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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Centro de Ensino à Distância

Estratégias para Mitigação da Extracção Mineira Artesanal: Caso da aldeia de


Mahera, Distrito de Ancuabe, 2015 – 2017.

Nome: Ali Francisco

Pemba, Março de 2019

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
Centro de Ensino à Distância

Estratégias para Mitigação da Extracção Mineira Artesanal: Caso da aldeia de


Mahera, Distrito de Ancuabe, 2015 – 2017.

Nome: Ali Francisco

Monografia científica Submetida ao


Centro de Ensino a Distância da
Universidade Católica de
Moçambique, para conclusão do grau
de licenciatura em Gestão Ambiental

OrientadoPor: Elidio Langa

Pemba, Março de 2019


1
Índice

Declaração ............................................................................................................................ I
Dedicatória ......................................................................................................................... II
Agradecimentos ................................................................................................................. III
Lista de abreviaturas .......................................................................................................... IV
Lista de Figuras .................................................................................................................. V
Lista de imagens ................................................................................................................ VI
Lista de Tabelas ................................................................................................................ VII
Lista de Gráficos............................................................................................................. VIII
Resumo ............................................................................................................................. IX
Summary..................................................................................................................................X
1. Introdução.............................................................................................................................1
1.1Problematização.............................................................................................................. 2
1.2Justificativa do tema ....................................................................................................... 3
1.3Objectivos da Pesquisa.................................................................................................... 5
1.4Hipóteses ........................................................................................................................ 5
1.5Localização Geográfica................................................................................................... 6
1.7Historial da aldeia de Mahera .......................................................................................... 7
2.1.Conceitos básicos........................................................................................................... 8
2.2.A exploração dos recursos naturais ................................................................................ 8
2.3.Breve historial, quadro legal e institucional da mineração/garimpo artesanal.................. 9
2.4.Evolução da Mineração Artesanal ................................................................................ 10
2.5.Importância da exploração de recursos mineiros .......................................................... 10
2.6.Vantagens e Desvantagens dos Recursos Mineiros. ...................................................... 11
2.7.Tipos de Mineração ..................................................................................................... 12
2.7.1.Recursos Minerais..................................................................................................... 12
2.8.Mineração .................................................................................................................... 13
2.8.1.Garimpo .................................................................................................................... 13
2.8.1.1.Garimpeiros ........................................................................................................... 14
2.8.2.Mina a céu aberto ...................................................................................................... 14
2.8.3.Minas subterrâneas.................................................................................................... 15
2.9.Mitigação ambiental..................................................................................................... 15
2.10.Exploração ................................................................................................................. 16

2
2.10.1.Impacto Ambiental.................................................................................................. 16
CAPÍTULO III: METODOLOGIAS DE PESQUISAS ..................................................... 17
3.1.Tipo de Pesquisa .......................................................................................................... 17
3.2.Técnica de Colecta de dados ........................................................................................ 18
3.2.1.Entrevista .................................................................................................................. 18
3.2.2.Questionário ............................................................................................................. 18
3.2.3.Universo ................................................................................................................... 18
3.2.4.Amostra .................................................................................................................... 18
5.1.Apresentação de dados do questionário dirigido aos garimpeiros ................................. 20
5.9Resultados e Discussao do Governo .............................................................................. 25
5.9.5Analise dos dados da entrevista submetido a comunidade de
Mahera....................................................................................................................................27
CAPÍTULO VI: CONCLUSÃO, SUGESTÕES, RECOMENDAÇÕES............................. 29
6.Conclusão ....................................................................................................................... 29
6.1.Sugestões/Recomendações ........................................................................................... 30
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ............................................................................... 31
Anexo ................................................................................................................................ 37
Imagens:Degradação...............................................................................................................38
Figura:.....................................................................................................................................39

3
I

Declaração

Eu, Ali Francisco, declaro que esta monografia científica, com vista a obtenção do
grau de licenciatura em gestão ambiental é resultado da minha investigação pessoal.

Declaro ainda que as fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto e


na referência bibliográfica, a referida monografia não foi apresentada em nenhuma outra
instituição para obtenção de qualquer grau académica.

O Autor

Ass.: _________________________________________

(Ali Francisco)

O Supervisor

Ass.: _________________________________________

(Elidio Langa)

4
II

Dedicatória

Dedico este trabalho a minha mãe, esposa, meus tios, colegas do curso de Gestão
Ambiental e todos que directa ou indirectamente ao longo do percurso académico, fizeram
de tudo para o sucesso alcançado.

5
III

Agradecimentos

Em primeiro lugar agradecer do fundo do coração ao supervisor pela paciência e


apoio na elaboração do presente trabalho de conclusão do curso, aos meus docentes pelos
conhecimentos e metodologias de pesquisa que ajudarão a conceber o projecto ate chegar a
monografia, colegas e amigos que apoiaram directamente e indirectamente com vista a
tornar num técnico superior em gestão ambiental para contribuir na redução de graves
problemas que se registam ao nível da região feito o estudo e o país em geral.

6
IV

Lista de abreviaturas

UCM – Universidade Católica de Moçambique

ITS – Infecção de Transmissão sexual

CED – Centro de Ensino a Distância

HIV – Vírus de Imunodeficiência Humana

SIDA – Síndrome de Imunodeficiência Adquirida

SDAE – Serviço Distrital de Actividades Económicas

MM- medicusmundi

CTV- Centro de Terra Viva

AGP- Acordo Geral da Paz.

ASM- Mineração Artesanal e de pequena Escala.

ITC- Iniciativa para Terra Comunitária.

7
V

Lista de Figuras

Figura 1: Mapa do Distrito de Ancuabe------------------------------------------------------------39

Figura 2: Mapa da área de Mahera------------------------------------------------------------------39

8
VII

Lista de imagens

Imagem 1: Degradação do Solo pela extracção do garimpo--------------------------------------37

Imagem 2: Garimpeiros degradando o meio ambiente--------------------------------------------37

Imagem 3:Garimpeiros e a degradação do solo----------------------------------------------------38

Imagem4: escavação de buracos para extracção do ganete---------------------------------------38

9
VIII
Lista de Tabelas

Tabela 1: Tabela de variáveis--------------------------------------------------------------------------5

Tabela 2 – Pratica do garimpo sem a ----------------------------------------------------------------24

Tabela 3: Opinião Sobre Gestão Ambiental--------------------------------------------------------27

Tabela 4: Nível de Participação entre Singular-----------------------------------------------------28

10
IX

Lista de Gráficos

Gráfico I – Tempo o qual prática o garimpo artesanal--------------------------------------------20

Gráfico II – A prática de garimpo artesanal -------------------------------------------------------21

Gráfico III – Tipos de acidentes que mais acontecem naquela actividade---------------------22

Gráfico IV – O que governo devia -----------------------------------------------------------------23

11
X

Resumo

Neste trabalho, abordou-se sobre Estratégias para Mitigação da extracção mineira


artesanal: Caso da aldeia de Mahera, Distrito de Ancuabe, em que partimos com a seguinte
inquietação: Que impactos ambientais podem ser ocasionados durante e depois do processo
do garimpo artesanal do povoado de Mahera, Distrito de Ancuabe, província de cabo
delgado? Os métodos usados no trabalho são, quanta abordagem pesquisa descritiva, no
referente aos procedimentos foi pesquisa do campo e os objectivos é do tipo exploratório. A
pesquisa envolveu toda comunidade de Mahera - Ancuabe como universo e particularmente
24 pessoas como amostra. Contudo, constatamos que tem se verificado uma desleal
extracção de pedras preciosas, dominada por pessoas de nacionalidade estrangeira que
oferecem somas avultadas de dinheiro motivando a população local a procurar os recursos
sem observância da legislação, degradando o meio ambiente em várias vertentes. Conclui-se
que se neste processo a questão ambiental não tem tido merecida atenção.

Palavras-chave: Educação, Gestão, Garimpo, Sustento.

12
XI

Summary

In this work, we have dealt with Strategies for Mitigation of Artisanal Mining: Case of the
village of Mahera, District of Ancuabe, where we left with the following disquiet: What
environmental impacts can be caused during and after the artisanal mining process of the
village of Mahera, Ancuabe District, province of cape delgado? The methods used in the
work are, how much descriptive research approach, regarding the procedures was field
research and the objectives is of the exploratory type. The research involved every
community of Mahera - Ancuabe as a universe and particularly 24 people as a sample.
However, we have seen that there has been an unfair extraction of gems, dominated by
people of foreign nationality who offer large sums of money, motivating the local
population to seek resources without observing the legislation, degrading the environment in
several ways. It is concluded that if in this process the environmental issue has not received
deserved attention.

Key words: Education, Management, Mining, Support.

