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sania ore ae FENIX GRAFICA Nihit obstat. Bahia, 12 - 2 = 942 Consoo Eoaxno Canwerno ‘Geonor at bo imprimatur, Babi, 12 - 8-942 Moxs. Appio Siuva http://alexandriacatolica. blogspot.com femme te Prefacio da tradugéo Gratissima & a satistagio que experimento, de- dicando as jovens catélicas da minha tera 0 pre- sente livrinho que tem como titulo um imperative: «Jovem, medita! +. Foi em dias bem trabathosos do ano passado, quando, além dos deveres de professora, tinha a res- Ponsabilidade do término de um curso juridico, que recebi das mios de um sacerdote este livrinho, es- Grito em italiano, com a tentadora sugestio: = +Por que nio traduz a sta. este livrinho? E to belo! Poderia fazer com éle um bem imenso as jovens da nossa terra, No momento, nada respondi. Ao chegar em casa, porém, li com interésse entusiasmo sempre crescentes, as palavras. divina- ‘mente inspiradas, com que 0 notavel e conhecedissi- MO Missiondrio do Coragdo de Jestis, 0 Revmo. Pe, Matiéo Crawley, empolgou, num retire de alguns dias, as jovens vens Aspirantes, da Franca, Um desejo imenso velo a0 meu coragao: mul- fiplicar aos milhares, aos milhdes, se possivel fosse, as ouvintes do Pe. Mattéo. Que as palavras de fogo do ilustre e pledoso conferencista podessem acender no coracao das mi- inhas jovens patricias, as centelhas sagradas do amor de Deus que inflamaram tantos coragées generosos na Franca e na Italia, Pela minha imaginacdo entusiasta passaram, en= to, as jovens todas que foram, que sio e que serio minhas alunas nos diversos colegios, onde tenho en- sinado e onde ensino hoje Passaram aquelas carinhas gentis, que foram ‘minhas dirigidas nas seccdes menores da Agao Catd- Jica e-com as quais me ocupei, muitos anos, com ‘tanto amor! Lembrei-me, com tristeza, das vezes tantas que tenho tomado das méos de alunas de onze, doze € {reze anos livros to improprios ©, por vezes mes- mo... de moral duvidosa! ‘Lembrei-me da necessidade de leftura que sen- tem as jovens nesta idade e da carencia de livros apropriados 4 adolescencia que sejam dteis, santa- ‘mente benéficos capazes de neutralizar a influéncia nefasta da mé leitura, Lembre-me das diticuldades, do embaraco em que mé senti, multas. vezes, nas sessdes das minhas queridas Benjaminas e até mesmo das Aspirantes, quando, ao aproximar-se © térutino de uma reunidio ‘me pediam insistentes Oh!... conte uma historia bonita de santo... de menina da Acio Catdlica... E nao havia jeito. A historia tina de sair. Mes- mo porque, do contririo, nao poderia contar com interesse délas para a reunido seguinte Como vivi, naquela época feliz, em busca inte- ressaa de historias bonita, edlificantes, heroleas, que fentusiasmassem 0 meu querido e imequieto auditério! ‘Agora, tinha em minhas mfos um livrinho que, traduzido, seria utilissimo as catequistas, ds maes, as Girigentes da Acdo Catélica, além de agradavel 4s minhas Benjaminas, Aspirantes ¢ Estudantes Por que néo traduzi-lo?... Ocupagdes?... oheia?... Sempre se tem uma horazinha livre para fazer aquiio que realmente nos interessa. 0 certo é que a traducto saiu. Eivada de fa- Ihas, certamente, mas contendo, ao menos, um pili= do reflexo da alma ardente do autor. Ofereco-a as jovens da minha terra, Que élas vejam neste trabalho, tao somente, desejo imenso, que tive, de fazerthes 0 bem. ida Datva pe Martos, Dal. F. de A. €2 S. do Dester - Bobia, 17 de Fey. de 1042, ~ Festa de S http://alexandriacatolica. blogspot.com \'s 62.000 Aspirantes da Juventude Feminina Catélica Italiana Querida leitéra: Estas palestras foram dirigidas a meni~ nas da vossa idade, és quais um Apéstole abrin os magnificos horizontes do Aposto- | Indo do Sagrado Coracao, ‘Traduzindo-as para o italiano, pena | sos em transformé-las nema didien. Fy \ assim, vo-la dedicamos. | AJ. F, G Italiana, com 0 seu pro- grama de Apostolade, j& vos falou evox | fala continuamente do amor de Jesiis pave com as almas. Lendo estas conferéncias, j compreende-la-eis melhor ainda e vos tor- | nareis verdadeiramente pequenas apéstolas do Sagrado Coracio, Santa Terezinha ensinar-vos-4 o can uhozinho estreito do amor ¢ da conflangas | a Virgem Santissima, vossa divina Presi- } dente, abrit-vos-é as portas do Corasio | de Jesiis para que possals nBle vas escon- f ape der, saindo, depots, transformadas em one tras tantas chamas vivas do seu amor, Que v6s todas possais tornar-vos, dess= tro em breve, sécias da J. F. C. 1, capaces de irradiar, em torno de vés, um sipro ar- dente de vida chtista, so 0s nossos me- thores © mais ardentes votos. An vossas Irmas do Consetho Superion da J. #, 0.1, Mito, Natal de 1924, http://alexandriacatolica blogspot.com http://alexandriacatolica blogspot.com http://alexandriacatolica. blogspot.com CONFERENCIA ‘Assuncio de Maria. Marla em Nazaré vos ensina tres cou- sas: “Séde humildes, puras, conformadas com @ Santissima Vontade de Deus". Maria seri 0 vos ‘so modélo. ‘Sinto-me feliz, por encontrar-me nesta Be- tania, na festa da Ave-Maria, Assim € que, penhorado pelo vosso convite, Vos expressarei a minha gratidao, falando do vos 80 Rel, Jestis-Cristo, e da vossa Rainha, a Santis- sima.Virgem. E com imensa satisfacio que Ihes emprestarei a minha lingua para que, com ela, Ble vos diga aqullo que precisais ouvir, e que files Yos emprestem os seus coracées, para recolherdes, amorosamente, aquilo que eu vos disser. E Jestis quem vos deve falar nestes dias; ¢, muito particularmente, na Hora Santa desta noite, Achegai-vos ao Rei de Amr; pedi é Rainha que vos acompanhe até Ble, para melhor onvindes © que vou falar para Sua gléria, tio sémente, para a Sua gloria, Comecemos a falar da Rainha, daquela pa- Fa quem os Anjos cantam no Céu maravithosas melodies. Tambem estamos, aqui, num pequeno Pa- Falso de Amor, da Rainha do Coracdo de Jesiis, ‘Comecemos a falar dela, observando-a em Nazaré, Entrai naquela modesta casinha, | _Aché-la-eis ocupada com o seu pequenino Rei, Os vizinnos, certamente, procurando pretex- tos, a todo. momento batiam 4 sua porta, para admirarem a béleza sem par daquela crianca di- vina, E Matia lhes mostrava, fazendo passar de mfo em mao, 0 seu fithinho... 0 dono do Céu e da Terra !. Batimos também nés; pecamos 4 Virgem Suhta a mesma cousa, isto 6 que nos mostve, que fonha em nossos bracos o seu Jesiis, que é tam bém o nosso Jesus. Facamo-la soirir, sentindo 0 nosso amér pelo seu querido Filho. ‘le... 6a sua gléria, Quando Maria passava pelas ruas de Na- zaré, com Jesus pequenino pela mao, guiando-the 0 passns vacilantes, diziam todos: “Como éles se parecer’! «Se admirados cram os olhos de Maria por sua beléza Infinita, o que chamava a atencao era @ semelhanga exterior, que niio era senéo o refle- ae xo da alma de Jestis nos olhos de Maria. O sol dos. olhos de Maria era Jestis. Que alegria santa experimentava, quando ouvia dizer que se assemethava ao seu filho Je stis! E como exultava 0 coragdo do filho, quando ouvia repetir: Véde como se parecem Nao quereis, carissimas asplrantes de J. Fy €,, possuir esta beléza de Jestis ? ‘Sim. Bla vos € indispensavel; e necessario € que tenhais esta beléza, para que Ble encontre, ‘em cada um dos yossos coragées, um pouco do set Paraiso. Aprendei dos lébios da Virgem estas trés ligdes de que tanto careceis. Carissimas Aspiran- tes, assemelhai-vos a Jestis. Séde humildes,, puras conformadas com a Santissima Vontade de Deus, Nosso Senhor. ‘Séde humildes Contemplemos em espirito a chegada do ‘Mensageiro celeste, & humilde casinha