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ANATOMIA, HISTOLOGIA E FISIOLOGIA DO PERIODONTO

Resumo de Daniel Moreira

PERIODONTIA

Periodontia é a área odontológica que estuda as estruturas periféricas aos dentes naturais ou não,
servindo para inserir os dentes aos ossos maxilares e manter a integridade da mucosa mastigatória.

Em nível clínico, visa promover saúde por meio de procedimentos como: diagnósticos, prognósticos,
tratamentos curativos e principalmente procedimentos preventivos.

Obs: O periodontista não coloca implantes, mas cuida da manutenção deles ou alguma doença que o
acometa. O implante substitui a raiz do dente que foi perdido, o espaço aberto no osso tem que ser
maior que o implante, cobre com gengiva e espera de 4 a 6 meses a osteointegração. Com o implante, o
periodonto de inserção se perde, mas o de proteção se forma como era com o elemento dental (sulco
gengival e o epitélio juncional), as fibras do ligamento periodontal não terá, nem cemento, terá apenas o
osso da mandíbula ou maxila que se formou ao redor do implante. É como se o implante não tivesse um
“amortecedor” pois não tem as fibras periodontais que distribuem a carga; o contato é direto.

MUCOSA ORAL

A mucosa oral é contínua com a pele dos lábios e com a mucosa do palato mole e da faringe.

A mucosa oral compreende:

1- Mucosa Mastigatória: que inclui gengiva e revestimento do palato duro.


2- Mucosa Especializada: que recobre o dorso da língua
3- Mucosa de Revestimento: que é a parte restante.

PERIODONTO

Peri = “Em tono de” Odonto = “Dente”

Função inserir o dente no tecido ósseo e manter a integridade da superfície da mucosa mastigatória da
cavidade oral.

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Classificação  Periodonto de Proteção (Gengivas) e Periodonto de Sustentação/Inserção (Osso
alveolar, cemento, ligamento periodontal).

Obg: Gengivite atinge o periodonto de proteção; periodontite atinge o periodonto de inserção.

PERIODONTO DE PROTEÇÃO OU GENGIVA

Formado pelas gengivas: gengiva marginal (livre), gengiva inserida (aderida) e gengiva interdental.

Gengiva  É a parte da mucosa mastigatória que cobre o processo alveolar e circunda a porção cervical
dos dentes. Ela consiste de uma camada epitelial e um tecido conjuntivo subjacente, chamado lâmina
própria. Tem função física de proteção da articulação alvéolo-dentária (ligamento e osso) do trauma da
mastigação e da invasão microbiana (isola o tecido subjacente das bactérias e suas toxinas).

Obs: Mucosa mastigatória é formada por gengiva e recobrimento do palato.

Obs: Toda a gengiva é queratinizada, da margem gengival à linha muco gengival.

ANATOMIA MACROSCÓPICA DO PERIODONTO DE PROTEÇÃO

GENGIVA MARGINAL OU GENGIVA LIVRE

 Está a margem dos tecidos gengivais


 Mede aproximadamente 1mm de espessura
 Circunda os dentes em forma de colarinho (arco côncavo) – Contono parabólico
 Forma o sulco gengival e as papilas interdentais
 É mais lisa que a gengiva inserida, que tem aspecto de casca de laranja.
 Não está aderida a superfície do dente ( pode ser destacada da superfície dentária por uma
sonda periodontal).
 Cobre cerca de 0,5mm a junção amelocementária
 Seu limite externo é a ranhura gengival e seu limite interno é dentro do sulco gengival (fim do
sulco)
 Epitélio externo da gengiva livre é um epitélio oral paraqueratinizado.
 Epitélio interno sulcular é um epitélio oral não queratinizado, mas é passível de queratinização.

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Crista marginal

É a área delgada e fina de transição entre as faces interna e externa. A silhueta da margem gengival
acompanha a linha de colo oscilando entre curvas parabólicas côncavas e a papila interdental.