13
14
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

A presente pesquisa subordina-se ao tema Estratégias para Mitigação da extracção


mineira artesanal: Caso da aldeia de Mahera, Distrito de Ancuabe, no período compreendido
de (2015-2017). Sendo que, a pesquisa apresenta explicitamente o principal foco, Mitigação
da extracção mineira artesanal, com destaque para o povoado de Mahera, Distrito de
Ancuabe, província de cabo delgado.
A pesquisa tem como objectivo conhecer as estratégias para Mitigação dos impactos
ambientais durante e depois do processo do garimpo artesanal daquele povoado de Mahera,
identificar as causas que levam a população a pautar pelo garimpo artesanal e descrever
melhores estratégias para mitigar a exploração da actividade garimpeira artesanal para
garantir o uso sustentável dos recursos mineiros.
Na verdade, desde o início da civilização, o Homem através de suas acções vem
provocando modificações na natureza, de forma intensa e dinâmica, provocando alterações
substanciais ao extrair os recursos naturais de forma desordenada; estas acções podem
comprometer a sobrevivência dos seres vivos no planeta terra.
Ancuabe é um distrito do interior da província de Cabo Delgado que possui um
potencial de minérios como a Grafite, Ouro, turmalina, para além de arreia e pedras para
construção; Portanto, nos últimos tempos devido ao desenvolvimento acelerado desta
parcela da província, tem se verificado uma desleal extracção de pedras preciosas, dominada
por pessoas de nacionalidade estrangeira que oferecem somas avultadas de dinheiro
motivando a população local a procurar os recursos sem observância da legislação,
degradando o meio ambiente em várias vertentes.
O povoado de Mahera é prova disso, uma moldura humana, constituída por homens,
mulheres e crianças escalam todos os dias as rochas ali existentes, escavando-as, devastando
florestas à procura destes recursos para a aquisição de valores para o sustento familiar,
porém, neste processo a questão ambiental não tem tido merecida atenção.
Portanto, esta pesquisa, poderá trazer uma contribuição positiva uma vez que o este
estudo permitira que a sociedade civil em geral desperte atenção dos danos criados ao meio
ambiente na actividade mineira que está sendo realizada em Mahera, bem como o seu
impacto no nível de rendimentos, combate ao desemprego e redução da pobreza absoluta em
Moçambique, com particular incidência, a tendência de minimização de impactos
ambientais.

1
O estudo é também importante para o âmbito académico visto que, os interessados
podem encontrar uma base para realizar outros estudos. Assim sendo, poder-se-á
desenvolver estudos mais aprofundados sobre o impacto da actividade mineira.
A escolha do período da pesquisa, entre 2015, é que este foi o ano em que Ancuabe
entrou para o mapa das pedras preciosas ao se descobrirem minas de turmalina, Ouro e de
pedras de construção e para alem da Grafite que na outrora foi o potencial produtor, fez com
que a vida da comunidade de Mahera mudasse, 2017 foi o ano em que a exploração de
pedras preciosas atingiu o seu pico, surgem associações e empresas ligadas a área de
mineração e a revitalização da Grafite que durante muito tempo ficou parado, razão que
proporcionou a necessidade do seu estudo.
O procedimento metodológico foi de estudo de campo, quanto aos métodos de
abordagem usou-se os métodos Qualitativa-Quantitativa.

1.1 Problematização

De acordo com a Lei nº 14/2002 (Lei de minas), o garimpo é uma actividade que
causa muitos impactos sobre o meio, uma vez que obedece a processos tecnológicos
rudimentares e aparentemente pouco nocivos ao ambiente local. Entretanto, considerar o
garimpo uma actividade pouco impactante sobre o ambiente parece uma tentativa de
mascarar a verdade, pois esta actividade é uma das que mais contribui negativamente para a
degradação ambiental nas áreas onde ela é praticada.
Desde os anos passados que foi descoberto os minérios no distrito de Ancuabe, na
aldeia de Mahera em particular, tem se verificado que há garimpo ilegal, em muitos casos
são as populações locais e de outros do ponto do país e tem como compradores entre eles
nacionais e estrangeiros.
Com o garimpo ilegal tem se verificado muitos problemas advindo da mesma
actividade visto que a exploração da mesma acontece de uma forma não sequenciada, como
destruição de árvores no local da realização das actividades garimpeiras, que
consequentemente provoca erosão e degrada o solo impedindo assim a produção agrícola,
verifica-se também a desistência das crianças nas escolas para a prática do garimpo como
também elevando o índice de analfabetismo e o aumento do número de garimpeiros ilegais.
Na exploração das pedras preciosas e semi-preciosas, aliado a não observância das
regras de segurança e das condições de trabalho, define a natureza, as contradições e os
impactos desta actividade sobre as condições ambientais dessas aldeias, bem como as
transformações sócias espaciais inerentes a esta actividade.
2
Feito constatado que os garimpeiros realizam os seus trabalhos em minas a céu
aberto, que envolvem a abertura de galerias e em minas de poços. O garimpo das pedras
preciosas e semi-preciosas contribui decisivamente para a degradação do ambiente local, e
acarreta a destruição da vegetação, a erosão dos solos, o assoreamento dos rios, o desvio do
leito dos rios, e contaminação destes. Dentre os problemas ambientais os mais salientes são:
a degradação de grandes áreas de florestas, o desvio do leito dos rios para uso da água na
lavagem e selecção das pedras preciosas, o assoreamento dos rios e poluição da água pela
disposição de sedimentos descartados na mineração consolidando assim o prejuízo da saúde
humana.
O desaparecimento de espécies vegetais e animais cria um desequilíbrio no
ecossistema, causando mortes avultadas destes seres, escasseiam as fontes de água para a
população e animais assim como morte de pessoas devido ao desabamento das taludes ou
poços escavados ao longo do processo de extracção. Podemos dizer que não existe extracção
de pedras sem abertura de trincheiras e consequentemente desastres.
Nesta vertente, constitui o problema do presente estudo o seguinte:
Que impactos ambientais podem ser ocasionados durante e depois do processo do
garimpo artesanal do povoado de Mahera, Distrito de Ancuabe, província de cabo
delgado?
Consequentemente, este problema poderá levantar outras questões:
Até que ponto a actividade extractiva mineira artesanal pode influenciar no
desaparecimento de espécies animais e vegetais durante e depois do processo?
Será que a legislação moçambicana actual é favorável para controlo eficaz da
actividade mineira artesanal?

1.2 Justificativa do tema


A motivação para a realização desta pesquisa reside na necessidade de querer
compreender como é feito o processo da Mitigação da extracção mineira Artesanal do
povoado de Mahera, Distrito de Ancuabe, província de cabo delgado.
O outro motivo que levou o pesquisador a escolher este tema, é pelo facto de ao
longo do processo de extracção, algumas espécies animais e vegetais desaparecerem do
ecossistema desequilibrando o mesmo, algumas fontes de água são contaminadas, as
populações que vivem ao redor sofrem com as poeiras emanadas devida acumulação do
material removido que depois de secar o vento transporta em forma de pó causando tosse e
consequentemente a bronquite e a pneumonia.

3
A motivação para a realização desta pesquisa, deve-se, também a existência de
grandes buracos deixados pelo processo de escavação, a falta de observância de regras de
segurança o que de grande modo periga a vida humana na medida que o material removido
deixa de ser consistente e volta a desabar nas trincheiras cavadas custando vidas humanas.
Este estudo permitira que a sociedade civil em geral desperte atenção dos danos
criados ao meio ambiente na actividade mineira que está sendo realizada em Mahera, bem
como o seu impacto no nível de rendimentos, combate ao desemprego e redução da pobreza
absoluta em Moçambique, com particular incidência, a tendência de minimização de
impactos ambientais.

O estudo é também importante para o âmbito académico visto que, os interessados


podem encontrar uma base para realizar outros estudos. Assim sendo, poder-se-á
desenvolver estudos mais aprofundados sobre o impacto da actividade mineira.
A escolha do espaço temporal prendesse com o facto de o proponente ter vivido este
fenómeno uma vez que esta neste distrito a trabalho do SDSMAS a muito tempo e constatou
a ocorrência deste fenómeno.
Um outro factor que para escolha do espaço temporal 2015, é que este foi o ano em
que Ancuabe entrou para o mapa das pedras preciosas ao se descobrirem minas de
turmalina, Ouro e de pedras de construção e para alem da Grafite que na outrora foi o
potencial produtor, fez com que a vida da comunidade de Mahera mudasse, 2017 foi o ano
em que a exploração de pedras preciosas atingiu o seu pico, surgem associações e empresas
ligadas a área de mineração e a revitalização da Grafite que durante muito tempo ficou
parado, razão que proporcionou a necessidade do seu estudo.

4
1.3 Objectivos da Pesquisa
Objectivo Geral:
 Avaliar as estratégias para Mitigação dos impactos ambientais durante e depois do
processo do garimpo artesanal do povoado de Mahera, Distrito de Ancuabe,
província de cabo delgado.

Objectivos Específicos
 Mencionar os aspectos negativos do impacto ambiental do garimpo no povoado
de Mahera;
 Identificar as causas que levam a população a pautar pelo garimpo artesanal;
 Descrever melhores estratégias para mitigar a exploração da actividade
garimpeira artesanal para garantir o uso sustentável dos recursos mineiros.

