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Apresentação
Bons Estudos!
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Termo utilizado pela comunidade Surda para descrever o pensamento de superioridade da identidade
ouvinte sobre o surdo.
EQUIPE DE ORGANIZAÇÃO
da Silva (Ouvinte).
“DICA DO ALUNO”
Prezados alunos,
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Profª. Aldenisa Peixoto
CADERNO DO ALUNO
comunidades surdas, por sua vez, viram nos estudos linguísticos das línguas de sinais
um argumento científico, entre tantos outros de ordem diversa, mas de igual
importância, para lhes requerer o reconhecimento legal. O Brasil é um dos países que
já oficializou a língua de sinais de seu país – a LIBRAS – como língua própria dos surdos
brasileiros. Segundo a legislação vigente, desde abril de 2002, a Libras constitui um
sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidade de
pessoas surdas do Brasil, nas quais há uma forma de comunicação e expressão, de
natureza viso-motora, com estrutura gramatical própria. A oficialização da LIBRAS foi
de extrema importância, e ainda é, para a luta por políticas públicas de educação
bilíngue para surdos, com a presença de professores sinalizadores e/ou intérpretes em
sala de aula. O reconhecimento legal, no entanto, não significa que a Libras deva parar
de ser estudada em suas características linguísticas. Afinal, conhecer bem a natureza
linguística da Libras é condição necessária para o seu ensino.
Primeiramente não devemos nos reportar ao termo PORTADOR (A) para nos
referir a esta pessoa como substantivo ou adjetivo de portar alguma coisa. Ter uma
deficiência não significa que ela a porte.
A língua de sinais
Linguagem de sinais?
Linguagem Brasileira de Sinais?
Língua de sinais? Língua dos sinais?
Língua Brasileira de Sinais?
Língua de Sinais Brasileira? Língua de sinais brasileira?
LIBRAS? LSB?
A língua de sinais, para início de conversa, é uma língua e não uma linguagem.
Por isso, não devemos utilizar os termos “linguagem de sinais” e sim “Língua Brasileira
de Sinais”. Língua define um povo, como o povo brasileiro. Linguagem pode ter vários
sentidos: linguagem visual, dos animais, corporal, musical etc.
com outra pessoa surda e para que o surdo entenda do que se trata, devemos soletrar
usando o alfabeto manual. Veja abaixo, exemplos da datilologia e soletração dos
sinais:
DATILOLOGIA SOLETRAÇÃO
N-U-N-C-A NUNCA
A-Z-U-L AZUL
P-A-Z PAZ
M-A-R-Ç-O MARÇO
M-A-I-O MAIO
L-I-X-O LIXO
V-A-I VAI
A-Ç-O AÇO
L-I-N-D-O LINDO
V-O-V-O VOVO
A-R AR
C-A-R-O CARO
R-I-O RIO
V-I-U VIU
Alfabeto Manual
Quando nascemos, nossos pais escolhem nosso nome. O nome pessoal de cada
pessoa não pode ser mudado, a não ser em determinados casos permitidos pela
legislação nacional. Para as pessoas ouvintes, identificamos as pessoas pelo nome e
até memorizamos a voz das pessoas quando, por exemplo, se fala ao telefone. No caso
dos surdos, eles conseguem identificar as pessoas visualmente, memorizando suas
características físicas, mas, é difícil para eles identificar o nome de uma pessoa pela
leitura labial, afinal existem milhares de pessoas com os mesmos nomes.
Para suprir essa necessidade, a comunidade surda instituiu o Sinal Pessoal, ou
seja, é nome em Libras. Esse sinal normalmente é escolhido de acordo com as
características da pessoa ou por seu jeito de ser. O sinal pode ser dado por uma pessoa
surda ou escolhido pelo próprio usuário. Mas, uma vez batizado, esse sinal não poderá
ser modificado, visto que, como o sinal tem aspectos pessoais, é muito difícil encontrar
pessoa, sejam surdas ou ouvintes, com sinais iguais.
