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1. DEFINIÇÕES
0 ≤ YR ≤ 1
YR < 1 ⟹ vapor superaquecido
YR = 1 ⟹ vapor saturado
Para a mistura de ar e água, as temperaturas de bulbo úmido, Tbu , e de saturação adiabática, TSA , são
iguais. Desta forma, as retas representadas pelas equações 1.12 e 1.16 são equivalentes. Assim, a LBU e a
LSA são linhas coincidentes para este tipo de sistema. Identificando as retas:
C hG hG hG
− (T − Tbu ) = − (T − Tbu ) ⟹ C = ⟹ =1 (1.17)
λbu k Y λbu kY C kY
A eq. 1.17 é conhecida como relação psicrométria ou de Lewis-Gesetz, sendo válida somente para a
mistura de ar e água. Para misturas de ar e vapores orgânicos, por exemplo, a temperatura de bulbo úmido,
em geral, é muito maior do que a de saturação adiabática (LBU e LSA distintas).
2. CARTA PSICROMÉTRICA
O estado de uma mistura gás-vapor a uma pressão específica pode ser determinado conhecendo-se duas
propriedades intensivas independentes. O restante das propriedades são calculadas com as relações
anteriormente deduzidas. O dimensionamento de um sistema de condicionamento de gases úmidos envolve
muitos cálculos, existindo assim uma motivação a se realizar estes cálculos por meio de computadores ou na
forma de diagramas. Esses diagramas são chamados cartas psicrométricas ou de umidade e são muito
utilizados nas aplicações de condicionamento de ar. Em geral, a pressão e a temperatura de referências são,
respectivamente, 1 atm e 0°C. Diversas propriedades podem ser lidas em uma carta psicrométrica: ponto de
orvalho, umidade absoluta, entalpia específica, volume específico, umidade relativa, temperatura de
saturação etc.
3. EXERCÍCIOS
1) (GOMIDE, 2005) Uma mistura gasosa de CO2 e água encerra 98,5% de CO2 em volume a 20°C e 700
mmHg. Calcular a umidade absoluta, a umidade relativa, a porcentagem de umidade, o calor úmido, o
volume úmido e a entalpia do gás úmido. São dados os calores específicos do CO2 (0,22 kcal/kg.°C) e do
vapor de água (0,45 kcal/kg.°C), a pressão de vapor a 20°C (17,5 mmHg) e a entalpia de vaporização da
água a 0°C (558,6 kcal/kg).
2) (GOMIDE, 2005) Para um local de pressão atmosférica normal, estimar:
a) a umidade absoluta do ar saturado com vapor de água a 40°C
b) o volume saturado
c) o calor úmido
d) a temperatura de saturação adiabática, sabendo-se que o ponto de orvalho é de 13°C.
3) (OCON & TOJO, 1967) Uma mistura de hidrogênio com CCl4 tem ponto de orvalho de 15°C, a 30°C e
760 mmHg. Calcule:
a) a umidade absoluta.
b) o volume específico.
c) o calor específico.
d) a temperatura até a qual deve-se resfriar a mistura, quando comprimida até 2 atm, a fim de separar 60%
do CCl4.
Dados: Pressão de vapor do CCl4 em função da temperatura.
T,°C 0 5 10 15 20 30 40
p, mmHg 14 18 25 33 91 143 216
Os calores específicos do vapor de CCl4 e do H2 podem ser adotados como 0,13 e 0,35 kcal/kg.°C.
4) (OCON & TOJO, 1967) Uma massa de ar está saturada com éter dietílico a 20°C e 745 mmHg. Calcule:
a) a composição volumétrica.
b) a umidade molar.
c) a umidade absoluta.
d) o volume específico
e) a umidade absoluta se a temperatura for reduzida até 0°C.
f) a quantidade de éter condensado se forem resfriados até 0°C 1000 m3 da mistura inicial.
Dados: Pressão de vapor do éter dietílico em função da temperatura.
T,°C −10 0 10 20 30
p, mmHg 112,3 185,3 291,7 442,2 647,3
5) (OCON & TOJO, 1967) 300 m3 de CO2 saturado com água se encontram a 20°C e 1 atm e são
comprimidos até 2,5 atm ao mesmo tempo em que se resfriam até 15°C, havendo condensação de parte da
água, que é separada do sistema. A mistura CO2-água resultante é expandida até 1,3 atm e aquecida até 20°C.
Calcule:
a) a umidade absoluta final.
b) a massa de água condensada.
c) a umidade relativa final.
d) o volume da mistura medidos nas condições finais.
6) (OCON & TOJO, 1967) Uma mistura acetona-nitrogênio a 800 mmHg e 30°C tem saturação relativa de
80%. Sabendo-se que a pressão de vapor da acetona a 30°C é de 283 mmHg, calcule:
a) a umidade molar.
b) a umidade absoluta.
c) a umidade relativa percentual.
d) o volume específico.
e) a massa de acetona contida em 1 m3 de mistura.