de Nazaré que servit. de palécio 4 Virgem Maria. “Bu te satido”, disse, “chela de graca”. Saiido-te em nome do Céu, satido-te, Rainha e fu- tura Mae do Creador”. “Turbata est”... © sangue do seu coracdio, virginal sobe-the As faces, Maria.céra e estreme- ee... de que? De confuso, porque é humilde. aia Cora pela grandeza a que a elevam estas pala- vias. Céra em sua humildade, Esta confundida, Porque compreendeu que o seu consentimento a fara Rainha do Céu e da Terra, Mae do Creador, do Messias; considera a sua pequenez de creatura, Ge escrava, e medita em seu coracao... “Eu, tao Pequena, tornat-me téo grande”! Carissimas filhas: hoje sols meninas; ama- nb, qual ser 0 vosso futuro? $6 Deus o sabe; eu, porém, vos afirmo: A vossa felicidade neste mundo ser obtida na proporedo da vossa humil- dade. A vossa grandeza no Ceu dependera da vos- 88 pequenez, da vossa simplicidade aqui, na Terra. Para serdes grandes, verdadeiramento grandes aos otlios de Deus, cumpre serdes peque- nas e humildes. Lembrai-vos que a uniea cousa gue Yos pertence & a vossa’ miséria. © resto, isto é, todas as. vossas qualidades, slo dons de Deus, moedas-de ouro postas em vos- sas almas come num mealheiro, Nio siio vossas; é 0 tesouro de Jestis, 0 fru to dos seus sorrisos, 0 preco das suas légrimas. Permanecel. humildes, cultivai com carinho esta béla virtude para que os olhos de Jests nfo se desviem de vos, livrande-vos de cair em faltas bem graves. Alguns meses ha, testemunhet a infelicida- de de antig:. aluna de um grande colégio, moca a ayn de talena, distinta, todavia muito orgulhosa, a qual caiu lamentavelmente em falta téo grave, tornando-se a vergonha da pobre mae e da fa milia. ‘Muito cheia de si, envaidecida com os do- tes que Deus Ihe concedéra, jamais quis ouvir das suas mestras, nem do seu confessor as ligdes de humildade que thes eram ministradas e, deste ‘modo, caiu lamentavelmente sob 0 peso do seu or gulho. Ab! como € necessario conhecer nossa propria fraqueza; dizer € rédizer: “Sem Jestis na da posso”. Aprendamos a timidez de Maria e sejamos humildes como Ela, ‘Nac somos, por ventura, grandes pecado- res? © que temos de bom nos foi dado pela mise= rivérdia infinita de Deus. Consideremo-nos pequeninos, pequeninos, no abisme da nossa miséria — respexit humilita- tem... fecit mihi magna... Qs olhos de Jestis, os ‘seus belos oihos de arrebatar 0s Anjos, os olhos de Maria, me preservaram de grandes misérias. Sou Pobre, masa misericdrdia déles, os seus curagies cheios de bondade e amr por mim, concederam- me grandes gracas, preservaram-me do mal e im- primiram em meu coraeéo o bem que presente- inente tenho. =o Agui, estais para ouvir a palavra que 0 vos ‘80 Rei vos manda dizer pelo seu ministro Mas, pensai bem! Mereceis éste favor ? Quantas existem, methores do que vés, que nio Yeceberara em toda a sua vida 0 que vés recebes- tes num s6 dia | Importa conhecerdes a graca do favor que vos fot feito e dizer: “Gracas mil, Jesiis, por me teres escollrido para ser uma florzinha do teu eo- raed. De Ti tudo recebi. Quero ser humilde e pe- quena, sem nenhuma pretensio, e assim perma- never nas méos de Maria, Longe de mim a sus- ceptibilidede, porque esta provém do amor pré- prio. Almas hé que nfo suportam o minimo gol- pe, a minima contrariedade. O mals insignifican- te contratempo as acabrunha, ‘Nao sejais deste mimero. Amanha, quem sabe! no tereis satisfeitos 05 vossos desejos, nao tereis mesmo, talvez, aquilo que mereceis. Pois bem: aprendei, desde j4, a su- portar, as privagdes, as injusticas, A alma “pe- quenina” permanece calma em face da injustica. Suponhamos que, depois de dez anos, uma de vés, depois de ter sido boa, virtuosa, seja re- compensada com o desdém, 0 esquecimento, a in- gratidéo. Que