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Daniel A. Zacarias
Eduardo Mondlane University
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Relatório Final
Agosto, 2015
Contributo à sustentabilidade das políticas
públicas de turismo em Moçambique
Agosto de 2015
As opiniões aqui expressas não representam necessariamente as opiniões
da Escola Superior de Hotelaria e Turismo de Inhambane (ESHTI) nem da
Universidade Eduardo Mondlane (UEM), sendo responsabilidade única e
exclusiva do autor.
Lista de figuras
Lista de tabelas
Acrónimos e abreviaturas
Resumo
CV Coeficiente de variação
N Número de observações
1.1 Introdução
O turismo é uma atividade económica que tem vindo a granjear
simpatia em diversos países, com destaque para países mais pobres que
vêm nesta atividade uma importante fonte de geração de divisas e
estabilidade da balança de pagamentos. Neste contexto, assiste-se a uma
corrida desenfreada para atrair mais e mais visitantes a determinados
destinos, muitas vezes em detrimento da qualidade ambiental, da
deterioração dos padrões culturais das comunidades receptoras e inflação
dos preços nos locais de visitação.
Daniel A. Zacarias 1
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1.2 Objectivos
Enquadrado nos processos de planificação do turismo a nível nacional,
este documento tem como objectivo contribuir para a definição dos pilares
2 Daniel A. Zacarias
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estratégicos para a garantia da sustentabilidade do turismo em
Moçambique. Para lograr este objectivo, este relatório:
1.3 Relevância
O turismo em Moçambique já está alicerçado como estratégia de
desenvolvimento. Para esta realidade é preciso referir Jones (2008),
Governo de Moçambique (2003), Ernesto (2012). Como consequência
deste posicionamento, este sector tem atraído um grande volume de
investimentos, perdendo somente para o sector de mineração e
agricultura 1 . Estes investimentos poderão ter retorno no contexto de
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
1
Vejam-se os relatórios de investimentos em Moçambique, produzidos pelo Centro de
Promoção de Investimentos (CPI)
Daniel A. Zacarias 3
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4 Daniel A. Zacarias
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"Conhecimentos para Agricultura do Futuro"
Rejuvenescimento
A
B
Estágio Crítico da Estagnação
Capacidade dos
atrativos Consolidação
C
NÚMERO DE TURISTAS
Declínio
D
Desenvolvimento
Envolvimento
TEMPO
Figura 2 Ciclo de Vida das Destinações Turísticas
Figura
Fonte: (BUTLER, 1:
1980). Modelo do ciclo de vida de destinos turísticos
Daniel A. Zacarias 5
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CAPÍTULO 2
ENQUADRAMENTO TEÓRICO
6 Daniel A. Zacarias
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A teoria de sistemas no turismo serve como ferramenta de
desenvolvimento, para que o sistema funcione de forma organizada e
correta. Nesta perspectiva, o turismo deve ser considerado um sistema
aberto que permite a identificação de suas características básicas, que se
tornam os elementos do sistema. Sendo um conjunto de vários elementos,
o turismo sustentável também precisa dar resposta às componentes
sociais, ecológicas e económicas da sociedade onde se insere, uma vez
que segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT), define o turismo
sustentável como atende às necessidades dos turistas de hoje e das
regiões receptoras, ao mesmo tempo em que protege e amplia as
oportunidades para o futuro (OMT, 2003).
Daniel A. Zacarias 7
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8 Daniel A. Zacarias
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nações, como também por ser impulsionador do desenvolvimento de
outras atividades económicas e fomento de infraestruturas (Dias, 2003
citado por Zacarias, 2013).
Daniel A. Zacarias 9
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10 Daniel A. Zacarias
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destinos turísticos e garantir a arrecadação e circulação de divisas, o
sector privado vê o desenvolvimento do turismo como uma oportunidade
para gerar dinheiro, enquanto as comunidades locais buscam com o
desenvolvimento do turismo a melhoria das suas condições de vista, o
respeito pelos seus direitos e tradições e os turistas buscam conforto e
segurança e qualidade dos serviços e da experiencia de visitação.
Daniel A. Zacarias 11
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12 Daniel A. Zacarias
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monitorar a implementação para o desenvolvimento de destinos turísticos
(Alvares, 2008).