1.4 Hipóteses
a) H1: O processo do garimpo artesanal sem a observância de práticas ambientais
mineiras destroem a fauna, a flora e cria o desaparecimento de espécies animais e
vegetais;
b) H2: A queda de taludes e escavações no solo nas zonas do garimpo artesanal são
resultados da contínua acção danosa humana em relação ao ambiente criando um
desequilíbrio ecológico.

Tabela 1: Tabela de variáveis


Hipótese Variáveis Indicadores Métodos
Independente A ignorância da lei de mina
Cria o desaparecimento de espécies contribui negativamente
animais e vegetais para a degradação
Dependente ambiental.
H1 O processo do garimpo artesanal sem Falta de observância de Questionário
a observância de práticas ambientais práticas ambientais
mineiras destroem a fauna, a flora. mineiras.

Independente
A queda de taludes e escavações no Fiscalização e Monitoria
solo nas zonas do garimpo artesanal permanente das zonas

5
Dependente minas.
H2 são resultados da contínua acção Divulgação da lei de minas Entrevista e
danosa humana em relação ao a garimpeiros e a questionário
ambiente criando um desequilíbrio comunidades.
ecológico.
Fonte: adaptação nossa 2019

1.5 Localização Geográfica

O Distrito de Ancuabe localiza-se na região Centro da Província de Cabo Delgado, a


100 km da cidade capital provincial - Pemba, ocupa uma área de superfície de 4.984 km²,
com um total de 164.443 habitantes (CENSO 2017), dos quais: 83.557 do sexo Feminino e
80.886 do sexo masculino, tendo uma densidade populacional de 24 habitantes por km² e o
tamanho médio de agregado familiar de 7 membros.
Administrativamente, o Distrito possui três (3) Postos Administrativos (Ancuabe-
Sede, Metoro e Meza), nove (9) Localidades (Ancuabe-Sede, Gihote, Nacuale, Metoro-sede,
Salaue, Meza-Sede, Nanjua, Campine e Minheuene) e 78 Aldeias.
Com cerca de 4.606 km², o Distrito é atravessado pelos principais corredores
rodoviários:
 EN 243 Salaue - Auasse, estrada asfaltada, parte da estrada EN 106, no sentido Sul –
Norte, estabelecendo uma ligação deste para os Distritos da zona Norte.
 EN 242 Pemba - Montepuez, asfaltada, estende-se no sentido Este-Oeste, ligando
Ancuabe com os Distritos de Montepuez, Balama e Namuno e
 EN 106 Metoro a Província de Nampula, igualmente asfaltada, estende-se-mo
sentido Norte – Sul ligando Metoro com Distrito de Chiúre até a província de
Nampula.

Cerca de 87% (15-75) anos de idade da população economicamente activa dedicam-


se principalmente a agricultura, tendo como as principais culturas praticadas: Milho, mapira,
mandioca, feijão, amendoim, hortícolas e entre outras e produtos de rendimento como:
Gergelim e algodão, ao passo que 13% da população dedicam-se actividades comerciais,
criação de animais de pequena espécie, aves e prestação de serviços através da
potencialidade económica e mineira).

6
Os cuidados de saúde estende-se a todos Postos Administrativos e 8 Localidades, em
expansão para a última Localidade de Nanjua e algumas aldeias.
Clima: Temperatura média anual é de 23,4°C, a humidade relativa é de 73,9% e a
precipitação média anual é de 116,1mm, vide em anexo 5 e 6.

1.6 Localização da área de estudo

Aldeia de Mahera fica localizada na zona centro na província de Cabo Delgado


concretamente no distrito de Ancuabe, no posto administrativo Sede, há 40 Quilómetros da
sede, com um total de 3664 habitantes de acordo com os dados do governo do distrito de
Ancuabe, com as seguintes coordenadas longitude 393906.7 latitude 130180.0.a aldeia
atravessado pelos principal corredor rodoviário: EN 242 Pemba - Montepuez, asfaltada,
estende-se no sentido Este-Oeste, ligando Ancuabe com os Distritos de Montepuez, Balama
e Namuno.

1.7 Historial da aldeia de Mahera

O Nome “ Ancuabe” detém várias interpretações no que concerne ao seu surgimento,


das quais podemos destacar a troca desta terra por uma capulana designada “Nkwapa” feita
entre dois povos nomeadamente os nativos e um grupo proveniente do Lago Niassa.
Assim, Nkwapa passou a simbolizar a montanha ora onde se localizava os antigos
povoados e que por sinal foi o local do decurso do acto de troca. Com o andar dos tempos o
primeiro pseudónimo passou para Unkwape. Com a chegada dos portugueses e motivado
pela má percepção na pronúncia das palavras da língua local, o nome sofreu grandes
alterações passando a ser definitivamente chamado por Ancuabe.(PDDA, 2014:5).
Segundo PDDA (2014:5), Os povos de actual Ancuabe provieram do Lago Niassa na
Província do mesmo nome a partir dum grupo de povos Makhua que se rendeu numa
prolongada guerra tribal envolvida entre estes e os povos Ngoni de origem Makwangara. O
destino da viagem era alcançar a Costa. vide em anexo 5 e 6.

7
CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo, apresentamos os aspectos teóricos que orientam o estudo e dos


conceitos que são usados no desenvolvimento do trabalho. Com uma boa fundamentação
dos factos, procura-se trazer um sustento do trabalho a partir de reflexões feitas por autores
que se debruçam acerca da Estratégias para Mitigação da extracção mineira Artesanal.
No entanto, este capítulo, serve de certo modo para evitar a réplica não intencional dos
estudos já realizados sobre o assunto, mas sim, de que modo a temática foi abordado com
outros autores, trazendo neste contexto na tona uma outra realidade e a especificidade do
caso em estudo.

2.1.Conceitos básicos.
Nos últimos séculos, um modelo de civilização nas zonas urbanas e rurais tem se
aliado na industrialização dos recursos mineiros, como forma de produção e organização do
trabalho assim sendo. A história mostra que a mineração é uma das mais antigas actividades
desenvolvidas pelo ser humano (Guedes, 9,2013)

Na perspectiva de Noetstaller, (S/A 1995) " Os romanos, por exemplo, usavam o


fogo para rachar a rocha e, assim, liberar o minério. Na Idade Média, a pólvora foi
descoberta e passou a ser o explosivo usado na mineração. Até que uma bomba
revolucionou a busca por minério: a invenção da dinamite, em 1867, por Alfred Nobel, que
acabou por substituir a pólvora. Nascia, então, o avô dos actuais explosivos a base de nitrato
de amónio".

2.2.A exploração dos recursos naturais


Após a Segunda Guerra Mundial, principalmente a partir da década de 60,
intensificou-se a percepção de a humanidade caminhar aceleradamente para o esgotamento
ou a inviabilização de recursos indispensáveis à sua própria sobrevivência. Assim sendo,
algo deveria ser feito para alterar as formas de ocupação do planeta estabelecidas pela
cultura dominante. Esse tipo de constatação gerou o movimento em defesa do ambiente, que
luta para diminuir o acelerado ritmo de destruição dos recursos naturais ainda existentes e
busca alternativas que conciliem, na prática, a conservação da natureza com a qualidade de
vida das populações que dependem dessa natureza. (Noetstaller, S/A, 1995).
Os rápidos avanços tecnológicos viabilizaram formas de produção de bens com
consequências indesejáveis que se agravam com igual rapidez. A exploração dos recursos

8
naturais passou a ser feita de forma demasiadamente intensa, a ponto de pôr em risco a sua
renovabilidade. Sabe-se agora da necessidade de entender mais sobre os limites da
renovabilidade de recursos, (Noetstaller, 1995).
Como se não basta-se Moçambique registou nos últimos tempos grandes regiões de
exploração de recursos naturais, concretamente nas regiões centro e norte.

2.3.Breve historial, quadro legal e institucional da mineração/garimpo artesanal

Desconhecem-se as datas exactas do começo da exploração e comércio de mineiras


em Moçambique. Sabe-se, no entanto, que aquela actividade sócio-económica e anterior a
chegada dos portugueses ao pais.
Durante a era colonial a produção de minerais terá atingido escalas industriais tendo
baixado durante a guerra civil do pós-independência (1976-1992), pelo facto de muitos
garimpeiros se terem refugiados nos países vizinhos. Depois do seu regresso, com o acordo
geral de paz (AGP), os garimpeiros retomaram o seu trabalho (Dondeyne et all.2009).
A extracção de qualquer recurso mineral em Moçambique carece da obtenção do
respectivo título mineiro, competindo ao ministério dos recursos Minerais a emissão das
Licenças de reconhecimento, prospecção e pesquisa, do certificado mineiro e das
"concessões mineiras".
O governo da província de cabo delgado tem a competência para emitir certificados
mineiros para materiais de construção e senhas mineiras para áreas designadas. Os
requerimentos para a obtenção de licenças de reconhecimentos são submetidos ao Ministério
de Recursos Minerais, indicando a área, o recurso mineral, o período pretendido e um
programa de trabalhos (CIP, 2009).
Para obtenção da concessão mineira, que pode ou não ser emergente de uma licença
de "prospecção e pesquisa", o requerente devera, para alem do acima indicado, apresentar o
estudo de viabilidade técnica, económica, o plano de lavra e a data prevista para o arranque
da extracção.
Segundo medicusmundi (MM) e Centro de terra viva (CTV), A indústria da
mineração de pequena escala, tem uma longa tradição. Em 2002, com a revisão da lei, a
actividade mineira artesanal e de pequena escala foi formalmente legalizada. Mas
recentemente foi aprovada nova lei de minas (lei nᵒ20/2014 de 18 de Agosto) que
formalmente pretende:
 Adequar o quadro jurídico-legal da actividade mineira a actual ordem económica dos
pais e ao desenvolvimento registado no sector mineiro;
9
 Assegurar e garantir a protecção dos direitos e a partilha dos benefícios das
comunidades com vista a um desenvolvimento sustentável.

