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Introdução......................................................................................................................1
Citação Textual..............................................................................................................2
Música Antiga................................................................................................................3
Música Tradicional Chinesa..........................................................................................4
Shi-er-lu.........................................................................................................................5
Sistema de Notação Chinesa.........................................................................................6
Música Tradicional Japonesa........................................................................................8
Música Japonesa Antiga................................................................................................8
Shomyo: Um Cântico Budista........................................................................................9
Música do Período Medieval até Séc. XIX....................................................................9
Flor de Jasmim............................................................................................................11
Canção de Ano Novo...................................................................................................12
Flor de cerejeira..........................................................................................................13
Gonbee está a semear..................................................................................................14
Canção de Casamento.................................................................................................15
Música de Festival.......................................................................................................16
Lua de Outono sobre o Calmo Rio..............................................................................17
Conclusão....................................................................................................................18
Bibliografia..................................................................................................................19
Anexos..........................................................................................................................20
Introdução
1
“A música é originada no coração do Homem.
A harmonia do coração produz a harmonia da respiração,
a harmonia da respiração produz a da voz,
e a harmonia da voz é o símbolo da harmonia existente entre o céu e a terra.”
~Musical Recorder
2
Música Antiga
3
Música Tradicional Chinesa
A música, na China, tem sido, sem dúvida, conhecida desde a antiguidade mais remota. É se
dito que foi inventada pelo Imperador Fu Hsi (2852 a.C.), mas a sua invenção não pode ser
atribuída a ninguém. Para os chineses, a música é a principal essência da harmonia entre o céu, a
terra e o Homem.
Os primeiros invasores de certo que trouxeram consigo um tipo de noções musicais. Os
aborígenes já possuíam um tipo de sistema musical, cujo os ocupantes admiravam e misturaram
com o seu próprio.
Podemos observar no T’ung-tien (通典), que é uma enciclopédia institucional histórica, que
a música, ao longo dos impérios foi mudando de nome, tendo vindo a chamar-se de fu-lai ou
mesmo de hsien-chih. O verdadeiro significado destes e outros nomes é-nos desconhecido, mas
podem ser comparados aos termos musicais da Bíblia. Nesta altura a música não possuía regras
fixas, cada imperador utilizava o seu próprio sistema de música, visto que nem sempre
concordavam entre si. Com o início do Império de Huang Ti (2697 a.C.), o “Imperador Amarelo”, a
música chinesa assume a sua forma mais característica: uma nota é tomada como a nota base; os
sons eram fixos e cada um recebia um nome; havia uma comparação entre as notas e os corpos
celestes; a música torna-se numa necessidade do Estado.
Segundo eles, a música assenta em dois princípios fundamentais: o shên-li, o espírito; e o
ch’i-shu, a substância material. Tudo o que são produções naturais, ou shên-li, são representadas por
união e tudo o precisa de aperfeiçoamento pelas mãos do Homem, ou ch’i-shu encontra-se num
patamar inferior, representado pela separação, ou pluralidade. A união é o céu e a separação, ou
pluralidade, é a terra. O princípio espiritual, ou shên-li, é a essência dos corpos, a sua origem; o
princípio material, ou ch’i-shu, é a forma física do shên-li. Portanto, quando o princípio material da
música, ou seja, os instrumentos, é feito corretamente, o princípio espiritual correspondente, ou
seja, a essência, o próprio som da música, é manifestado com perfeição.
Esta teoria dos princípios da música é a única informação que permanece sobre a música
antiga. Quando o Imperador Qin Shi Huang-ti (246 a.C.), conhecido como o destruidor de livros,
subiu ao trono ordenou a aniquilação de todos os livros que não fossem sobre medicina, agricultura
ou a veneração. Esta ordem foi exigida para não existir quaisquer lembranças do passado, e os
livros sobre música e os instrumentos musicais sofreram o mesmo destino. Longos anos de
ignorância dominaram o país até ao início da dinastia Han. A incultura era tanta que o grande
mestre-músico Chi, no início desta dinastia, mal se lembrava de qualquer coisa sobre música, para
4
além do som que os sinos e os tambores dos dançarinos produziam. Durante as dinastias seguintes
fizeram-se grandes esforços para reviver a música, encontrando livros e instrumentos antigos,
escrevendo novos livros e fazendo novos instrumentos. Durante esta demanda de obter novamente
cultura musical, esta mesma arte tão honrosa e ilustre entrou numa decadência até chegar ao ponto
mais baixo possível. Portanto, a música chinesa teve de ser dividida em dois tipos: a música sagrada
e música teatral, ou popular.
