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1 Texto adaptado do original. BRUNONI D., MERCADANTE M., SCHWARTZMAN J. S. Transtornos do espectro do
Autismo in LOPES, A. C. Clínica Médica. Diagnóstico e tratamento. 6vol, 6254ppEditora Atheneu. São Paulo, Rio de
Janeiro, Belo Horizonte, 2014, Pp. 5731-5746 ISBN – 9788538804437
estamos frente não a uma condição única, mas sim dezenas de diferentes formas de
manifestação comportamental segundo o desenho de cérebro social. O estudo do cérebro
social tem se desenvolvido por meio das pesquisas com neuroimagem, nos quais varias
regiões de interesse tem sido descritas como o giro fusiforme e o sulco temporal superior,
ambos no lobo temporal; pesquisas em genética, nos quais vários genes candidatos tem
sido explorados, como os genes relacionados às moléculas de adesão; pesquisas com
modelos animais, nos quais fatores ambientais tem sido avaliados na capacidade de
induzir comportamentos semelhantes ao autismo, assim como animais modificados
geneticamente a partir de genes candidatos; pesquisas neuropsicológicas tem delimitado
perfis que tem individualizado sub-grupos mais homogêneos, principalmente baseados nos
elementos que comporiam as teorias predominantes: teoria da mente, coerência central e
disfunção executiva.
Definição
A proposta para o DSM-V modifica o conceito acerca dos três domínios, e propõe
um só domínio denominado de comunicação social e interação social e outro domínio de
comportamento, que deve ser restrito e/ou repetitivo. Além disso, o critério de idade de
inicio deverá ser modificado, sendo definido apenas como presentes desde a infância,
porem podem vir a ser observados apenas quando as demandas sociais venham a
exceder os limites da capacidade do individuo.
Classificação
Tendo em vista que o prognóstico da criança parece ser bem melhor quanto mais
cedo for iniciado o tratamento, nossos esforços atualmente são no sentido de tentar
identificar estas crianças o mais cedo possível.
O papel do pediatra nesta identificação é crucial e ele deverá levar em conta que,
não sendo possível afirmar um diagnóstico de TEA nos primeiros anos de vida é possível,
ao menos identificar aquelas que podemos considerar de risco.
Sinais que devem ser considerados como “de risco” são a falta de resposta consistente
quando chamado pelo nome já por volta dos 12 meses de idade, a dificuldade em apontar
para mostrar (não pedir) alguma coisa, a dificuldade em olhar para as pessoas, a
dificuldade em aprender a fazer tchau, a dar um beijo, a bater palmas. Respostas não
usuais a certos sons (liquidificadores, secadores, motocicletas etc) também devem ser
consideradas.
Interação social
Comunicação
Comportamento
Este foco restrito de interesses aliado à excelente memória visual que costumam
apresentar faz com que sejam considerados, por vezes, como indivíduos superdotados. Já
tivemos a oportunidade de assistir em programas de entrevistas na televisão alguns
desses indivíduos, apresentados como verdadeiros gênios ou superdotados. Suas
dificuldades de relacionamento e a peculiaridade na forma de se comunicar são vistas,
erroneamente, como próprias dos indivíduos superdotados.
Estes pacientes demonstram um forte apego às rotinas e tentam fazer da sua vida e
da vida dos familiares algo padronizado e repetitivo. São capazes de pedir comida não por
sentirem fome, mas porque “está na hora do almoço”. No filme Rain Man, o personagem
protagonizado por Dustin Hoffmann demonstra de forma muito clara o ponto que estamos
discutindo. Aqueles que se lembram do filme hão de se recordar de várias cenas em que o
que movia o personagem era a rotina previamente estabelecida: a hora da refeição, a
marca das cuecas que ele usava etc.
Este apego à rotina pode fazer com que uma simples mudança de itinerário, uma tentativa
de troca de roupas ou a colocação de um determinado objeto fora do local habitual
desencadeiem verdadeiras crises catastróficas que podem resultar em agressões e outros
comportamentos que, não sendo compreendidos pelos familiares, criam uma situação
muito difícil.
DIAGNÓSTICO
Marcos Tomanik Mercadante & Maria Conceição do Rosário Autismo e Cérebro Social.
SegmentoFarma, pp: 144. ISBN:978-85-98353-98-2