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Quarta - feira, 18 de Julho de 2018 Número 99

SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

DIÁRIO DA REPÚBLICA

SUMÁRIO
GOVERNO

Decreto – Lei n.º 09/2018


Altera o Decreto-Lei n.º 03/2016, publica-
do no DR n.º 22 de 05 de abril, que republi-
cou o Decreto-Lei n.º 9/2014 publicado no
DR n.º 41 de 22 de Maio que institucionali-
zou a Universidade de São Tomé e Príncipe.

Repúblicação - Estatuto da Universidade


de São Tomé e Príncipe.
N.º 99 – 18 de Julho de 2018 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 1353

GOVERNO Artigo 4.º

Decreto – Lei n.º 09/2018 O artigo 3º do referido Decreto-Lei, passa a ter a


seguinte redacção:
Altera o Decreto-Lei n.º 03/2016, publicado no
DR n.º 22 de 05 de Abril, que republicou o De- Artigo 3.º
creto-Lei n.º 9/2014 publicado no DR n.º 41 de 22
de Maio que institucionalizou a Universidade de 1. Os Institutos, Faculdades, Escolas e Centros de
São Tomé e Príncipe. Investigação integrantes da Universidade de São
Tomé e Príncipe constituem-se em órgãos de ensi-
Passados cerca de 2 anos da primeira republica- no, de investigação e de suporte a transferência de
ção do Decreto-Lei que institucionalizou a Univer- conhecimentos e de tecnologia e terão autonomia
sidade de São Tomé e Príncipe; administrativa, científica e pedagógica.

Considerando a necessidade de se proceder a no- 2. (…)”


vas actualizações, a fim de adequar o Estatuto aos
actuais desafios da instalação da Universidade; Artigo 5.º

Nestes termos, no uso das faculdades que lhe O Preâmbulo do Estatuto da Universidade de São
confere pela alínea c) do artigo 111.º da Constitui- Tomé e Príncipe, aprovado pelo Decreto-Lei nº
ção, o governo decreta o seguinte: 03/2016, republicado no Diário da República n.º 22,
de 05 de Abril, passa a ter a seguinte redacção:
Artigo 1.º
“Preâmbulo
São alterados os artigos 2.º e 3.ºdo Decreto-Lei 1. (…)
n.º 03/2016, publicado no Diário da República n.º
22 de 05 de Abril: 2. (…)

Artigo 2.º 3. A Universidade de São Tomé e Príncipe inte-


gra a Faculdade de Ciências e das Tecnologias, o
São alterados o Preâmbulo, os artigos 1.º, 8.º, Instituto Superior de Educação e Comunicação, o
13.º, 19.º, 20.º, 21.º, 26.º, 28.º, 30.º, 31.º, 32.º, 33.º, Instituto Superior de Ciências de Saúde Victor Sá
34.º, 35.º, 36.º, 37.º, 38.º, 39.º, 43.º, 44.º, 50.º, 52.º Machado, bem como os demais Institutos, Faculda-
do Estatuto da Universidade de São Tomé e Prínci- des, Escolas e Centros que vierem a ser criadas no
pe aprovado pelo Decreto-Lei nº 03/2016 publicado âmbito da Universidade de São Tomé e Príncipe.
no Diário da República n.º 22 de 05 de Abril:
4. (…)
Artigo 3.º
5. (…)
O artigo 2.º, do referido Decreto-Lei, passa a ter a
seguinte redacção: 6. O Instituto Superior Politécnico de São Tomé e
Príncipe, adiante designado ISP, criado ao abrigo do
“Artigo 2.º decreto n.º 88/96 de 31 de Dezembro de 1996 foi a
primeira instituição pública de ensino superior no
Integra a Universidade de São Tomé e Príncipe, a País. No quadro de desenvolvimento das suas atri-
Faculdade de Ciências e das Tecnologias, o Instituto buições, o ISP desempenhou o seu papel, formando
Superior de Educação e Comunicação, o Instituto professores para o sistema nacional de ensino e
Superior de Ciências de Saúde Victor Sá Machado, técnicos em várias áreas do saber, realizando cursos
bem como os demais Institutos, Faculdades, Escolas de caris meramente universitários e outros politéc-
e Centros que vierem a ser criados no âmbito da nicos. Na procura de solução para a formação de
Universidade de São Tomé e Príncipe.” quadros no país e redução do custo de formação de
nível superior de jovens santomenses no estrangei-
ro, necessário se tornou o alargamento do leque da
oferta formativa e a criação de melhores condições
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de instalações, de material a disposição do professo- “Artigo 8.º


res e de investigação (laboratoriais, bibliográficas Autonomia administrativa, financeira e
informáticas). Face a necessidade de um novo en- patrimonial
quadramento jurídico, o ISP enquanto unidade or-
gânica da USTP, de que é parte integrante, passa 1. (…)
doravante a ser denominada de Faculdade de Ciên- 2. (…)
cias e das Tecnologias. 3.(…)

7. (…) 4. O património da USTP integra as suas unida-


8. (…) des orgânicas e é constituído pela universalidade
9. (…) dos direitos e obrigações constituintes das esferas
10. (…) jurídicas da Faculdade de Ciências e das Tecnologi-
11. (…) as, do Instituto Superior de Educação e Comunica-
12. (…) ção, do Instituto Superior de Ciências de Saúde
13. (…) Victor Sá Machado, e pelos bens, móveis e imóveis,
direitos e obrigações de conteúdo económico, sub-
14. A defesa e a valorização da língua portugue- metidos ao comércio jurídico privado, afetos à rea-
sa, bem como do património histórico e cultural, são lização dos seus fins, incluindo os que lhe tenham
bases centrais da identidade institucional. Para se- sido cedidos pelo Estado ou por outras entidades
rem levados à prática, estes princípios necessitam públicas ou privadas ou que lhe estejam, a qualquer
de uma organização dotada de grande autonomia título, afetos para a prossecução, directa ou indirec-
institucional, de um ambiente de pensamento crítico ta, das suas atribuições e competências.
e de liberdade intelectual e de um compromisso
forte com o futuro de São Tomé e Príncipe. 5. (…)”

15. (…)” Artigo 8.º

Artigo 6.º O artigo 13.º do Estatuto da Universidade de São


Tomé e Príncipe inserido no Capítulo II– Ensino e
O artigo 1º do Estatuto da Universidade de São Investigação e republicado pelo Decreto-Lei n.º
Tomé e Príncipe, inserido no Capítulo I – Natureza, 03/2016 publicado no Diário da República n.º 22 de
Missão e Fins e republicado pelo Decreto-Lei nº 05 de Abril passa a ter a seguinte redacção:
3/2016 publicado no Diário da República nº 22 de
05 de Abril passa a ter a seguinte redação: “Artigo 13.º
Graus e diplomas
“Artigo 1.º
Denominação e sede 1. À USTP compete a concessão de graus, di-
plomas e títulos académicos e honoríficos, bem
1. (…) como outros certificados previstos na lei, nomea-
2. A Universidade de São Tomé e Príncipe tem a damente os graus de licenciado, mestre e doutor.
sua sede em São Tomé, podendo criar estruturas e
formas de representação em qualquer parte do terri- 2. (…)”
tório nacional ou no estrangeiro.
Artigo 9.º
3. (…)”
O artigo 19.º do Estatuto da Universidade de São
Artigo 7.º Tomé e Príncipe inserido na Secção I – Orgãos, e
republicado pelo Decreto-Lei n.º 03/2016 publicado
O artigo 8º do Estatuto da Universidade de São no Diário da República n.º 22 de 05 de abril passa a
Tomé e Príncipe, inserido no Capítulo I – Natureza, ter a seguinte redação:
Missão e Fins e republicado pelo Decreto-Lei nº
3/2016, publicado no Diário da República nº 22 de
05 abril, passa a ter a seguinte redação:
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“Artigo 19.º 6. (…)


Órgãos de governo da Universidade
7. O processo de eleição inclui, designadamente:
São órgãos de governo da USTP:
a) O anúncio público da abertura de candidatu-
a) O Reitor; ras;

b) O Conselho da Universidade; b) A apresentação de candidaturas, instruídas


com currículo e programa de ação;
c) O Conselho de Estratégia e Governo.”
c) A audição pública dos candidatos, com
Artigo 10.º apresentação e discussão do programa de
ação;
O artigo 20.º do Estatuto da Universidade de São
Tomé e Príncipe, inserido na Subsecção I – Reitor e d) A votação final do colégio eleitoral, por
republicado pelo Decreto-Lei n.º 03/2016, publica- maioria e por voto secreto.
do no Diário da República n.º 22, de 05 de abril,
passa a ter a seguinte redacção: 8. (…)
9. (…)
“Artigo 20.º 10. (…)”
Perfil e eleição
Artigo 12.º
1. O Reitor é eleito de entre docentes doutorados
da USTP, de preferência professores titulares, com O artigo 26º do Estatuto da Universidade de São
pelo menos três anos de experiência de docência, de Tomé e Príncipe, inserido na Subsecção II – Conse-
investigação e/ou de gestão no ensino superior, por lho da Universidade e republicado pelo Decreto-Lei
escrutínio secreto. nº 03/2016, publicado no Diário da República, nº 22
de 05 de abril, passa a ter a seguinte redacção:
2. (…)
3. (…) “Artigo 26.º
4. (…) Composição
5. (…)
1. Integram o Conselho da Universidade:
6. O cargo do Reitor é exercido em regime de de-
dicação exclusiva, ficando este dispensado do servi- a) (…)
ço docente ou de investigação, sem prejuízo de, por b) (…)
sua iniciativa, o poder prestar.” c) (…)
d) (…)
Artigo 11.º
e) Quatro representantes dos docentes, eleitos
O artigo 21.º do Estatuto da Universidade de São pelos respetivos pares, de entre professores
Tomé e Príncipe inserido na Subsecção I – Reitor e doutorados;
republicado pelo Decreto-Lei nº 03/2016 publicado
no Diário da República nº 22 de 05 de abril passa a f) Um representante dos alunos, eleitos pelos
ter a seguinte redacção: respetivos pares;

“Artigo 21º g) Um representante do pessoal não docente,


Processo eleitoral eleitos pelos respetivos pares;

1. (…) h) Uma personalidade de reconhecido mérito


2. (…) nos meios científico cultural e socioeconó-
3. (…) mico, cooptados pelos demais membros.
4. (…)
5. (…) 2. (…)
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3. O Conselho da Universidade reúne-se, ordina- h) Aceitar doações, heranças ou legados.”


riamente, uma vez por trimestre e, extraordinaria-
mente, sempre que convocado pelo Reitor, por ini- Artigo 15.º
ciativa própria ou a pedido de 1/3 dos seus
membros.” O artigo 30º do Estatuto da Universidade de São
Tomé e Príncipe, inserido na Subsecção IV – Con-
Artigo 13.º selho Administrativo e republicado pelo Decreto-
Lei n.º 03/2016, publicado no Diário da República
O artigo 28.º do Estatuto da Universidade de São n.º 22, de 05 de Abril, deixa de existir e é substituí-
Tomé e Príncipe inserido na Subsecção III – Conse- do pelo Conselho para a qualidade passando a ter a
lho de Estratégia e Governo e republicado pelo De- seguinte redacção:
creto-Lei n.º 03/2016 publicado no Diário da Repú-
blica n.º 22 de 05 de Abril passa a ter a seguinte “Artigo 30.º
redacção: Composição e funcionamento