Daniel A. Zacarias 13
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14 Daniel A. Zacarias
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constitui objecto deste trabalho a análise das intervenções de cada um
destes elementos. Neste contexto, procura-se compreender o papel do
Estado nos processos de planificação do turismo e suas responsabilidades
na sustentabilidade da atividade, à luz da moderna sociedade capitalista
(Jenkins, 2006).
“More than ever before men now live in the shadow of the state.
What they want to achieve, individually or in groups, now mainly
depends on the state’s sanction and support. . . It is possible not
to be interested in what the state does; but it is not possible to
be unaffected by it” (Miliband, 1973:3)
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16 Daniel A. Zacarias
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politicas anteriormente definidas (Zacarias, 2013).
Daniel A. Zacarias 17
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Capítulo 2. Turismo e Ciclos de Vida: Estado da Arte
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influenciam as diretrizes estratégicas da organização, sendo que seu redesenho
corresponde à elaboração do novo processo, a partir da definição das
possibilita uma vantagem competitiva em relação aos concorrentes - fase 2; (iii) a
novas atividades, assim como dos indicadores de gestão; a quarta
elaboração do novo processo, a partir da definição das novas atividades, assim como
concentra-se na implantação do novo processo, através da identificação
dos indicadores de gestão - fase 3; (iv) a implantação do novo processo, através da
das inovações e diferenças entre o processo atual/novo, e da definição do
identificação das inovações e diferenças entre o processo atual/novo, e da definição do
cronograma e da forma de utilização dos recursos; a quinta concentra-se
cronograma e da forma de utilização dos recursos - fase 4; (v) a divulgação, a
na divulgação, mobilização e a capacitação de todos os atores sociais
mobilização, a capacitação de todos os atores sociais envolvidos no processo, sendo que
envolvidos no processo; e finalmente se faz o acompanhamento e
o plano deve ser adequado à participação de cada ator, em espefícico - fase 5; e, por fim,
avaliação do novo processo, através de análise das fases de
(vi) ao acompanhamento e avaliação do novo processo, através de análise das fases de
implementação, dos gaps e dos indicadores.
implementação, dos gaps e dos indicadores - fase 6.
FiguraFigura
2.6: Etapas da da
2: Etapas implantação dodosincronismo
implantação sincronismo organizacional
organizacional
através do redesenho dos processos
Fonte: Albuquerque e Rocha (2007)
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20 Daniel A. Zacarias
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No segundo Plano de Ação para a Redução da Pobreza Absoluta
(2006-2009), estabelece-se que
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22 Daniel A. Zacarias
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contexto, o Ministério do Turismo (MITUR) “é o órgão central do aparelho
do Estado que dirige e planifica a execução das políticas nos domínios das
atividades turísticas, da indústria hoteleira e similar, bem como nas áreas
de conservação para fins turísticos” (Decreto Presidencial nº9/2000, artº1).
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24 Daniel A. Zacarias
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de desenvolvimento do turismo e da indústria hoteleira e similar e garantir
a sua aplicação efetiva; iii) regulamentar, licenciar, fiscalizar e acompanhar
o exercício das atividades turísticas, indústria hoteleira e similar; iv) propor
a criação de zonas de turismo; e v) coordenar e apoiar as atividades de
informação e promoção do turismo nacional no país e no estrangeiro (artº3
do Decreto Presidencial nº9/2000 de 23 de Maio).
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26 Daniel A. Zacarias
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turismo a Lei de Turismo, a Política de Turismo e Estratégia de
Implementação, o Plano Estratégico para Desenvolvimento do Turismo em
Moçambique e a Estratégia de Marketing de Turismo.
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28 Daniel A. Zacarias
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Este mecanismo de gestão adota como princípios fundamentais a
integração do turismo no quadro de planificação e desenvolvimento do
País, descentralização como medida de controlo dos padrões de
desenvolvimento da atividade, a planificação e coordenação do
desenvolvimento dos mercados e infraestruturas turísticas, a
consciencialização sobre a importância do turismo e do valor do
património turístico (natural e cultural), a formação e profissionalização
como garante da qualidade e reconhece o sector privado como força
motriz para o desenvolvimento da indústria turística nacional.
Daniel A. Zacarias 29
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30 Daniel A. Zacarias
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turismo plasmadas no PEDTM. Neste sentido, este documento visa
contribuir para posicionar Moçambique como um destino turístico de
classe mundial através da produção de materiais promocionais,
estabelecimento de escritórios de promoção no exterior, desenvolvimento
de relações públicas, promoção de visitas de familiarização dos média e
operadores turísticos e participação nas principais feiras de turismo
internacional dos principais mercados emissores e emergentes (Governo
de Moçambique, 2006).