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Aldenisa Peixoto, Marlúcia Andrade e Marcus Weydson
NÚMEROS CARDINAIS
QUANTIDADE
mesmo sinal pode ser articulado tanto com a mão direita como a mão esquerda; tal
mudança não é distintiva.
OS PARÂMETROS FONOLÓGICOS DA LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA
(QUADROS & KARNOPP, 2004.)
L
CM
M
Movimento da mão (M): para que seja realizado é preciso haver um objeto (o
sinal) e um espaço (realização do sinal). O movimento pode ser analisado levando-se
em conta: a) o tipo: refere-se às variações do movimento das mãos, pulsos e
antebraços, ao movimento interno dos pulsos ou das mãos e ao movimento dos
dedos; b) a direção: pode ser unidirecional, bidirecional ou multidirecional; c) a
maneira: descreve a qualidade, tensão e a velocidade; d) a frequência: indica se os
movimentos são simples ou repetidos.
Orientação da mão (Or): trata-se da direção para onde a palma da mão está
voltada no momento da produção do sinal. A mão do sinalizador pode está
posicionada (Fig. 13): (plano y) para cima e para baixo; (plano z) para dentro do corpo
e para fora do corpo; (plano x) de lado virada para dentro do corpo (contralateral) e de
lado, virada para fora do corpo (ipsilateral).
Z .
(Fig. 13)
PROMOTOR ADVOGADO
APRENDER SÁBADO
1 2
HOJE AGORA
A fonologia das línguas de sinais, portanto, trata das suas unidades mínimas,
desde o aspecto físico da percepção e da produção, independentemente da sua
função, até o estudo da estrutura e da organização dos constituintes fonológicos
formados a partir dos parâmetros, de forma a regularizar e estabelecer padrões de
combinação na formação dos sinais com seus significado.
Afirmativas ou Negativas:
SIM NÃO
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Profª. Aldenisa Peixoto
CADERNO DO ALUNO
Exclamativas:
BOM! BEM!
AS SAUDAÇÕES E OS CUMPRIMENTOS
OS PRONOMES
PESSOAIS
Na 1ª pessoa do SINGULAR: EU - apontar para o peito do emissor
(pessoa que fala)
POSSESSIVOS
Os pronomes possessivos também não possuem marcação de GÊNERO e estão
relacionados às pessoas do discurso, não à coisa possuída.
Para a 1ª pessoa: ME@, podemos usar duas configurações: mão aberta, dedos
fechados e batendo levemente no peito e outra – mão em P com dedo medo batendo
no peito (ME@ - PRÓPRIO).
ME@ SE@
Exemplos: 1
EU – ME@ GAT@ / ME@ FILH@
VOCÊ – TE@ CADERNO / TE@ NET@
INTERROGATIVOS
Os pronomes: QUE e QUEM – são usados no início da frase. Já ONDE e
QUEM – se for usado no sentido de QUEM-É ou DE QUEM É - são usados no
final da frase.
Exemplos 2:
QUEM NASCER BRASIL?
QUEM FAZER ISSO?
PESSOA, QUEM-É? Quem é esta pessoa?
CADERNO DE-QUEM-É? De quem é este caderno
OS ADVÉRBIOS DE TEMPO
Por não haver formas de flexão verbal na Libras, fica entendido que o verbo fica
no infinitivo. O tempo é marcado pelos advérbios de tempo que indicam quando a
ação aconteceu
PRESENTE
PASSADO
FUTURO
Exemplos 3:
CURSO COMEÇAR QUE-HORA LÁ
VOCÊ ACORDAR QUE HORA?
ASSISTIR TV QUANTAS-HORAS DIA?