“Artigo 28.º 1. As instituições do ensino superior podem criar


Composição o Conselho para a qualidade e nele integram cinco
personalidades nacionais e ou estrangeiras de reco-
1. Integram o Conselho de Estratégia e Governo: nhecido mérito nos meios universitário e politécni-
co, cultural, científico e tecnológico, eleitas pelo
a) (…) Conselho da Universidade.
b) (…)
c) (…) 2. Na sua primeira reunião, o Conselho de Quali-
dade elege o seu presidente e aprova o respectivo
d) Os Presidentes das Unidades Orgânicas; regimento.

e) (…) 3. O Conselho de Qualidade reúne-se, ordinaria-


mente, uma vez por ano e, extraordinariamente,
2. (…) sempre que convocado pelo seu presidente.
3. (…) Competências.”
4. (…)
5. (…)” Artigo 16.º

Artigo 14.º O artigo 31.º do Estatuto da Universidade de São


Tomé e Príncipe, inserido na Subsecção III – Con-
O artigo 29.º do Estatuto da Universidade de São selho de Estratégia e Governo e republicado pelo
Tomé e Príncipe, inserido na Subsecção III – Con- Decreto-Lei nº 03/2016, publicado no Diário da
selho de Estratégia e Governo e republicado pelo República nº 22, de 05 de Abril, passa a ter a se-
Decreto-Lei n.º 03/2016, publicado no Diário da guinte redacção:
República n.º 22, de 05 de Abril, passa a ter a se-
guinte redacção: “Artigo 31.º
Competências
“Artigo 29.º
Competências 1. Compete ao Conselho de Qualidade promover
a qualidade do desempenho da universidade nas
Compete ao Conselho de Estratégia e Governo: áreas do ensino e da investigação, bem como na
a) (…) prestação de serviços, mediante a definição de indi-
b) (…) cadores de desempenho e do respectivo controlo,
c) (…) através de métodos, técnicas e procedimentos espe-
d) (…) cialmente recomendáveis.
e) (…)
f) (…) 2. Para o efeito do disposto no número anterior,
g) (…) incumbe, designadamente, ao Conselho para a Qua-
lidade:
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a) Criar, desenvolver e disponibilizar instru- Artigo 18.º


mentos de promoção da qualidade;
O artigo 33.º do Estatuto da Universidade de São
b) Garantir a aplicação das normas de qualida- Tomé e Príncipe, inserido na Secção II – Unidades
de em todos os sectores de actividade da Orgânicas e republicado pelo Decreto-Lei n.º
Universidade; 03/2016, publicado no Diário da República n.º 22,
de 05 de Abril, passa a ter a seguinte redacção:
c) Orientar e coordenar a realização de pro-
gramas de auto-avaliação do funcionamento “Artigo 33.º
das unidades da Universidade e, em especi- Estrutura geral
al, dos cursos;
1. Sem prejuízo da criação de outras Unidades
d) Promover um processo de monitorização Orgânicas que vierem a revelar-se necessárias, inte-
e/ou avaliação periódicas dos procedimen- gram-se na USTP as seguintes unidades:
tos de controlo de qualidade;
a) Departamentos: unidades de ensino, inves-
e) Definir e implementar mecanismos e proce- tigação e extensão nos domínios científicos
dimentos que permitem a avaliação da efi- que integram áreas disciplinares próximas e
cácia externa dos cursos; afins;

f) Aprovar o respectivo regimento e submetê- b) Escolas/institutos/faculdades: unidades de


lo à ratificação do Conselho da Universida- ensino, investigação e extensão nos domí-
de. nios científicos que agregam áreas de co-
nhecimento com vincada especificidade;
3. No cumprimento das suas atribuições, o Con-
selho para a Qualidade apoiar-se-á nos serviços c) Centros: espaços inter-unidades orgânicas
especializados da Universidade, podendo, sempre ou espaços da Universidade vocacionados
que necessário, recorrer a entidades externas de para a investigação, formação e extensão;
reconhecido prestígio para a realização de auditoria
e ou outras modalidades de controlo da qualidade.” d) Unidades Funcionais: unidades que, estrutu-
rando-se sob a forma de núcleos, grupos ou
Artigo 17.º comissões, dependentes directamente do
Reitor, visam a execução de programas e
O artigo 32º do Estatuto da Universidade de São projectos específicos, permanentes ou tem-
Tomé e Príncipe, inserido na Secção II – Unidades porários, de natureza específica ou transver-
Orgânicas e republicado pelo Decreto-Lei nº sal, e que não se enquadram nas funções
03/2016, publicado no Diário da República nº 22, próprias dos Departamentos, Escolas e Cen-
de 05 de Abril, passa a ter a seguinte redacção: tros.

“Artigo 32.º 2. A alteração da tipologia e do elenco das Uni-


Estatutos das unidades orgânicas dades Orgânicas que acarrete aumento de encargos
financeiros carece da aprovação do órgão de tutela.
1. As escolas e as unidades orgânicas de investi-
gação que forem dotadas pelos estatutos da institui- 3. A criação e a definição das normas de organi-
ção de órgãos próprios e de autonomia de gestão, zação e funcionamento das unidades a que se refere
regem-se por estatutos próprios, no respeito pela lei o presente artigo são da competência do Conselho
e pelos estatutos da instituição. da Universidade.

2. Os estatutos carecem de homologação pelo rei- 4. Pode haver, ainda, unidades associadas à
tor ou presidente da instituição, conforme os casos, USTP, nos termos do presente Estatuto.”
para verificação da sua legalidade e da sua confor-
midade com os estatutos e regulamentos da institui-
ção.”
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Artigo 19.º hierárquica e funcionalmente do Administrador-


Geral e ou dos Vice-Reitores e Pró-Reitores sob
O artigo 34.º do Estatuto da Universidade de São delegação do Reitor, sem prejuízo das competências
Tomé e Príncipe inserido na Secção II – Unidades próprias deste.”
Orgânicas e republicado pelo Decreto-Lei nº
03/2016 publicado no Diário da República nº 22 de Artigo 21.º
05 de abril passa a ter a seguinte redacção:
O artigo 36º do Estatuto da Universidade de São
“Artigo 34º Tomé e Príncipe inserido na Secção III – Serviços e
Unidades associadas republicado pelo Decreto-Lei nº 03/2016 publicado
no Diário da República nº 22 de 05 de abril passa a
1. As unidades associadas a que se refere o nú- ter a seguinte redacção:
mero 4 do artigo anterior são instituições públicas e
privadas, nacionais ou estrangeiras, que prosseguem “Artigo 36.º
fins a nível do ensino, da investigação ou da exten- Estrutura
são, cooperando com a USTP em função da perti-
nência e adequação dos seus fins aos prosseguidos Os serviços da USTP estruturam-se do seguinte
pela Universidade, embora não integrem a orgânica modo:
da Universidade.
a) Serviços Administrativos e Financeiros;
2. Salvo o disposto no presente diploma, as uni-
dades associadas mantêm com a USTP relações de b) Serviços Académicos;
parceria institucional nos termos dos respetivos
contratos de associação, assinados entre o Reitor e c) Serviços de Documentação e Edições;
os respetivos dirigentes máximos.
d) Serviços de Ação Social;
3. Os contratos de associação a que se refere o
número anterior definem as formas de colaboração, e) Serviços Técnicos;
podendo incluir a possibilidade de partilha do pes-
soal docente e investigador, discentes e demais re- f) Gabinete de Planeamento e Gestão de Qua-
cursos, tendo em vista a boa prossecução de objeti- lidade;
vos comuns.”
g) Gabinete de Cooperação e Assuntos Peda-
Artigo 20.º gógicos;

O artigo 35º do Estatuto da Universidade de São h) Gabinete para Ciências, Tecnologia e Em-
Tomé e Príncipe inserido na Secção III – Serviços e preendedorismo;
republicado pelo Decreto-Lei nº 03/2016 publicado
no Diário da República nº 22 de 05 de abril passa a i) Gabinete de Auditoria e Controlo de Quali-
ter a seguinte redacção: dade.”

“Artigo 35.º Artigo 22.º


Função e direção
O artigo 37º do Estatuto da Universidade de São
1. Os serviços da USTP são unidades especiali- Tomé e Príncipe inserido na Secção III – Serviços e
zadas de apoio técnico e logístico aos órgãos e às republicado pelo Decreto-Lei nº 03/2016 publicado
Unidades Orgânicas no desempenho das suas fun- no Diário da República nº 22 de 05 de abril passa a
ções, designadamente na preparação, execução e ter a seguinte redacção:
avaliação das decisões, políticas, normas e instru-
mentos de gestão da Universidade nos diversos “Artigo 37º
domínios de atividade. Atribuições gerais dos serviços

2. Os serviços da USTP são dirigidos por direto- 1. Os Serviços Administrativos e Financeiros as-
res e ou chefes de serviços, que dependem direta, seguram a gestão corrente da Universidade, em
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matéria administrativa e financeira, nos termos le- d) As demais atribuições dos serviços Técni-
gais e regulamentares pertinentes e em harmonia cos serão objeto de regulamento próprio su-
com as diretivas emanadas dos órgãos competentes periormente determinadas por despacho do
da USTP, competindo-lhes, designadamente: Reitor.

a) Funções operativas nas áreas do pessoal do- 4. Os Serviços de Documentação e Edições têm
cente e não docente e de gestão administra- por função a gestão corrente em matéria de bibliote-
tiva, financeira e patrimonial; cas, documentação e edições, competindo-lhes,
designadamente:
b) Serviço de receção, distribuição e expedição
de documentos, bem como o arquivo geral a) A recolha, sistematização, gestão e disponi-
da Universidade; bilização a todos os sectores de atividade da
Universidade de informação ou documenta-
c) Outras atividades superiormente determina- ção de carácter científico, técnico e cultural
das; necessária ao desempenho das respetivas
funções;
d) As demais atribuições dos serviços Admi-
nistrativos e Financeiros serão objeto de re- b) A participação em sistemas ou redes de in-
gulamento próprio superiormente determi- formação bibliográfica, científica e técnica,
nadas por despacho do Reitor. de acordo com os interesses da Universida-
de;
2. Os Serviços Académicos têm, por função, a
gestão corrente da Universidade nos assuntos de c) Gestão dos recursos bibliográficos e docu-
natureza administrativa e académica e, designada- mentais da USTP;
mente, o apoio técnico-administrativo aos projetos
de ensino da Universidade em matéria de: d) Programação e ou realização das atividades
editoriais da USTP, nomeadamente edição,
a) Atendimento geral aos estudantes; publicação e distribuição de revistas, órgãos
informativos, obras científicas, literárias e
b) Regime escolar geral dos alunos; culturais;

c) Atendimento aos docentes; e) As demais atribuições dos serviços de Do-


cumentação e Edições serão objeto de regu-
d) As demais atribuições dos serviços acadé- lamento próprio superiormente determina-
micos serão objeto de regulamento próprio das por despacho do Reitor.
superiormente determinadas por despacho
do Reitor. 5. Aos Serviços de Ação Social incumbe a exe-
cução da política de apoio social à comunidade
3. Compete, designadamente, aos Serviços Téc- universitária e, em especial, aos seus estudantes,
nicos coordenar e executar as atividades relativas a: com vista a assegurar o direito à igualdade de opor-
tunidades de acesso, frequência e sucesso escolar,
a) Conceção, implementação e manutenção de pela superação de desigualdades económicas, soci-
sistemas e plataformas de suporte tecnoló- ais e culturais, designadamente através do desen-
gico à gestão da Universidade; volvimento de atividades nos domínios de:

b) Planeamento, manutenção das infra- a) Alimentação e alojamento;


estruturas universitárias;
b) Serviços de Saúde;
c) Criação das condições técnicas e materiais
adequadas à preservação do meio ambiente, c) Bolsas de Estudo;
da saúde, higiene e segurança das instala-
ções; d) Material didático e demais recursos peda-
gógicos;
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e) Atividades desportivas e culturais; 9. O Gabinete de Auditoria e Controlo de Quali-


dade tem por funções essenciais:
f) Outros apoios socio-educativos;
a) A implementação e o acompanhamento da
g) As demais atribuições dos serviços de Ação observância das normas e parâmetros de
Social serão objeto de regulamento próprio qualidade definidos pelo Conselho da Uni-
superiormente determinadas por despacho versidade;
do Reitor.
6. O Gabinete de Planeamento e Gestão de Qua- b) A realização de atividades de controlo in-
lidade tem por funções principais: terno, designadamente auditorias financei-
ras, pedagógicas e de gestão, averiguações,
a) O apoio técnico na preparação e execução inquéritos, sindicâncias e processos disci-
dos planos, programas e projetos de desen- plinares.
volvimento da USTP;
c) As demais atribuições dos serviços de Ação
b) Apoiar as realizações que facilitem a me- Social serão objeto de regulamento próprio
lhoria do Planeamento e criação de instru- superiormente determinadas por despacho
mentos de Gestão de Qualidade. do Reitor.”

c) As demais atribuições dos serviços de Ação Artigo 23.º


Social serão objeto de regulamento próprio
superiormente determinadas por despacho O artigo 38º do Estatuto da Universidade de São
do Reitor. Tomé e Príncipe inserido na Secção III – Serviços e
republicado pelo Decreto-Lei nº 03/2016 publicado
7. Ao Gabinete de Cooperação e Assuntos Peda- no Diário da República nº 22 de 05 de abril passa a
gógicos compete: ter a seguinte redacção:

a) Promover a gestão e a dinamização das re- “Artigo 38.º


lações de cooperação e parceria da USTP Regulamentação, adequação e modificação da
com outras instituições, públicas e privadas, estrutura
nacionais ou estrangeiras, que prossigam
fins análogos ou complementares; 1. A organização, o funcionamento e o desenvol-
vimento das atribuições e competências dos servi-
b) Assegurar a gestão e acompanhamento da ços constam do regulamento orgânico e de regula-
observância das normas e parâmetros de mentos específicos, a aprovar pelo órgão estatutário
qualidade pedagógica na USTP. competente da USTP.

c) As demais atribuições dos serviços de Ação 2. Por conveniência de serviço, a estrutura dos
Social serão objeto de regulamento próprio serviços da USTP pode ser modificada por despa-
superiormente determinadas por despacho cho do Reitor, mediante parecer favorável do Con-
do Reitor. selho da Universidade tendo em vista a sua adequa-
ção às exigências do processo de institucionalização
8. Ao Gabinete para Ciências, Tecnologia e Em- da Universidade, às disponibilidades de pessoal e de
preendedorismo compete: recursos e às prioridades definidas em determinados
contextos.
a) Promover o empreendedorismo no seio da
comunidade universitária; 3. Por conveniência de serviço e tendo em vista o
disposto no número anterior, pode ser atribuída a
b) Promover a criação de incubadoras e start- um Diretor de Serviço a chefia de mais de um servi-
ups na Universidade; ço.”

c) Estabelecer parcerias sustentáveis entre a


USTP e empresas nacionais e internacio-
nais.
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Artigo 24.º e) Fiscalização dos órgãos dos poderes do Es-


tado.”
O artigo 39º do Estatuto da Universidade de São
Tomé e Príncipe inserido na Secção III – Pessoal e Artigo 26.º
republicado pelo Decreto-Lei nº 03/2016 publicado
no Diário da República nº 22 de 05 de abril passa a O artigo 44.º do Estatuto da Universidade de São
ter a seguinte redacção: Tomé e Príncipe, inserido na Capitulo V -Gestão
Económico-financeira e republicado pelo Decreto-
“Artigo 39.º Lei nº 03/2016, publicado no Diário da República
Pessoal da USTP n.º 22, de 05 de abril, passa a ter a seguinte redac-
ção:
1. O pessoal da USTP está sujeito ao regime jurí-
dico geral das relações de trabalho, aplicável aos “Artigo 44.º
funcionários públicos, designadamente o Estatuto Financiamento
da Função Pública e subsidiariamente regendo-se
pelas disposições constantes da Lei do Trabalho na 1. Cabe ao Estado garantir à USTP as verbas ne-
matéria não contraditória, sem prejuízo do disposto cessárias ao seu funcionamento que incluem as
nos números seguintes e no presente Estatuto. despesas correntes salariais e não salariais, com-
promissos com organizações nacionais e internacio-
2. A USTP dispõe de pessoal docente e pessoal nais de que faz parte, nos limites das disponibilida-
não docente, que se regem por estatutos próprios, des orçamentais e tendo em conta as receitas
aprovados por decreto, por proposta do Reitor. próprias auferidas pela Universidade.

3. Os estatutos a que se refere o número anterior 2. Cabe igualmente ao Estado garantir à USTP as
definem as regras de recrutamento, o regime de verbas necessárias ao financiamento das despesas
trabalho e de carreira, os direitos e deveres, o qua- de investimentos, quer estruturantes ou de manuten-
dro de pessoal, a tabela salarial e demais normas ção.
relativas à gestão do respetivo pessoal.”
3. As atividades de investigação e extensão são
Artigo 25.º objeto de financiamento obrigatório pelo Estado
mediante projetos anuais ou plurianuais, apresenta-
O artigo 43º do Estatuto da Universidade de São dos pela USTP.
Tomé e Príncipe inserido na Capitulo V -Gestão
Económico-financeira e republicado pelo Decreto- 4. Sem prejuízo do financiamento referido nos
Lei nº 03/2016 publicado no Diário da República nº números anteriores, cabe aos órgãos próprios da
22 de 05 de abril passa a ter a seguinte redacção: USTP angariar fundos que suplementem as dota-
ções orçamentais indispensáveis à satisfação das
“Artigo 43.º suas necessidades”
Princípios Gerais
Artigo 27.º
A gestão económico-financeira da USTP obede-
ce, nomeadamente, aos seguintes princípios: O artigo 50º do Estatuto da Universidade de São
Tomé e Príncipe inserido na Capitulo VI - Disposi-
a) Legalidade, rigor e racionalidade na utiliza- ções Transitórias e republicado pelo Decreto-Lei nº
ção dos meios e recursos; 03/2016 publicado no Diário da República nº 22 de
05 de abril passa a ter a seguinte redacção:
b) Eficiência e eficácia dos atos e procedimen-
tos de gestão financeira; “Artigo 50.º
Estatutos das unidades
c) Sustentabilidade financeira;
1. Logo após a publicação do presente Estatuto os
d) Transparência na gestão e prestação de con- órgãos competentes da Universidade aprovam os
tas; Estatutos das Unidades Orgânicas.
1362 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 99 – 18 de Julho de 2018

2. Os estatutos das Unidades Orgânicas devem Botelho; O Ministro da Defesa e da Administração


ser submetidos a homologação reitoral no prazo Interna; Arlindo Ramos; A Ministra da Justiça, Ad-
máximo de 30 dias após a tomada de posse do Rei- ministração Pública e Direitos Humanos; Ilza Ama-
tor.” do Vaz; O Ministro das Finanças Comércio e Eco-
nomia Azul, Américo de Oliveira dos Ramos; O
Artigo 28.º Ministro das Infra-estruturas, Recursos Naturais e
Ambiente, Carlos Manuel Vila Nova; Ministro da
O artigo 52º do Estatuto da Universidade de São Agricultura e Desenvolvimento Rural, Teodorico de
Tomé e Príncipe inserido na Capitulo VI - Disposi- Campos; O Ministro do Emprego e dos Assuntos
ções Transitórias e republicado pelo Decreto-Lei nº Sociais, Emílio Lima; A Ministra da Saúde, Maria
03/2016 publicado no Diário da República nº 22 de de Jesus Trovoada dos Santos; O Ministro da Edu-
05 de abril passa a ter a seguinte redacção: cação, Cultura, Ciência e Comunicação, Olinto da
Silva e Sousa Daio; O Ministro da Juventude e
“Artigo 52.º Desporto, Marcelino Leal Sanches.
Alterações ao Estatuto da USTP
Promulgado em 4 de Julho de 2018.
1. O presente Estatuto pode ser revisto pelo Con-
selho da Universidade: Publique-se.

a) Quatro anos após a respetiva entrada em vi- O Presidente da República, Evaristo Espírito
gor; Santo de Carvalho.

b Em qualquer momento, por deliberação de


dois terços dos membros do Conselho da Republicação
Universidade em exercício efetivo de fun-
ções. GOVERNO

2. No final do período transitório poderá ter lugar Decreto - Lei n.º 09/2018
a alteração do Estatuto, carecendo para tal, de apro-
vação de dois terços dos membros do Conselho da ESTATUTO DA UNIVERSIDADE DE SÃO
Universidade.” TOMÉ E PRÍNCIPE

Preâmbulo
Artigo 29.º
1. A Universidade de São Tomé e Príncipe é uma
O presente Decreto entra imediatamente em vi- instituição pública de ensino superior, que assume a
gor. sua responsabilidade e o seu papel central na dinâ-
mica do desenvolvimento económico e social do
Artigo 11.º - Republicação país. A inovação e a valorização social e económica
do conhecimento são referências fundamentais da
É republicado na íntegra o Decreto-Lei nº sua matriz e da forma como se organiza para res-
03/2016 de 05 de abril bem como o Estatuto da ponder às missões definidas neste Estatuto.
Universidade de São Tomé e Príncipe aprovado
pelo mesmo. 2. A Universidade de São Tomé e Príncipe resul-
ta da necessidade de criação de uma estrutura capaz
São Tomé, em 16 de Maio de 2018. de congregar as diferentes instituições e polos de
formação a fim de conferir uniformidade funcional
Visto e aprovado na 83.ª Sessão em Conselho de e institucional ao ensino superior em São Tomé e
Ministros, no dia 16 de Maio de 2018.- O Primeiro- Príncipe.
ministro e Chefe do Governo, Patrice Emery Tro-
voada; O Ministro da Presidência do Conselho de 3. A Universidade de São Tomé e Príncipe inte-
Ministros e dos Assuntos Parlamentares, Afonso da gra, a Faculdade de Ciências e das Tecnologias, o
Graça Varela da Silva;, O Ministro dos Negócios Instituto Superior de Educação e Comunicação, o
Estrangeiros, Cooperação e Comunidades; Urbino Instituto Superior de Ciências de Saúde Victor Sá
N.º 99 – 18 de Julho de 2018 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 1363