Curvas Parabólicas e zênite Gengival

 As curvas parabólicas sempre serão cônicas em relação a coroa e em sua extremidade mais alta
está o chamado zênite gengival (topo).
 As curvas dos incisivos centrais devem estar na mesma altura das curvas parabólicas dos
caninos
 As curvas parabólicas dos incisivos laterais devem estar 2mm abaixo das curvas dos centrais.
 Nos incisivos laterais o zênite gengival coincide com o centro da curva parabólica, já no caso
dos incisivos centrais e caninos, os zênites são mais distalizados.

Sulco Gengival

 É um espaço vazio resultante da falta de aderência da gengiva marginal


 É onde inicia os processos patológicos, pois é um sítio crítico para reter biofilme e causar
doenças periodontais.
 Quanto mais raso for o sulco, melhor é, já que há menos chance de haver retenção de biofilme.
 O sulco gengival tem duas paredes, sendo uma parede mole, que corresponde a face interna da
gengiva marginal; e uma parede dura, que corresponde ao dente.
 Profundidade do Sulco Histológico de aproximadamente 0,69mm exatamente onde termina a
gengiva marginal (geralmente arredonda-se para 0,5mm para não haver risco de invasão do
espaço biológico).
 Profundidade do Sulco Clínico, onde a sonda consegue penetrar, corresponde a 2 mm nas faces
livres e até 3mm nas faces proximais (devido a altura das papilas). Esses valores aumentam
em relação ao histológico, pois o fundo do sulco gengival recebe pressão e o epitélio juncional
pode se esticar até 3mm, isso ocorre sem feri-lo.

Obs: Um aumento patológico da profundidade do sulco gengival é chamado de “Bolsa Periodontal”.

GENGIVA INSERIDA OU GENGIVA ADERIDA

 Localizada apicalmente a gengiva marginal (ao sulco gengival)


 Textura firma, cor rósea, pontilhado em casca de laranja (visão macroscópica da inserção das
fibras colágenas ao osso subjacente).
 Firmemente aderida ao periósteo do osso alveolar subjacente e ao cemento pro fibras
colágenas
 Tem início na ranhura gengival (limite coronário) e termina na linha mucogengival (limite apical
– marco anatômico para começar o fundo de vestíbulo).
 Está inserida principalmente ao periósteo do osso alveolar através de fibras do tecido
conjuntivo.
 A gengiva inserida se confunde com a mucosa queratinizada do palato. Une-se
imperceptivelmente ao palato na região palatina. Na lingual da mandíbula termina em junção
com a mucosa alveolar lingual.
 Sua consistência é firme, uma vez que está inserida ao periósteo e ela é resiliente, ou seja,
deforma quando comprimida, mas volta a sua forma normal imediatamente após ser retirada a
força de compressão.
 A gengiva inserida não tem uma medida padrão e nem é constante, pois normalmente cresce
com o tempo, mas nos dentes anteriores sua extensão é maior que nos posteriores (há menos
osso alveolar para que a gengiva se insira).
 A gengiva é fixa, inserida em osso, não tem mobilidade (a mobilidade existe na mucosa, que é
mais avermelhada porque o epitélio é mais delgado e reflete os vasos sanguineos do conjuntivo
subjacente).

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 No epitélio gengival há as interdigitações dérmicas (ou papilas dérmicas), que servem para que
haja um maior contato com o conjuntivo e para que todas as células sejam nutridas, dando
também o aspecto de casa de laranja.

GENGIVA INTERDENTAL

 É a papila interdental, que preenche as ameias interdentais.


 É constituída de gengiva marginal (há sulco gengival que, clinicamente, pode medir até 3mm) e
gengiva inserida.
 O formato da papila é piramidal nos anteriores (A) e em formato de sela nos posteriores(B)
(mais achatadas no sentido vestibulolingual)

Col Gengival

É uma depressão entre as papilas e forma de cela. São superfícies de contato proximais em vez de
pontos de contato, comum nas regiões de pré-molares e molares, de forma que as papilas interdentais
nessas áreas possuem uma porção vestibular e uma porção palatina/lingual separadas pelo “col
gengival” há cerca de 1mm entre o contato proximal e a extremidade de gengiva. Essa área de col é
formada por um epitélio fino e não queratinizado (epitélio juncional). Área de maior propensão de
surgimento de doenças periodontais, devido a dificuldade de higienização dessa área.