Devido ao grande período de incultura do Império de Qin Shi Huang-ti, a população passou
a adorar os sons mais simples e os instrumentos que não necessitam de estudo para tocar, como por
exemplo, o Pien-chung ( 編 鐘 ), um conjunto de sinos cerimoniais feitos de bronze. A música
ocidental não era apreciada na China de todo, devido à sua complexidade.
Shi-er-lu
十二律
O lu (律) era um conjunto de doze tubos de bambo, medindo o primeiro 23cm, que poderão
ser comparados aos doze meios-tons de uma oitava.
A sua descoberta e invenção é atribuída ao imperador Huang Ti, que mandou um dos seus
subordinados encontrar tubos de bambo para fazer o lu. O seu subordinado, Ling Lun, encontrou
doze tubos de bambo e organizou-os de acordo com as ideias do seu mestre, e estes receberam o
nome de lu (律), visto que este também significa lei, princípio, ordem. Existem muitas teorias sobre
o porquê da divisão em doze meios-tons mas a causa mais possível será, provavelmente, a de
origem natural.
Os chineses sempre procuraram equilíbrio entre semelhanças e diferenças, tanto que
acreditam que existe uma harmonia perfeita entre o céu e a terra. Eles atribuíram o número três
como símbolo do céu, e o número dois como emblema da terra, logo, se dois sons estiveram na
proporção de três para dois, estes vão obter uma harmonia perfeita. Seguindo este princípio, o
segundo tubo foi cortado de maneira a que medisse exatamente dois terços do comprimento do
primeiro tubo, gerando assim um intervalo sonoro entre os dois equivalente a uma quinta perfeita.
O terceiro tubo de bambo foi tratado da mesma maneira, medindo dois terços do
comprimento do anterior, originando então uma quinta perfeita acima. Visto que esta nova nota
5
parecia se encontrar muito longe da nota do primeiro tubo, a medida do terceiro foi dobrada, sendo
assim quatro terços do segundo, e, assim, a nota soaria uma oitava abaixo.
Todos os outros tubos eram tratados e cortados usando o mesmo princípio da representação
da harmonia, alternando entre medir dois terços ou quatro terços do seu tubo anterior. Por
conseguinte, o lu foi dividido em dois tipos: os yang lus (陽律) e os yin lus (陰律), os perfeitos e os
imperfeitos. Os bambos de número ímpar eram considerados os yang, e os de número par eram os
yin. Esta distinção, como é óbvio, não alterava nem afetava os tons, foi apenas criada para satisfazer
as ideias dos Chineses da altura.
O primeiro tubo, o que originou todos os outros, recebeu o nome de huang-chung (黃鐘) e o
som produzido por este recebeu o nome de kung (宫), e tornou-se um género de “nota-chave” de
uma escala de doze tons quase idêntica à ocidental 1, sendo que a nossa era “temperada” enquanto a
dos chineses não, daí alguns intervalos soarem quer muito altos ou muito baixos.
6
Este foi rapidamente adotado devido à simplicidade de caracteres, comparando com os da antiga
escala. O sistema de notação na China sofreu mais algumas alterações até que, no século XV com a
dinastia Ming, todas as notas que produzissem meios-tons fossem removidas, obtendo, então, uma
escala pentatónica.1
Mesmo com estas alterações, e esta última escala ser a mais utilizada, os chineses admitem
que existem sete sons numa escala, mas apenas utilizam os cinco apresentados anteriormente.
Como, para eles, há sempre uma ligação entre tudo, essas cinco notas são comparadas: aos cinco
planetas (Mercúrio, Júpiter, Saturno, Vénus e Marte), aos cinco pontos (Norte, Este, Centro, Oeste e
Sul), às cinco cores (Preto, Roxo, Amarelo, Branco e Vermelho), como também aos seus cinco
elementos (Madeira, Fogo, Terra, Metal e Água).