Machado bem como os demais Institutos, Faculda- de Direitos e Garantias, um Código de Conduta e
des Escolas e Centros que vierem a ser criadas no Boas Práticas e os Regulamentos.
âmbito da Universidade de São Tomé e Príncipe.
9. A decisão tomada pelo Governo tem como de-
4. A Universidade de São Tomé e Príncipe tem sígnio a construção de uma Universidade centrada
como finalidade, o reforço da capacidade do ensino nas pessoas, comprometida com a investigação e o
e de investigação, particularmente em áreas de fron- ensino, a inovação e a transferência de tecnologia,
teiras e de convergência interdisciplinar, abertura de que valoriza o conhecimento, o mérito e a participa-
novas oportunidades de educação superior e promo- ção.
ção de dinâmicas de internacionalização.
10. O reforço e a necessidade da investigação ci-
5. Este processo decorre da vontade de juntar, entífica, particularmente em áreas de fronteira e de
numa mesma instituição, diversas áreas de conhe- convergência, através de uma fertilização mútua
cimento, criando assim melhores condições para entre disciplinas, é o elemento central de uma Uni-
acompanhar a evolução contemporânea da ciência, versidade que, a partir da transformação, abrange o
da tecnologia, das artes e das humanidades. A nova conjunto das áreas de conhecimento.
instituição procura reforçar a capacidade de ensino
e de investigação, particularmente em áreas de fron- 11. A vida da instituição organiza-se em torno
teira e de convergência interdisciplinar, abrir novas dos estudantes e de um ensino de qualidade, inicial
oportunidades de educação superior e promover as e pós-graduado, enriquecida por um ambiente de
dinâmicas de internacionalização. cultura e de ciência, pela mobilidade interinstitucio-
nal e pelas vivências associativas, desportivas, artís-
6. O Instituto Superior Politécnico de São Tomé e ticas, científicas e culturais.
Príncipe, doravante ISP, criado ao abrigo do decreto
n.º 88/96 de 31 de Dezembro de 1996 foi a primeira 12. É um lugar da vida académica e necessita, pa-
instituição pública de ensino superior no País. No ra a realização das suas atividades, de uma ampla
quadro de desenvolvimento das suas atribuições o autonomia. Para que o programa da Universidade se
ISP desempenhou o seu papel, formando professo- cumpra plenamente é decisiva a ação dos centros e
res para o sistema nacional de ensino e técnicos em unidades de investigação com maior dinâmica e
várias áreas do saber, realizando cursos de caris capacidade de intervenção nacional e internacional.
meramente universitários e outros politécnicos. Na O presente Estatuto prevê um novo grau de liberda-
procura de solução para a formação de quadros no de organizacional que se destina a promover formas
país e redução do custo de formação de nível supe- de cooperação entre as unidades e grupos de profes-
rior de jovens santomenses no estrangeiro, necessá- sores e investigadores, designadamente no âmbito
rio se tornou o alargamento do leque da oferta for- científico e da pós-graduação.
mativa e criação de melhores condições de
investigação (laboratoriais, bibliográficas), de insta- 13. A Universidade de São Tomé e Príncipe as-
lações e de material à disposição dos professores. segura a existência de um sistema de garantia da
Face as novas exigências o ISP passa doravante a qualidade, organizado de acordo com as melhores
ser denominada de Faculdade de Ciências e das práticas internacionais. A autoavaliação, a avaliação
Tecnologias e integra a Universidade de São Tomé externa independente e a regular prestação de con-
e Príncipe. tas à comunidade académica e à sociedade, são
elementos decisivos para o desenvolvimento da
7. O presente Estatuto define a natureza, os prin- instituição e para a sua afirmação como Universida-
cípios e a organização da Universidade de São To- de de referência.
mé e Príncipe, estabelecendo nas disposições finais
um regime de transição, de modo a assegurar o 14. A defesa e a valorização da língua portugue-
normal funcionamento dos cursos e serviços, en- sa, bem como do património histórico e cultural, são
quanto, de facto, perdurar a fase de instalação da bases centrais da identidade institucional. Para se-
universidade. rem levados à prática, estes princípios necessitam
de uma organização dotada de grande autonomia
8. Adota-se um modelo simples, a acompanhar institucional, de um ambiente de pensamento crítico
documentos de orientação, em particular uma Carta e de liberdade intelectual e de um compromisso
forte com o futuro de São Tomé e Príncipe.
1364 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 99 – 18 de Julho de 2018

15. Assim, consideram-se criadas todas as condi- Artigo 3.º


ções básicas para, ao abrigo do disposto na Lei n.º Missão e fins
2/2003, de 2 de Junho, ser aprovado o seguinte Es-
tatuto: 1. A USTP é um centro de criação, difusão e
promoção da cultura, ciência e tecnologia, articu-
CAPÍTULO I lando o estudo e a investigação, de modo a potenci-
Natureza, Missão e Fins ar o desenvolvimento humano, como fator estraté-
gico do desenvolvimento sustentável do país.
Artigo 1.º 2. A USTP prossegue, entre outros, os seguintes
Denominação e sede fins:

1. A Universidade de São Tomé e Príncipe, adi- a) Promover o desenvolvimento humano na


ante abreviadamente designada por USTP, é um sua integralidade, relevando as dimensões
estabelecimento público de ensino superior, resul- científica, técnica, ética, social e cultural, e
tante da necessidade de criação de uma estrutura tendo por paradigma a busca incessante de
capaz de congregar as diferentes instituições e polos padrões elevados de qualidade;
de formação a fim de conferir uniformidade funcio-
nal e institucional ao ensino superior em São Tomé b) Fomentar atividades de investigação fun-
e Príncipe. damental e aplicada que visem contribuir,
de forma criadora, para o desenvolvimento
2. A Universidade de São Tomé e Príncipe tem a do País;
sua sede em São Tomé, podendo criar estruturas e
formas de representação em qualquer parte do terri- c) Promover a capacidade empreendedora da
tório nacional ou no estrangeiro. sociedade santomense, contribuindo para a
capacitação dos recursos humanos nas áreas
3. As questões relativas aos símbolos, datas co- prioritárias do desenvolvimento;
memorativas, cerimónias e trajes académicos são
objeto de regulamento próprio, a aprovar pelo Con- d) Prestar serviços diversificados à comunida-
selho da Universidade. de, numa perspetiva de valorização recípro-
ca;
Artigo 2.º
Natureza e) Desenvolver o intercâmbio científico, técni-
co e cultural com instituições de investiga-
1. A USTP é uma pessoa coletiva de direito pú- ção e de ensino superior, nacionais e estran-
blico e goza de autonomia estatutária, cultural, cien- geiras;
tífica, pedagógica, administrativa, financeira, patri-
monial e disciplinar. f) Contribuir para o desenvolvimento da coo-
peração internacional e para a aproximação
2. A USTP dispõe ainda do poder regulamentar entre os povos, designadamente nos domí-
para desenvolver disposições deste estatuto e para nios da educação e do conhecimento, da ci-
aprovar os respetivos regulamentos internos. ência e da tecnologia;

3. Para a prossecução dos seus fins, a USTP pode g) Contribuir para a modernização do sistema
celebrar convénios, protocolos, contratos e outros educativo santomense a todos os níveis, de-
acordos com instituições públicas ou privadas, na- signadamente através da pesquisa, adoção e
cionais, estrangeiras ou internacionais. disseminação de novas metodologias de en-
sino e de promoção do conhecimento, tiran-
4. A USTP pode criar ou promover a criação de do partido das Tecnologias de Informação e
pessoas coletivas de direito privado ou delas fazer Conhecimento (TIC).
parte, no âmbito da prossecução dos seus fins.
N.º 99 – 18 de Julho de 2018 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 1365

Artigo 4.º iii. Abordagem por competências, no sentido de


Valores orientar os processos pedagógicos para a
construção de capacidades do aprendente.
1. A USTP respeita e promove na sua ação os va-
lores essenciais que derivam dos princípios e direi- e) O empreendedorismo – A USTP promove
tos consagrados na Constituição da República De- a educação para a iniciativa privada e assu-
mocrática de São Tomé e Príncipe e na Lei de Bases me-se como um espaço privilegiado de
do Sistema Educativo. promoção de uma cultura de iniciativa em-
presarial, contribuindo para o desenvolvi-
2. A USTP adota ainda os seguintes princípios: mento da iniciativa criadora e da capacidade
empreendedora da sociedade santomense;
a) A liberdade – A USTP deve assumir-se e
ser entendida como um espaço privilegiado f) A sustentabilidade – No desempenho da
de criação e circulação livre de ideias, não sua missão e na prossecução dos seus fins, a
estando submetida a constrangimentos ideo- USTP deve assegurar que as respetivas ati-
lógicos de qualquer espécie; vidades e iniciativas tenham o devido su-
porte gerencial e financeiro, em ordem a
b) A excelência – A USTP compromete-se salvaguardar-se a sua eficácia, como garan-
com a busca incessante do conhecimento, te do desenvolvimento ulterior da Universi-
situando-se no limiar da inovação científica dade;
e tecnológica;
g) A internacionalidade - A USTP orienta-se
c) A autonomia – A USTP é uma instituição no sentido da sua inserção em espaços regi-
autónoma, na medida em que lhe são confe- onais e mundiais de ensino superior e ciên-
ridos os poderes e os meios necessários que cia que se pautem por elevados padrões de
lhe permitam, nos termos da lei e do presen- qualidade e excelência.
te Estatuto:
Artigo 5.º
i. Definir os seus objetivos e metas; Associações de estudantes

ii. Elaborar os respetivos planos e progra- 1. A USTP reconhece o papel e apoia as associa-
mas e assegurar a sua execução e avaliação; ções de estudantes, proporcionando-lhes os espaços
e as condições, para o exercício autónomo das suas
iii. Garantir o livre exercício das funções de atividades.
investigação, da docência e da extensão
universitária e bem assim assegurar um am- 2. As associações de estudantes têm o direito a
plo acesso às fontes de informação exigidas ser ouvidas sobre a atividade da Universidade nos
pelo processo de promoção ativa do conhe- termos da lei.
cimento.
Artigo 6.º
d) A qualidade – A USTP assume as seguin- Autonomia estatutária, científica e cultural
tes dimensões como constitutivas do con-
ceito da qualidade: No âmbito da sua autonomia estatutária, científi-
ca e cultural, a USTP tem a capacidade de livremen-
i. Relevância, no sentido de que o fazer uni- te elaborar e rever o seu estatuto e das suas Unida-
versitário seja socialmente pertinente; des Orgânicas, definir, programar e executar
atividades de ensino, investigação e de extensão, de
ii. Equidade, no sentido do alargamento das natureza científica e cultural, necessárias à prosse-
oportunidades de acesso e sucesso educati- cução dos seus fins.
vos a todos os santomenses, independente-
mente da sua condição social e do local de
residência e;
1366 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 99 – 18 de Julho de 2018

Artigo 7.º imóveis, direitos e obrigações de conteúdo econó-


Autonomia pedagógica mico, submetidos ao comércio jurídico privado,
afetos à realização dos seus fins, incluindo os que
1. No exercício da sua autonomia pedagógica, a lhe tenham sido cedidos pelo Estado ou por outras
USTP goza da faculdade de criar, suspender e ex- entidades públicas ou privadas ou que lhe estejam a
tinguir cursos, tendo em consideração as orienta- qualquer título afetos para a prossecução, direta ou
ções e prioridades de política de ensino superior indireta, das suas atribuições e competências.
definidas pelo Governo.
5. Integram ainda o património imobiliário da
2. A USTP tem autonomia na elaboração dos USTP os imóveis adquiridos ou construídos, mesmo
planos de estudo e programas das disciplinas, defi- que em terrenos pertencentes ao Estado.
nição dos métodos de ensino e aprendizagem, esco-
lha dos processos de avaliação de conhecimentos e Artigo 9.º
ensaio de novas experiências pedagógicas. Fundo da USTP

