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dos indivíduos entram no domínio médico, quer no sentido em que as formas pri-
vilegiadas de intervenção médica se caracterizam pelo recurso aos fármacos
(Crawford, 1980; Helman, 1997; Lowenberg e outros, 1994).
Consequentemente, as últimas gerações têm incorporado na sua socialização
uma crescente familiaridade com os fármacos, os quais, nas gerações anteriores, re-
presentavam um recurso raro e de utilização excepcional. Simultaneamente, a roti-
nização e padronização da sua prescrição foram possibilitando uma gradual apro-
priação leiga dos critérios de decisão médica, que é accionada e reproduzida nas re-
soluções leigas sobre os problemas mais comuns de saúde.
Integram também as condições para essa apropriação a própria emergência e
declínio do estado providência. O desenvolvimento de sistemas universais de saú-
de, a partir dos anos 60, em diversos países europeus, e no caso português a criação
do Serviço Nacional de Saúde, em 1974, aumentou enormemente a frequência dos
contactos da população com a profissão médica (Campos, 1991), o que induziu as
condições propícias a uma progressiva apropriação leiga dos procedimentos mais
rotinizados da medicina e, sobretudo, das suas opções farmacológicas. Com o de-
clínio do estado providência, a partir dos anos 80, traduzido ao nível da saúde, en-
tre outros factores, pela descomparticipação de um quantitativo crescente de medi-
camentos, ficaram criadas condições propícias à iniciativa leiga de reprodução das
opções famacológicas mais rotinizadas pela intervenção médica.
É na confluência deste conjunto de factores que a natureza desviante das prá-
ticas de automedicação se inscreve no plano do poder e das formas de controlo so-
cial em que este se concretiza, e não no plano da lógica de intervenção. Isto é, tra-
ta-se de um desvio ao controlo médico e não de um desvio à lógica de intervenção
médica, o que significa que se trata de um fenómeno produzido no interior do mes-
mo sistema social e técnico que lhe confere o estatuto desviante.
O carácter endógeno ao próprio sistema que a automedicação adquiriu e a
ineficácia das medidas para a sua contenção, têm vindo a dar lugar a novos reposi-
cionamentos profissionais neste domínio e a novas estratégias de recolocação de
poder, tanto por parte do sector médico como do sector farmacêutico. A principal
expressão desses reposicionamentos profissionais é constatável na redefinição de
que tem sido objecto o tradicional estatuto desviante atribuído a estas práticas, com
a criação de novas dicotomias que introduzem a distinção entre a designada “auto-
medicação responsável” e “automedicação não responsável”.4
Não obstante os diferentes entendimentos que confrontam ambos os sectores
profissionais quanto ao conteúdo substantivo de cada uma destas categorias, o seu
surgimento é revelador de que a automedicação está a constituir uma plataforma
de estratégias profissionais de poder, que se consubstancia na disputa de novos es-
paços de controlo profissional, fazendo deslocar para as suas respectivas tutelas
um campo de práticas que tradicionalmente se desenvolveu à margem do seu
controlo.
No que respeita ao sector médico, esse reposicionamento passa por dois tipos
de estratégias, aparentemente contraditórias. Formalmente, e como princípio, a
profissão médica rejeita qualquer forma de automedicação, evocando que o recur-
so a qualquer solução terapêutica pressupõe sempre um diagnóstico, e que estes
144 Noémia Mendes Lopes
Novamente, o requisito da educação do doente volta a figurar, tal como no sector mé-
dico, enquanto mecanismo de recolocação do controlo profissional e de reafirma-
ção das fronteiras entre a incompetência dos leigos e a competência dos profissio-
nais. Uma vez mais, são essas fronteiras que convertem o tradicional estatuto des-
viante da automedicação em prática responsável.
As condições propícias à emergência destas estratégias de reposicionamento
profissional do sector médico e farmacêutico passam também pelas mudanças nas
políticas de saúde ao nível do medicamento.
