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UNIVERSIDADE LÚRIO

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAÚDE

CURSO DE LICENCIATURA EM PSICOLOGIA CLÍNICA

CADEIRA: Modelos de intervenção Psicológica I

IIᵒ SEMESTRE / IIᵒ ANO

Condições atitudinais na relação de ajuda no grupo de doenças Psicológicas

Discentes: Docente:

Idalina Ernesto Reis Maria Alice, Msc

Isaura de Fátima Jochicala

Nampula, Agosto de 2019


Índice
Introdução........................................................................................................................................2

Condições atitudinais nas relações de ajuda no grupo de doenças psicológicas.............................3

Conceito...........................................................................................................................................3

Fundamentos que norteiam a relação..............................................................................................4

Condições atitudinais do terapeuta..................................................................................................5

Principais atitudes na relação de ajuda............................................................................................7

Relação de ajuda formal (profissional)............................................................................................7

Relação de ajuda Intervenção psicoterapêutica...............................................................................8

Conclusão........................................................................................................................................9

Referencias Bibliográficas.............................................................................................................10
Introdução

A Relação de Ajuda consiste numa interacção (processo) entre duas pessoas, psicólogo e utente,
em que cada um dos intervenientes contribui para a adopção de uma resposta adaptativa
relativamente a um problema, por parte do utente.

Este trabalho da cadeira de Modelos de Intervenção Psicológica I aborda sobre Condições


atitudinais nas relações de ajuda no grupo de doenças psicológicas. No desenrolar do tema
vamos desenvolver a respeito da relação de ajuda como condição importante para
estabelecimento de uma terapia eficaz e o bom seguimento em pacientes com doenças
psicológicas. Tem como objectivo conhecer o impacto da relação de ajuda na abordagem das
doenças psicológicas. Fez se uma revisão de literartura de modo a trazer conteúdos concisos e
objectivos. Está organizado em introdução, desenvolvimento e conclusão.
Condições atitudinais nas relações de ajuda no grupo de doenças psicológicas

Introdução

A relação de ajuda nasceu ao lado da psicologia e rapidamente foi transportada para outros
domínios (educação, ciências humanas e cuidados aos doentes). A relação de ajuda conserva o
seu carácter de respeito e de confiança assente numa filosofia holística que tem em conta as
dimensões da pessoa. É uma troca, tanto verbal como não-verbal que permite criar o clima de
que a pessoa tem necessidade para reencontrar a sua coragem, torna-se autónoma e evoluir para
um melhor bem-estar físico ou psicológico (phaneuf. 2005).

Conceito

A Relação de Ajuda consiste numa interação (processo) entre duas pessoas, psicólogo e utente,
em que cada um dos intervenientes contribui para a adopção de uma resposta adaptativa
relativamente a um problema, por parte do utente.

Pressupõe que o psicólogo tenha elevado conhecimento e consciência de si mesmo;


conhecimentos sobre o problema em análise e sobre o utente alvo de intervenção, para se
poder constituir como elemento de ajuda, ou seja, um mobilizador dos recursos adaptativos,
e/ou um dinamizador das condições necessárias à implementação de determinada estratégia
adaptativa e/ou capacitar para adopção de estratégias de coping eficazes.
Relação de ajuda São titudes do terapeuta que fazem do trabalho de ajuda uma forma especial de
encontro interpessoal. Significa ter conhecimento, tempo, habilidade profissional, interesse,
capacidade de ouvir e entender.

A atenção de quem ajuda deve estar centrada na pessoa e não no problema (orientação não-
directiva).

A relação de ajuda bem aplicada, dá aos cuidados uma eficácia e uma qualidade humana que lhe
confere, ao mesmo tempo que um carácter de profissionalísmo, uma melhor visibilidade dos
cuidados de enfermagem (phaueuf, 2005).