3. No uso desta autonomia, a USTP e suas unida- 1. Nos termos da lei, a USTP pode promover,
des asseguram a pluralidade de doutrinas e métodos com o objetivo de assegurar a realização das suas
que garantam a liberdade de ensinar e aprender. atividades através de fontes alternativas de financi-
amento, a constituição de um fundo, do qual será
Artigo 8.º titular, financiado por doações, heranças ou legados.
Autonomia administrativa, financeira e
patrimonial 2. O estatuto do Fundo e o respetivo regulamento
de gestão são aprovados pelo Conselho da Univer-
1. A USTP exerce autonomia administrativa no sidade, sob proposta do Reitor.
quadro da legislação aplicável.
3. O capital realizado e intangível e os rendimen-
2. No âmbito da sua autonomia financeira, a tos obtidos com a gestão do Fundo constituem re-
USTP gere livremente as verbas anuais que lhe são ceita própria da Universidade, integrando o respeti-
atribuídas no Orçamento Geral de Estado e outras vo orçamento privativo.
que pelos seus próprios meios conseguir angariar:
4. O Fundo tem a natureza de património autó-
a) Tem a capacidade de transferir verbas entre nomo, gerido e administrado pela Universidade ou
as diferentes rubricas e capítulos orçamen- por entidade por esta designada.
tais;
5. O Conselho da Universidade, por proposta do
b) Elabora o seu plano plurianual; Reitor, pode decidir a liquidação do Fundo e, nesse
caso, o seu capital constitui receita própria da Uni-
c) Tem capacidade para obter receitas pró- versidade, devendo ser aplicado na construção, rea-
prias, que gere anualmente através de orça- bilitação ou aquisição de bens ou serviços destina-
mentos privativos conforme critérios por si dos a atividades de ensino, investigação ou
estabelecidos, e pode arrendar diretamente desenvolvimento.
edifícios indispensáveis ao seu funciona-
mento. Artigo 10.º
Autonomia disciplinar
3. No âmbito da autonomia patrimonial, a USTP
dispõe do seu património sem outras limitações 1. A USTP dispõe do poder de punir, nos termos
além das estabelecidas por Lei. da lei e dos respetivos regulamentos, as infrações
disciplinares praticadas por docentes, discentes,
4. O património da USTP é constituído pela uni- investigadores e demais pessoal.
versalidade dos direitos e obrigações constituintes
das esferas jurídicas da Faculdade de Ciências e das 2. Das penas aplicadas ao abrigo da autonomia
Tecnologias, do Instituto Superior de Educação e disciplinar há sempre direito de recurso, nos termos
Comunicação do Instituto Superior de Ciências de da lei.
Saúde Victor Sá Machado, e pelos bens, móveis e
N.º 99 – 18 de Julho de 2018 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 1367

Artigo 11.º oferecidas pelas Novas Tecnologias de Informação


Tutela e Conhecimento.

No desempenho da sua missão e na prossecução CAPÍTULO II


dos seus fins, a USTP está sujeita à tutela do mem- Ensino e Investigação
bro do Governo responsável pelo ensino superior,
ao qual compete: Artigo 13.º
Graus e diplomas
a) Aprovar, tendo em vista a respetiva adequa-
ção à política educativa, quando tal se justi- 1. À USTP compete a concessão de graus, di-
fique, o número máximo de matrículas anu- plomas e títulos académicos e honoríficos, bem
ais, por curso, sob proposta da USTP; como outros certificados previstos na lei, nomea-
damente os graus de licenciado, mestre e doutor.
b) Aprovar os projetos de orçamento da USTP
dependentes do Orçamento Geral de Esta- 2. A USTP pode ainda conceder diplomas ou cer-
do; tificados de formação profissionalizante, de nature-
za pós secundária, pós-graduada ou de outro nível,
c) Apreciar e homologar o plano estratégico, o nos termos fixados na lei.
plano anual e plurianual de atividades, bem
como o relatório anual de atividades e as Artigo 14.º
contas de gerência; Acesso e ingresso

d) Aprovar os montantes das propinas a prati- 1. O regime de acesso e ingresso na USTP é o fi-
car na USTP, sob proposta do Reitor; xado na lei para a generalidade dos estabelecimen-
tos de ensino superior.
e) Fiscalizar o funcionamento da USTP, orde-
nando inquéritos e sindicâncias para a veri- 2. Para além dos requisitos fixados na lei, pode
ficação da legalidade, da atuação dos respe- ainda a USTP exigir aos candidatos a demonstração
tivos órgãos e serviços; da capacidade para a frequência através de provas
de conhecimentos ou de aptidão por si elaboradas,
f) Aprovar as alterações ao presente Estatuto de acordo com o constante no Regulamento da Uni-
por despacho, ouvido o Conselho da Uni- versidade.
versidade, ou por proposta deste;
Artigo 15.º
g) O mais que lhe seja cometido por lei ou re- Regulamento dos cursos
sultar do estatuto e regulamentos da USTP.
1. O Conselho da Universidade aprova o regula-
Artigo 12.º mento geral dos cursos ministrados na USTP.
Organização em rede
2. Cada curso é dotado de um regulamento espe-
1. Para a prossecução cabal dos seus fins, a USTP cífico a propor pela respetiva unidade orgânica e
adota o modelo de organização em rede, que consis- aprovado pelo Conselho da Universidade, o qual
te em integrar e potenciar a capacidade das suas deve, no respeito pelas disposições legais e regula-
diversas Unidades Orgânicas e bem assim das orga- mentares aplicáveis, definir os respetivos âmbito e
nizações de diferentes níveis e de natureza variada a objetivos, o seu enquadramento nas estruturas da
que estiver associada, independentemente da sua USTP, a sua direção e coordenação e modalidades
localização geográfica, para promover atividades de de funcionamento, a organização curricular, a dura-
ensino, investigação e extensão acessíveis aos cida- ção, as condições específicas de acesso, o grau ou
dãos dos diversos pontos do nosso território nacio- diploma que concede, bem como as demais normas
nal e da diáspora santomense. necessárias ao seu desempenho eficiente e eficaz.

2. Para efeitos do disposto no número anterior, a


USTP apoia-se, nomeadamente, nas oportunidades
1368 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 99 – 18 de Julho de 2018

Artigo 16.º c) Recursos humanos e materiais atribuídos à


Áreas científicas estrutura de investigação;

1. A USTP ministra o ensino e organiza a inves- d) Unidade operacional, caso aplicável, res-
tigação científica em torno de grandes áreas cientí- ponsável pelo acolhimento administrativo e
ficas, designadamente: financeiro da estrutura de investigação.

a) Ciências da Natureza, da Vida e do Ambi- CAPÍTULO III


ente; Estrutura Interna

b) Ciências Humanas, Sociais e Artes; Artigo 18.º


Descrição geral
c) Ciências Exatas, Tecnologias e Engenhari-
as; A USTP estrutura-se internamente em:

d) Ciências Económicas, Jurídicas e Políticas. a) Órgãos;

2. Sem prejuízo do disposto no número seguinte, b) Unidades orgânicas;


para uma ou mais áreas científicas da USTP será
criado um conselho científico. c) Serviços.

3. A USTP, mediante deliberação do Conselho da SECÇÃO I


Universidade, define o conteúdo das áreas científi- Órgãos
cas e bem assim as respetivas normas e diretivas de
estruturação e funcionamento, podendo ainda alterar Artigo 19.º
o elenco das áreas sempre que tal se revelar de im- Órgãos de governo da Universidade
periosa necessidade para o desempenho eficiente e
eficaz da instituição. São órgãos de governo da USTP:

4. As áreas científicas referidas no número 1 são a) O Reitor;


traduzidas em Unidades Orgânicas de ensino, inves-
tigação e extensão. b) O Conselho da Universidade;

Artigo 17.º c) O Conselho de Estratégia e Governo.


Estruturas de investigação
SUBSECÇÃO I
1. Sem prejuízo da livre iniciativa individual, a Reitor
USTP desenvolve atividades de investigação fun-
damental ou aplicada através de estruturas próprias, Artigo 20.º
nos termos constantes de regulamento aprovado Perfil e eleição
pelo Conselho da Universidade, em estruturas inse-
ridas em organismos públicos ou privados associa- 1. O Reitor é eleito de entre docentes doutorados
dos à USTP ou ainda em parceria com outras enti- da USTP, de preferência professores titulares, com
dades dotadas de reconhecida competência pelo menos três anos de experiência de docência, de
científica e técnica na área da investigação. investigação e ou de gestão no ensino superior, por
escrutínio secreto.
2. O regulamento a que se refere o número ante-
rior deve contemplar, entre outros, os seguintes 2. O Reitor cessante comunica ao órgão de tutela,
aspetos: no prazo de 10 dias úteis, o resultado do ato eleito-
ral, para que proceda à nomeação do Reitor eleito
a) Objetivos da estrutura de investigação; no prazo máximo de 20 dias úteis.

b) Gestão da estrutura de investigação;


N.º 99 – 18 de Julho de 2018 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 1369

3. O órgão de tutela só pode recusar a nomeação c) A audição pública dos candidatos, com
do Reitor eleito com fundamento em vício de forma apresentação e discussão do programa de
do processo eleitoral. ação.

4. O Reitor eleito toma posse perante a reunião d) A votação final do colégio eleitoral, por
conjunta do Conselho da Universidade e do Conse- maioria e por voto secreto.
lho de Estratégia e Governo.
8. Se no prazo indicado no número anterior não
5. O mandato do Reitor é de quatro anos, não po- surgirem candidaturas, a votação pode incidir sobre
dendo ser eleito sucessivamente mais de duas vezes. qualquer docente do quadro da Universidade, de
acordo com o número 1 do artigo 20.º.
6. O Reitor fica dispensado da prestação de servi-
ço docente ou de investigação, sem prejuízo de, por 9. Quando se verifique a incapacidade temporária
sua iniciativa, o poder prestar. do Reitor, assume as suas funções o Vice-Reitor por
ele designado ou, na falta de indicação, o mais anti-
Artigo 21.º go na categoria mais elevada.
Processo eleitoral
10. Durante a vacatura do lugar de Reitor, e até
1. Sem prejuízo do regulamento de eleições da que o Conselho da Universidade delibere acerca da
USTP, a aprovar por despacho do membro do Go- sua substituição interina, o cargo de Reitor é exerci-
verno responsável pela área do Ensino Superior, do pelo Vice-Reitor mais antigo na categoria mais
ouvido o Conselho da Universidade, o Reitor é elei- elevada.
to de acordo com as regras previstas nos números
seguintes. Artigo 22.º
Competências
2. As eleições são realizadas em data marcada pe-
lo Conselho da Universidade. 1. O Reitor representa, dirige e administra a
USTP incumbindo-lhe, designadamente:
3. O Reitor é eleito por um colégio eleitoral cuja
composição e funcionamento são aprovados pelo a) Presidir aos atos universitários e às reuniões
regulamento das eleições. dos órgãos colegiais da USTP, salvo o dis-
posto no presente Estatuto e nos regulamen-
4. Será proclamado Reitor o candidato que obti- tos;
ver a maioria absoluta dos votos validamente ex-
pressos. b) Constituir comissões e presidir àquelas a
cujas reuniões assistir;
5. Se nenhum candidato tiver obtido os votos
exigidos no número anterior, procede-se a uma se- c) Manter a entidade de tutela e o Conselho da
gunda votação, à qual são admitidos os dois candi- Universidade informados sobre a vida, os
datos mais votados na primeira votação. problemas e o desenvolvimento da USTP;