ANATOMIA MICROSCÓPICA DO PERIODONTO DE PROTEÇÃO

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TIPOS DE EPITÉLIOS QUE RECOBREM A GENGIVA

O Epitélio protege as estruturas mais profundas ao mesmo tempo que permite a troca seletiva com o
ambiente bucal. Existem 3 tipos de epitélios que recobrem a gengiva: Epitélio oral (externo), Epitélio so
Sulco (Sulcular) e Epitélio Juncional.

Epitélio Oral (Externo)

 Fica voltado para a cavidade oral


 Pavimentoso, estratificado e queratinizado
 Possui cristas epiteliais (estruturas como dedos de luva dentro do tecido conjuntivo)
 O epitélio é sempre renovado. As células basais vão se diferenciando, proliferando para a
superfície e se descamando, é uma forma de proteção;
 Possui 4 camadas: basal, espinhosa, granulosa e córnea (camada de proteção);
 Possui queratinócitos (células produtoras de queratina 90%), células de Langerhan (fagócitos
mononucleares que possuem propriedades antigênicas), melanócitos ( sintetizam pigmentos e
são responsáveis pela pigmentação, mais comuns em indivíduos negros) e células de Merckel
(terminações de fibras nervosas – receptores táteis, função sensorial). Essas são as células da
Gengiva.

Fig. O epitélio oral consiste em uma camada basal (estrato basal, SB),
uma camada espinhosa (estrato espinhoso, SS), uma camada granular
(estrato granuloso, SG) e uma camada cornificada (estrato córneo, SC).

Epitélio do Sulco (Sulcular)

 Interno, voltado para dentro do sulco.


 Fica voltado para o dente, sem ficar em contato com a superfície dentária.
 Pavimentoso, estratificado, não queratinizado
 Espaços intercelulares menores que o epitélio juncional

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 Age como membrana semipermeável, com passagem de produtos bacterianos prejudiciais e do
fluido sulcular (fluido gengival).

Obs: O epitélio oral e o epitélio do sulco possuem cristas epiteliais (prolongamentos que se inserem no
tecido conjuntivo) que são renovados por divisão da camada basal. O epitélio de sulco é mais espesso
que o epitélio oral e tem menos células e menos papilas, local de difícil higienização e ausência da
camada de queratina ( é menos protegido que o epitélio externo. Sendo um local de início de doenças
periodontais).

Obs: Fluido Gengival  Secreção serosa produzida na mucosa gengival, com papel de limpeza
fisiológica de acúmulo de resíduos de descamação celular, microrganismos e leucócitos, estando
aumentado na ocorrência de infecções gengivais.

Epitélio Juncional

 Promove o contato da gengiva com o dente


 Abaixo do sulco, até onde começam as fibras inseridas;
 Escamoso, estratificado, não queratinizado;
 Possui cerca de 0,97mm
 Alto índice de renovação que ocorre na camada basal (mitoses na camada basal renovam todos
os epitélios, porém o juncional se renova mais);
 É dividido em estrato basal e supra basal;
 Possui amplos espaços intercelulares que permitem trocas (não está totalmente aderido ao
dente);
 Possui um fluido sulcular;
 Aderido a superfície dental por uma lâmina basal externa e ao conjuntivo por uma lâmina basal
interna (forte adesão tanto ao dente quanto ao conjuntivo);
 Ausência de cristas epiteliais;
 Mais largo na porção coronária;
 Unido firmemente ao dente por hemidesmossomos (que funcionam como um zíper)
 Se forma pela fusão do epitélio reduzido do órgão do esmalte (epitélio que se forma ao redor do
dente antes da erupção), com o epitélio da mucosa oral;
 É completamente formado após instrumentação ou cirurgia e forma-se ao redor de implantes.