deveria fazer? Permanecer calma, Pensar nos préprios pecados. Para o minimo dé ae ow les, para um 36, néo importa qual, mereceis um castigo ber maior, pois com aguele pecado ultra- Jastes a santidade de Deus, golpeastes a sua face divina... Ble, todavia, vos ha perdoado e vos es- treitot: no sew coracéo, em cada comunho que f+ zestes depois de o terdes ofendido. Preparai-vos, portanto, para aceitar as con- tradicdes © até asperas injusticas, certas de que 0 futuro nem sempre vos prepara satisfagies, Pars ada flor poderels encontrar muitos espinhos. Pensal bem, sofrer com calma, ¢ espiar as culpas. Aceital as humilhacdes, como um “traje- zinho” feito de propésito para o vosso corpo, e quando fordes objeto de um elogio ou de um fa- yor, dizei a vs mesmas: “ um dom gratuito de Deus, que nao merect” Sade puras ‘Maria céra, porque & pura ¢ virgem, “Tur- bata est”, Recela a perda do seu mais belo omato, Filhas de Virgem Maria, escondei-vos de- balxo do seu candido manto, Jesiis, Jesiis, conservai estas almas peque- ninas ¢ alvas como fiécos de neve; defendei-thes @ virtude angélica; que elas se mantenham bran- cas... brancas como héstias. .. On! como me lembro, neste instante, da agonia edificante de uma menina, que no dia da sia primeira Comunhio, escrevéra esta prece: = So “Meu bom Jess, consagro-Te a minha pu-, “Teza pelas mios de Maria, minha e Tua Mie, e Te. Prometo no mais calr em pecado grave, nao dele xarei uma sé Comunhéo por minha culpa. Ofere- " go-Te 0 merecimento dos meus estudos ¢ dos meus ‘sacrifietos pela conversio do meu papai.” ‘Hla mesma mostrou-me éste bilhete, pou- €as horus antes de sua morte, no seu livro de Mis- “Sa, € como eu Ihe perguntasse: Nao tens médo de “morrer? tespundeu-me: Oh! nao, Mantive a pa- Javea, conservei pura a minh’éima; sou feliz em ir l6go para o Céu. Aquela menina morreu como um Anjo, se fam Anjo pudesse morrer. .. De todo o meu coraedo desejo para cada uma de vos, esta paz, qsta felicidade, quando for "chegada a vossi hora. £ doce morrer, quando se cnsta e pura! Que a Maria Santissima vos tenha sob o Seu mantc virginal. Que Ela vos conserve o pudér, esta flér delicada que tem a timidez como sua guarda. ‘Mas... quantos perigos encontra esta bela virtude ! ‘Séde prudentes, nobres nas vossas conver- Sages: nunca um pequeno deslize, nunca uma pa- Javra que possa, siquer, embaclar a ilibada pureza de vossa veste. Tende grande delicadeza, séde aus- feras convosco..proprias; sabei dominar-vos; re- 4 i suse -13— freat vossas palavras ¢ vossos olhares; séde, reser- vadas, modestas na vossa conduta, no Vosso porte, no vosso vestuério, A pureza 6 a suprema beleza que permite vér na alma um reliedrio santo, em que repousa o divino filho da Virgem, que ama as vestes dos lirios.. Séde filhas do Coragao Ima- culado de Maria, Abandonai-ves & voniade do Senhor A conformidade com a Vontade 6, de algum modo, um reflexo da pureza. Apraz-me, hoje, dar-vos um conselho que, sobretudo para o futuro, vos seré muito util: A verdadeira sabedoria da alma cristd consiste em abendonar-se totalmente & vontade de Deus. Por- que? Porque Jestis ¢ a sabedoria infinita. Confiemos a Jesiis 0 govérno da nossa bar- guinha. Tantos perigos vos esperam!... Entretan- to, por que temé-los, sc Jesis caté convosco ¢ ten- ~ des Maria como vossa intercessora? Qual seré 0 vosso futuro? Est confiado a. Jesis; nada devels receiar. Dizel com a mais sin: cera conviegio: “Eu sou treva, 6 Jesis. Ta é que é a tuz, 0 s6l da minha vida. Confio na Tua luz hhoje, amanihé e sempre. Tu verés tudo por mim. € com os teus olhos é que eu quero enxergar 0 meu caminho... Fiat... Fiat... tao _Deixai-vos conduzir pela Providéncia, pelos _ cada instante abri-the os bracos do vosso amor. ‘bragos, pelos olhos de