2.4.Evolução da Mineração Artesanal

Em 1993, estimou-se que cerca de 6 milhões dos 30 milhões de trabalhadores na


mineração mundial estavam engajados no que se chama “mineração artesanal” ou
“garimpagem”. Esses mineiros espalhados em 40 países extraiam mais de 30 diferentes tipos
de minerais, (Noetstaller, 1995).
Em 1999, A Organização Internacional do Trabalho (ILO), estimou que o número de
mineiros artesanais cresceu, totalizando cerca de 13 milhões em 55 países, o que leva a crer
que de 80 a 100 milhões de pessoas dependem desta actividade para sobreviver.
Há cerca de 10 anos foram encontrados acidentalmente rubis na província de Cabo Delgado,
sendo a provincial mais setentrional de Moçambique. Segundo consta, a descoberta levou a
chegada de milhares de pessoas, onde a maior eram das outras províncias vindo de Niassa e
Nampula segundo (Gomonda, et all. 2018, p11).
Atracção foi grande que milhares são relatados como provenientes de outros países.
A maior da Tanzânia, que fica logo após a limites setentrional da província de Cabo
Delgado cuja sua presença desempenhou um papel importante na criação e desenvolveu do
sector artesanal e, indirectamente, da industria mineira de Cabo delgado.
A exploração artesanal por sua vez, leva ao envolvimento de um grande número de
pessoas principalmente, mulheres e crianças envolvidas em actividades de processamento,
lavagem, peneiramento e filtração de depósitos minerais.
Embora os 10 anos da história de mineração artesanal em Cabo Delgado tenham sido
dificilmente documentados parece que os empreendedores tanzanianos ramificaram-se na
mineração pouco tempo isto com efeito levou a que uma fonte de rendimento nova se
tornasse disponível para muitas pessoas na província de Cabo Delgado.
Na perspectiva ainda (Gomonda, et all. 2018, 12), refere que os tanzanianos
ensinaram os seus vizinhos moçambicanos as técnicas de mineração artesanal.

2.5.Importância da exploração de recursos mineiros

É considerado fonte imprescindível de receita para muitos países do globo, única ate
para alguns deles, e fornecedora de grandes partes de matéria prima no sector minério, mas
também tem impacto rural podendo constituir, grandes focos de desenvolvimento e de

10
combate a pobreza, nas áreas onde esta sendo exercida, o sector de pequenas escalas surge
como alternativa para os países carentes de grandes investimentos, poderem explorar seus
recursos minerais e promover progressivamente o empresariado local, factor fundamental
para um efectivo desenvolvimento harmonioso, das economias nacionais (Boletim
informativo da GPZ,2008).

Em Moçambique os recursos minerais geram maior rendimento para os cofres do


Estado, mas se for realizado pelos preceitos legais estabelecidos na lei de minas. Embora
traga benefícios para população e ajuda ao estado a empregar muita gente, a natureza (ilegal)
desta actividade, associado ao baixo nível de controlo do Ministério de Recursos Minerais e
Energia através do Direcção Provincial e Serviços Distritais de Actividade Económicas,
agrava o actual cenário de degradação ambiental e favorece o tráfico ou saída ilegal de
minerais, prejudicando a colecta de receitas por parte do estado.

2.6.Vantagens e Desvantagens dos Recursos Mineiros.

Vantagens:

Fonte de emprego e auto emprego; Fonte de rendimento complementar das famílias


camponesas; Desincentiva a migração rural – urbana da população das áreas mineiras;
Promove o melhoramento das condições habitacionais, de transporte e de aquisição de bens
industriais por parte dos mineradores; Fonte de ocupação de jovens impossibilitados de
continuar os estudos; Em última análise contribui para a redução da pobreza rural.
Para o caso da aldeia de Mahera a actividade da extracção de minerais vem
mostrando sua importância económica através de comercialização das pedras, e social como
melhoria na construção de casas melhoradas, aquisição de meios circulantes como
motorizadas e carros, capacidade de apoio aos membros familiares, sem deixar de ressaltar
as consequências dos impactos ambientais, mostrando também a destruição da beleza
natural e turística da zona. Tem igualmente apoiado as famílias na aquisição de valor para
pagamento de propinas nas escolas.

Desvantagens:
Os recursos naturais têm causado problemas ambientais e de saúde pública graves; É
uma actividade de difícil controlo por parte do Estado devido ao seu carácter informal
desregulado e migratório; Não presta nenhuma contribuição fiscal; Condições precárias de
trabalho, segurança mineira e tecnológicas de exploração mineira) Fomenta a imigração de
11
estrangeiros e de práticas ilícitas de enriquecimento;) Ausência de formação e treinamento
dos mineiros artesanais) Ausência de organização dos mineiros em associações,
organizações comunitárias ou em Pequenas empresas;) Existência de péssimas condições de
saneamento e higiene nos acampamentos dos mineiros ambulantes.

2.7.Tipos de Mineração

Encontramos dois tipos de Mineração a destacar convencional e artesanal, com as


seguintes diferenciações: Mineração convencional geologia, sondagem, caracterização do
depósito, engenharia, planeamento e viabilidade, equipamentos sofisticados, estabilidade e
investimento e controle de custos. Mineração artesanal instinto, erros e acertos, minério fácil
de extracção, curiosidade e intuição, resultados de curto-prazo; subsistência, equipamentos
rudimentares, transigente e migratório e dinheiro rápido.
Na expectativa de Chapara (2002) afirma no seu trabalho (as características
fundamentais do garimpo artesanal) são seguintes: (I) Intensiva utilização de mão-de-obra;
(II) Conflituosidade social e legal; Baixo desenvolvimento tecnológico; (III) Deterioração
ambiental; (IV) Precárias condições de segurança e higiene; (VI) Baixo custo de produção;
(VII) dinamizar das economias locais; (VIII) alternativa de emprego para sectores afectados
pela pobreza; (IX) ampla distribuição geográfica; (X) abastecimento de mercados locais.

Ambiente é o resultado das interacções entre a sociedade humana e a base física e


biológica que a envolve, para sua sobrevivência biológica e espiritual, e a paisagem é
conformações e configurações do ambiente Magnoli (1986:60).

2.7.1. Recursos Minerais

Na expectativa de Gomides at al (2018:195) Recurso Mineral - Material rochoso que


efectiva ou potencialmente possam ser utilizados pelo ser humano. Bem mineral natural
utilizado pela humanidade condicionado a valor económico.
Em geral são todos os recursos físicos extraídos da superfície ou subterrânea da terra
e cuja composição vai desde os elementos mais simples (pedras e material de construção)
ate os mais complexos (ferro, ouro, prata).

12
2.8.Mineração

Segundo Macedo (2001:54), Mineração é um termo que abrange os processos,


actividades e indústrias cujo objectivo é a extracção de substâncias minerais a partir
de depósitos ou massas minerais.
E ainda sustenta de que os recursos minerais são concentrações de minérios cujas
características fazem com que sua extracção possa ser técnica e economicamente viável.
Minério é o que apresentam valor económico agregado. Agregado natural de mineral
de minério ou rocha que, no actual estágio da tecnologia, pode ser normalmente utilizado
para a extracção económica de um ou mais metais. Na perspectiva de Gehlen (2007) citado
por Silva e Mattos (2011: 356), define o processo de mineração como a acção de descobrir,
avaliar e extrair substâncias minerais úteis existentes no interior ou na superfície do solo.
As actividades humanas no que se refere ao uso de recursos naturais renováveis ou
não renováveis causam invariavelmente um impacto ambiental proporcional a intensidade
das mesmas. Concordando com os conceitos dados pelos autores, percebi e passo a definir a
mineração como sendo o processo de extracção de pedras preciosas e semi-preciosas com
objectivo a comercialização.
A actividade Mineira em Moçambique é entendida como todas as operações que
consistem no desenvolvimento, de forma conjunta ou isolada, de acções como o
reconhecimento, prospecção e pesquisa, mineração, processamento e tratamento de produtos
mineiros.
O Decreto nº 31/95 de 25 de Junho mostra que exercício da actividade mineira sem
título ou autorização (maior das vezes a mineração artesanal) constitui infracção punível.
Em Moçambique, a multa ronda entre 5 100 mil meticais consoante a gravidade do caso em
concreto, apreensão do produto extraído e confisco do equipamento utilizado.
Na perspectiva de Gomonda (2013, P 48) citado por Mach et al " Mineração
artesanal e de pequena escala em Moçambique são aquelas que usam instrumentos
rudimentares, e que produzem não mais do que cinco kg de minérios por mês.