Obs1: O epitélio juncional e o epitélio de sulco protegem as estruturas mais profundas da invasão
microbiana, através da justaposição. Possuem um fluido do sulco que quando contaminado por bactérias
muda na quantidade e composição e passa a ser chamado de exsudato inflamatório.

Obs2: Existe diferença entre o epitélio sulcular, para o juncional. O epitélio juncional é mais delgado, e
suas células são mais afastadas, permitindo a passagem do conteúdo do tecido conjuntivo para o sulco
gengival, da mesma forma, passa o conteúdo do sulco para o conjuntivo, podendo causar a doença
periodontal.

Obs3: O epitélio juncional é aderido ao dente (através de hemidesmossomos) e não “inserido” (tem que
está ligado, penetrando um tecido em outro).

Obs4: Espaço Biológico  É o espaço vital ao redor dos dentes, o qual nunca deve ser invadido, se
invadido, teremos problemas inflamatórios e gengivais. Causa as periodontites.

Espaço Biológico (2,04mm) = Ept. Juncional (0.97mm) + Inserção Conjuntiva (1,07 mm)

RENOVAÇÃO DO EPITÉLIO GENGIVAL

 Periodicidade de 24 horas
 Maior taxa mitótica nas áreas não queratinizadas (principalmente epitélio juncional);
 Taxa mitótica cresce ainda mais na gengivite;
 Renovação da gengiva se dá em 10 ou 12 dias;
 Renovação do epitélio juncional se dá em 6 dias.

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Obs: Na doença periodontal, quando ocorre a degradação das fibras principais inseridas no cemento, o
epitélio juncional migra em sentido apical ou até encontrar fibras intactas, tentando proteger do contato
com o conjuntivo.

TECIDO CONJUNTIVO

O tecido conjuntivo (Lâmina própria) é o componente tecidual predominante da gengiva.

Principais constituintes do Tec. Conjuntivo

 Fibras gengivais Colágenas (60%) nomeadas de acordo com o sentido das fibras
 Fibroblastos (5%)
 Vasos e Nervos (35%)
 Células de Defesa
 Matriz - Substância Fundamental

Células do Tec. Conjuntivo (lâmina própria)

 Fibroblastos – Predominante, 65%. Relacionado com a produção dos vários tipos de fibras.
Participa da síntese da matriz.
 Mastócitos – Célula responsável pela produção de determinados componentes da matriz. Produz
substâncias vasoativas que podem afetar a função do sistema microvascular e controlar o fluxo
de sangue através do tecido. Tem vesículas com enzimas proteolíticas, histamina e heparina.
 Macrófagos - Desempenha várias funções de fagocitose e síntese no tecido. São
particularmente numerosos no tecido inflamado. São derivados dos monócitos do sangue que
migram para o tecido.
 Células Inflamatórias – Granulócitos neutrófilos, linfócitos, plasmócitos.

Fibras Periodontais (ou Gengivais)

Função de conectar a gengiva firmemente ao dente; Fornece rigidez para suportar as forças
mastigatórias; união da gengiva marginal livre com o cemento da raiz e a gengiva inserida adjacente;
mantém o dente em posição (gengiva inserida ao dente).

 Dentogengivais – que vai do dente em direção a gengiva. Embutidas no cemento e se projetam


em forma de leque para o tecido gengival livre;
 Alveologengivais – que vai do alvéolo em direção a gengiva
 Dentoperiostais – que vai do dente ao periósteo. Embutidas na mesma porção de cemento que
as dentogengivais, poréme se projetam em sentido apical para a crista óssea e depois para a
gengiva inserida;
 Circulares – feixe de fibras dispostas na gengiva livre. Circundam o dente em forma de anel;
 Transeptais – entre dentes vizinhos e septos ósseos, passam entre o cemento supra-alveolar de
dentes vizinhos. Segue um trajeto retilíneo sobre o septo interdental.