6. Na segunda votação, a realizar-se em prazo d) Dirigir e supervisionar a Universidade e, em


não superior a quinze dias úteis após a realização da especial, assegurar a coordenação das Uni-
primeira votação, é proclamado Reitor o candidato dades Orgânicas e a cooperação com insti-
que obtiver maior número de votos. tuições congéneres;

7. O processo de eleição inclui, designadamente: e) Conferir os graus universitários e assinar os


respetivos diplomas;
a) O anúncio público da abertura de candidatu-
ras; f) Autorizar a contratação do pessoal docente,
investigador, técnico e administrativo e dar-
b) A apresentação de candidaturas, instruídas lhe posse, nos termos legais e regulamenta-
com currículo e programa de ação; res;
1370 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 99 – 18 de Julho de 2018

g) Admitir e excluir alunos, nos termos regu- Artigo 23.º


lamentares; Vice-reitores, pró-reitores e administrador
geral
h) Exercer o poder disciplinar sobre o pessoal
da Universidade, nos termos legais e regu- 1. O Reitor é coadjuvado no exercício das suas
lamentares; funções por vice-reitores, em número máximo de
dois, por si escolhidos, de entre professores do qua-
i) Promover a elaboração dos instrumentos de dro da USTP.
gestão previsional e dos documentos de
prestação de contas e acompanhar a imple- 2. Os vice-reitores podem ser exonerados a todo
mentação dos primeiros; o tempo pelo Reitor e cessam funções com o termo
do mandato do Reitor.
j) Nomear os presidentes dos conselhos dire-
tivos das Unidades Orgânicas e, por propos- 3. Para o desenvolvimento de tarefas específicas
ta destes, os demais membros; a delegar pelo Reitor e por tempo limitado, o Reitor
pode ser coadjuvado por pró-reitores, em número
k) Autorizar despesas, sem prejuízo da compe- máximo de quatro, por si nomeados de entre profes-
tência do Conselho da Universidade; sores da USTP habilitados pelo menos com o grau
de mestre.
l) Assumir todas as competências que lhe fo-
rem delegadas pela entidade de tutela; 4. O Reitor é ainda coadjuvado, em matérias de
ordem predominantemente administrativa, econó-
m) Elaborar o orçamento anual e assegurar a mica, financeira e patrimonial, pelo Administrador-
respetiva execução; geral da Universidade, ao qual incumbe, designa-
damente:
n) Superintender nas atividades de arrecadação
de receitas e de realização das despesas; a) Superintender na organização e funciona-
mento dos serviços, velando pela legalida-
o) Elaborar a conta de gerência; de, eficiência e eficácia da sua atuação;

p) Superintender na gestão do património da b) Coordenar a elaboração dos instrumentos de


Universidade; gestão previsional da USTP e a sua adequa-
da implementação;
q) Assegurar as condições necessárias ao exer-
cício do controlo financeiro e orçamental c) Coordenar a elaboração dos instrumentos de
pelas entidades legalmente competentes; prestação de contas;

r) Angariar fundos que suplementem as dota- d) Assinar conjuntamente com o Reitor os di-
ções orçamentais indispensáveis à satisfa- plomas de concessão de graus académicos;
ção das necessidades da USTP.
e) Exercer outras competências e atribuições
s) O mais que resultar da lei, do estatuto e re- que resultarem do presente Estatuto, da lei e
gulamentos da USTP. dos regulamentos da USTP ou que lhe fo-
rem delegadas pelo Reitor.

2. Cabe ainda ao Reitor todas as competências 5. O Administrador-geral é escolhido pelo Reitor


que, por Lei ou nos termos do presente Estatuto, da USTP, de entre o pessoal docente e não docente
não sejam atribuídas a outros órgãos da USTP. pertencente ao quadro da Universidade, com forma-
ção superior e experiência profissional relevante nos
3. Ouvido o Conselho da Universidade, o Reitor domínios a que se refere o número 4, devendo exer-
pode delegar nos vice-reitores, pró-reitores, admi- cer as suas funções em regime de comissão de ser-
nistrador geral ou nos órgãos de gestão das Unida- viço, com a duração de quatro anos, renovável.
des Orgânicas as competências que se tornem ne-
cessárias a uma gestão mais eficiente.
N.º 99 – 18 de Julho de 2018 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 1371

6. Os Vice-Reitores ficam dispensados da presta- SUBSECÇÃO II


ção de serviço docente ou de investigação, sem Conselho da Universidade
prejuízo de, por sua iniciativa, o poderem prestar.
Artigo 26.º
7. Os pró-reitores podem ser dispensados, total Composição
ou parcialmente, da prestação de serviço docente,
por despacho do Reitor. 1. Integram o Conselho da Universidade:

Artigo 24.º a) O Reitor, que preside;


Incapacidade do Reitor
b) Os Vice-Reitores;
1. Quando se verifique a incapacidade temporária
do Reitor, assume as suas funções o Vice-Reitor por c) Os Pró-Reitores, caso existam;
ele designado.
d) O Administrador-geral da USTP;
2. Na falta de tal designação, assume funções o
Vice-Reitor que há mais tempo exerça o cargo ou, e) Quatro representantes dos docentes eleitos
em situação de igualdade, o Vice-Reitor com maior pelos respetivos pares, de entre professores
antiguidade como professor. doutorados;

3. Caso a situação de incapacidade se prolongue f) Um representante dos alunos, eleitos pelos


por mais de 90 dias, o Conselho da Universidade respetivos pares;
deve pronunciar-se acerca da substituição e da opor-
tunidade de um novo processo eleitoral. g) Um representante do pessoal não docente,
eleitos pelos respetivos pares;
4. Em caso de vacatura, renúncia ou reconheci-
mento pelo Conselho da Universidade da incapaci- h) Uma personalidade de reconhecido mérito
dade permanente do Reitor, deve aquele órgão de- nos meios científico cultural e socio-
terminar a sua substituição pelo Vice-Reitor, que económico, cooptados pelos demais mem-
organiza o processo eleitoral, nos mesmos termos bros.
estabelecidos pelos nºs 2 e 3 do artigo 21º.
2. Têm assento no Conselho da Universidade,
Artigo 25.º sem direito a voto, os presidentes do conselho cien-
Suspensão ou destituição do Reitor tífico da Universidade e dos conselhos científico-
pedagógicos das unidades orgânicas.
1. Em situação de gravidade para a vida da
USTP, o Conselho da Universidade, convocada por 3. O Conselho da Universidade reúne-se, ordina-
um terço dos seus membros, desde que representa- riamente, uma vez por trimestre e, extraordinaria-
dos elementos dos diferentes corpos, pode deliberar, mente, sempre que convocado pelo Reitor, por ini-
por maioria de dois terços dos seus membros efeti- ciativa própria ou a pedido de 1/3 dos seus
vos, a suspensão do Reitor do exercício das suas membros.
funções e, após processo regulamentar específico a
elaborar pelo Conselho da Universidade, a sua des- Artigo 27.º
tituição. Competências

2. A decisão do Conselho da Universidade de Compete ao Conselho da Universidade:


suspender ou destituir o Reitor deve ser precedida
de igual decisão do Conselho de Estratégia e Go- a) Aprovar as propostas de estratégia e de de-
verno, aprovada por maioria de dois terços dos seus senvolvimento da USTP;
membros efetivos.
b) Aprovar as medidas que assegurem o funci-
onamento articulado entre as Unidades Or-
gânicas;
1372 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 99 – 18 de Julho de 2018

c) Aprovar as propostas de criação, alteração, 4. Nenhum dos membros referidos na alínea e) do


suspensão ou extinção dos cursos proveni- número 1 deste artigo deve pertencer à USTP.
entes das Unidades Orgânicas;
5. O Conselho de Estratégia e Governo reúne-se,
d) Aprovar as propostas de criação, integração, ordinariamente, uma vez por semestre e, extraordi-
modificação ou extinção de Unidades Or- nariamente, sempre que convocado pelo seu presi-
gânicas nas estruturas da Universidade; dente.

e) Apresentar propostas de alterações ao pre- Artigo 29.º


sente Estatuto e submetê-las à entidade go- Competências
vernamental de tutela, por iniciativa própria
ou mediante solicitação desta; Compete ao Conselho de Estratégia e Governo:

f) Aprovar os regulamentos da USTP e ratifi- a) Elaborar as propostas de estratégia e de de-


car os regimentos dos demais órgãos cole- senvolvimento da USTP a serem aprovadas
giais; pelo Conselho da Universidade;

g) Aprovar os instrumentos de gestão previsi- b) Estabelecer os procedimentos para a aplica-


onal e de prestação de contas da USTP; ção das orientações estratégicas no âmbito
da organização, ensino e aprendizagem, in-
h) Pronunciar-se sobre qualquer assunto que, vestigação e os recursos humanos, econó-
não se enquadrando na competência especí- micos e orçamentais;
fica de qualquer outro órgão da USTP, lhe
seja apresentado pelo Reitor. c) Pronunciar-se sobre os regulamentos da
Universidade e das suas Unidades Orgâni-
SUBSECÇÃO III cas;
Conselho de Estratégia e Governo
d) Apreciar e emitir parecer sobre os planos de
Artigo 28.º atividades e o orçamento;
Composição
e) Apreciar e emitir parecer sobre os relatórios
1. Integram o Conselho de Estratégia e Governo: e contas da USTP;

a) O Reitor, que preside; f) Assessorar o Reitor no governo da Univer-


sidade em todas as questões que este enten-
b) Os vice-reitores; da submeter-lhe;

c) Os pró-reitores, caso existam; g) Aprovar o respetivo regimento e submetê-lo


à ratificação do Conselho da Universidade.
d) Os Presidentes das Unidades Orgânicas;
h) Aceitar doações, heranças ou legados.
e) Até quatro personalidades de reconhecido
mérito nos meios universitário, científico e tecnoló- SUBSECÇÃO IV
gico, cultural e económico. Conselho para a Qualidade

2. É condição preferencial na escolha dos mem- Artigo 30.º


bros referidos na alínea e) do número anterior a sua Composição
experiência universitária e de gestão de alto nível
em empresas ou instituições públicas. 1. As instituições do ensino superior podem criar
o Conselho para a qualidade e nele integram cinco
3. Dos membros referidos na alínea e) do número personalidades nacionais e ou estrangeiras de reco-
um, 50% são escolhidos pelo Conselho da Univer- nhecido mérito nos meios universitário e politécni-
sidade e os restantes 50% pelo Reitor. co, cultural, científico e tecnológico, eleitas pelo
Conselho da Universidade.
N.º 99 – 18 de Julho de 2018 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 1373