2.8.1. Garimpo

Na luz de Hartman (1992, s/p), Garimpo é a denominação que se dá à exploração,


mineração ou extracção, manual ou mecanizada, de substâncias minerais como o ouro,
diamantes ou outros tipos de minérios. Garimpo refere-se a qualquer área onde há ocorrência
de actividade extractiva ou o local onde ocorre a extracção de minerais.

13
Esta exploração de minérios, geralmente valiosos, por meios mecânicos,
pneumáticos, manuais e/ou animais, é muitas vezes feita sem nenhum planeamento e com a
utilização de técnicas consideradas predatórias do meio ambiente. A actividade do garimpo
pode ser desenvolvida a céu aberto nos aluviões ou rochas mineralizadas, ou ainda em
galerias escavadas na rocha. Se não for refeito o meio ambiente o garimpo é uma actividade
predatória do meio.

2.8.1.1.Garimpeiros

Os garimpeiros são pessoas que subiam as grimpas no passado, fugindo ao fisco.


Eram os garimpeiros, mais tarde garimpeiros. O nome hoje não tem mais o sentido
pejorativo. É o nome de homens arrojados que lutam na extracção de pedras preciosas, ou de
ouro, nos terrenos de aluvião ou quebrando cascalhos para a busca de metais preciosos

Segundo Morrison (1992:23), Garimpeiro considera-se ao trabalhador que extrai substancias


minerais úteis, por processo rudimentar e individual de mineração, garimpagem, faiscação
ou cata, que de
acordo com Gomide et al (2018: 69) Contaminação (Passagem ou
transmissão de um agente infeccioso ou substância de um ser vivo
para outro, de um ser vivo para um objecto/agente e de um objecto/
agente a outro objecto/agente. A contaminação pode ser a passagem
de um agente patogénico (vírus, bactérias, fungos) por meio de
substâncias (gotículas de espirro, sangue) entre pessoas, como
também a contaminação de um objecto para uma pessoa, como no
caso das intoxicações por substâncias químicas, ou mesmo de um
objecto/agente para outro, no caso de contaminação do solo que
atinge a água (chumbo e outros metais pesados). É importante
salientar que o termo [exposição] é mais específico às questões que
envolvem os riscos em saúde do trabalhador do que o termo
contaminação.

2.8.2. Mina a céu aberto

Minas a céu aberto são aquelas onde os depósitos minerais de estendem por amplas
áreas e em diferentes profundidades. Para ter acesso a esses depósitos as mineradoras
removem grande quantidade de solo misturado com minério. A abertura de uma mina a céu

14
aberto se inicia com a retirada da vegetação localizada sobre a reserva mineral, tendo
importante impacto sobre a biodiversidade local. Em seguida as camadas superficiais do
solo, rico em nutrientes, porém normalmente, com baixa Gomides at al (2018:153).

2.8.3. Minas subterrâneas

São formadas a partir da escavação de túneis e galerias. Essas minas podem se


deslocar por vários quilómetros debaixo da terra. Nestes casos, o minério é retirado por
caminhões ou vagonetes. Do ponto de vista ambiental, elas tendem a exigir uma menor
retirada de estéril. Por outro lado, oferecem maiores riscos aos trabalhadores, principalmente
pela maior letalidade e ocorrência dos acidentes Gomides at al (2018:155).

2.9.Mitigação ambiental

São as medidas que um empreendedor tem que tomar para eliminar e reduzir
impactos que possam causar prejuízos ao meio ambiente e a sociedade. A mitigação
ambiental pode ser dividida em três medidas: de prevenção e controle; de compensação; e de
remediação. A prevenção e controle são acções que buscam prevenir impactos e monitorar o
comportamento do empreendimento quanto aos parâmetros de qualidade ambiental para fins
de acção rápida no sinal de qualquer alteração de normalidade ou perigo. As medidas de
compensação são práticas que visam reaver em outro lugar os impactos irreversíveis
causados, seja por meio de pagamentos financeiros ou acções que buscar preservar ou
melhorar as condições ambientais.
A remediação são acções que pretendem consertar ou restaurar o meio ambiente
depois do dano ambiental. As medidas e programas de mitigação são obrigatórias e previstas
por normas para os diferentes tipos de "Avaliação de Impactos Ambientais". Essas medidas,
entretanto, não evitam por completo a ocorrência de danos ambientais e tampouco
substituem ou repõem a rigor as perdas da sociedade e do meio ambiente geradas por
impactos. Gomides at al (2018:158).
Monitoramento Ambiental - Acompanhamento e análise sistemática da situação
ambiental dos meios físico, biótico e sociais, visando controlar, recuperação, melhorar ou
manter a qualidade ambiental em decorrência dos impactos de um empreendimento.

15
2.10. Exploração

Trabalho de pesquisa de ouro executado por garimpeiro especializado no interior de


matas e florestas. Gomide at all (2018: 109).
Entendo que exploração e retirar um recurso numa determinada área que pode ser por vias
legais e sem legalidade.

2.10.1. Impacto Ambiental

Conjunto de acções provocadas por um empreendimento sobre a sociedade e o meio


ambiente, em grande parte descrito no "Estudo de Impacto Ambiental" prévio às licenças
ambientais e que buscam ser mitigados ou compensados por meio de "Programas de Gestão
Ambiental", Gomide et al (2018:132).
O conceito oficial de impacto ambiental, segundo a Resolução CONAMA 1/86
citado por Moreira (1997: 3), é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e
biológicas do meio ambiente.
Na perspectiva de Sachez (1998) Impacto ambiental “alteração da qualidade
ambiental que resulta da modificação de processos naturais ou sociais provocada por acção
humana.

16
CAPÍTULO III: METODOLOGIAS DE PESQUISAS

A metodologia num trabalho de natureza científica é um caminho que procura a


verdade num processo de pesquisa, ou aquisição de conhecimentos. É um caminho que se
segue de procedimentos científicos, critérios normalizados e aceites pela ciência. Nesta
perspectiva, “metodologia é a explicação minuciosa detalhada, rigorosa e exacta de toda
acção desenvolvida no método de trabalho da pesquisa” (IVALA apud LAKATOS,
1991:40).

3.1.Tipo de Pesquisa

Quanto à abordagem - É uma pesquisa Quali-Quanti, pois os resultados são


quantificados e pressupõe o uso de métodos estatísticos para o cálculo das percentagens e
considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo
indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido
em números, (faz juízo de valores e usa números). (Gil 1991).

Quanto aos procedimentos - A pesquisa foi do campo, porque procurou o


aprofundamento de uma realidade específica e envolveu a interrogação directa das pessoas
cujo comportamento se desejava conhecer, no local onde se fez a pesquisa.
Segundo VASQUES apud LAKATOS e MARCONI (1992:67),este tipo de pesquisa, é
baseada em documentação directa, o levantamento de dados é realizado no local onde
ocorrem os fenómenos com o objectivo de obter informações sobre um problema, ou
confirmar uma hipótese, ou descobrir novas relações entre factos por meio da observação.

Os trabalhos de recolha de dados foram realizados no local onde ocorreu o fenómeno,


portanto, na aldeia de Mahera, distrito de Ancuabe.

Quanto aos objectivos - trata-se de uma pesquisa exploratória, pois visa gerar
conhecimentos práticos que poderão ser usados como estratégias para mitigação da
extracção mineira artesanal no povoado de Mahera, distrito de Ancuabe.
Segundo GIL apud RIBEIRO &SILVA (2004:14), este tipo de pesquisa, tem por objectivo
gerar conhecimentos para aplicação prática dirigida à solução de problemas específicos.
Envolve verdades e interesses locais. Por isso, foi possível analisar o impacto das estratégias
para mitigação da extracção mineira artesanal no povoado de Mahera, distrito de Ancuabe,

17
convista, melhorar o processo de extracção mineira no povoado de Mahera, distrito de
Ancuabe.

3.2.Técnica de Colecta de dados

As técnicas que permitiram a recolha de dados da pesquisa, a entrevista e o


questionário.

3.2.1. Entrevista
A pesquisa usou esta técnica porque o entrevistador teve a liberdade para desenvolver
cada situação em qualquer direcção que considere adequada. É uma forma de poder explorar
mais amplamente uma questão, as perguntas são abertas e podem ser respondidas dentro de
uma conversação informal. (GIL, 2001).
Há um roteiro de tópicos relativos ao problema que se desenvolveu e o entrevistador
teve a liberdade de fazer as perguntas que quiser: Sonda razões e motivos, dá esclarecimentos,
não obedecendo a rigor a uma estrutura formal.