Jestis. Fazer como Jestis. que caminhava, ora guiado pela mio da Virgem, ora apoiado em seus bragos, ou com a ca. beea reclinada sobre 0 seu coracao. __-Escutae como Ble fala a cada uma de vos: _-— Deixa-me fazer de ti o que quero. Eu sou ti Pai, Mae, Irmao, Amigo. Tem confiancal © ests convencitia de que tenho mais luzes do Beant Bond dp Lira, n sonata ort coragao ? Um dia, dizia Jestis a esta alma privilegia- da, “Nao quero que tu leias. Olha-me! Eu sou 0 ‘tet livro” ! S Fazei que, em cada pagina da vossa vida e de vossoss estudos, possais achar sempre a Jesis. Para isto, basta que 4 vossa 6 iiumine © " yosso amor. z Pensais que Nossa Senhora via com os olhos viel Queres' ver-me no mundo? Estarel néle fF do corpo a gldria do seu pequeno Rel? Nao. Con-_ tudo Ela o sabia pela f6. ‘Tende, tambem vos, de fé! “ATi, somente a Ti, a directo da minha vida. __ Sé a direco da minha vida, o meu sél de luz de amér. © primeiro resultado do fiat de Maria, foi | Jesiis permanecer nEla e cam Ela. © vosso fiat atrairé Jestis a vos, Aprendei_ de Marla a viver com Jestis, da - Vontade de Jestis no exercicio de vossa vida quoti- ‘diana. Podeis viver nEle, com Ble, ¢ por Fle na vk | da de estudo, de recreio, de orago a que 0 vosso vos, as pequenas Rainhas do Coragao de Jest. ‘estado vos obriga. : ‘Ele ser sempre o primeiro a ir 80 vosso en- ontro. Recordai-vos daquela imagem, onde se vé ge ‘Maria estendendo os bragos a Jess, que se incli- na para Ela. ; Poder acontecer a mesma cousa convoseo; http://alexandriacatolica blogspot.com = pase Lembrai-vos que, para serdes intimas de Je- ‘sits, precisais revestir-vos de humildade, za, € conformidade com a Vontade Divina. Dissera-o Ble mesmo, “Minha Mae e meus irmdos sdo aqueles que fazem a vontade do Pai que me enviou. A minha Tei e 0 niew Evangelho séo a minha vontade.” : Pedi ao Coracdo Imaclado de Maria, que vos conzeda tais virtudes para serdes, tambem — e hitp:/falexandriacatolica blogspot.com CONFERENCIA ‘Na escola de Maria devels aprender: a orar, a conversar ‘com Jestis, a sofrer por Jesis | __ 08 frutos déste triduo dependem de Jesis, € certo, mas, tambem muito dependerio de vos. ‘As horas déstes dias abencoados so horas de gra-~ cas extraordiarias nas quais o Mestre passa por entre vor, mais rico e mais generoso que nunca. # necessério, porém, saber recolher estas gracas; ® saber abrir a alma para que o orvalho do céu nela. efid de modo benfazejo e eficiente. Est retire podera ser salutar para toda @ nossa vida, Jesir quer tomar posse da vossa alma, en= trando pela porta divina, por intermédio do Cora- io de Maria: Porta Ccrli... Se Ble pudesse fa- Jar-voi em meu logar na noite desta festa; se 0 Ta- ernzculo ge abrisse para deixar sair a sua vor, de quem yos falaria nestes dias sendo de sua Mie Santissima ? ‘His que a isto me proponho em seu logar. B, assim, aprenderemos, anter de tudo, a reear, na escola ce Maria. pig Vejamos se verdadetramente sabemos Te yeaar: B uma ciénela de que ndo podels prescin= dir nunca, hoje, como meninas; amanhé, como: jovens e senhoras. Pedi entéio 4 Virgem Santissima que vos 6 comhecimento dela, Que dizia N. Senhora a Je- tis, pesto da mangedoura, trémula de emocdo? “Jesiss, eu Te amo.” Eis tudo. Dizel isto com amor, como fazia a Virgem Santa, pela manha, 4 noite... antes e depois da comunhio. .. dizel duds vezes, cinquenta vezes, € isto repctido; hoje, amanha, sempre ! Precisard Jesus destas vossas expresses dé ternura? Nao, certamente. ‘Almas existemy que se queixari comtinua- mente da propria aridez. Sentem-se frias, " - siveis, como a pedra. Recomendar-lnes-el @imes- ma couse. Que dizia Maria Madatena aos pés do Mes~ tre? Sempre, sempre: “O’ Jestis, eu Te amo ¢ amar-Te-ei sempre.” ‘Os santos néo conheclam outra