2. Na sua primeira reunião, o Conselho de Quali- SECÇÃO II


dade elege o seu presidente e aprova o respectivo Unidades Orgânicas
regimento.
Artigo 32.º
3. O Conselho de Qualidade reúne-se, ordinaria- Estatutos das unidades orgânicas
mente, uma vez por ano e, extraordinariamente,
sempre que convocado pelo seu presidente. 1. As escolas e as unidades orgânicas de investi-
gação que forem dotadas pelos estatutos da institui-
Artigo 31.º ção de órgãos próprios e de autonomia de gestão
Competências regem-se por estatutos próprios, no respeito pela lei
e pelos estatutos da instituição.
1. Compete ao Conselho para a Qualidade pro-
mover a qualidade do desempenho da universidade 2. Os estatutos carecem de homologação pelo rei-
nas áreas do ensino e da investigação, bem como na tor ou presidente da instituição, conforme os casos,
prestação de serviços, mediante a definição de indi- para verificação da sua legalidade e da sua confor-
cadores de desempenho e do respectivo controlo, midade com os estatutos e regulamentos da institui-
através de métodos, técnicas e procedimentos espe- ção.
cialmente recomendáveis.
Artigo 33.º
2. Para o efeito do disposto no número anterior, Estrutura geral
incumbe, designadamente, ao Conselho para a Qua-
lidade: 1. Sem prejuízo da criação de outras Unidades
Orgânicas que vierem a revelar-se necessárias, inte-
a) Criar, desenvolver e disponibilizar instru- gram-se na USTP as seguintes unidades:
mentos de promoção da qualidade;
a) Departamentos: unidades de ensino, inves-
b) Garantir a aplicação das normas de qualida- tigação e extensão nos domínios científicos
de em todos os sectores de actividade da que integram áreas disciplinares próximas e
Universidade; afins;

c) Orientar e coordenar a realização de pro- b) Escolas/institutos/faculdades: unidades de


gramas de auto-avaliação do funcionamento ensino, investigação e extensão nos domí-
das unidades da Universidade e, em especi- nios científicos que agregam áreas de co-
al, dos cursos; nhecimento com vincada especificidade;

d) Promover um processo de monitorização c) Centros: espaços inter-unidades orgânicas


e/ou avaliação periódicas dos procedimen- ou espaços da Universidade vocacionados
tos de controlo de qualidade; para a investigação, formação e extensão;

e) Definir e implementar mecanismos e proce- d) Unidades Funcionais: unidades que, estrutu-


dimentos que permitem a avaliação da efi- rando-se sob a forma de núcleos, grupos ou
cácia externa dos cursos; comissões, dependentes directamente do
Reitor, visam a execução de programas e
f) Aprovar o respectivo regimento e submete- projectos específicos, permanentes ou tem-
lo à ratificação do Conselho da Universida- porários, de natureza específica ou transver-
de. sal, e que não se enquadram nas funções
próprias dos Departamentos, Escolas e Cen-
3. No cumprimento das suas atribuições, o Con- tros.
selho para a Qualidade apoiar-se-á nos serviços
especializados da Universidade, podendo, sempre 2. A alteração da tipologia e do elenco das Uni-
que necessário, recorrer a entidades externas de dades Orgânicas que acarrete aumento de encargos
reconhecido prestígio para a realização de auditoria financeiros carece da aprovação do órgão de tutela.
e ou outras modalidades de controlo da qualidade.
1374 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 99 – 18 de Julho de 2018

3. A criação e definição das normas de organiza- Artigo 36.º


ção e funcionamento das unidades a que se refere o Estrutura
presente artigo são da competência do Conselho da
Universidade. Os serviços da USTP estruturam-se do seguinte
modo:
4. Pode haver, ainda, unidades associadas à
USTP nos termos do presente Estatuto. a) Serviços Administrativos e Financeiros;

Artigo 34.º b) Serviços Académicos;


Unidades associadas
c) Serviços de Documentação e Edições;
1. As unidades associadas a que se refere o nú-
mero 4 do artigo anterior são instituições públicas e d) Serviços de Ação Social;
privadas, nacionais ou estrangeiras, que prosseguem
fins a nível do ensino, da investigação ou da exten- e) Serviços Técnicos;
são, cooperando com a USTP em função da perti-
nência e adequação dos seus fins aos prosseguidos f) Gabinete de Planeamento e Gestão de Qua-
pela Universidade, embora não integrem a orgânica lidade;
da Universidade.
g) Gabinete de Cooperação e Assuntos Peda-
2. Salvo o disposto no presente diploma, as uni- gógicos;
dades associadas mantêm com a USTP relações de
parceria institucional nos termos dos respetivos h) Gabinete para Ciências, Tecnologia e Em-
contratos de associação, assinados entre o Reitor e preendedorismo;
os respetivos dirigentes máximos.
i) Gabinete de Auditoria e Controlo de Quali-
3. Os contratos de associação a que se refere o dade.
número anterior definem as formas de colaboração,
podendo incluir a possibilidade de partilha do pes- Artigo 37.º
soal docente e investigador, discentes e demais re- Atribuições gerais dos serviços
cursos, tendo em vista a boa prossecução de objeti-
vos comuns. 1. Os Serviços Administrativos e Financeiros as-
seguram a gestão corrente da Universidade em ma-
SECÇÃO III téria administrativa e financeira, nos termos legais e
Serviços regulamentares pertinentes e em harmonia com as
diretivas emanadas dos órgãos competentes da
Artigo 35.º USTP, competindo-lhes, designadamente:
Função e direção
a) Funções operativas nas áreas do pessoal do-
1. Os serviços da USTP são unidades especiali- cente e não docente e de gestão administra-
zadas de apoio técnico e logístico aos órgãos e às tiva, financeira e patrimonial;
Unidades Orgânicas no desempenho das suas fun-
ções, designadamente na preparação, execução e b) Serviço de receção, distribuição e expedição
avaliação das decisões, políticas, normas e instru- de documentos, bem como o arquivo geral
mentos de gestão da Universidade nos diversos da Universidade;
domínios de atividade.
c) Outras atividades superiormente determina-
2. Os serviços da USTP são dirigidos por direto- das.
res e ou chefes de serviços, que dependem direta,
hierárquica e funcionalmente do Administrador- d) As demais atribuições dos serviços Admi-
Geral e/ou dos Vice-Reitores e Pró-Reitores sob nistrativos e Financeiros serão objeto de re-
delegação do Reitor, sem prejuízo das competências gulamento próprio superiormente determi-
próprias deste. nadas por despacho do Reitor.
N.º 99 – 18 de Julho de 2018 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 1375

2. Os Serviços Académicos têm por função a ges- c) Gestão dos recursos bibliográficos e docu-
tão corrente da Universidade nos assuntos de natu- mentais da USTP;
reza administrativa e académica e, designadamente,
o apoio técnico-administrativo aos projetos de ensi- d) Programação e ou realização das atividades
no da Universidade em matéria de: editoriais da USTP, nomeadamente edição,
publicação e distribuição de revistas, órgãos
a) Atendimento geral aos estudantes; informativos, obras científicas, literárias e
culturais.
b) Regime escolar geral dos alunos;
e) As demais atribuições dos serviços de Do-
c) Atendimento aos docentes; cumentação e Edições serão objeto de regu-
lamento próprio superiormente determina-
d) As demais atribuições dos serviços acadé- das por despacho do Reitor.
micos serão objeto de regulamento próprio
superiormente determinadas por despacho 5. Aos Serviços de Ação Social incumbe a exe-
do Reitor. cução da política de apoio social à comunidade
universitária e, em especial, aos seus estudantes,
3. Compete, designadamente, aos Serviços Téc- com vista a assegurar o direito à igualdade de opor-
nicos coordenar e executar as atividades relativas a: tunidades de acesso, frequência e sucesso escolar,
pela superação de desigualdades económicas, soci-
a) Conceção, implementação e manutenção de ais e culturais, designadamente através do desen-
sistemas e plataformas de suporte tecnoló- volvimento de atividades nos domínios de:
gico à gestão da Universidade;
a) Alimentação e alojamento;
b) Planeamento, manutenção das infra-
estruturas universitárias; b) Serviços de Saúde;

c) Criação das condições técnicas e materiais c) Bolsas de Estudo;


adequadas à preservação do meio ambiente,
da saúde, higiene e segurança das instala- d) Material didático e demais recursos peda-
ções; gógicos;

d) As demais atribuições dos serviços Técni- e) Atividades desportivas e culturais;


cos serão objeto de regulamento próprio su-
periormente determinadas por despacho do f) Outros apoios socio-educativos;
Reitor.
g) As demais atribuições dos serviços de Ação
4. Os Serviços de Documentação e Edições têm Social serão objeto de regulamento próprio
por função a gestão corrente em matéria de bibliote- superiormente determinadas por despacho
cas, documentação e edições, competindo-lhes, do Reitor.
designadamente:
6. O Gabinete de Planeamento e Gestão de Qua-
a) A recolha, sistematização, gestão e disponi- lidade tem por funções principais:
bilização a todos os sectores de atividade da
Universidade de informação ou documenta- a) O apoio técnico na preparação e execução
ção de carácter científico, técnico e cultural dos planos, programas e projetos de desen-
necessária ao desempenho das respetivas volvimento da USTP;
funções;
b) Apoiar as realizações que facilitem a me-
b) A participação em sistemas ou redes de in- lhoria do Planeamento e criação de instru-
formação bibliográfica, científica e técnica, mentos de Gestão de Qualidade.
de acordo com os interesses da Universida-
de; c) As demais atribuições dos serviços de Ação
Social serão objeto de regulamento próprio
1376 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 99 – 18 de Julho de 2018

superiormente determinadas por despacho Artigo 38.º


do Reitor. Regulamentação, adequação e modificação da
estrutura
7. Ao Gabinete de Cooperação e Assuntos Peda-
gógicos compete: 1. A organização, o funcionamento e o desenvol-
vimento das atribuições e competências dos servi-
a) Promover a gestão e a dinamização das re- ços constam do regulamento orgânico e de regula-
lações de cooperação e parceria da USTP mentos específicos, a aprovar pelo órgão estatutário
com outras instituições, públicas e privadas, competente da USTP.
nacionais ou estrangeiras, que prossigam
fins análogos ou complementares; 2. Por conveniência de serviço, a estrutura dos
serviços da USTP pode ser modificada por despa-
b) Assegurar a gestão e acompanhamento da cho do Reitor, mediante parecer favorável do Con-
observância das normas e parâmetros de selho da Universidade tendo em vista a sua adequa-
qualidade pedagógica na USTP. ção às exigências do processo de institucionalização
da Universidade, às disponibilidades de pessoal e de
c) As demais atribuições dos serviços de Ação recursos e às prioridades definidas em determinados
Social serão objeto de regulamento próprio contextos.
superiormente determinadas por despacho
do Reitor. 3. Por conveniência de serviço e tendo em vista o
disposto no número anterior, pode ser atribuída a
8. Ao Gabinete para Ciências, Tecnologia e Em- um Diretor de Serviço a chefia de mais de um servi-
preendedorismo compete: ço.