CAMINHAR ESCOLA ATÉ MINHA CASA QUANTAS-HORAS
OS ADJETIVOS
Anotações:
DIAS DA SEMANA
CALENDÁRIO – MESES
HORÁRIO
Prática da Libras
Exercício:
1. Observe a professora apresentando as sentenças e preencha os espaços:
a. ______________________________________________________
b. ______________________________________________________
c. ______________________________________________________
d. ______________________________________________________
e. ______________________________________________________
2. Datilologia.
1. ________________ 6. ________________
2. ________________ 7. ________________
3. ________________ 8. ________________
4. ________________ 9. ________________
5. ________________ 10. ________________
OBJETOS ESCOLARES
APRENDER
Prática na Libras:
DIÁLOGO: “O ENCONTRO”
DIÁLOGO: “O ENCONTRO”
(Contextualizado)
PROFISSÕES
Rego (1995), Góes (1996) e Goldfeld (2001), baseando-se nos estudos de Vygotsky
afirmam que a linguagem humana é entendida como um sistema de signos sociais que são
observados na medida em que o indivíduo vai interagindo com o outro, aprendendo a usar a
linguagem para expressar ideias, pensamentos e intenções verbais ou não-verbais. É pela
linguagem que o indivíduo irá estabelecer relações interpessoais, para possibilitar um meio de
comunicação que deve ser compreendida pelo grupo social. Neste processo de comunicação,
os homens organizaram uma língua que para Saussure (1975, p.70) trata-se da “*...+ parte
social da linguagem externa ao indivíduo, que por si só, não pode nem criá-la, ela não existe
senão em virtude duma espécie de contrato estabelecido entre os membros da comunidade
*...+”.
Complementando Fernandes (1993) afirma ser a língua o principal instrumento de
interação social do indivíduo com os membros da comunidade, mas também a define como
meio de expressão e de comunicação pelos mesmos, que por sua vez são analisados por um
conjunto acústico representada pela imagem sonora chamada de significante, a um elemento
visual, chamada de significado.
Segundo Brito (1993) e Brasil (1998), a Língua de Sinais é classificada como uma língua
materna das comunidades surdas, porque pelo canal visual espacial os surdos conseguem
naturalmente comunicar-se entre si e receber a herança cultural das comunidades surdas.
Trata-se de uma língua, segundo Quadros (1997), porque ela possui estruturas gramaticais
próprias que são atribuídos em níveis linguístico fonológicos, sintáticos, morfológicos e
semânticos como qualquer outra língua, possibilitando o desenvolvimento cognitivo da pessoa
surda que favorece seu acesso aos conceitos e aos conhecimentos existentes na sociedade
ouvinte.
Nesse sentido, vale ressaltar que, surgem muitos mitos a respeito da Língua de Sinais
como demonstra o quadro abaixo:
MITO VERDADE
A Língua de Sinais é uma mistura de mímica e A língua de Sinais é uma língua com todas as
gestos naturais. características gramaticais, tal como as línguas
orais.
A Língua de sinais é igual em qualquer lugar. A língua de sinais não é universal, cada país
tem a sua. E além de cada estado apresentar
variação linguística no uso do sinal, alguns
surdos empregam variantes regionais.
A Língua de sinais é língua oral portuguesa A LIBRAS não tem nenhuma relação com a
em forma de sinais, isto é, o português Língua portuguesa: são duas línguas distintas
sinalizado. com características e formação lingüísticas
próprias.
Conforme os estudos realizados por Petitto e Marantette (1991 apud QUADROS, 1997)
no período pré-linguístico (do nascimento até um ano de vida), verifica-se que um bebê que
nasce surdo balbucia como um de audição normal, mas suas emissões começam a desaparecer
à medida que não tem acesso à estimulação auditiva externa, fator de máxima importância
para a aquisição da linguagem oral. Tanto o bebê surdo quando o ouvinte desenvolve o
balbucio oral e manual. Com o tempo, o bebê surdo vai deixando o balbucio oral e o ouvinte
vai abandonando o balbucio manual.
No estágio de um sinal, Quadros (1997), afirma que é iniciada por volta dos 12 meses
até por volta dos dois anos. Observa-se no início deste período tanto a criança surda quanto à
ouvinte, deixa de indicar objetos e pessoas pelo uso da apontação. A criança surda começa a
visualizá-la como elemento do sistema gramatical da Língua. É neste estágio que ela inicia as
primeiras produções, na Língua de Sinais, assim como a criança ouvinte começa a pronunciar
as primeiras palavras.