prece: A prece do amor. ‘© Santo Cura d’Ars relatava, com prazer, historia de um camponés simplério que passava Giariamente longas horas deante do Taberndeulo. “Que tanto dizes a Jesis ?” pergunta-Ihe o santo. “Eu O olho e fle me olha”, foi a resposta, a - —t8— O meu grande desejo é ser, entre vos, 0 Apéstolo do Coragao de Jestis. Para isso, quero ensinar-vos a amd-lo, e nada mais sendo amé-lo. Deste modo vos declgro: a mats bela oracdo, aque- ta de que vos devereis servir em tédas circunstan- cias da vossa vida, na alegria como na dér, deveré ‘Ser @ da entrega total da vossa alma a Deus. Ei-la. Jess, eu Te amo, porque és Jesus; e do mesmo modo Te amariv, se nio me désses 0 Céu como re- corcrensa. Conversar com Josiis Certa noite, apresentou-se em Belém um Anjo que disse 2 S80 José: “Levanta-te; toma Maria e 0 Menino e par- te com éles daqui.” Obedientes & voz do mensageiro celeste, eis @ Rainha a caminho do exilio através do deserto com @ seu Jestis nos bragos, guiada pelo castissie mo esposo. Vai viver entre 0s pagdios onde teré de de- fender e proteger o tesouro do mundo, 0 Seu te souro, que é tambem 0 vosso tesouro. Tambem vos, carissimas Aspirantes, passa- rels téda a vossa vida neste ambiente de paz, de perfume celeste, e de amér? Parece-me, neste momento, vér a Jestis que 9 fundo do sen Tabernaculo vos acompanha com © olhar a pergimtar se estas florinhas, que sio os ‘Yossos corayées, no murcharéo um dia ao das paixses ? 2 Pequéna é, entre vés, a percentagem da-_ quelas que esto predestinadas a vida religiosa. As outras todas deverao ao sair daqui vol tar ac Egito, isto é a éste mundo de trevas que pronete o prazere nfo dé seniio espinhos, sem flores, ou quando muito, flores artificiais. ‘As mies cristds bem 0 sabem como o mun- do engana 4 juventude, como esconde o érro, € quanto de infelicidades ocultam os seus prazeres | Bis © Egito, o Egito do mundo!... 0" pequenas rainhas do Coracio de Jesiis, ‘conserva! culdadosamente 0 vosso tesouro ! Conservai 0 Jesiis que vos deram com 0 en- sino do eatecismo, com a Santa ComunhSo. Le- vai para as vossas casas o seu Espirito, 0 seu co- Tago. Conservai-O no cailice do lirio de vossa alma e que le sejn a luz dos vossos olhates, a alegria dos vossos coragées, a forca das vossas fraquezas. Testis... Segurai-O. Tereis necessidade dfile para nio nauftagardes neste Bgito, que é 0 mundo. ‘Nac vos quero amedrontar, mas, se verda- Gelramente quereis ficar fiéis, tende confianca. ‘Numa familia, apenas crista, conheci uma jovem a quem Nosso Senhor concedeu a graga de assistir, certa feita, a uma pratica sobre a Intro- 4 a0 nizagdo. Depois de uma comunhéo fervorosa, dis- ‘se a Jesus: ‘Sou tua para sempre, 6 Jestis. Besde entéo, vive como santa num ambiente quasi pagao. Conhego uma outra pesséa que, vivendo prinelpescamente na cérte, debaixo das suas ves- "tes elegantes, trax um cilicio, e, durante a noite, "faz, horas de preces e de reparacio. Desce do au- “tomovel da Rainha para ir comungar, pequena apéstola que ¢ do Coraedo de Jess naquela Cor- _ te faustosa. Deixa os Reis e as Rainhas e vai ter com os pobres, os humildes, os mendigos, para consolé-los. Esta alma vive no Bgito do mundo, ‘como Maria com Jestis. Com fie, poderemos ser santas onde quer que estejamos. Sem Jesus, porém, n&o haverd felicidade em parte alguina, E Viver para Jesis : Qual teria sido a vida de Maria em Naza- x6? Julgais, por acaso, que tenha sido uma vida de doguras, ouvindo continuamente as harmonias | eelestes dos anjos que acompanhavam os brincos dy seu pequeno Rei? Nada. Longe disto. Maria - viveu de fé, ‘Como védes com os olhos da alma, Jestis, “ha Héstia santa do Tabernéculo, assim, Maria, ‘Marja viveu, & sombra da f6, a vida © monétona que cansa com o repetit-se