Fundamentos que norteiam a relação

 Transmitir confiança, segurança e consistência;


 Expressar-se sem ambiguidade
 Sentimentos positivos (interesse, respeito, atenção)
 Independência do outro (não complementar papeis);
 Permitir ao outro ser independente;
 Empatia
 Aceita-lo totalmente
 Ajudar o outro a libertar-se do receio de ser julgado
 Perceber o outro no momento presente (aqui e agora).
Condições atitudinais do terapeuta

Segundo a autora, o terapeuta para estabelecer uma relação de ajuda, deve apresentar
determinadas atitudes e requisitos:

 A presença,
 A vontade de não julgar,
 Não diretividade,
 Não centralização na pessoa a ajudar,
 A escuta e,
 A consideração positiva.

O estabelecimento de uma relação de escuta e de compreensão é importante para ajudar a


ultrapassar as dificuldades em todos grupos de doenças psicológicas, sendo portadora de alívio
da ansiedade, de liberdade de certas emoções, de serenidade e tranquilidade (Simões &
Rodrigues, 2010). Para que a relação surja é necessário que as pessoas envolvidas se respeitem e
se reconheçam como seres iguais. É muito importante que exista autenticidade e congruência.

A afectividade é outro aspecto importante, permitindo que surja uma relação de confiança, além
da escuta, o toque, o olhar e o silêncio devem ser considerados. O toque é um dos meios de
contacto mais directo, sendo através dele que o profissional pode captar e dar informações,
receber e transmitir mensagens. Quando utilizado no momento oportuno, o toque apresenta
extrema importância e valor terapêutico, porque raramente deixa indiferente a pessoa que
necessita de ajuda, podendo ser o último modo de contacto, quando não se sabe o que dizer. Em
relação ao olhar, a sua importância revela-se quando, ao olhar para o utente, se faz com que este
sinta que existe para o profissional.

Segundo Phaneuf (2005), os cuidados físicos ou de satisfação de certas necessidades de base


podem ser preliminares ou complementares ao estabelecimento de uma relação de ajuda. A
autora define alguns objectivos que a seguir se apresentam, Os objectivos da relação de ajuda
têm por base, ajudar a pessoa cuidada a:

 Colocar a sua dificuldade em palavras a fim de que possa perceber-se como interveniente
activo na sua própria situação;
 Aceitar a dor ou as dificuldades de uma situação com mais serenidade
 Ver o seu problema mais claramente, de maneira mais realista, nas suas justas projecções,
e modificar as suas perspectivas sobre o assunto, em caso de necessidade
 Apresentar o seu problema como se lhe coloca, enquanto ser único nas condições que
lhes são particulares.
 Compreender e comunicar as diferentes ligações entre os acontecimentos da sua vivência
e as diferentes relações de força que se exercem entre as pessoas - chave da sua vida para
chegar a uma melhor compreensão de um problema ou de um conflito
 Exprimir os seus sentimentos e as suas opiniões, mesmo se negativos
 Libertar a sua tensão
 Sentir-se escutado, aceite tal como é, e compreendido
 Sentir-se mais à vontade para comunicar
 Ter em conta os outros e tomar-se consciente das suas responsabilidades
 Estabelecer uma relação significante que servirá de tranpolim para o estabelecimento de
outras relações interpessoais
 Desenvolver uma auto-imagem positiva
 Modificar certos comportamentos que prejudicam a sua adaptação
 Adaptar-se a uma situação à qual não se poderia adaptar sem ajuda
 Conhecer os recursos pessoais de que dispõe para resolver as suas dificuldades

Principais atitudes na relação de ajuda

Segundo Phaneuf (2005), as principais atitudes ou habilidades próprias da relação de ajuda são:
a aceitação, o respeito e a empatia.

A aceitação, segundo a autora, constitui a primeira condição para o estabelecimento de uma


relação de ajuda, é um sentimento de abertura à experiência do outro, ao seu sofrimento e à sua
maneira de ser sem exigência de mudança.