Obs: A inserção das fibras gengivais no cemento radicular cervical, recebe o nome de “Inserção
conjuntiva” e possui aproximadamente 1,07 mm.

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Matriz (substância fundamental)

 A matriz do tecido conjuntivo é principalmente produzida pelos fibroblastos, embora alguns dos
seus componentes sejam elaborados pelos mastócitos e outros sejam derivados do sangue.
 A matriz é o meio no qual as células do tecido conjuntivo se encontram embutidas e é essencial
para a manutenção da função normal do tecido conjuntivo
 Formada por glucosaminoglicano (principalmente), ácido hialurônico, proteoglicano,
glicoproteínas e água.
 O transporte de água, eletrólitos, nutrientes, metabólitos em direção ás células do tecido
conjuntivo e o seu retorno ocorrem dentro da matriz.
 Os principais componentes da matriz são: macromoléculas de hidratos de carbono e proteínas.
Estes complexos são diferenciados em Proteoglicanos e Glicoproteínas.
 Os Proteoglicanos contem Glucosaminoglicanos como unidades de hidratos de carbono.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DE GENGIVAS “NORMAIS”

COR

A maioria é róseo-claro. Consistem as variedades, que são normais, influenciadas por: melanina,
queratina e maior ou menor quantidade de vasos sanguíneos.

A gengiva inserida é demarcada da mucosa alveolar adjacente na porção vestibular por uma linha
mucogengival claramente definida. A mucosa alveolar é vermelha (mais vasos sanguíneos), lisa e
brilhante, em vez de rosa e pontilhada.

Queratina são proteínas que impedem a visualização do que está embaixo dela, deixando a superfície ,
mais opaca. Existem áreas mais escuras (na raça negra) onde o pigmento de melanina, está em toda a
gengiva ou em algumas áreas, nunca em mucosa alveolar (sempre vermelha).

TAMANHO

O tamanho da gengiva corresponde à soma total do volume dos elementos celulares e intercelulares e
de suprimento vascular. A alteração de tamanho é uma característica comum na doença gengival.

CONTORNO

O Contorno ou forma da gengiva varia consideravelmente e depende da forma do dente e de seu


alinhamento no arco, da localização e do tamanho da área de contato proximal, e das dimensões das
envergaduras gengivais e linguais. A gengiva marginal envolve o dente de forma semelhante a um
colarinho e segue seu desenho em concha nas superfícies vestibular e lingual. Forma uma linha reta ao
longo de dentes com superfícies relativamente lisas. Em dentes com convexidade mesiodistal
pronunciada (ex. caninos superiores) ou dentes com giroversão vestibular, o contorno arqueado normal
é acentuado e a gengiva está localizada mais apicalmente. Em dentes com giroversão lingual, a genviva
é horizontal e espessada.

FORMA

Depende da forma do dente e aposição que o dente ocupa (mesmo fora da arcada, terá uma gengiva
como os outros). Da mesma forma teremos formas diferentes de papila interdental. Papilas em forma de
celas, ocorre quando se tem junção perfeita da papila vestibular com a papila lingual ( se unem
perfeitamente sem deixar uma continuidade) isso ocorre quando não se tem relações de contato entre
os dentes vizinhos existe o “Col gengival” entre as papilas. O col é maior nos dentes posteriores devido a

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maior dimensão vestíbulo-lingual dos dentes. O epitélio do “Col” é idêntico ao “epitélio juncional” 
significa que não tem proteção (é fácil surgir a doença periodontal). A maior prevalência do
aparecimento das doenças periodontais são nos espaços interdentais devido a isso.

TEXTURA

Semelhante a casca de laranja (gengiva inserida). Aspecto de elevações e depressões devido as


interdigitações entre as papilas do epitélio com o tecido conjuntivo.

CONSISTÊNCIA

A gengiva inserida é resiliente (como bucha de prato), quando se comprime, ela volta ao normal.