dos m mios deveres a cumprir cada dia. Viveu do m modo que vivels aqui, ou que vivereis mais em outro estado. Quereis ser! felizes ? Tomai Maria para dispostas a levardes uma vida simples, por Je e sob o olhar de Jestis. Certa vez, perguntel a algumas meninas ‘meu catecismo, a quem me esforcava para ‘a viver de amor, Por que fazes comunhéo ? Ta salvar a minh’alma (disse uma). “Para con- verter o papal” (disse outra). Muito bem! 4 tn é muito nobre, mas nao é 0 mais perfelto, e ‘mo a da primeira néo o era. E tu? desta vez perguntei 4 menor dela — Fao a minha Comunhao para dar prazer ao Menino Jests, para fazé-lo sorrir. Muito bem. compreendera melhor que as outras a razio da nossa comunhéo. oie oe ae rezar, trabalhar, estudar, rir, sofrer, tudo seja fei- uid tn a Isto € que 6 viver de amor. Se daqui a dez, vinte, trinta anos eu vos pudesse dirigir a _pergunta, deveis estar prontas para res des convictas: —22— Para melhor amar a Jesis ¢ viver por file. Sera por Ti Jestis que havemos de viver e snorrer ! Sofrer por Jesis A vida 6 um caminho de dores que nos con- duz. aos pés da Cruz, Convém compenetrar-vos desta verdade pa- Ta que vos conserveis sempre boas como hoje. Campeia no mundo uma corrente péssima. de adeptos do luxo ¢ da cobardia. Querem a piedade, mas uma piedade isen- ta de sacrificios. Procura-se mais a propria satis- fagio do que a Gloria de Deus e hé os que se dizem eristdos, mas de modo algum, aceitariam confor- mados um espinho, uma géta de amargura. Querem subir ao Céu sem cansar-se, sem ferir 0s pés nos escolhos da jornada. Filhas, se a cruz vos for enviada, sabei di- zer a Jesus: Sim, Jestis, aceito-a, porque Vos amo. Aprendei a sofrer amando, e a amar sofrendo, Tereis grandes e pequenas contrariedades; 95 vossos esturlos, as vossas provas, poderio vos causar desilusdes. Sao as grandes ou pequenas eruzes que Jesus vos apresenta, tio smente por- que vos ama. Aceitai-a corajosamente. # a porgao ‘amarga, o remédio aos vossos pecados, o calice que Ele oferece aos seus amigos, + —23— Amaia Jests, carissimas Aspirantes, eu vo Jo rogo. Aprendei com Maria a seguilO na Via Dolorosa. A doenca poderé um dia surpreender-vos. Aceitai-a. Serd a hora de provar 0 vosso amor, Amal-O, embora para isto tivesseis que vos cansar em servi-LO. Quantas meninas existem, porém, que 56 procuram a pripria comodidade em tudo ¢ s6 os @iyertimentos Ihe interessam na vida! Rir, dansar, cantar, eis tudo para elas! V vem como pagis, ocupando-se.tdo sémente, de fii: ‘volidades. ‘Nao procuram senéo 0 prazer, a comodida- ee, quetxam-se de tudo; do frio, como do calor, sho tmaleriadas, sentimentais ¢ sonham um pedestal de arminho. Que esperar de tais adolescentes ?.... ‘Algumas terfo, talvez, a yeleidade de se fa- zerem religiosas. Ah, se o fizessem sem o amor & rus, certamente seriam infelizes !... Si casarem nio poderdio ser felizes nem fardo a felicidade do jar. Quem esté acostumada 4 mactez do veludo, como poderé suportar a cruz? Nela nao encon- tard terreno a coragem, a dedicacéo, a energia... Quantas voltam nervosas ¢ agitadas, 4s 3 ou as 4 da manhi, apds uma nolte de divertimen- ee per ty que vos ensine a ciéncia dos santos, que é a d _ tos, desiludidas da propria vaidade, com o coracio. ‘transbordar de amargura. O Crucificado fale~ -Ibes, mas so bonecas levianas e ei-las, a pouco e ‘pouco, a desprezar as maximas da 16 e a degra- 'dar-se cada vez mais até uma baixeza aviltante, , niio vos deixeis iludir. Sabel re- _nunelar a vés mesmas e as exigencias do vosso eu; “nfio vos deixels cair na réde dos prazeres. Nao dl- "go que devais fazer da vossa vida ums quaresma, | thas 0 que ndo devels tambem, é fazer deta um "carnaval. 