3.2.2. Questionário

O questionário é uma técnica de investigação composta por um número grande ou


pequeno de questões apresentadas por escrito que tem por objectivo propiciar determinado
conhecimento ao pesquisador sem precisar estar no local. (LAKATOS & MARCONI,
1992).
A escolha desta técnica deve se ao facto que:
 Possibilitou uma maior sistematização dos resultados obtidos, tornando-se mais
fácil automatizar o processo de análise e tratamento dos dados;
 É de fácil operacionalização, podendo ser aplicado a uma amostra de grande
dimensão, num curto espaço de tempo;
 Pelas suas características, implica normalmente custos menores, pois evita as
deslocações;

3.2.3. Universo
O trabalho de pesquisa envolveu aos garimpeiros, entre comunidade e subalternos.
3.2.4. Amostra
Segundo RUQUOY apud IVALA, 2002:115) “O valor da amostra é determinado
pela sua adequação aos objectivos da pesquisa. Toma-se por isso como princípio a

18
diversificação dos pesquisados, procurando-se garantir que nenhuma situação importante
fique esquecida”. Para que o trabalho seja pragmático e eficiente quanto possível, do
universo indicado, foi constituída uma amostra de 30 pessoas dos quais, 10 (dez)
garimpeiros, 3 (três) funcionários públicos dos SDPI e 17 (dezassete) populares da
comunidade da aldeia de Mahera.

19
CAPÍTULO V: Resultados e Discussão

A pesquisa foi concebida para a entrevista feita aos funcionários do SDEJT de


Ancuabe num conjunto amostral de 30 pessoas distribuídos por: 10 (dez) garimpeiros, 3
(três) funcionários públicos dos SDPI e 17 (dezassete) populares da comunidade da aldeia de
Mahera.
Neste capítulo apresentamos a estatística descritiva relativa aos dados obtidos no
questionário e respostas na entrevista. Nesta parte do trabalho, através da análise de dados,
onde debruçando sobre determinados tópicos, iremos responder aos objectivos desse estudo
comprovando ou não as nossas hipóteses.
A seguir, são apresentados os resultados obtidos com a aplicação do questionário.
Foram expostos em gráficos comparativos, quantificados em valores percentuais e
acompanhados de uma análise. Isso contribui para uma melhor visualização e compreensão
do nível e do aspecto Mitigação da extracção mineira artesanal, possibilitando a
identificação da dimensão no processo de extracção mineira artesanal.
Assim, a apresentação foi feita seguindo a ordem das perguntas, como a seguir pode-
se depreender face as categorias.

5.1.Apresentação de dados do questionário dirigido aos garimpeiros

5.1:A quanto tempo pratica o garimpo artesanal.

Esta pergunta visa, sobretudo, saber o tempo em que o garimpeiro está praticando a
actividade, pelo que se construiu o gráfico1.

Gráfico I – Tempo o qual prática o garimpo artesanal.

20%

30%
50%

Fonte: adaptação nossa 2019

Os dados do gráfico 1 mostram que 50% dos garimpeiros inquiridos tem 5 anos
praticando a actividade, 30% no intervalo de 3 e 4 anos, 20% com 1 e 2 anos na actividade.
Nesta ordem de dados, mostra que a maioria dos garimpeiros tem 5 anos na actividade e

20
outros 4 e 1 anos na actividade. A partir desta questão feita pelo grupo alvo acima
referenciada, leva-nos a perceber que, a maioria dos inqueridos estão praticando esta
actividade a 5 anos.

5.2: O que mudou na sua vida desde que começou a praticar o garimpo artesanal.

A questão colocada visava perceber a partir dos garimpeiros se existem mudanças


desde que iniciou a prática do garimpo.
Dos 10 (dez) entrevistados, sendo 9 (nove) informante equivalente a 90% afirma
que, mudou de vida, tendo adquirido vários bens e apoio a familiar sem especificações a
partir desta actividade e, um (1) declarante correspondente a 10% afirma que, ainda não
regista mudança de nada.
Com esta divergência de informações que obtive a partir deste grupo alvo leva-me a
perceber que existe mudanças significativas desde que iniciou a prática desta actividade,
uma vez que o maior número revela construção de casa, compra de mota, apoio familiar sem
especificação e apoio ao filho para ingresso a emprego.

5.3:Sabe que a prática de garimpo artesanal é uma actividade perigosa e proibida por
lei?
Esta pergunta foi feita com objectivo de auscultar aos entrevistados se sabiam que a
prática de garimpo artesanal é uma actividade perigosa e proibida por lei.
Dos 10 (dez) inqueridos, equivalente a 100% e de forma unânime afirmaram que
sim. A prática desta actividade é perigosa e proibida por lei.

Gráfico II – A prática de garimpo artesanal é uma actividade perigosa e


proibida por lei?

100,0%

Fonte: adaptação nossa 2019

21
Portanto a partir dessas informações obtidas durante a nossa pesquisa, leva-nos a
querer que os garimpeiros reconhecem o perigo e as ameaças que esta actividade traz nas
suas vidas.
5.4:Por que razão pratica essa actividade sabendo que é proibida por lei?
A questão em alusão foi colocada com intuito de perceber como ogarimpeiro pratica
esta actividade sabendo que é proibida por lei. Dos 10 (dez) inqueridos, dentre os quais 7
(sete) informantes equivalentes a 70% afirmaram que, por falta de emprego e elevado índice
de pobreza, 3 (três) informantes correspondentes a 30% afirmam que, querem melhorar a
vida, uma vez que praticando negocio não ee rentável se não recorrer a esta pratica.
Com as divergências das informações que obtivemos no campo de pesquisa mostram
claramente que, muitos estão praticando esta actividade por falta de emprego e elevado
índice de pobreza

5.5:Que tipo de acidentes já ocorreram enquanto estava a praticar essa actividade?


Esta pergunta foi colocada com objectivo de auscultar aos inqueridos acerca dos
acidentes que têm ocorrido durante a prática da actividade garimpeira artesanal. Dos 10
(dez) informantes correspondente a 100% afirmaram que, tem havido frequentemente o
desabamento de terra que geralmente causa ferimentos e morte.

Gráfico III – Tipos de acidentes que mais acontecem naquela actividade

100,0%

Fonte: adaptação nossa 2019

Portanto, a partir das informações obtidas, concluímos que o desabamento de terra é


o principal acidente que se tem verificado naquela local do garimpo.

5.6:O que tem feito o governo local quando há acidente desabamento de terra?
Esta pergunta tinha como objectivo de procurar saber dos inqueridos se o governo
local tem feito algo quando há acidente desabamento de terra. Dos 10 (dez) do grupo alvo,

22
dentre os quais 10 declarantes correspondentes a 100% afirmam que o governo não tem feito
nada.
Com estas informações obtidas a partir dos inqueridos deste grupo alvo, leva-me a
perceber que o governo não tem feito nada a par dos acidentes que tem acontecido e nem
presta apoios, mas sim os próprios garimpeiros criam condições de contribuições para apoiar
os os colegas acidentados.

5.7:O que o governo devia fazer para tornar sustentável a prática do garimpo
artesanal?
Esta questão foi colocada ao grupo alvo para ouvir as suas sugestões e sensibilidade
de modo a ultrapassar ou melhorar a implantação da prática do garimpo artesanal. Dos 10
(dez) inqueridos, de entre 7 (sete), correspondente a 70% afirmaram que, é necessário haver
criação de associações e educar o garimpeiro sobre mineração para ganhar imposto e
alocação de maquinas para minimizar os problemas que os enfrentam, assim como a
existência de capacitações envolvendo a comunidade, líderes religiosos para ultrapassar este
cenário,2 (dois) informantes correspondente a 20% afirma que, deve-se procurar
investidores para empregar as pessoas e 1 (um) informantes correspondente a 10% afirma
que o governo deveria dar por empréstimos em valores monetários aos garimpeiros de forma
que ele façam com que sejam legalmente reconhecidos.

Gráfico IV – O que governo devia fazer para tornar sustentável a prática do


garimpo artesanal.

10%

20%
70%

Fonte: adaptação nossa 2019

A partir das ideias dos inqueridos percebemos que,clamam para que haja associações
e as devidas capacitações sobre mineração e alocação de máquinas para minimizar os
problemas que os enfrentam. Só que as entidades governamentais não têm valorizado o
sacrifício daqueles operadores.

23
5.8: Sábia que a prática do garimpo artesanal sem a observância da lei ambiental
mineira destrói a fauna, a flora e cria o desaparecimento de espécies animais e
vegetais?

Com esta questão, pretendia-se saber se os inqueridos sábia que a pratica do garimpo
artesanal sem a observância da lei ambiental mineira destrói a fauna, a flora e cria o
desaparecimento de espécies animais e vegetais.

Tabela 2 – Pratica do garimpo sem a observância da norma destrói a fauna, a


flora e das espécies animais e vegetais.