A música chinesa e as suas escalas não podem ser consideradas Maiores nem menores. A sua
escala pentatónica não possui nenhum intervalo de terceira maior ou menor perfeito, nem nenhuma
nota sensível, para poder ser caracterizada como maior ou menor e, mesmo que se tenha em
consideração a sua escala heptatónica, como as notas não estão temperadas, os intervalos de
terceiras nunca sairão perfeitos. Como a escala mais usada pelos chineses é composta por intervalos
irregulares e não possui notas sensíveis, esta escala não é caracterizada nem como maior nem como
menor, mas sim como se fizesse parte de ambas. As melodias chineses não são majestosas e tão
festivas como as nossas de modo maior, como também não exprimem delicadeza nem tristeza como
as nossas de modo menor.
Com tanta diversificação da música chinesa, esta foi transportada e adotada noutros países,
como na Tailândia, na Mongólia e mesmo no Japão.
1
Ver anexo 4 – Escala pentatónica.
7
Música Tradicional Japonesa
A história da música tradicional japonesa é bastante rica e variada. Muitas formas musicais
foram importadas da China, à vários milénios, mas, com o passar dos anos, sofreram alterações e
foram remodeladas para estilos característicos japoneses. Os instrumentos ou eram adaptados dos
chineses, ou eram criados de raiz para satisfazer as necessidades locais, sendo os mais importantes o
shamisen1, o shakuhachi2 e o koto3. A música, no Japão, era quase sempre usada para acompanhar
teatros, e foi daí que surgiu o Noo4, na Idade Média. O Noo é um drama que perdura até a atualidade
e que utiliza máscaras, combinando a declamação de poemas, que possuam um carácter denso, com
um conjunto de percussão e flautas. Mais tarde, a classe social mais desfavorecida, que não tinha
direito a assistir às interpretações de Noo, constataram, pela primeira vez, a expressividade no teatro
Kabuki, sendo o seu próprio nome constituído por ideograma, como muitas palavras japonesas.
Kabuki é formado a partir de kanji ka ( 歌 ), que simboliza canto, bu ( 舞 ), a dança, e ki ( 伎 ), a
habilidade. Muitas vezes kabuki também significa “a arte de cantar e dançar”. No Japão de hoje-em-
dia a música ocidental tem vindo a ofuscar as formas tradicionais, mas estas continuam a ser
interpretadas e apreciadas, sendo consideradas como uma ligação viva ao passado do país.
Quase nada se sabe sobre a música pré-histórica do Japão, durante os períodos Jomon e
Yayoi, apesar de existirem figuras de rituais que se apresentam como músicos, sugerindo a
importância da música desde cedo. Período Jomon foi o nome dado à primeira civilização japonesa,
tendo este prevalecido desde 8 000 a.C. até, por volta de, 200 a.C., com o surgimento da cultura
Yayoi. Esta última durou cerca de 550 anos, desde 300 a.C. até 250 d.C.. O pouco que se mantém
dessa era pré-histórica são algumas canções, lendas e rituais, todos registados nos dois livros mais
antigos sobre a história do Japão, o Kojiki e o Nihon Shoki. Quando o Kojiki foi escrito, durante o
1
Ver anexo 5 - Shamisen
2
Ver anexo 6 - Shakuhachi
3
Ver anexo 7 – Koto
4
Ver anexo 8 – Noo
8
Império de Temmu, que governou entre 673 e 686 d.C., as canções aí compiladas já faziam parte da
tradição da corte.
Desde as épocas mais remotas da história do Japão, a poesia e a música sempre foram muito
importantes e a distinção entre os dois nunca foi muito clara. A palavra uta tanto quer dizer
“canção” como “poesia”, usando apenas, atualmente, kanjis diferentes, sendo uta (歌) para canção e
uta (詩) para poesia. Apesar do Japão ter uma cultura bastante característica e demarcada, o estado
imperial usa a escrita chinesa, os kanjis, e importava a cultura para o entretenimento e cerimónias.
O Budismo, nos períodos Nara (710 – 794 d.C.), tendo sido neste estabelecido, e Heian (794
– 1185 d.C.), encontrava-se acessível e conhecido apenas para a corte imperial e para os membros
da elite. Existia um grande ênfase em criar rituais e cânticos bastante elaborados, fazendo com que
apenas os profissionais mais bem treinados os conseguissem interpretar.
