos codevedores extingue a
dívida na parte a ele correspondente, não podendo cobrar o débito sem dedução da parte remitida (Art. 388)
d) Cláusula, condição ou obrigação adicional
A cláusula, condição ou obrigação adicional estipulada
entre um dos codevedores e o credor não poderá agravar a posição dos demais (Art. 278)
O CC protege os devedores solidários que não foram
partes em tais obrigações, não foram ouvidas e não deram consentimento.
Na relação do credor com os codevedores, presume-se
que estes, uns aos outros, deram mandato recíproco, para se representar. Assim, cada codevedor é representante de todos e de cada um nas referidas relações. Ocorre que este poder de representação não pode ser ilimitado, pois deve ser interpretado no sentido de que a representação só é válida nos atos tendentes à extinção ou conversação da dívida, à melhoria da condição em face do credor e não mais.
Desta forma, nenhum dos devedores esta autorizado a
estipular, com o credor, cláusula que piore a posição dos representados.
e) Impossibilidade da prestação
f) Renúncia da solidariedade
A solidariedade é um benefício instituído em favor do
credor, de modo que ele pode abrir mão, conforme art. 282 do CC.
- Se feita em prol de todos devedores, a renúncia é
absoluta e o credor deverá cobrar a dívida, um a um, devidamente fracionada, não havendo que se falar em solidariedade passiva.
- Passa cada devedor a ser responsável pela sua quota-
parte, obrigações distintas, separadas, sujeitas às regras comuns. - Se em proveito de um ou alguns, a renúncia é relativa, respondendo os demais de acordo com as regras da solidariedade.
- A solidariedade prosseguirá relativamente aos demais
codevedores, pois se um dos coobrigados for insolvente, a parte da dívida será rateada entre todos os codevedores, inclusive com os contemplados pelo benefício da renúncia da solidariedade (art. 283)
g) Responsabilidade pelos juros (Art. 280)
Mesmo se o retardamento culposo da obrigação seja
imputável a um devedor, os demais também respondem pelos juros moratórios, ainda que posteriormente, os demais codevedores possam cobrar, de forma regressiva, referido valor (juros) do devedor culposo (relação interna).
Juros são o rendimento do capital, são frutos civis, bens
acessórios, que como tais, seguem o principal. Os juros moratórios são devidos em virtude do inadimplemento e correm a partir da constituição em mora.
h) Meios de defesa dos devedores (Art. 281)
As exceções pessoais (vícios de consentimento,
incapacidade, inadimplemento de condição, etc.) peculiares de cada devedor, só podem ser deduzidas pelo próprio interessado. Entretanto, as defesas comuns (objetivas – reportam ao objeto da obrigação) pode ser deduzida por qualquer um, aproveitando a todos.
- RELAÇÃO INTERNA ENTRE OS CODEVEDORES
Há uma apuração, um rateio da responsabilidade entre
os próprios codevedores, pois entre eles a obrigação é divisível.
(Direito de regresso) Art. 283 – o débito se divide e
cada devedor responde apenas pela sua quota na dívida comum.
Art 284 – já falei antes, o credor não pode dispor de
direito alheio
Art. 285 – O empréstimo aproveitou apenas um credor,
e os outros só avalizaram a dívida pois são amigos. Neste caso, se o avalista saldar, poderá cobrar o valor total do devedor principal e apenas uma quota do outro avalista.