A introdução no mercado dos chamados medicamentos de venda livre, i. e.,
medicamentos cuja aquisição não está sujeita à obrigatoriedade de prescrição mé-
dica, constituiu a principal expressão do interesse político em flexibilizar o recurso
à automedicação. Em Portugal o processo teve início em 1983 (Who, 1988), com
posteriores e sucessivos alargamentos do volume de medicamentos classificados
de venda livre.
A legitimidade evocada para esta medida política tem tido como principal ar-
gumento o reduzido, ou mesmo nulo, risco dos medicamentos incluídos nessa ca-
tegoria. É um argumento que não reúne total consensualidade, e que no sector mé-
dico tem dado lugar a alguns contra-argumentos:
Quadro 1 Dimensões estruturantes das representações sociais sobre automedicação e respectivos níveis
de adesão
Quadro 2 Sinopse das categorias predominantes em cada dimensão das representações sociais sobre
automedicação
Risco:
– “Automedicação como risco para Doentes crónicos (*) Habilitações + baixas: Mais velhos:
a saúde” [<= 9º ano] (*) [51-64 anos] (*)
– “Automedicação com Doentes crónicos Habilitações + baixas: Mais velhos:
medicamentos conhecidos/ [<= 9º ano] [51-64 anos]
redução do risco”
Controlo profissional:
– “Automedicação com controlo Saudáveis (*) Habilitações + altas: Mais novos:
farmacêutico” [cursos superiores] (*) [18-29 anos] (*)
– ”Controlo médico indispensável” Doentes crónicos (*) Habilitações + baixas: Mais velhos:
[<= 9º ano] (*) [51-64 anos] (*)
Relação c/ os medicamentos:
– “Resistência aos medicamentos” Saudáveis (**) Habilitações + altas: Mais novos:
[cursos superiores] [18-29 anos]
Notas: Qui-quadrado significativo (*) p≤0,01; (**) p≤0,05; a variável “estatuto de saúde” é constituída por duas
categorias: saudáveis e doentes crónicos; a variável “habilitações escolares” é constituída por três categorias:
[<= 9.º ano], [10.º-12.º ano], [cursos superiores]; a variável “categorias etárias” é constituída por 4 categorias:
[18-29 anos], [30-40 anos], [41-50 anos], [51-64 anos].
Nunca 8,7
Raramente 53,5
Alguma frequência 37,2
Muita frequência 0,6
Total 100,0
explorar, enquanto expressão de uma pós-modernidade que não exclui a sua coe-
xistência com a crescente massificação da adesão ao farmacológico.
Ainda no domínio das representações sociais, um último dado a considerar
respeita à auto-avaliação dos inquiridos sobre a frequência com que recorrem à au-
tomedicação, cujos resultados se apresentam no quadro 3.7
Constata-se que a maioria dos inquiridos considera que raramente ou nunca
recorre à automedicação (62,2%), sendo significativamente mais reduzida a per-
centagem dos que consideram fazê-lo com alguma frequência e praticamente inex-
pressiva a percentagem dos que consideram fazê-lo com muita frequência.
Assinala-se, nesta auto-avaliação, que a tendência dominante é no sentido de
não admitir práticas frequentes de automedicação, o que se revela em consonância
com o sentido das representações sociais anteriores. E essa consonância mantém-se
quando se analisa a incidência das respostas nas diferentes categorias sociais.
De facto, são os indivíduos da categoria saudáveis quem mais admite recor-
rer à automedicação com “alguma ou muita frequência” (49,5%), e são os indiví-
duos da categoria doentes crónicos quem menos admite fazê-lo (28,3%) (p≤0,01).
Por outro lado, e independentemente do estatuto de saúde, verifica-se sempre uma
forte associação entre o maior recurso à automedicação e os indivíduos com mais
habilitações (p≤0,05), assim como com os indivíduos mais jovens (p≤0,057).
O recurso à automedicação é, portanto, no plano das representações sociais,
uma prática que se segmenta entre a resistência e a relativa adesão, e que estabelece
um recorte entre as diferentes categorias sociais em análise.
Contudo, quando se passa do domínio das representações sociais para o do-
mínio das práticas efectivas, a segmentação identificada adquire novas configura-
ções e, por vezes, revela claras descontinuidades entre as representações sociais e
as práticas.
do recurso ao médico ou hospital ter sido a solução mais adoptada, a maioria dos
indivíduos (53,5%) recorreu a outras soluções, conforme se apresenta no quadro 4.