Respostas
Questões Sim Não
Noção da destruição da fauna 2 = 20% 8 = 80%
Noção da destruição da flora 5=50% 5 = 50%
Noção da instição de espécies animais e vegetais 4=40% 7=70%
Fonte: adaptação nossa 2019

A tabela mostra que, dos 10 inqueridos, 2(dois) dos inqueridos têmnoção da


destruição da fauna o que corresponde a uma cifra 20% e os restantes 8 (oito) não têmnoção
da destruição da fauna, correspondendo 80%.
Dos 10 garimpeiros inqueridos, apenas 5 (cinco)dos inqueridos têm noção da
destruição da flora o que corresponde a 50% e os restantes 5 (cinco) não têm noção da
destruição da fauna, correspondendo 50%.
7Garimpeiros dos 10 inqueridos, têm noção da extinção de espécies animais e
vegetais, o que equivale a 40%,contra 7 (sete) não têm noção da extinção de espécies
animais e vegetais, o que corresponde a cifra de 70%.
Nesta perspectiva, feita a análise aprofundada em relação a tabela em 1, conclui-se
que poucos têm noção da prática do garimpo artesanal sem a observância da lei ambiental
mineira tem consequências nefastas na destruição da fauna, a flora e cria o desaparecimento
de espécies animais e vegetais, isto é, o ambiente fica destruído quando não se tem os
devidos cuidados.

24
5.9 Resultados e Discussão do Governo

Esta entrevista foram seleccionadas cinco (5) questões, direccionadas aos técnicos de
SDAE, segundo representamos na amostra. Para tal, iniciamos colocar as questões e com as
devidas respostas obtidas, respectivamente.

5.9.1. Quais são as medidas que devem ser adoptados para minimizar a
extracção do garimpo artesanal?

Esta pergunta foi colocada com objectivo de auscultar aos técnicos de SDAE, as
medidas a serem adoptados para minimizar a extracção do garimpo artesanal. Dos três (3),
entrevistados equivalente a 100% afirmaram uma das formas que se deve fazer para uma
exploração sustentável é através de criação de associações e provedores de serviços para
evitar o desmatamento da terra, da fauna e flora.
Neste contexto, leva-nos a entender que os técnicos estão cientes do que esta
acontecer naquela parcela do distrito. Portanto, seria oportuno que a direcção do SDAE
pautassem pela forma sábia e coerente a difusão da lei mineira e o licenciamento das
associações para o uso criterioso e racional dos recursos, sobretudo naquela localidade.

5.9.2. Quais são os impactos negativos registados pela pratica do garimpo


artesanal na área da saúde, Área de educação, Área da agricultura, Área ambiental?

A questão em alusão tinha como objectivo, ouvir aos técnicos de SDAE, sobre os
impactos negativos registados pela prática do garimpo artesanal. Dos três (3), entrevistados
correspondentes a 100% afirmaram de forma unânime que:

Na educação, verifica-se um grosso número de desistência dos alunos que resulta na


fraca aderência as escolas, maior índice de analfabetismo, gravidez precoce e as indesejadas.

Na saúde, nota-se a eclosão de doenças de origem tropicais, como: as doenças


diarreicas, vómitos, tosse e infecções de transmissão sexual, como: o HIV/SIDA, gonorreias,
a sífilis e outras.

Na agricultura, a população deixou de praticar esta actividade, podendo


simplesmente depender do comércio da água e da comida confeccionada devido da
actividade garimpeira, afectando de igual modo área na insegurança alimentar.

25
No concernente ao meio ambiente, verificasse degradação das áreas produtivas,
poluição do ambiente, ausência de espaços faunísticos e poluição das potenciais hídricas.

Nesta perspectiva, feita a análise aprofundada em relação a questão, conclui-se que


esta actividade, quando feita sem a observância da norma tem consequências nefastas na
destruição da fauna, a flora e cria o desaparecimento de espécies animais e vegetais, isto é, o
ambiente fica destruído quando não se tem os devidos cuidados.

5.9.3: As melhores condições ideias de mitigação para minimizar os conflitos de


terra e o equilíbrio do meio ambiente são:
a - Capacitação sobre a lei de terra______; b – Não permitir que seja explorada;_______
c – Privatizar a terra________; d – Nehuma certa
Esta pergunta foi colocada com intuito de auscultar aos técnicos, as melhores
condições ideias de mitigação para minimizar os conflitos de terra e o equilíbrio do meio
ambiente.
Dos três (3) entrevistados, de entre 2 (dois), equivalente a 90% afirmaram que é
necessário que haja uma “capacitação sobre a lei de terra” e10% responderam “privatizar a
terra”.
Nota-se a predominância de um percentual indicando a capacitação sobre a lei de
terra a respeito das melhores condições ideias de mitigação para a minimização de conflitos
de terra e o equilíbrio do meio ambiente.
O que revela, que os técnicos junto da direcção, têm noção de que é necessário que
haja uma “capacitação sobre a lei de terra e sobre o desabamento de terra, porque uma vês
sensibilizados as boas práticas sobre o ambiente, deveram tapar as áreas de exploração e
plantar novas espécies florestal.

5.9.4: Tem noção de que aqueda de taludes e escavações no solo nas zonas do
garimpo artesanal são resultados da contínua acção danosa humana em relação ao
ambiente criando um desequilíbrio ecológico?

A questão em alusão tinha como objectivo, ouvir aos técnicos, se tinham a noção
sobre a queda de taludes e escavações no solo nas zonas do garimpo criam um desequilíbrio
ecológico e ambiental.

Dos três (3), entrevistados correspondentes a 100% afirmaram de forma unânime que
não, mais uma vês, revela-nos que, os proponentes fazem a actividade sem o conhecimento

26
das normas e o governo nem se quer esta preocupado em capacita-lo para que explorem de
forma legal e segura.

5.9.4:Que acções deve ser tomadas na aldeia de Mahera para o envolvimento


dos lideres comunitários locais e garimpeiros para a consciencialização em relação a
extracção segura e sustentável?

Em relação a esta questão, os inquiridos apresentaram as seguintes acções a serem


tomadas na aquele povoado no âmbito do envolvimento dos líderes comunitários locais e
garimpeiros para que haja consciencialização em relação a extracção segura e sustentável o
seguinte:
a) Disseminar a lei mineira aos líderes e população em geral, a boas praticas do uso
sustentável de recursos minerais;
b) Continuar a formar aos diversos níveis, a comunidade, líderes religiosos para
ultrapassar este cenário;
c) Criar associações e educar o garimpeiro sobre mineração para ganhar imposto e
alocação de máquinas para minimizar os problemas que existente.

5.9.5 Analise dos dados da entrevista submetido a comunidade de Mahera

Esta entrevista foram seleccionada 6 (Seis) questões, direccionadas a comunidade de


Mahera, o qual representamos na amostra. Para tal, iniciamos colocar as questões e com as
devidas respostas obtidas, respectivamente, vide tabela dois e três.

Tabela 3: Opinião Sobre Gestão Ambiental

Número de Respostas
Questões Não Sim As
vezes
Faz se algum trabalho em relação a preservação ambiental a
nível dos órgãos competentes? 17 0 0
A nível das associações algo tem se feito em relação a
preservação do ambiente? 17 0 0
Será que a actividade extractiva mineral artesanal pode criar
danos ao meio ambiente? 8 5 4
Fonte: adaptação nossa 2019
27
A tabela mostra que, dos 17 (dezassete) inqueridos afirmaram que" Não" o que
corresponde a uma cifra 100%, o que concluímos que não há trabalho em relação a
preservação ambiental a nível dos órgãos competentes.
Dos 17 (dezassete) garimpeiros inqueridos afirmaram que" Não" o que
correspondente a 100%, nota-se que naquela mina não existem associações, o que não se
tem feito algo em relação a preservação do ambiente.
17 Garimpeiros dos 8 (oito) inqueridos, afirmam que "não ", o que equivale a 47%, 5
(cinco) "Sim", equivalente a 29.4%, contra 4 (quatro) " as vezes ", correspondendo 23.5%.

Tabela 4: Nível de Participação entre Singulares, Associados com as Entidades


Locais em Encontros de Discussão em Matéria de Questão Ambiental.
Número de Respostas
Questões Boa Satisfaz Não
satisfaz
Qual é o nível de participação dos garimpeiros nos encontros 3 5 9
sobre preservação ambiental?
Como descreve a relação entre garimpeiro Artesanais de 8 2 7
Mahera com as entidades locais?
E a relação entre garimpeiro e ou com operadores singulares? 10 6 1
Fonte: adaptação nossa 2019

A tabela mostra que, dos 17 inqueridos, 9 (nove) dos inqueridos afirmaram que o
nível de participação dos garimpeiros nos encontros sobre preservação ambiental é " Não
satisfaz " o que corresponde a uma cifra 52.9%, 5 (cinco) " Não satisfaz ", equivalente a
17.6% e os restantes 3 (três) " Boa", correspondendo 29.4%.
Dos 17 garimpeiros inqueridos, apenas 8 (oito)dos inqueridos afirmam que a relação
entre garimpeiro Artesanais de Mahera com as entidades locais é "Boa" o que corresponde a
47%, 2 (dois) " Boa ", equivalente a 11.8% e os restantes 7 (sete) " Não satisfaz ",
correspondendo 41.2%.
10 Garimpeiros dos 17 inqueridos, afirmam que a relação entre garimpeiro e ou com
operadores singulares é "Boa", o que equivale a 58.5%, 6 (seis) "satisfaz ", equivalente a
35.6%, contra 1 (um) " Não satisfaz ", correspondendo 5.9%.