VARIAÇÕES DE ALTURA

A altura da linha muco-gengival é maior nos dentes superiores anteriores por vestibular, os inferiores
são menores. A gengiva inserida também é pequena na região dos pré-molares e caninos (onde tem
muitas complicações gengivais). Quanto menor a gengiva pior o prognóstico periodontal quando ela for
atingida.

PERIODONTO DE SUSTENTAÇÃO OU INSERÇÃO

É formado pelo Ligamento Periodontal, Osso Alveolar e Cemento.

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LIGAMENTO PERIODONTAL

É um tecido conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e celular, que circunda as raízes dos dentes e
une o cemento radicular à lâmina ou ao osso alveolar propriamente dito.

Em direção coronal, este ligamento é contínuo com a lâmina própria da gengiva e está separado dela
pelos feixes de fibras colágenas que ligam a crista alveolar à raiz (as fibras da crista alveolar).

Funções

 Proporcionar um invólucro de tecidos moles pra proteger vasos e nervos de injúrias mecânicas;
 Transmissão de forças ao osso;
 Fixar o dente ao osso;
 Amortecer, resistir ao impacto de forças oclusais;
 Fonadora e remodeladora de cemento, ligamento e osso alveolar;
 Função nutricional (para cemento, osso e gengiva) e sensorial (tato, pressão e dor);
 Drenagem Linfática

Fibras

 Fibras Oxitalânicas
 Fibras Colágenas (maioria, recebem o nome de acordo com a direção):
o Fibras da crista
o Fibras Horizontais
o Fibras oblíquas (maior quantidade, são os amortecedores dos dentes que recebem forças no
sentido longitudinal da cora pra raiz, da raiz pras fibras e das fibras para o osso. Essas fibras
diminuem esse impacto)
o Fibras Apicais
o Fibras Interradiculares

Células

 Osteoblastos
 Cementoblastos
 Células epiteliais e nervosas
 Fibroblastos (formação e distribuição de colágeno – pois se renovam frequentemente; rico em
fosfatase alcalina – capacidade contrátil e migratória, importantes no desenvolvimento e
reparação do ligamento).

Obs: O ligamento periodontal é mais estreito a nível de raiz

O espaço do ligamento Periodontal tem:

 Forma de ampulheta (é mais estreito ao nível do terço médio da raiz)


 A largura do Ligamento Periodontal é de cerca de 0,25 mm (0,2-0,4 mm)
 O Ligamento Periodontal é essencial para a mobilidade dos dentes
 A mobilidade dentária é, em grande parte, determinada pela largura, pela altura e pela
qualidade do Ligamento Periodontal.

O Ligamento Periodontal posiciona-se entre o Osso Alveolar propriamente


dito (ABP) e o Cimento Radicular (RC). O Dente é unido ao osso por feixes
de fibras de colágeno:

1- Fibras da Crista alveolar (ACF)


2- Fibras Horizontais (HF)
3- Fibras Oblíquas (OP)
4- Fibras Apicais (APF)

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CEMENTO RADICULAR

 É um tecido mineralizado especializado que reveste as superfícies radiculares.


 Possui muitas características em comum com o tecido ósseo.
 Não contém vasos sanguíneos ou linfáticos (avascular), não tem inervação, não sofre
remodelação e reabsorção fisiológicas, mas caracteriza-se pela formação contínua ao longo da
vida.
 Contém fibras colágenas embutidas numa matriz orgânica
 A sua porção mineral (hidroxipatita) é aproximadamente 65% do seu peso (um pouco mais que
no osso 60%)

Funções do Cemento

 Insere as fibras do ligamento periodontal na raiz


 Contribui para o processo de reparação, quando houver danos à superfície radicular.
 Proteção (protege a dentina)

Tipos de Cemento

 Localização: Radicular e coronário


 Presença de Células: Acelular e Celular
 Presença de Fibras Colágenas: Fibrilar e Afibrilar
 Origem das Fibras na Matriz (Cemento Fibrilar): Fibras Extrínsecas e Intrínsecas