Daniel A. Zacarias 31
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melhor atendimento aos viajantes por parte dos oficiais estatais nas
fronteiras e dentro do país; e a concepção e promoção duma marca
distinta para o turismo moçambicano (ACIS, 2008).
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
6
Artigos 109 e 110 da Constituição da República de Moçambique
32 Daniel A. Zacarias
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CAPÍTULO 3
ASPECTOS METODOLÓGICOS
Daniel A. Zacarias 33
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34 Daniel A. Zacarias
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VAR014 Melhorar a eficiência na gestão do investimento e orçamento
publico dedicado ao turismo
VAR015 Abordar de forma integral a mobilidade turística em
Moçambique, prestando especial interesse ou atenção a
intermodalidade
VAR016 Estimular o investimento estrangeiro no sector de turismo em
Moçambique através de propostas que revalorizem os
elementos de identidade e atributos próprios de cada destino
VAR017 Incentivar a inovação administrativa na gestão de projetos
estratégicos para os destinos turísticos nacionais
VAR018 Desenvolver politicas de desincentivo do “residencialismo” e
do “tudo incluído”
VAR019 Reorganizar o processo produtivo turístico, favorecendo a
integração do conjunto de agentes que participem
VAR020 Favorecer a incorporação de politicas de demanda
VAR021 Assegurar maior controle do produto turístico moçambicano e
da imagem de Moçambique por parte das empresas e destinos
moçambicanos
VAR022 Avançar para uma nova imagem corporativa de Moçambique
como destino turístico que destaque os valores de
sustentabilidade
VAR023 Gerar estratégias claras de distribuição e comercialização
multicanal
VAR024 Impulsionar uma maior integração entre tipologias turísticas,
com objectivo de gerar oferta mais atrativa
VAR025 Incorporar atributos adicionais ao produto turístico tradicional
que justifiquem estágios mais amplos e preços mais elevados
em relação a competência
Daniel A. Zacarias 35
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36 Daniel A. Zacarias
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políticas de procura, melhoramento da imagem de Moçambique, e
melhoramento dos canais de distribuição, dentre outros.
Daniel A. Zacarias 37
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al., 2000 apud Araújo et al., 2009). Neste contexto, os procedimentos para
analíticos basearam-se na analise descritiva simples de dados e análise
multivariada com enfoque na analise factorial por componentes principais
(AFCP) com rotação varimax.
A análise descritiva simples de dados consiste, segundo Reis
(1996) na recolha, análise e interpretação de dados numéricos através da
criação de instrumentos adequados como quadros, gráficos e indicadores
numéricos, conceito reforçado por Huot (2002) ao apresentá-la como o
conjunto de técnicas e regras que resumem a informação recolhida sobre
uma amostra ou população, sem distorção nem perda de informação.
Considerando que este procedimento metodológico permite resumir o
conjunto de dados recolhidos e organizá-los através de números, tabelas e
gráficos (Dalfovo et al., 2008), a sua aplicação neste estudo consistiu no
cálculo da média, moda, valor mínimo, valor máximo e desvio padrão.
38 Daniel A. Zacarias
!
reduzindo, deste modo, a complexidade de interpretação dos dados
(Pestana e Gageiro, 2008). A sua aplicação neste estudo resultou da sua
capacidade de agrupar variáveis que os participantes descrevem ou
avaliam de forma similar (Perez-Nebra e Torres, 2010; Firetti et al., 2010,
Figueiredo Filho e Alexandre da Silva Júnior, 2010). Estando associado à
redução e sumarização de dados (Cerqueira e Freire, 2008, Cerqueira e
Freire, 2010), a análise fatorial compreende a determinação da matriz das
correlações entre as variáveis originais, cálculo dos factores necessários
para representar as variáveis e extração dos factores por rotação, de tal
modo que os indicadores com correlação mais forte entre si estejam
dentro de um mesmo factor, facilitando a interpretação dos mesmos
(Cerqueira e Freire, 2008, Pinto, 2010, Araújo et al., 2008, Carvalho, 2010,
Amend, 2001, Machado, 2010).