Se atendermos a que o recurso a medicamentos usados em situação semelhante e o re-
curso ao conselho farmacêutico entram no domínio da automedicação, constata-se que
29,1% dos inquiridos optou pela automedicação no seu último problema de saúde.
Os problemas de saúde em que houve esta opção são de natureza diversa,
embora a sua maior incidência seja nas situações de sintomas mais comuns, como é
o caso das gripes/constipações e tosse (conf. quadro 5).
Ao analisar-se a incidência do recurso à automedicação nas diferentes catego-
rias sociais verificou-se que os indivíduos com doença crónica, e particularmente
os hipertensos, recorreram mais à automedicação que os indivíduos saudáveis
(saudáveis 26,5%, diabéticos 29,1%, hipertensos 31,4%; p≤0,01. Os indivíduos
saudáveis foram os que mais recorreram ao médico ou hospital.
Desde já, estes primeiros indicadores de práticas de automedicação tendem a
contrariar, pelo menos parcialmente, as tendências expressas nas representações
sociais, nas quais os indivíduos com doença crónica tendem a valorizar, mais do
que os saudáveis, o estrito controlo médico para todos os problemas de saúde, sen-
do também os que na auto-avaliação sobre o recurso à automedicação predomi-
nam na categoria nunca ou raramente.
Quadro 5 Último problema de saúde em que houve recurso à automedicação (“medicamentos conhecidos”
e “conselho farmacêutico”) (percentagem)
Não assumir como “último problema de saúde” grande parte dos diferentes
tipos de dores e de fadiga psíquica que levaram à automedicação, poderá ser reve-
lador de que muitas formas de mal-estar não entram nas categorizações leigas
como verdadeiros problemas de saúde, designadamente por não terem sido valori-
zadas como tal em anteriores queixas nas consultas médicas, o que legitima a sua
gestão através da automedicação. Afigura-se, neste âmbito, que as questões de saú-
de que não alcançam o estatuto de verdadeiro problema de saúde e que, por isso, en-
tram no domínio da automedicação, não só produzem a legitimidade leiga deste
tipo de recurso, como ao entrarem nesse domínio perdem a possibilidade de os lei-
gos os virem a requalificar como verdadeiros problemas de saúde justificativos do
recurso a cuidados médicos. Denota-se aqui a existência de um duplo efeito que, tal
como outros factores já anteriormente identificados, vão configurando as comple-
xidades sociológicas que organizam as racionalidades leigas no domínio da auto-
medicação, e cuja elucidação torna indispensáveis futuros aprofundamentos com
metodologias qualitativas.
Um outro domínio de informação relevante para a compreensão das raciona-
lidades subjacentes a estas práticas respeita à questão sobre “quem recomendou” o
último medicamento utilizado sem prescrição médica (quadro 7).
Um primeiro nível de leitura, que de imediato é suscitado por este quadro,
prende-se com o facto de, na larga maioria das situações de automedicação, os indi-
víduos recorrerem a medicamentos que já têm em casa (70,3%). Indicia-se nesta
tendência, quase generalizada, de aprovisionamento de medicamentos em casa,
por um lado, a deslocação do tradicional estatuto do medicamento de recurso raro
e de utilização excepcional para o estatuto de bem de consumo, de banalização
equivalente a outros recursos de consumo doméstico; por outro lado, também se
revela nesta prática uma das formas de autonomia leiga relativamente aos sistemas
periciais na gestão quotidiana dos problemas de saúde, na qual se reproduz e reac-
tualiza a lógica de intervenção desses mesmos sistemas. Mas atente-se igualmente
que, de entre os diferentes meios de automedicação, o que assume maior expressão
é o recurso a medicamentos já receitados pelo médico noutra ocasião (47,7%), o que
representa uma das dimensões ocultas da automedicação e estabelece a sua irredu-
tibilidade à tradicional dicotomia entre medicamentos prescritos pelo médico e
AUTOMEDICAÇÃO: ALGUMAS REFLEXÕES SOCIOLÓGICAS 155
Quadro 7 “Quem recomendou” o último medicamento utilizado sem prescrição médica (percentagem)
Quadro 9 Solução habitualmente adoptada quando um medicamento receitado pelo médico apre senta efeitos
secundários ou contra-indicações de que não tinha sido informado/a (percentagem)
As várias pistas analíticas suscitadas pelos dados obtidos nesta primeira aborda-
gem ao fenómeno da automedicação enunciam três grandes eixos de reflexão e
problematização teórica.
