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Hellen de Andrade Lira

Márcia Maria de Carvalho


 Este livro não pretende trazer uma visão ontológica
sobre o currículo, tendo em vista que segundo o
autor as definições nos revelam o que determinada
teoria compreende sobre o currículo e não revelam a
sua suposta essência.
 O currículo portanto, será abordado através de uma
panorama histórico das teorias do currículo.
 Etimologia da palavra currículo vem do latim
curriculum, que significa “pista de corrida”.
 Compreensão sobre o currículo nas teorias.
Teorias Conceitos Questão
Norteadora
Teorias Ênfase nos conceitos pedagógicos de O que ensinar?
Tradicionais: ensino, aprendizagem, avaliação, Como ensinar?
metodologia, didática, organização,
planejamento, eficiência e objetivos.
Teorias Ênfase nos conceitos de ideologia, poder, Por que esse
Críticas: reprodução cultural e social, classe social, conhecimento e
capitalismo relações sociais de produção, não outro?
conscientização, emancipação e
libertação, currículo oculto e resistência.
Teoria Pós- Ênfase nos conceitos de identidade, Por que privilegiar
críticas: alteridade, diferença, subjetividade, um determinado
significação e discurso, saber-poder, tipo de
representação, cultura, gênero, raça, subjetividade ou
etnia, sexualidade, multiculturalismo. identidade e não
outra?
 Os estudos sobre currículo como campo
especializado nascem nos Estados Unidos na década
de 1918 com o livro The curriculum de Bobbit que
lançou as bases da teoria tradicional.
 Bobbitt e Tyler buscavam igualar o sistema
educacional ao sistema industrial, dessa forma o
currículo era estruturado nas idéias de organização,
desenvolvimento e eficiência.
 John Dewey se preocupava com a construção da
democracia e enfatizava que no currículo deveria ser
considerado os interesses das crianças e jovens.
Tendências Currículo Formação Finalidade da
Humana Educação
Conservadora Estruturado com: Técnica Proporcionar a
objetivos, resultados qualificação
esperados, métodos, e exigida na
formas de mensuração. profissão .
Progressista Deveria considerar os Expressiva Defesa de uma
interesses e livre expressão escola pública,
do pensamento das obrigatória e
crianças e dos jovens. laica.
Clássico Centrado no ensino das Idealista Proporcionar
Humanista
matérias clássicas, obras familiaridade
literárias e artísticas das com a arte e a
heranças clássicas grega e literatura
latina, domínio das clássica
línguas.
 A crítica ao modelo tradicional inicia com Althusser
enfatizando a escola enquanto propagadora da
ideologia dominante através das disciplinas e
conteúdos de seu currículo.
 Bowles e Gintis defendiam que a incorporação da
ideologia capitalista, ocorria através da vivência das
relações sociais da escola, das atitudes necessárias
para a qualificação enquanto trabalhador
capitalista.
 Para Bourdieu e Parsseron a reprodução social
ocorre por meio da cultura, pela transmissão da
cultura dominante como única, desprezando os
costumes e valores das classes dominadas.
Autores Ideologia Capitalista Escola
Louis As disciplinas e A escola garante a disseminação da
Althusser conteúdos do ideologia e da força de trabalho
currículo escolar. através “dos mecanismos seletivos”
Bowles e Correspondência Há escolas destinadas a formação dos
Gintis das relações trabalhadores obedientes para os
sociais da escola e cargos de produção. E escola
das relações destinada a formação dos líderes
sociais do local de para cargos de chefia.
trabalho.
Bourdieu e Cultura O currículo da escola está baseado na
Parsseron dominante cultura dominante: ele se expressa na
linguagem dominante, ele é
transmitido através do código
cultural dominante.
 O autor se propõe neste livro a delinear os estudos
sobre currículo desde a sua origem até os dias
atuais, navegando desde as teorias tradicionais, que
compreendiam que “teorizar” o currículo resumia-
se em discutir as melhores e mais eficientes formas
de organizá-lo, passando pelas teorias críticas que
questionavam aquilo que de fato deveria ser
pensado no currículo – os interesses e as relações de
poder que privilegiam determinados
conhecimentos sobre outros e chegando a teoria
atual pós-crítica que colabora no sentido de pensar
o currículo enquanto conexão entre identidade e
poder , tendo em vista que forma aquilo que somos:
nossa identidade, nossa subjetividade.

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