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CAPÍTULO 4
APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS
RESULTADOS
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
7
Material extraído e desenvolvido de Zacarias (2013)
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Ademais,
Daniel A. Zacarias 41
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Figura 4: Demonstração da dimensão económica e social do turismo em Moçambique. a)
Entrada de turistas por país/região de residência permanente (INE, 2005); b) Estatísticas
de turismo em Moçambique, 2004-2005 (INE, 2005); c) Turismo na balança de
pagamentos em US$ milhões (Jones, 2007); d) Taxa média de ocupação e estadia média
anual, 1997-2004 (INE, 2005 apud Jones, 2007)
Daniel A. Zacarias 43
!
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Tabela 1: Tendências de investimento em turismo e hotelaria em Moçambique e volume de empregos gerados
Valor (USD)
Ano Projetos Empregos %
IDE IDN Total
Fonte: Dados do Centro de Promoção de investimentos (CPI). IDE = Investimento direto estrangeiro; IDN = Investimento direto
nacional
44 Daniel A. Zacarias
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Embora o nível de investimentos esteja em constante crescimento,
a operacionalização das políticas diretas e indiretas de gestão tem criado
constrangimentos de variadas ordens, com destaque para morosidade na
tramitação do acesso e exploração da terra e obtenção de energia elétrica,
como alguns exemplos (Figura 4).
Abertura de
empresas
200
Resolução de Obtenção de alvarás
insolvências 160 de construção
120
Execução de 80 Obtenção de
contratos 40 eletricidade
Pagamento de
Obtenção de crédito
impostos
Proteção de
investidores
46 Daniel A. Zacarias
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4.2 Factores prioritários no desenvolvimento de políticas
de turismo sustentável em Moçambique
Como foi atrás referido, neste estudo verificou-se a validade de 28
variáveis que integram o processo de desenvolvimento de políticas e
estratégias de desenvolvimento do turismo. Os resultados, apresentados
na Tabela 1, indicam que o desenvolvimento de mecanismos para a luta
contra a “banalização” e “desculturalização” dos destinos moçambicanos
(média = 4.82, desvio padrão = 0.39)”, o incentivo à inovação
administrativa na gestão de projetos estratégicos para os destinos
turísticos nacionais (4.76±0.43), a definição de um novo modelo
urbanístico e de ordenamento do território, sustentável e que respeite a
identidade local (4.72±0.64)”, a formação integral dos gestores turísticos
públicos (a vários níveis) em matéria de sustentabilidade (0.69±0.47)” e
maior controle do produto turístico moçambicano e da imagem de
Moçambique por parte das empresas e destinos moçambicanos
(4.69±0.55) foram considerados aspectos de maior prioridade no contexto
do alcance da sustentabilidade no sector de turismo.
Daniel A. Zacarias 47
!
!
VAR012 71 1 5 4,65 (0,87) 0,102 7
VAR022 71 3 5 4,61 (0,58) 0,068 8
VAR019 71 4 5 4,54 (0,51) 0,060 9
VAR024 71 3 5 4,54 (0,68) 0,080 10
VAR004 71 1 5 4,51 (0,92) 0,110 11
VAR005 71 3 5 4,51 (0,59) 0,069 12
VAR003 71 1 5 4,44 (1,01) 0,120 13
VAR026 71 3 5 4,42 (0,77) 0,091 14
VAR002 71 1 5 4,37 (1,02) 0,121 15
VAR016 71 1 5 4,37 (1,05) 0,124 16
VAR011 71 1 5 4,35 (1,09) 0,129 17
VAR027 71 2 5 4,34 (0,83) 0,098 18
VAR013 71 3 5 4,32 (0,77) 0,091 19
VAR001 71 2 5 4,30 (1,01) 0,119 20
VAR009 71 1 5 4,30 (1,03) 0,121 21
VAR015 71 1 5 4,20 (0,97) 0,115 22
VAR020 71 1 5 4,18 (0,98) 0,116 23
VAR023 71 2 5 4,11 (0,91) 0,107 24
VAR010 71 1 5 3,96 (1,18) 0,140 25
VAR006 71 2 5 3,93 (0,99) 0,118 26
VAR025 71 1 5 3,89 (1,18) 0,140 27
VAR018 71 1 5 3,73 (1,03) 0,122 28
Fonte: elaboração própria. Para detalhes das variáveis, veja-se o Quadro
1
50 Daniel A. Zacarias
!
estão mais preocupados com a agricultura, pesca e exploração madeireira
(Chiziane, s/d). Neste contexto, os entrevistados realçam também a
necessidade de geração de uma nova cultura de sustentabilidade,
associada à definição clara dos objectivos das políticas públicas de
turismo e a substituição da planificação tradicional por um modelo mais
integral, consensual e adaptável. Mais uma vez aspectos associados ao
financiamento dos destinos turísticos em Moçambique não reuniu grande
consenso no seio dos entrevistados.
