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CAP.

1 - SAÚDE MENTAL, TERRITÓRIO E FRONTEIRAS

O que é saúde mental?


É um campo de conhecimento e atuação técnica no âmbito das políticas públicas de saúde. Não
se baseia em apenas um tipo de conhecimento. Não pode ser reduzida ao estudo e tratamento
das doenças mentais. É formada por uma rede de saberes que se entrecruzam: psiquiatria,
neurologia, neurociências, sociologia, história, geográfica... manifestações religiosas, ideológicas,
éticas e morais...
Poucos campos de conhecimento e atuação na saúde são tão vigorosamente complexos, plurais,
intersetoriais e com tanta transversalidade de saberes.

Enfim, quais são os limites deste campo? Quais são os saberes que efetivamente os compõem?
Podemos ter uma resposta definitiva e exclusiva para estas perguntas?

A organização Mundial da Saúde (OMS) considera que saúde é o “estado de completo bem-estar
físico, mental e social” e não apenas a ausência de doença. No entanto, é muito difícil estabelecer
o que é este estado de completo bem-estar

O que é doença mental?


 É o oposto de saúde mental?
 É o desequilíbrio mental?
Parece obvio, mas é muito difícil definir o que vem ser a “doença” (Saúde é a ausência de
doença, e doença é a ausência de saúde)
O que é normal? O que é ser normal? De perto, ninguém é normal? De perto, também, ninguém é
anormal? Normal é alguém que não foi devidamente observado.
O modelo cientifico dualista-racionalista não é suficiente para lidarmos efetivamente com
determinados problemas.

Figura equivocada ou ambígua (Gestalt). Qual é a imagem verdadeira? Os perfis frente a frente
ou o jarro? Ambiguidade? Erro de percepção ou do pensamento? Contradição da realidade?
Existe uma imagem verdadeira que anula e inviabiliza a outra ou todas as demais? Por que temos
que pensar de forma dualista, antinômica, simplificada?

A natureza do campo da saúde mental vem contribuindo para que comecemos a pensar de forma
diferente, não mais com este paradigma da verdade única e definitiva, mas sim em termos de
complexidade, simultaneidade, transversalidade de saberes, “construcionismo”, Reflexividade” ...

Qualquer espécie de categorização é acompanhada de risco de um reducionismo e de um


achatamento das possibilidades da existência humana e social.

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