Uma forma de música budista é o Shomyo. Isto é um estilo musical que entrou no Japão no
período Nara e consiste em recitar sutras, adicionando uma melodia. Os sutras eram textos
sagrados com ensinamentos transmitidos oralmente, criados pelo Buda Gautama, sendo apenas
mais tarde escritos. Foram encontrados três estilos de Shomyo: o Bonsan, que era cantado em
sânscrito, o antigo dialeto indiano e o idioma original dos sutras; o Kansan, que era cantado em
chinês; e o Wasan, que era cantado em japonês.
9
dado à salvação do povo com rezas simples e através da meditação Zen. No período Muromachi,
um novo shogunate apareceu, Ashikaga Takauji. Os Shogun eram os líderes militares regentes do
Japão. Foi nesta época que se desenvolveram muitas coisas nitidamente japoneses, como a
cerimónia do chá, os conhecidos tapetes tatami e o teatro Noo. Até esta data a classe militar era
vista como inferior, mas as formas de arte, como o Noo, forneceram um espaço cultural onde os
guerreiros mais importantes e os membros da corte imperial se podiam encontrar. Passado pouco
tempo o shogunate regente desapareceu e iniciou-se uma guerra civil entre clãs militares durante
décadas, até o Japão ser unificado por Oda Nobunaga, Toyotomi Hideyoshi e Tokugawa Ieyasu, no
final do séc. XVI. Entretanto, a cultura estrangeira entrou no país, trazendo consigo armas, vinho, o
Cristianismo e roupas exóticas portuguesas. Por fim, com Tokugawa Ieyasu, um shogunate ficou
instalado em Edo, o antigo nome para Tóquio, e o Japão cortou negócios e comunicações com o
Oeste.
10
Flor de Jasmim
茉莉花
Moo Lee Hwa é uma música popular chinesa anterior ao século XVIII. Com o passar do
tempo foi ganhando bastantes variantes regionais, tornando-se popular quer na China como pelo
resto do mundo. Foi criada na era de Qianlong (1735 – 1796), durante a dinastia de Qing e, embora
haja bastantes variantes da música, as duas mais conhecidas são as da província de Jiangsu e da
província de Zhejiang, tendo cada um letras e melodias diferentes. Uma descreve o costume de
oferecer flores de jasmim, enquanto que a outra narra o medo de arrancar esta mesma flor. Utiliza a
escala pentatónica desenvolvida e característica da China. Foi uma das primeiras músicas
tradicionais chinesas a ficar conhecida fora do seu país. Atualmente, já foi utilizada durante alguns
eventos, como as Olimpíadas de Verão de 2004 e de 2008. As duas letras são as seguintes:
11
xiāng bùguò tā ervas no jardim, não existe
nenhuma como tu,
我有心采一朵戴 Wǒ yǒuxīn cǎi yī duo dài Quero apanhar uma e usá-la
又怕看花的人儿要将我骂 Yòu pà kàn huā de rén er Mas o jardineiro ralharia comigo
yào jiāng wǒ mà
A única informação que é possível encontrar sobre Haru no uta é o nome do seu compositor
e do escritor da sua letra, Hajime Uchida e Kunizo Kishi, respetivamente, como também que esta
retrata o dia do ano novo.
12
Hiragana Romanji Tradução
ちとつ と や Chitotsu to ya Quando as nuvens da noite voam
ちと や あかれえば Chito ya akareeba O amanhecer do novo ano
abrange todo o céu;
にんぎやか でえ Ningiyaka dee Ouvem-se vozes alegres,
にんぎやか でえ Ningiyaka dee Ouvem-se vozes alegres.
かさり たてえたる Kasari tateetaru Penduram-se ramos de pinheiros
まつ かさり Matsu kasari Por toda a parte,
まつ かさり Matsu kasari Por toda a parte.
Flor de Cerejeira
さくら
Sakura é uma música que representa a primavera, a época das flores de cerejeira no Japão.