a) Promover o empreendedorismo no seio da CAPÍTULO IV


comunidade universitária; Pessoal

b) Promover a criação de incubadoras e start- Artigo 39.º


ups na Universidade; Pessoal da USTP

c) Estabelecer parcerias sustentáveis entre a 1. O pessoal da USTP está sujeito ao regime jurí-
USTP e empresas nacionais e internacio- dico geral das relações de trabalho, aplicável aos
nais. funcionários públicos, designadamente o Estatuto
da Função Pública e subsidiariamente regendo-se
9. O Gabinete de Auditoria e Controlo de Quali- pelas disposições constantes da Lei do Trabalho na
dade tem por funções essenciais: matéria não contraditória, sem prejuízo do disposto
nos números seguintes e no presente Estatuto.
a) A implementação e o acompanhamento da
observância das normas e parâmetros de 2. A USTP dispõe de pessoal docente e pessoal
qualidade definidos pelo Conselho da Uni- não docente, que se regem por estatutos próprios,
versidade; aprovados por decreto, por proposta do Reitor.

b) A realização de atividades de controlo in- 3. Os estatutos a que se refere o número anterior


terno, designadamente auditorias financei- definem as regras de recrutamento, o regime de
ras, pedagógicas e de gestão, averiguações, trabalho e de carreira, os direitos e deveres, o qua-
inquéritos, sindicâncias e processos disci- dro de pessoal, a tabela salarial e demais normas
plinares; relativas à gestão do respetivo pessoal.

c) As demais atribuições dos serviços de Ação Artigo 40.º


Social serão objeto de regulamento próprio Pessoal docente e pessoal não docente
superiormente determinadas por despacho
do Reitor. 1. Sem prejuízo da fixação em diploma próprio
das regras que definam o estatuto do pessoal docen-
te da Universidade, o ingresso, o acesso e o desen-
N.º 99 – 18 de Julho de 2018 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 1377

volvimento profissional na carreira do pessoal do- 2. A verificação de qualquer incompatibilidade


cente da USTP obedecem às regras seguintes: acarreta a perda do mandato e a inelegibilidade para
os cargos previstos no número anterior, durante o
a) Posse do grau de doutoramento, para efeitos período de quatro anos.
de ingresso, acesso ou desenvolvimento
profissional na carreira; Artigo 42.º
Fiscalização
b) Aprovação em concurso, que inclua requisi-
A USTP está sujeita aos poderes de fiscalização
tos e critérios de natureza científica e peda-
do Estado, devendo colaborar leal e prontamente
gógica, para efeitos de ingresso e de promo-
com as instâncias competentes.
ção na carreira;
Artigo 43.º
c) Mérito comprovado através de avaliação Inspeção
curricular ou de desempenho na USTP, para
efeitos de acesso ou progressão na carreira, 1. A USTP está sujeita à inspeção do ministério
respetivamente, sem prejuízo do disposto na encarregue pela área de educação.
alínea a).
2. Os serviços competentes do ministério encar-
2. Nos termos do respetivo estatuto de pessoal regue pela área de educação procedem regularmente
docente, a USTP pode recrutar, por contrato a ter- a visitas de inspeção a USTP, podendo fazer-se
mo, indivíduos habilitados com o grau de mestrado acompanhar de especialistas nas áreas relevantes.
ou de licenciatura e que revelem possuir os requisi- 3. Os relatórios de inspeção são notificados a
tos indispensáveis para o desempenho de funções USTP.
docentes na USTP.
CAPÍTULO V
3. A USTP pode ainda recrutar, por convite, pro- Gestão Económico-financeira
fessores ou personalidades nacionais ou estrangeiras
de reconhecido mérito, para o desempenho de fun- Artigo 44.º
ções docentes, nos termos do estatuto referido no Princípios Gerais
número anterior.
A gestão económico-financeira da USTP obede-
ce, nomeadamente, aos seguintes princípios:
4. Podem ainda ser recrutados como docentes, em
regime de destacamento, requisição, transferência a) Legalidade, rigor e racionalidade na utiliza-
ou de mera prestação de serviços, indivíduos cujos ção dos meios e recursos;
conhecimentos e competências sejam relevantes
para o desenvolvimento das atividades de ensino, b) Eficiência e eficácia dos atos e procedimen-
investigação e extensão da USTP. tos de gestão financeira;

5. Aplicam-se ao pessoal não docente, com as c) Sustentabilidade financeira;


devidas adaptações, o disposto nas alíneas b) e c) do
d) Transparência na gestão e prestação de con-
número 1 e no número 4.
tas;
Artigo 41.º e) Fiscalização dos órgãos dos poderes do Es-
Incompatibilidades e impedimentos tado.

1. O Reitor, Vice-Reitores, Pró-Reitores, Presi- Artigo 45.º


dentes e Vice-Presidentes das Unidades Orgânicas e Financiamento
quaisquer outros cargos, quer ao nível da Universi-
dade ou das suas Unidades Orgânicas não podem 1. Cabe ao Estado garantir à USTP as verbas ne-
pertencer a quaisquer órgãos de governo ou de ges- cessárias ao seu funcionamento que incluem as
tão de outras instituições de ensino superior, público despesas correntes salariais e não salariais, com-
ou privado. promissos com organizações nacionais e internacio-
nais de que faz parte, nos limites das disponibilida-
des orçamentais e tendo em conta as receitas
próprias auferidas pela Universidade.
1378 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 99 – 18 de Julho de 2018

2. Cabe igualmente ao Estado garantir à USTP as k) As receitas provenientes da propriedade in-


verbas necessárias ao financiamento das despesas telectual;
de investimentos, quer estruturantes ou de manuten-
ção. l) Quaisquer outras receitas que legalmente
lhe advenham.
3. As atividades de investigação e extensão são
objeto de financiamento obrigatório pelo Estado Artigo 48.º
mediante projetos anuais ou plurianuais, apresenta- Despesas
dos pela USTP.
Constituem despesas da USTP as que resultem de
4. Sem prejuízo do financiamento referido nos encargos decorrentes da prossecução dos respetivos
números anteriores, cabe aos órgãos próprios da fins, sem prejuízo do respeito pela lei aplicável.
USTP angariar fundos que suplementem as dota-
Artigo 49.º
ções orçamentais indispensáveis à satisfação das
Instrumentos de gestão
suas necessidades.
1. Na gestão da USTP devem adotar-se os se-
Artigo 46.º
guintes instrumentos de gestão:
Gestão financeira
a) Plano Estratégico;
1. A USTP arrecada e administra as suas receitas
e satisfaz, por meio delas, as despesas inerentes à b) Planos anuais de atividades;
prossecução dos seus fins.
c) Orçamento;
2. A USTP transita de ano os saldos de gerência
sem necessidade de os depositar nos cofres do Esta- d) Relatório anual de atividades, incluindo os
do. relatórios dos projetos;

Artigo 47.º e) Conta de gerência.


Receitas
2. O plano estratégico, de base móvel e referente
São receitas da USTP: a um período nunca inferior a quatro anos, deve ser
atualizado anualmente, através dos planos anuais, e
a) As dotações que lhe forem concedidas pelo nele se tem em consideração o planeamento geral
Estado; do ensino e das atividades de I&D.
b) Os rendimentos dos bens próprios ou de que 3. O relatório anual previsto na alínea d) do nú-
tenha fruição; mero anterior consiste no balanço circunstanciado
das respetivas atividades e deve conter, designada-
c) As receitas provenientes do pagamento de
mente, os seguintes elementos:
propinas;
a) Referência aos planos de desenvolvimento e
d) As receitas derivadas da prestação de servi-
à sua execução;
ços e da venda de publicações;
b) Análise de gerência administrativa e finan-
e) Os subsídios, subvenções, comparticipa-
ceira;
ções, doações, heranças e legados;
c) Indicação dos objetivos prosseguidos e da
f) O produto da venda de bens imóveis, nos
medida em que foram alcançados;
termos da Lei, bem como de outros bens;
d) Inventariação dos fundos disponíveis e refe-
g) Os juros das contas de depósitos; rência ao modo como foram utilizados;

h) Os saldos da conta de gerência de anos an- e) Descrição dos movimentos de pessoal in-
teriores; vestigador, docente e não docente;

i) O produto de taxas, emolumentos, multas e f) Elementos sobre a admissão, a frequência e


penalidades; o sucesso escolares.

j) O produto de empréstimos contraídos;


N.º 99 – 18 de Julho de 2018 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 1379

4. Ao relatório referido no número anterior deve Artigo 52.º


ser dada a devida publicidade. Normas transitórias de nomeação do Reitor,
Vice-reitores e Pró-reitores
5. A Conta de Gerência é submetida a julgamento
do Tribunal de Contas, nos termos da lei. 1. Após a publicação da presente alteração ao Es-
tatuto o Governo, com o objetivo de consolidar a
CAPÍTULO VI instalação da Universidade fixa em cinco anos o
Disposições Finais e Transitórias período da referida instalação durante o qual, pro-
Artigo 50.º cederá à nomeação do Reitor.
Transição 2. O Ministro da Tutela, com vista à sua instala-
1. Nos termos do presente Estatuto e da Lei, é ga- ção, sob proposta do Reitor nomeará as Comissões
rantido que os estudantes dos extintos Instituto Su- Diretivas das Unidades Orgânicas, cujo mandato
perior Politécnico de São Tomé e Príncipe, Escola coincide com o do Reitor, findo o qual se procederá
de Formação de Professores e Educadores e Institu- à eleição dos respetivos corpos dirigentes.
to de Ciências da Saúde Victor Sá Machado, com 3. Os Vice-Reitores e os Pró-Reitores são nome-
matrícula e inscrição à data da criação da USTP, ados por Despacho do Reitor.
transitem automaticamente para as respetivas Uni-
dades Orgânicas, mantendo todos os direitos e obri- 4. Trinta dias antes do fim do mandato do Reitor
gações de que eram titulares naquelas entidades, até e dos dirigentes das Unidades Orgânicas designa-
a conclusão dos respetivos ciclos de estudos. dos, deve proceder-se à eleição do novo Reitor e
dos dirigentes das Unidades Orgânicas, segundo os
2. A guarda e a manutenção dos arquivos docu-
regulamentos aprovados.
mentais existentes nas entidades mencionadas no
número 1 deste artigo, nomeadamente os relativos a Artigo 53.º
processos de estudantes, docentes, investigadores e Alterações ao Estatuto da USTP
demais trabalhadores, compete as respetivas insti-
tuições até que o Conselho da Universidade, sob 1. O presente Estatuto pode ser revisto pelo Con-
proposta do Reitor, decida definitivamente sobre a selho da Universidade:
matéria.
a) Quatro anos após a respetiva entrada em vi-
3. As normas, os regulamentos e os procedimen- gor;
tos vigentes nas entidades mencionadas no número
1 deste artigo mantêm-se em vigor até à sua substi- b) Em qualquer momento, por deliberação de
tuição ou revogação expressa. dois terços dos membros do Conselho da
Universidade em exercício efetivo de fun-
Artigo 51.º ções.
Estatutos das unidades
2. No final do período transitório poderá ter lugar
1. Logo após a publicação do presente Estatuto os a alteração do Estatuto, carecendo para tal, de apro-
órgãos competentes da Universidade aprovam os vação de dois terços dos membros do Conselho da
Estatutos das Unidades Orgânicas. Universidade.

2. Os estatutos das Unidades Orgânicas devem O Ministro da Educação, Cultura, Ciência e Co-
ser submetidos a homologação reitoral no prazo municação, Olinto Silva e Sousa Daio.
máximo de 30 dias após a tomada de posse do Rei-
tor.

DIÁRIO DA REPÚBLICA
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trção Pública e Direitos Humanos – Telefone: 2225693 - Caixa Postal n.º 901 – E-mail: cir-reprografia
@hotmail.com São Tomé e Príncipe. - S. Tomé.

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