Daniel A. Zacarias 51
!
!
Substituir a planificação turística tradicional por uma
4,30 0,23
planificação integral, consensual e adaptável
Abordar de forma definitiva o problema secular do
3,93 0,25
financiamento dos destinos turísticos moçambicanos
Legenda: CV = coeficiente de variação
Fonte: Elaboração própria
Daniel A. Zacarias 53
!
!
intermodalidade
Favorecer uma gestão adaptativa dos destinos turísticos
3,96 0,30
moçambicanos
Desenvolver políticas de desincentivo do
3,73 0,28
“residencialismo” e do “tudo incluído”
Legenda: CV = coeficiente de variação
Fonte: Elaboração própria
e que
56 Daniel A. Zacarias
!
“Ainda neste mesmo contexto africano, o mercado
angolano oferece outras interessantes oportunidades para
Moçambique. A semelhança de culturas e de língua e a
existência de um segmento com altos rendi- mentos
constituem uma base sólida para a sua exploração. Num
futuro próximo, Moçambique também pode beneficiar dos
fluxos africanos existentes para a África do Sul através da
oferta de pacotes “Fun and Sun”, ligando os produtos de
entretenimento e de retalho de Gauteng com o turismo de
sol, praia e mar da zona costeira do sul de Moçambique
(Governo de Moçambique, 2003:46”.
Daniel A. Zacarias 57
!
!
uso de ferramentas que permitam a interação em tempo real com o cliente
de forma grátis e a fraca adesão aos sistemas globais de distribuição”
(Azevedo e Sumale, 2013:330). Estes factores, servem sobremaneira, de
impedimento ao fluxo normal de informação para atração dos turistas e
condicionam a vinda dos turistas para visitar os destinos moçambicanos.
Daniel A. Zacarias 59
!
!
60 Daniel A. Zacarias
!
Melhorar o fluxo de investimento e orçamento no sector
de turismo para garantir maior integração das tipologias
0,337 2,259
turísticas com destaque para o turismo residencial e
pacotes completos
Melhorar os mecanismos de gestão estratégica para
reorganização do processo produto turístico e 0,735 0,218
integração dos diversos agentes
Estabelecer mecanismos de treinamento dos gestores
públicos para criação de nova imagem corporativa do 0,658 0,106
turismo em Moçambique
Substituir a planificação turística tradicional por uma
0,862 -----
planificação integral, consensual e adaptável
Renovar as estruturas receptivas dos destinos turísticos
0,891 -----
moçambicanos
Fonte: Elaboração própria
Daniel A. Zacarias 61
!
!
atividade se poderá reduzir o fenómeno de entrada de turistas com todos
os seus mantimentos e necessidades, que não gera ganhos para o sector
comercial nacional.
62 Daniel A. Zacarias
!
CAPÍTULO 5
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Daniel A. Zacarias 63
!
!
Neste contexto, foram definidos como pilares estratégicos para que
o turismo se torne sustentável em Moçambique a introdução de
mecanismos de gestão adaptativa do capital humano e da demanda para
agregar valor aos destinos turísticos, a preparação de quadro jurídico e
institucional que favoreça a idealização de novos modelos de
desenvolvimento que contribuam para o crescimento do turismo, a
definição de novos modelos de planificação territorial dos destinos
turísticos, garantindo maior interação do turismo como sistema e
facilitando maior fluxo de capital, o melhoramento da mobilidade turística e
das estratégias de distribuição e comercialização do produto turístico
tradicional, melhoramento do fluxo de investimento e orçamento no sector
de turismo para garantir maior integração das tipologias turísticas com
destaque para o turismo residencial e pacotes completos e dos
mecanismos de gestão estratégica para reorganização do processo
produto turístico e integração dos diversos agentes, o treinamento dos
gestores públicos para criação de nova imagem corporativa do turismo em
Moçambique, a substituição da planificação turística tradicional por uma
planificação integral, consensual e adaptável e a renovação das estruturas
receptivas dos destinos turísticos moçambicanos.
64 Daniel A. Zacarias
!
REFERÊNCIAS
66 Daniel A. Zacarias
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68 Daniel A. Zacarias
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Daniel A. Zacarias 69
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