Já no estágio das primeiras combinações, que inicia - se por volta dos dois anos de
idade, verifica-se o estabelecimento da ordem das palavras que é utilizada nas relações
gramaticais. Por exemplo, a criança surda a partir desse estágio, começa a ordenar palavras
para estabelecer relações gramaticais como SV (sujeito-verbo), VO (verbo - objeto) ou no SVO
(sujeito - verbo - objeto).
Para Meier (1980 apud QUADROS, 1997) nem todos os verbos da Língua de Sinais
podem ser marcados nas relações gramaticais de uma sentença, razão da qual a maioria dos
verbos são indicados no próprio corpo, é por isso que na Língua de Sinais a criança surda deve
adquirir duas estratégias para marcar as relações gramaticais, uma é a incorporação dos
indicadores que está na concordância verbal e que depende diretamente do sistema
pronominal.
EU TU
O estágio das múltiplas combinações, por sua vez tem como característica uma
ampliação do vocabulário nas crianças surdas e ouvintes por volta dos dois anos e meio - três
anos. Neste estágio, a criança surda comete os mesmos erros gramaticais na Língua de Sinais
que a criança ouvinte comete na Língua Oral, como exemplo é o caso da flexão verbal –
Exemplo: eu gosti (língua oral) fala do ouvinte que será representada da mesma forma na
Língua de Sinais.
Quadros (1997, p. 80) diz que a Língua de Sinais é a língua natural da criança surda,
filho de pais surdos, pelo fato do processo de aquisição da língua ocorrer de forma natural
como acontece com as crianças ouvintes na aquisição da língua oral, pela interação com o
meio social. Já as crianças surdas, filhos de pais ouvintes não adquirem a L1 (Língua de Sinais)
espontaneamente, pois os pais ao dirigirem ao filho (a) surdo usam algum de tipo de
gesticulação para suprir a necessidade da criança surda. Para adquirir a L1, este segundo grupo
precisaria conviver com adultos surdos.
TILS
(TRADUTORES E INTÉRPRETES DA LIBRAS)
A) B)
C) D)
E) F)
G) H)
A) B)
C) D)
E) F)
5. No ano de 1960, segundo o linguista americano William Stokoe destacou os princípios básicos dos
parâmetros da Língua de Sinais. Qual a alternativa que apresenta esses princípios? (01)
6. Para a pessoa surda possui uma acessibilidade, além do intérprete de Língua de Sinais, se constitui
através da utilização de recursos tecnológicos adaptados, tais como:
B) ( ) programas de televisão sem legendas (closed caption) e janelas com interpretação em Língua de
Sinais
D) ( ) Alerta luminoso para choro de bebê não precisa pois é obrigatório acompanhar com os pais
ouvintes.
B) ( ) A língua de sinais é única universal utilizada por todas as pessoas surdas do mundo inteiro.
C) ( ) A língua de sinais não é universal. Cada país tem sua própria língua. Exemplos: ASL (Língua
Americana de Sinais), LGP (Língua Gestual Portugal), LGF (Língua Gestual Francês), etc..
8. Vamos falar sobre a história da educação de surdos no Brasil que teve início por volta de 1855,
quando o imperador Dom Pedro II trouxe ao país o professor francês surdo Ernest Huet, com o objetivo
de iniciar um trabalho com surdos, ele baseava-se no método francês, portanto, com a utilização da
língua de sinais e a escrita. Qual ano foi fundado o Imperial Instituto de Surdos-Mudos, hoje chamado
de Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), no Rio de Janeiro. Marque a única alternativa
correta:
A) ( ) Os intérpretes preferem esse contexto pela segurança financeira que lhes passa.
D) ( ) A presença do TILS em sala de aula é um direito do aluno surdo garantido por lei.
C) ( ) Compreender que existe variação linguística e cada língua tem sua estrutura.
Referências Bibliográficas
SACKS, Oliver. Vendo Vozes: Uma jornada pelo mundo dos surdos. São
Paulo: Companhia de Bolso, 2010.
QUADROS, Ronice Muller. Estudos Surdos III. Petrópolis: Editora Arara Azul,
2008. (distribuição gratuita em: http://editora-arara-azul.com.br/estudos3.pdf)