7) (MORAES Jr & MORAES, 2012) Com a temperatura de bulbo seco de 30°C e a temperatura de bulbo
úmido de 20°C na carta psicrométrica, obtenha: a) a umidade relativa em porcentagem; b) a umidade
específica; c) a entalpia; d) o volume específico e e) o ponto de orvalho. Apresente em um esboço da carta
psicrométrica os principais processos de condicionamento de ar.
8) (ÇENGEL & BOLES, 2013) Considere uma sala que contenha ar a 1 atm, esteja a 35°C e tenha 40% de
umidade relativa. Usando o diagrama psicrométrico determine: (a) a umidade específica, (b) a entalpia, (c) a
temperatura de bulbo úmido, (d) a temperatura do ponto de orvalho e (e) o volume específico do ar.
9) (ÇENGEL & BOLES, 2013) Um sistema de condicionamento de ar deve tomar o ar externo a 10°C e 30%
de umidade relativa a uma taxa constante de 45 m3/min, e condicioná-lo até 25°C e 60% de umidade relativa.
Primeiro, o ar externo é aquecido até 22°C na seção de aquecimento e, em seguida, umidificado pela injeção
de vapor quente na seção de umidificação. Considerando que todo o processo ocorra a uma pressão de 100
kPa, determine: (a) a taxa de fornecimento de calor na seção de aquecimento e (b) a vazão mássica do vapor
necessária na seção de umidificação. Dados: calor específico do ar 1,005 kJ/kg.K; pressão de saturação da
água 1,2281 kPa a 10°C e 3,1698 kPa a 25°C; entalpia do vapor saturado 2.519,2 kJ/kg a 10°C e 2.541,0
kJ/kg a 22°C.
10) (ÇENGEL & BOLES, 2013) O ar entra em um condicionador de ar de janela a 1 atm, 30°C e 80% de
umidade relativa a uma taxa de 10 m3/min, e sai como ar saturado a 14°C. Parte da mistura do ar que se
condensa durante o processo também é removida a 14°C. Determine as taxas de remoção de calor e de
umidade do ar.
11) (ÇENGEL & BOLES, 2013) O ar saturado que sai da seção de resfriamento de um sistema de
condicionamento de ar a 14°C e taxa de 50 m3/min é misturado adiabaticamente com o ar externo a 32°C e
umidade relativa de 60% a uma taxa de 20 m3/min. Admitindo que o processo de mistura ocorre a uma
pressão de 1 atm, determine a umidade específica, a umidade relativa, a temperatura de bulbo seco e a vazão
volumétrica da mistura.
12) (ÇENGEL & BOLES, 2013) A água de resfriamento sai do condensador de uma usina e entra em uma
torre de resfriamento a 35°C, a uma taxa de 100 kg/s. A água é resfriada até 22°C na torre de resfriamento
pelo ar que entra a 1 atm, 20°C e 60% de umidade relativa e sai saturado a 30°C. Desprezando a entrada de
potência no ventilador, determine: (a) a vazão volumétrica do ar para a torre de resfriamento e (b) a vazão
mássica da água de reposição necessária.
13) (GOMIDE, 1979) Em uma operação de desumidificação de ar, certa quantidade do mesmo encontra-se
com 0,0182 kg H2O / kg ar seco. Este ar deve ser acondicionado a 0,0077 kg H2O / kg ar seco usando-se para
a secagem uma camada estacionária de sílica gel. Para se obter a umidade constante no final do processo,
parte do ar úmido é “by-passada” e misturada depois do secador com o “ar seco”. Calcular:
a) % do ar úmido que é desviado, sabendo-se que o ar que sai do secador tem 0,0020 kg H2O / kg ar seco;
b) a quantidade de água retida por hora pelo equipamento.
14) (GOMIDE, 1979) Um material contendo 1,562 kg de água / kg de material seco (MS) deverá ser secado
até conter 0,099 kg de água / kg de MS. Por quilograma de material seco passam pelo secador 52,5 kg/h de
ar isento de umidade, que deixa o secador com 0,0525 kg de água/ kg de ar seco (AS). Sabendo-se que o “ar
fresco” é admitido com umidade de 0,0152 kg de água / kg de AS, calcule a fração de ar recirculado.
4. REFERÊNCIAS
1) GOMIDE, R. Operações unitárias. São Paulo: Edição do autor, 2005. v.5 (2ª parte).
2) GOMIDE, R. Estequiometria industrial. 2ª ed. São Paulo: Edição do autor, 1979.
3) OCON, J.; TOJO, B. Problemas de ingenieria quimica, operaciones basicas. Madrid: Aguilar, 1967. v.1.
4) MORAES Jr, D.; MORAES, M.S. Laboratório de operações unitárias II. Santos: Unisanta, 2012.
5) ÇENGEL, Y.A.; BOLES, M.A. Termodinâmica. 7ª ed. Trad. P.M.C. Gomes. Porto Alegre: AMGH, 2013.