O primeiro decorre das descontinuidades encontradas entre as representa-
ções sociais e as práticas efectivas, cuja elucidação convoca como referência teórica
central a perspectiva da “modernidade reflexiva” (Giddens, 1992) e os seus contri-
butos analíticos sobre as relação dos leigos com os sistemas periciais.
Nas actuais condições de modernidade se, por um lado, os indivíduos in -
tegram cada vez mais nos seus sistemas de referências as informações difun di -
das pelos sistemas periciais, por outro lado, as suas atitudes para com a ciência e
o conhecimento técnico são, em geral, tipicamente ambivalentes (idem: 69). Esta
ambivalência traduz-se por relações de confiança e cepticismo relativamente
aos sistemas pe riciais, e é resultante, tanto do facto de existirem diferentes “au -
toridades pe riciais” sobre um mesmo problema, como do facto de as assi mi la -
ções referenciais dos leigos se rem produto de um ajustamento pragmático aos
requisitos dos seus contextos sociais quotidianos de inserção e dos seus re cur -
sos sociocognitivos.
No caso da automedicação e da sua regulação institucional podemos ad -
mitir a existência, não só de diferentes “autoridades pe riciais”, como de “ori en -
tações periciais contraditórias”. Isto é, do ponto de vista médico a au tomedica -
ção é considerada ge ralmente indesejável, enquanto do ponto de vista far ma -
cêutico é considerada geralmente aceitável em situações con troladas (o que
equivale a diferentes autoridades periciais); ao mesmo tempo, o quantitativo de
medicamentos de venda livre tem aumentado, o que traduz um claro incentivo
à au tomedicação (o que equivale a orientações periciais con traditórias). Se, por
um lado, é por referência a esta constelação de desconvergências periciais que
os leigos constroem as suas concepções de automedicação, por outro lado essa
construção é também o produto do ajustamento pragmático aos requisitos dos
seus contextos sociais e cognitivos.
É neste equacionamento que se poderá entender a existência de diferentes
concepções leigas de automedicação e, portanto, de diferentes perfis de práticas de
automedicação, e que se poderá igualmente entender a diferenciação dessas con-
cepções e práticas quando analisadas a partir do estatuto de saúde dos indivíduos,
do seu estatuto geracional e do seu capital escolar. Naturalmente que cada uma
destas últimas variáveis não intervém de modo estático, com efeitos per se, mas fun-
ciona como factor interactuante e com potencial estruturante, no conjunto mais
vasto das condições organizadoras do quotidiano dos indivíduos.
Um segundo eixo de problematização situa-se no recorte encontrado entre os
dois perfis de práticas de automedicação “sem controlo profissional” e “com remo-
to controlo profissional”.
A este nível, não deixa de ser aparentemente paradoxal o facto de serem os in-
divíduos com doença crónica os que apresentam maior incidência nas práticas de
158 Noémia Mendes Lopes
sempre uma opção entre dois (ou mais) riscos: o risco de tomar um medicamento
que pode não resolver, ou pode agravar, o problema de saúde, mas que se espera
que o resolva, e o risco de não tomar nada e o problema de saúde impedir de res-
ponder às obrigações quotidianas ou reduzir significativamente o bem-estar pes-
soal (físico e/ou psíquico).
Colocar a automedicação, não como um risco, mas como uma opção entre ris-
cos, tem subjacente o critério de “pacote de riscos” utilizado por Giddens (1997). A
aceitação do risco é sempre o produto de um cálculo dos vários riscos em jogo e não
de cada risco isoladamente:
Notas
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