Esta melodia era popular no período Edo (1603 – 1868) e não dos tempos mais antigos, como maior
parte das pessoas pensam. Esta música tornou-se popular desde o período Meiji (1868 – 1912) e a
sua letra foi estabelecida nessa época e, atualmente, esta peça possuí várias funções, quer seja uma
peça adotada para os alunos iniciantes de koto, quer seja para representar o Japão. A Sakura usa
uma melodia que consiste numa escala pentatónica. A letra original da música era só a segunda
estrofe mas, em 1941, o Ministério da Educação Japonesa acrescentou a primeira estrofe.
13
Hiragana Romanji Tradução
Pouco se consegue encontrar sobre esta peça, nomeadamente, apenas uma muito breve
descrição e a sua letra. Gonbee ga tanemaku é uma canção alegre e jocosa das classes mais baixas e
a sua letra é a seguinte:
14
カラス が ほじくる Karasu ga hojikuru O corvo apanha-o outra vez;
さんど に いちど わ Sando ni ichido wa A cada terceira vez
おわずば なるまい Owazuba narumai Ele tem de os afugentar outra vez
ずんべら ずんべら Zunbera, Zunbera
ずんべら よ Zunbera yo
A palavra “Gonbee” ( ご ん べ い ) não tem uma tradução própria, sendo, nesta música,
substituída por um nome próprio. Os últimos dois versos são simples sons como “tralala”.
Canção de Casamento
こんいん の うた
Existe pouca informação sobre Konin no uta, somente que era cantada e tocada nos
casamentos. Encontra-se dividida entre parte de solista e parte com coro. Existe, ainda, uma
referência a um jovem pinheiro, que simboliza a união de casal recém casado.
A letra é a seguinte:
15
Canção de Festival
まつり ばやし
Matsuri Bayashi é uma música que acompanha os festivais tradicionais japoneses, chamados
de matsuri. O seu nome mais preciso é o já referido, mesmo que, popularmente, se denomine
hayashi, pois hayashi também é usado para designar a música de kabuki, de noo, de kagura, entre
outros espetáculos. Existem diversos matsuri no Japão, com melodias, harmonias e instrumentação
diferentes, visto que é um festival regional, portanto, não se pode afirmar com certeza qual é a sua
origem e se proveem todos dessa mesma origem.
Uma dessas letras fala sobre uma lenda popular que conta a história de uma rapariga do
século VIII, Tekona, que vivia na cidade de Mama, fazendo agora parte de Tóquio. A beleza desta
rapariga causou tanta violência e desgraça que ela acabou por se afogar no seu próprio desespero.
Essa letra é a que se segue:
Hiragana Romanji
こえ かまびすしく Koe kamabisushiku
わりだけ に Waridake ni
さき を はらわそ Saki wo harawasu
かなぼう わ Kanaboo wa
ママ の てこな か Mama no Tekona ka
てこまえ が Tekomae ga
おんあ と も みえ Onna to mo mie
おとこ と も みえと Otoko to mo mieto
やさしき うめ やなぎ Yasashiki ume yanagi
いろ か を ます の Iro ka wo masu no
あごしょうじ Agoshooji
おどり やたい と Odori yatai to
みぎ ひだり Migi hidari.
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Tradução:
O barulhento murmurar das vozes em todo o lado; com um ruidoso bastão de bambo, divido
no topo, um caminho é aberto em frente. A rapariga com a vareta de ferro, com anéis tilintantes, que
se parece com uma mulher mas também com um homem, não é ela a bela Tekona de Mama? Uma
rapariga bonita, na janela aberta, espalha cor e fragrâncias pelas árvores à frente da sua casa; e
depois dança por toda a parte, para que, quer à direita, quer à esquerda, haja algo lindo para se ver.
Escrita por Lü Wencheng ( 吕 文 成 ) (1898 – 1981), nos anos 30 do séc. XX, esta música
tradicional é considerada o seu expoente máximo. Foi composta quando este fez uma visita ao Lago
do Oeste (西湖), em Hangzhou (杭州) e é a manifestação sublime da sua adoração pela natureza e
aquele cenário que vivenciava. O Lago do Oeste sempre foi considerado, já desde os tempos mais
antigos, um lugar magnifico que transmite tranquilidade, e esta música ilustra essa mesma
atmosfera com a sua serena e calma flexibilidade. Wencheng incorporava elementos da música
folclórica de Zhejiang, uma região da China, com o estilo Guangdong, outra região da China, pelo
qual ele é famoso. Apesar da sua composição original não ser para piano, Chen Peixun (陳培勳) fez
a transcrição para piano e desde então a música tem crescido em popularidade e até faz parte do
repertório de muitos pianistas chineses.