28
CAPÍTULO VI: CONCLUSÃO, SUGESTÕES, RECOMENDAÇÕES

6. Conclusão

A actividade mineira de pequena escala e artesanal, tem contribuído positivamente


na erradicação da pobreza nas zonas rurais, como também no aumento de divisas e
fornecimento de matéria-prima para a indústria local, embora está actividade tem sido
contestada, por ser de muito risco e destruir o meio ambiente devido a utilização de técnicas
e equipamentos de produção não apropriados.

O presente estudo concluiu que os danos gerados nas áreas onde são desenvolvidas a
mineração ou garimpagem são irreversíveis. Diante desses factos percebe-se que a
lucratividade oriunda da extracção mineral fica nas mãos de uma minoria e os prejuízos
ambientais para toda a população actual e vindoura.

Os resultados mostram, ainda que, não é possível com os métodos aplicados pelos
mineiros artesanais, na extracção da turmalina no povoado de Mahera, serem usados sem
provocar impactos ambientais, no entanto, é necessário reduzir os danos ambientais desta
actividade, criando associações fortes que tenham um vínculo indissociável com o governo
local, na luta contra os mineradores ilegais e a preservação do meio ambiente.

O estudo revela que, não existe uma acção conjunta entre as entidades
governamentais e os operadores artesanais convista a minimização dos efeitos negativos
criados pela extracção de pedras preciosas no distrito de Mahera.

29
6.1.Sugestões/Recomendações

As autoridades locais e no geral aquém de direito

 Sensibilizar as populações a proceder a lavagem dos minerais em águas separadas


sem recorrer aos riachos, aos lençóis freáticos;
 Disponibilizar um técnico para disseminar imediatamente as melhores práticas
ambientais e mineiras;
 Fiscalização constante e permanente em locais de extracção de pedras preciosas e
outros minerais.
 O Governo cria grupo dinamizador no sentido de sensibilizar e mobilizar os
garimpeiros interessados e a comunidade geral para se organizarem em associações e
buscar as respectivas licenças de exploração;
 O Governo identifique zona de risco que não podem ser exploradas pelos
garimpeiros mas sim empresas mineiras que respeitarão as regras e apliquem as
técnicas de exploração para evitar o desabamento de terra usando a mão-de-obra
local;

A população Local

 Criação de associações mineiras para facilitar a disseminação das técnicas


recomendáveis;
 A reflorestação também é uma boa saída para minimizar o impacto ambiental já
ocorrido;
 Proceder a rega dos entulhos para que não emanem poeiras
 Vinculem técnicos de saúde ou agentes polivalentes elementares para sensibilização
e mobilização de garimpeiros para proteger-se das doenças usando preservativos
durante as relações sexuais e uso de mascaras para as doenças respiratórias;
 Exista um grupo de fiscais para controlar as áreas de exploração mineira a regular as
actividades;

30
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

 Bata, Eduardo Jaime & Mariano, Zilda Fátima (2015) a vulnerabilidade sócio
ambiental no contexto da exploração das pedras preciosas e semipreciosas em
namanhumbir, distrito de montepuez moçambique, (Vol 29), entre 2004 a 2011.
 Bello, Jose Luís de Paiva.(2005) Metodologia Científica: Manual para Elaboração
deTextos Académicos, Monografias,Dissertações e Teses. S/d; Rio de Janeiro.

 Gil, Antonio Carlos(2002).Como elaborar projectos de pesquisa. (4ªed), Atlas, São


Paulo.
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Atlas.

 H. L. Hartman. (1992). SME Mining Engineering Handbook, (2ª Ed.)


 Macedo, A. J. B. de; Bazante, A. J.; Bonates, E. J. L. arte e ciência. Revista Escola
de Minas. (v. 54)..Tom Morrison. 1992. Hardrock Gold: A Miner's Tale, (2001).
 Geologia de Mina e Operações de Lavra: Curso de Mineração – Básico, Modulo
II,ValeMagnolli, Miranda Martinelli. (1986) . "Ambiente, espaço e paisagem".
Paisagem eAmbiente, 1 e 2. São Paulo, FAUUSP.
 Guedes, Luís Alves (2013),os impactos ambientais causados pela extracção de areia
noribeirão José da silva e água quente, município de posse e guarani de Goiás,
Brazil.
 Gonada, Amélia et. all. (2018). Meio ambiente e mineração artesanal em três
Distritos deCabo Delgado: Ancuabe, Namuno e Montepuez. Medicusmundi. Maputo
Kubecera (2017) Relatório do Estudo de Identificação do Impacto da Mineração no
Distritode Moatize, Moçambique/d.
 ITC.(2010) Estudo sobre a “Mineração Artesanal, Associativismo e Tecnologias
Para o seu Aproveitamento Sustentável “ Chimoio.
 Kulumba (Dezembros 2016-Abril 2017) Revista Moçambicana de ciências e
estudos da
educação). meio ambiente, educação e desenvolvimento. departamento de
pesquisa e publicação. Universidade pedgógica montepuez. vol.iv. nº. 11. Cabo -
Delgado, moçambique, 113p.

31
 Manual da UCM (2014) Metodologia de investigação científica: Manual de tronco
comum.UCM-CED. Beira.
 Medicusmundi e Centro de Terra Viva. Mineração artesanal: direitos ambientais e
culturais de Cabo Delgado. s/d.. s/l..
 Micoa (SA).em busca de ouro: Garimpo e Desenvolvimento Sustentável, uma Difícil
Conciliação.
 Oliveira Eugénio (2014) Metodologia de Investigação Cientifica. FEUP. Porto.
 Silva, Alan Perreira e Mattos, Vivian Monteiro (2011) Proposta de Mitigação de
impactos
do garimpo de diamantes com a implantação da piscicultura. (Vol. 15) nr.1. s/l.
Uniciências;
 Viega, Marcello Mariz at all: (SA) o garimpo de ouro na amazónia: aspectos
tecnológicos,ambientais e sociais.

32
Apendice

Questionário dirigido aos garimpeiros


1. A quanto tempo pratica o garimpo artesanal. _______________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

2. O que mudou na sua vida desde que começou a praticar o garimpo artesanal._______
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

3. Sabe que a pratica de garimpo artesanal é uma actividade perigosa e proibida por lei?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

4. Porque razão pratica essa actividade sabendo que é proibida por lei?_____________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

5. Que tipo de acidentes já ocorreram enquanto estava a praticar essa actividade?____


__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

6. O que tem feito o governo local quando há acidente desabamento de terra?________


__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

33
7. O que o governo devia fazer para tornar sustentável a pratica do garimpo artesanal?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

8. Que acções deve ser tomadas na aldeia de Mahera para o envolvimento dos lideres
comunitários locais e garimpeiros para a consciencialização em relação a extracção segura e
sustentável;_______________________________________________________________
_______________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

34
Entrevista dirigido ao Governo

1. Quais são as medidas que devem ser adoptados para minimizar a extracção do garimpo
artesanal?________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

2. Quais são os impactos negativos registados pela pratica do garimpo


artesanal?__________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

3. Quais são as melhores condições ideias de mitigação para minimizar os conflitos de terra,
desabamento de terra e o equilíbrio do próprio meio ambiente?______________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

4. Que acções deve ser tomadas na aldeia de Mahera para o envolvimento dos lideres
comunitários locais e garimpeiros para a consciencialização em relação a extracção segura e
sustentável?______________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________

35
Entrevista dirigido a comunidade de Mahera
Vide tabela dois e três:

Tabela 2: Opinião Sobre Gestão Ambiental


Número de Respostas
Questões Não Sim As
vezes
Faz se algum trabalho em relação a preservação ambiental a
nível dos órgãos competentes?
A nível das associações algo tem se feito em relação a
preservação do ambiente?
Será que a actividade extractiva mineral artesanal pode criar
danos ao meio ambiente?

Tabela 3: Nível de Participação entre Singulares, Associados com as Entidades


Locais em Encontros de Discussão em Matéria de Questão Ambiental.
Número de Respostas
Questões Boa Satisfaz Não
satisfaz
Qual é o nível de participação dos garimpeiros nos encontros
sobre preservação ambiental?
Como descreve a relação entre garimpeiro Artesanais de
Mahera com as entidades locais?

36
Anexos

Imagem 1: Degradação do Solo pela extracção do garimpo

Fonte: adaptação nossa 2019

Imagem 2: Garimpeiros degradando o meio ambiente.

Fonte: adaptação nossa 2019

37
Imagem 3:Garimpeiros e a degradação do solo.

Fonte: adaptação nossa 2019

Imagem4: escavação de buracos para extracção do ganete.

Fonte: adaptação nossa 2019

38
Figura 1: Mapa do Distrito de Ancuabe.

Fonte: adaptação nossa 2019


Figura 2: Mapa da área de Mahera

Fonte: adaptação nossa 2019

39

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