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COLÉGIO ESTADUAL JARDIM VILA BOA

Nome: __________________________________________________ 3º _______


Goiânia, ________ de ___________________ de 2020
Professor: Augusto Seixas
Atividade aplicada em 14/04/2020
Data para entrega: 24/04/2020
ATIVIDADE DE FILOSOFIA
Os dois conceitos de liberdade em Isaiah Berlin
Para qualquer pessoa que queira entender a dinâmica do Liberalismo atual (Liberalismo Social) e no que ele
se distingue de outras vertentes históricas desta ideologia política, econômica e social a leitura de Berlin é uma
obrigatoriedade por seu caráter esclarecedor além de lançar as bases para grandes discussões de filosofia política
entre autores como John Rawls e Jürgen Habermas.
Isaiah Berlin, filósofo político britânico, (junho/1909 — novembro/1997) foi um dos principais pensadores
liberais do século XX. Em um dos seus ensaios mais conhecidos, “Two Concepts of Liberty” (Dois conceitos de
Liberdade), Berlin examina o conceito de Liberdade Negativa e o de Liberdade positiva, sendo a primeria uma
ausência de impedimentos à ação do indivíduo, e a segunda, a presença de condições para que os indivíduos ajam de
modo a atingir seus objetivos.
Segundo Berlin entender os movimentos históricos significa entender as ideias ou atitudes relacionadas com a
vida neles implícita, e que, sozinhas, fazem de tais movimentos parte da história humana e não simples eventos
naturais — necessário que sejam entendidas as questões predominantes no mundo, para que o indivíduo possa
clarear as suas próprias atitudes e ações. A questão central da política, obediência e coerção, causa uma guerra
aberta travada entre dois sistemas de idéias, que fornecem respostas conflitantes (liberalismo e o socialismo). A partir
disso, o filósofo examina os diferentes sentidos de liberdade. Enquanto o sentido negativo busca responder a
pergunta “Qual é a área em que o sujeito deve ter ou receber para fazer o que pode fazer ou pode ser, sem que as
outras pessoas interfiram?”, o sentido positivo, procura responder  “O que ou quem é fonte de controle ou de
interferência que pode determinar que alguém faça, ou seja, tal coisa e não outra?”. O conflito entre os conceitos está
em que a concepção “positiva” de “liberdade para”, em uma forma de vida prescrita, algumas vezes, para os adeptos
do conceito “negativo” nada mais é que um ilusório disfarce para a tirania brutal.
Primeiramente é apresentado o conceito de liberdade “Negativa”, um indivíduo só é livre na medida em que
nenhum outro homem, ou grupo, interfira em suas atividades. Coerção: deliberada interferência de outros seres
humanos na área em que eu poderia atuar. Liberdade política é a área em que um homem pode agir sem sofrer
obstrução de outros. Se tal área é limitada por outros homens, pode ser dito que o indivíduo está sendo coagido ou,
provavelmente, escravizado. Necessário ressaltar que a simples incapacidade de atingir essa meta não constitui falta
de liberdade política. Contudo, se essa incapacidade de conseguir determinada coisa se deva ao fato de outros
criarem condições para que o impeça de ter condições suficientes, ele passa a ser uma vítima de coerção ou de
escravidão. Os homens são interdependentes — a liberdade de alguns precisa depender da limitação de outros — “ A
liberdade do tubarão é morte para as sardinhas”, porém, um aspecto importante de ser avaliado está nas
necessidades básicas de liberdade, (entre seu maior e menor grau), são as mesmas para um camponês egípcio, ou
para, professores, artistas, e milionários. Liberdade, para Berlin, é liberdade, diferente dos conceitos de igualdade,
justiça, cultura, imparcialidade; “a liberdade individual não é a necessidade primária para todo mundo.” No Ocidente
não é a liberdade buscada pelos homens diferida segundo suas condições econômicas e sociais, que desnorteia
pensamentos dos liberais, mas sim, a minoria que possui chegou a ganhá-la através da exploração da maioria que
não a possui. E se a liberdade de um indivíduo dependa da infelicidade de um grande número de pessoas o sistema é
injusto e imoral. Por outro lado, se alguém dispõe de sua liberdade, para reduzir a desigualdade, e assim não amplia a
liberdade dos outros, ocorre uma perca de liberdade. A grande questão passa a ser qual a fronteira entre a área da
vida privada e da vida pública. Alguns filósofos, como Adam Smith, Locke, e até certo ponto, John Stuart Mill,
acreditavam em uma harmonização dos interesses humanos, um progresso lado a lado, das esferas públicas e
privadas. Por outro lado, Hobbes argumentava a necessidade de ampliar a área de controle e diminuir a do indivíduo.
Ainda que, ambos concordem com que o indivíduo precisa continuar sendo independente da esfera do controle social.
Então, qual seria o mínimo dessa reserva? O que o homem não pode abandonar para não causar prejuízos a
natureza humana. O que constitui essa essência? Essa questão representa um ilimitado campo de discussões, o que
se pode afirmar é que se essa reserva for invadida, constrói-se um despotismo.
A concepção “negativa” de liberdade em sua forma clássica: a coerção é má, na medida em que frustra
desejos humanos, porém as vezes é necessária para evitar males maiores. Em oposição a não interferência é boa,
embora não seja o único bem. Em segundo lugar o sentido “positivo” traduz o desejo do indivíduo de ser seu próprio
amo e senhor. Ser dono de si mesmo seria não ser escravo de ninguém? Mas não seria escravo da natureza? A
liberdade positiva se relaciona com a visão orgânica. Essa, segundo Berlin, seria dizer que se o sujeito for impedido
até mesmo pela força, torna-o mais saudável para desempenhar seu papel de cidadão, portanto mais livre. A
sociedade e o Estado comparado a um corpo. O bom funcionamento do Estado, tem haver com um bom
funcionamento de um organismo. Todos os membros (indivíduos) são igualmente importantes para o Estado. Não há
esfera privada de Direitos, interferência direta do Estado. Associando-se essa visão ao filósofo Rousseau, entende-se
a liberdade positiva, como liberdade civil: “Quanto mais eu obedeço a lei civil, mais livre eu sou, já que ajudo a
elaborá-las”. Simplificando, é como se dissesse que para o próprio bem, o indivíduo não está sendo coagido, pois ele
desejou, estando consciente ou não, sendo assim, “verdadeiramente livre” mesmo o corpo recuse, e lutem com
desespero. Por fim, o ego da liberdade negativa não deve sofrer influências. Em contrapartida, o ego “positivamente”
livre pode alcançar um nível superpessoal, como um Estado, uma classe, uma nação, a liberdade como autodomínio.

Responda
1) Quais as diferenças entre Liberdade Positiva e Liberdade Negativa?
2) Qual dos dois tipos de liberdade você usufrui em sua sociedade? Só de uma delas ou da mistura de ambas?

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