No que respeita à empatia, Phaneuf (2005) refere que é caracterizada por ser um profundo
sentimento de compreensão da pessoa que ajuda e que percebe a dificuldade da pessoa cuidada,
como se penetrasse no seu universo, como se se colocasse no seu Lugar para se dar conta do que
ela vive e da forma como o vive, e que lhe leva o reconforto de que tem necessidade, mas sem se
identificar com o seu vivido e sem ela própria viver as emoções.

Desenvolver uma relação profissional empática significa procurar conhecer os problemas do


outro, o mais claramente possível, para tentar ajudar a resolvê-los, segundo o seu próprio ponto
de vista. É preciso ouvir para entrar no mundo dos sentimentos e concepções pessoais, aceitar
totalmente, tolerar os desvios de comportamento e estimular as atitudes positivas. O profissional
deve estar atento às expressões, pois simples gestos, olhares ou palavras podem ser interpretados
como amaçadores. Perceber a pessoa, em processo de transformação, é uma forma de respeito e
compreensão.

Relação de ajuda formal (profissional)


(Adaptado de Chalifour, 2008)

O Cliente O processo· (entrevista, O Terapeuta


Um sistema aberto (biológico, relação e psicoterapia) Um sistema aberto (biológivo,
É Composto de dimensões: ( Comunicação terapêutica
Interage com o ambiente estratégias relacionais Possui certos conhecimentos:
Vive tensões e stress (Acolhimento, suporte, Possui Habilidades (de
Apresenta uma necessidade de exploração, clarificação e Manifestas certas atitudes de
ajuda confrontação) Manifesta comportamentos
Manifesta comportamentos de Terapia Expressiva – melhorar intencionais (perito,
adaptação,… a facilitador)
consciência de si
Terapia de resolução de
problemas
Terapia da Crise
Terapia do Luto
Terapia de Suporte
A interacção; O ambiente e o contexto
Relação de ajuda
Intervenção psicoterapêutica

O Cliente Processo O Terapeuta


Pessoa com Sessão 0 - Entrevista clínica Profissional com
potencial Identificação do problema (DE) e prescrição da conhecimentos e
intervenção competências
Sessão 1 – foco no problema – consciencialização;
Sessão 2 – foco na procura de estratégias de
resolução;
Sessão 3 – Foco na análise das estratégias;
Sessão 4 – foco na capacitação da pessoa;
Sessão 5 – Foco na monitorização, autoestima e
autoeficácia;
Sessão 6 – Reforço, avaliação e termino da
relação.

Conclusão
A Relação de Ajuda consiste numa interacção (processo) entre duas pessoas, psicólogo e utente,
em que cada um dos intervenientes contribui para a adopção de uma resposta adaptativa
relativamente a um problema, nesta relação, Pressupõe que o psicólogo tenha elevado
conhecimento e consciência de si mesmo; conhecimentos sobre o problema em análise e sobre o
utente alvo de intervenção.

São condições atitudinais do terapeuta: a presença, a vontade de não julgar, não diretividade, não
centralização na pessoa a ajudar, a escuta e consideração positiva. As principais atitudes ou
habilidades próprias da relação de ajuda são: a aceitação, o respeito e a empatia,

Referencias Bibliográficas
Coelho, A. M; (2011), A Funcionalidade de Recursos Terapêuticos na Pratica
Clinica do Analista do Comportamento; Brasília; recuperado em 20 Abril 2016, ás 10:07 de
https://wwwgoogle.co.mz/url?sa=t&sourse=web&rct=j&url=http://

AMADO, Gilles (1982), A Dinâmica da Comunicação nos Grupo, Rio de Janeiro, Zahar
Editores.
ROGERS, Carl (1984), Tornar-se Pessoa, Lisboa, Moraes Editores.

BERMEJO, J. Carlos. (1988). Apuntes de relacion de ayuda. Madrid: Sal Terrae.

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