1- Cemento Acelular de fibras Extrínsecas – Primeiro cemento que se formou; Suas fibras foram
produzidas pelos fibroblastos do ligamento periodontal; Está no terço cervical; Possui matriz
fibrosa; As fibras colágenas estão regularmente dispostas; Possui Fibras de Sharpey e linhas
incrementais; Decresce no sentido antero-posterior; Liga o dente ao osso alveolar propriamente
dito.
2- Cemento Celular de Fibras Mistas – Uma parte das fibras foram produzidas pelos fibroblastos do
ligamento periodontal e outra parte pelos cementoblastos; Está no terço apical das raízes e
áreas de furca; Presença de cementócitos (aprisionados em lacunas); Possui Matriz (com
fibroblastos e cementoblastos); Mineralização incompleta das fibras de Sharpey; Possui
Cementóide e Células Elásticas.
3- Cemento Celular de Fibras Intrínsecas – Suas fibras são formadas pelos cementoblastos;
Encontra-se na região apical nas lacunas de reabsorção; É formado em casos de reparação;
Contém fibras intrínsecas e cementócitos.

LIMITE AMELOCEMENTÁRIO

Constitui a separação anatômica entre a coroa e a raiz do dente, sendo importante em alguns
procedimentos clínicos. Em perio é o ponto de referência para determinar o aumento da gengiva ou a
perda de inserção.

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Tipos de Relacionamento:

 Cemento cobrindo o esmalte


 Cemento e esmalte se tocando
 Cemento e esmalte não tocando

Obs: Nunca o esmalte cobre o cemento, pois o cemento se forma primeiro.

FIBRAS DE SHARPEY

Porções das fibras do Ligamento Periodontal que estão embutidas no cemento radicular e osso;
Mineralização total no cemento acelular e parcial no cemento celular e osso.

 Sistema Intrínseco: produzidas por cementobastos – paralela ao longo eixo da raiz


 Sistema Extrínseco: Produzidas por fibroblastos do Ligamento Periodontal – perpendicular ao
longo eixo da raiz.

Obs: Hipercimentose: Raízes espessas (grande volume radicular)

OBS: Sindesmotomia é a desinserção das fibras gengivais, que rodeiam o dente. Os instrumentos
utilizados são os Sindesmotomos ou Desoladores.

OSSO ALVEOLAR

 Porção da maxila e da mandíbula que forma e dá suporte aos alvéolos dentários.


 Em conjunto com o cemento radicular e o ligamento Periodontal, constitui o aparelho de
inserção dos dentes.
 A principal função do aparelho de inserção é distribuir e absorver as forças geradas pela
mastigação ou outros contatos dentários.
 O osso alveolar circunda o dente até ao nível aproximado de 1mm apicalmente à JEC (junção
esmalte-cemento).
 As paredes dos alvéolos são revestidas por osso compacto (lâmina dura) e a área entre as
paredes de osso compacto são preenchidas por osso esponjoso (aspecto trabeculado).
 O osso esponjoso ocupa a maior parte dos septos interdentais, mas apenas uma pequena
porção das tábuas vestibular e palatina. O osso esponjoso contém Trabéculas Ósseas
 A tábua óssea é espessa no lado palatino e vestibular da região de molares, mas delgada na
região vestibular anterior.
 No lado vestibular, o osso pode estar ausente na porção coronal das raízes formando uma
“Deiscência”. Se houver alguma porção de osso na parte mais coronal de tal área. O defeito
chama-se “Fenestração”.
 O osso pode ser dividido em 2 compartimentos: Osso Mineralizado e Osso Medular. O Osso
Mineralizado é constituído por lamelas – Osso Lamelar. O Osso Medular tem adipócitos,
estruturas vasculares e células mesenquimatosas indiferenciadas.
 As fibras de colágeno do ligamento periodontal estão inseridas no osso mineralizado que
reveste a parede do alvéolo dentário.

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