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BACHARELADO EM DIREITO
RA:6867706
CONSTITUCIONALISMO ABUSIVO
SÃO PAULO – SP
2020
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CONSTITUCIONALISMO ABUSIVO
SÃO PAULO – SP
2020
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RESUMO
Sumário
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1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 5
1.1. O Constitucionalismo ................................................................................................ 5
1.2. Constitucionalismo abusivo ...................................................................................... 5
2. DESENVOLVIMENTO ................................................................................................... 6
2.1. Direito comparado em outro País............................................................................. 6
2.2. Projeto de Lei ........................................................................................................... 10
3. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 13
4. REFERENCIAS .............................................................................................................. 14
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1. INTRODUÇÃO
1.1. O Constitucionalismo
A origem formal do constitucionalismo está ligada às Constituições escritas e
rígidas dos Estados Unidos da América, em 1787, após a Independência das 13 Colônias, e da
França, em 1791, a partir da Revolução Francesa, apresentando dois traços marcantes:
organização do Estado e limitação do poder estatal, por meio da previsão de direitos e garantias
fundamentais. Como ressaltado por Jorge Miranda, porém, “o Direito Constitucional norte-
americano não começa apenas nesse ano. Sem esquecer os textos da época colonial (antes de
mais, as Fundamental orders of Connecticut de 1639), integram-no, desde logo, no nível de
princípios e valores ou de símbolos a Declaração de Independência, a Declaração de Virgínia e
outras Declarações de Direitos dos primeiros Estados".
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Direito comparado em outro País
Opositores do chavismo denunciam que vivem uma ditadura na Venezuela,
enquanto o presidente Nicolás Maduro diz que o país tem uma democracia participativa, e acusa
os opositores de tentarem dar um golpe de Estado, como o que ocorreu em 2002 contra seu
antecessor, Hugo Chávez.
Após o seu retorno, Chávez passou a endurecer seu discurso e sua defesa do
socialismo bolivariano. Em 2007, o Parlamento, de maioria chavista, aprovou uma reforma da
Constituição que o próprio presidente havia promulgado após a convocação de uma Assembleia
Constituinte, em 1999, o ano em que assumiu a presidência. A reforma ampliou seus poderes
como presidente. Chávez foi criticado pela oposição por algumas de suas marcas de governo,
como estatização da economia, programas sociais e controle de empresas e órgãos do governo.
Mas o presidente tinha o apoio da maioria chavista no Parlamento e da população, que depois
de sua eleição aprovou três reeleições e sua permanência no poder questionada em um referendo
revogatório.
Em seu governo, Chávez ainda aprovou uma lei que aumentava o número de juízes
na Suprema Corte do país e pela qual foi acusado de controlar o órgão para alinhá-lo com o
governo. O controle do governo sobre os juízes federais continuou sendo denunciado no
governo de Nicolás Maduro e se tornou mais evidente a partir de dezembro de 2015, quando
pela primeira vez o Parlamento foi formado por uma maioria de deputados opositores ao
chavismo. Desde então, as decisões significativas aprovadas pelo Legislativo foram declaradas
inconstitucionais pelo Supremo, que considera que o Parlamento atua em desacato por ter
juramentado três deputados opositores cuja eleição foi suspensa por suposta fraude eleitoral.
Em março deste ano, o tribunal decidiu assumir as funções do Parlamento, pelo mesmo motivo.
Após acusações de golpe de Estado e de instalação de uma ditadura, o tribunal voltou atrás em
sua decisão. A falta de independência entre Executivo, Legislativo e Judiciário é um dos sinais
de que a democracia é violada, segundo os especialistas. “Para classificar como democracia,
como já falaram alguns autores, não basta ter eleições. Precisa ter um ambiente competitivo e
aberto o suficiente para que tenha troca de governo”, diz Ricardo Sennes, sócio-diretor da
consultoria Prospectiva. Além do Judiciário, o governo tem o controle de órgãos e empresas
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estatais como o Banco Central, a petroleira estatal PDVSA, e o Conselho Nacional Eleitoral
(CNE). “Todos os aparelhos estatais estavam basicamente trabalhando para o presidente, longe
de qualquer função de funcionamento republicano. Isso foge do jogo democrático”, diz Sennes.
O adiamento de eleições por parte do CNE também é apontado pelos especialistas como uma
quebra do processo democrático. As eleições para governadores no país, que deveriam ocorrer
em dezembro de 2016, foram adiadas duas vezes. O órgão também suspendeu o processo do
referendo revogatório contra Maduro que a oposição levava a cabo, justificando sua decisão no
acatamento de decisões de tribunais penais de vários estados, que anularam por fraude uma
primeira coleta de assinaturas.
Como estratégia para reverter o cenário adverso, nos planos interno e internacional,
no dia 1º de maio de 2017, o presidente Nicolas Maduro convocou uma Assembleia Nacional
Constituinte (ANC), com base nos artigos 347 e 348 da Constituição de 1999. A estratégia de
Maduro é, alegadamente, evitar novo golpe de estado, retomar a maioria parlamentar da
oposição e, consequentemente, o controle dos canais políticos institucionais. Seu discurso
justificou a convocação da ANC para reverter o quadro de crise na Venezuela e melhorar as
condições de vida da população realizando os seguintes objetivos: Convoco uma Constituinte
cidadã, não uma Constituinte de partidos nem de elites, uma constituinte cidadã, operária,
comunal, camponesa, uma constituinte feminista, da juventude, dos estudantes, uma
constituinte indígena, sobretudo, irmãos, uma constituinte profundamente operária,
decisivamente operária, profundamente comunal. Convoco aos ‘comuneros’, às ‘misiones’.
Após insistir em estratégias que não lhe levaram a alcançar suas pretensões de
vitória, a MUD perdeu terreno na disputa política e seu argumento de fraude se mostrou
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falacioso, pois conquistou 5 governos estaduais. Houvesse fraude, não teria vencido em nenhum
estado.
3. CONCLUSÃO
Em análise análoga em relação ao apresentado com o contexto constitucional da
América Latina ao longo dos anos, há uma forte presença dos instrumentos de reforma
constitucional, sobretudo, as substituições de Constituições, de modo que, no Brasil, por
exemplo, houve sete Constituições até a atual. Expondo um encadeamento histórico, a América
Latina, em determinado momento, é marcada por ditaduras militares, as quais se caracterizaram
por abusos e violações aos direitos humanos, que em seguida tendem a conquistarem regimes
não democráticos e, por fim, caminham em busca de uma mudança constitucional, ensejando a
valorização dos processos democráticos. Para tal efeito, muitos países passam a adotar as
"cláusulas da democracia", de maneira que as novas Constituições passaram a reconhecer os
direitos sociais e civis, principalmente em um contexto dos golpes presentes na década de 60,
como ocorreu na Venezuela.
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4. REFERENCIAS
CANOTILHO, J. J. G. Constituição dirigente e vinculação do legislador. São Paulo: Coimbra Editora,
1994, p. 151.
CLÈVE, C. M. Atividade Legislativa do Poder Executivo. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011,
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<https://esquerdaonline.com.br/2017/06/24/venezuela-sobre-a-convocacao-da-assembleia-
nacional-constituinte/>. Acesso em: 29 Mar 2020.
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<https://g1.globo.com/mundo/noticia/maduro-convoca-assembleia-cidada-para-nova-
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Acesso em: 29 Mar 2020.
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<https://veja.abril.com.br/mundo/maduro-proclama-vitoria-mas-oposicao-nao-reconhece-
resultados/>. Acesso em: 29 Mar 2020.