17
Conclusão
A música tradicional asiática encontra-se interligada, quer seja entre países que partilham
fronteiras, como a Mongólia e a China, ou entre países que são separados por mar, como a China e
o Japão. Apesar desta interligação, a música de cada país não deixa de ser única visto que se
encontra bastante enraizada nas tradições e na cultura.
Tendo em conta que estes países se situam a grandes distâncias dos países da Europa
Ocidental, é natural que a música evolua de forma diferente, considerando as diversas culturas e
tradições de ambos. Portanto, não é correto afirmar que a música asiática se encontra menos
desenvolvida.
A música tradicional chinesa sofreu muitas modificações até chegar ao que conhecemos
hoje-em-dia, a típica escala pentatónica. No início até era uma espécie de escala dividida em doze
meios-tons, como é a nossa, apesar de esses doze tons não corresponderem exatamente aos nossos,
pois ou eram muito altos ou muito baixos. Os instrumentos ocidentais de hoje-em-dia, como o
piano, não conseguem reproduzir, com fidelidade, as melodias chinesas.
Não ocorreram tantas alterações na música tradicional japonesa pois esta foi importada da
China, e parte da Índia. O seu regime político da altura também não permitia muita evolução em
termos musicais, chegando ao ponto de expulsar culturas ocidentais do seu país.
Com a realização da Prova de Aptidão Artística fiquei a conhecer um pouco mais sobre a
música chinesa e japonesa, suas origens e evolução, sendo já eu bastante interessado na cultura e
costumes destes países, especialmente do Japão. São culturas com traços comuns mas que foram
sofrendo alterações ao longo dos milénios devido às influências e governos dos seus imperadores,
tonando-as únicas em cada país.
18
Bibliografia:
• VAN AALST, J. A.. China, Imperial Maritime Customs: II – Special Series: nº 6: Chinese
Music. Shangai: The Inspector General oof Costums, 1884.
• “Traditional Japanese Music”.
Disponível em: < http://web-japan.org/kidsweb/virtual/koto/koto01.html >
Visitado a: 15 de maio de 2016
• “History of Japanese Traditional Music”.
Disponível em: < http://jtrad.columbia.jp/eng/history.html >
Visitado a: 15 de maio de 2016
• “Noh”.
Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Noh >
Visitado a: 22 de maio de 2016
• “Kabuki”.
Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Kabuki >
Visitado a: 22 de maio de 2016
• “Autumn Moon Over the Calm Lake”.
Disponível em: < https://en.wikipedia.org/wiki/Autumn_Moon_Over_the_Calm_Lake >
Visitado a: 29 de maio de 2016
• “Daisyfield Archive of Japanese Traditional Music: About ‘Gonbe ga Tanemaku’”
Disponível em: < http://www.daisyfield.com/music/htm/japan/GonbeGaTanemaku.htm >
Visitado a: 29 de maio de 2016
• “Sakura Sakura”.
Disponível em: < https://en.wikipedia.org/wiki/Sakura_Sakura >
Visitado a: 29 de maio de 2016
• “Daisyfield Archive of Japanese Traditional Music: About ‘Matsuri-Bayashi’”
Disponível em: < http://www.daisyfield.com/music/htm/japan/Matsuri-Bayashi.htm >
Visitado a: 29 de maio de 2016
• “Matsuri-bayashi”
Disponível em: < https://fr.wikipedia.org/wiki/Matsuri-bayashi >
Visitado a: 29 de maio de 2016
• “Mo Li Hua”.
Disponível em: < https://en.wikipedia.org/wiki/Mo_Li_Hua > Visitado a: 29 de maio de
2016
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Anexos:
20
Ilustração 2: Diagrama que demonstra como cada lu provém do anterior.
Ilustração 2: Sistema de notação dos mongóis trazido para a China, por estes, durante a sua invasão.
21
Ilustração 3: Escala pentatónica obtida na dinastia Ming.
22
Ilustração 5: Sakuhachi, instrumento tradicional japonês.
23
Ilustração 7: Noo, drama que utiliza máscaras.
24