4 Yio penseis 36 nos divertimentos. ‘HA no mundo tantas amargures, contrarie- " dades, espinhos, sofrimentos de familias, angus- tas |... = Por dever de apostolado, viajo muito ¢, se _ Me perguntardes o que tenho visto nos varios am- Dientes por mim visitados, dir-vos-ei: Vi chorar, __visofrer. Vi que muitas vezes os invernos siio mais. _ Tongos que s8 primareras, Nos fomos ereados pa- “faa eterna primavera do Céu. Todavia 0 Céu 6 ‘para depois desta vida e no nos devemos iludir | querendo té-1o aqui, na terra e, depois repeti-lo na - eternidade. : A Terra nfo ¢ 0 Céu; infeliz daquela que faz dos seus dias um festim cotidiano ! 6s, minhas filhinhas queridas, pedi a Ma- "na sua desdita na terra, era encorajada por oa € pelos Anjos. ‘A agonia viré como também a morte, Pre: | Paral-vos para éste passo néo com canticos, mas _ com atos positives, com sacrificios. Desde jé pro curai embelezar as vossas almas com 0 amor e @ pritica das virtudes cristas, Importa que sejais gemas de valor inesti- “mavel na corda do Mestre. Desejaria que compreendesseis esta grande verdade: O Evangelho é tudo. Eu vo-lo dou como ‘um pio consagrado, como vos deu Jesiis esta ma- nA para que vos torneis dignas do grande Rel « @a Rainha Imaculada. Apenas vos falo, mas régo ao Coracéo Maria que derrame nas minhas palavras as suas proprias harmonias, a sua propria graga, e conserve assim 0s vossos coracdes. http://alexandriacatolica.blogspot.com http://alexandriacatolica. blogspot.com CONFERENCIA Se Jesds vos ama tanto qual nido deverd ser o vosso amor Para com Ble ? Quais devem ser as qualidades este? Amor intense, gencroso, de sacrificio, amor de apostolade, Espero que a prética desta manhé tenha Produzido em vossas almas uma impresséio salu- tar. Aprendestes a grande li¢flo que se resume nestas palavras: um Deus me amou... e com que ainor !. 8. Paulo tentou defini-o: “Com um amor de Joucura”. Amor reclama amor, Um coracéo pede outro coracio, Em cada aparicao de Jess, 4s"elmas, suas dileias, afirma num lamento: “Bstou triste, porque nao sou amado”... “Os proprios cristéos que se dizem meus amigos ndo me querem dar o seu coracéo”. As creaturas d&o generosamente. Mas quando Jestis nite test —27— ‘hos éstende as mnfios, respondemos sempre: Espe- ta Senhor, para Ti ficaréo os restos, as migalhas. Ouvi falar de uma moca que, durante a guerra, para se sproximar daquéle a quem amava, xehou no amor a coragem de viver diériamente perto do “front”, numa miserdvel barraca, expom fa as bombas, nas proximidades do inimigo, - a0 isco de mil perigos e sofrendo toda sorte de juro- Yacao, ndo por poucas esmanas ou poucos zhoses, sendo por $ longos anos e meio. Morto 0 nolvo, um dos seus amigos que tes- temunhéra a coragem herdica desta moca, disse the: “Dariels uma boa religiosa”. “O’ nol Manter © silencio por horas seguidas, no tenho coragem. de fazé-lo”. Pela afeledo de uma creatura sobrira coragem para tanto sacrificic, mas, para Jectis nada! © Deus de amor € 0 witimo convidado ap Lanquete do amor ! ‘Mas, entre vés, quero crer que seja bem di- Verso: Ofereeeis 20 Divino Mendicante a esmota mais generosa e fle voltou sempre aos seus amb 80s dedicados. fle voltardé aqui, em vossas casas, ende estiverdes, para pedir-vos 0 coragio, porque sabe que aqui the seré dado o primetro logar... Veni Domine Jesu... Quais devem ser as qualidades do nosso amor? ie Quais devem ser as qualidades do nosso amor Antes de tudo amor intetro. Falo para almas belas que certamente nao quererao se contentar com um amor frio, egoisti- eo, podendo amar generosamente, santamente, Pols bem: Eu me alegro convosco e vos ofereco 0 ‘mev auxilio para subirmos juntos, até onde vos seja possivel descortinar os mais vastos horizon- _ tee Nao sejamos mediocres no amor. ._Ditsme-eis: Tememos Nosso Senhor. Quan- do se lhe da o dedo minimo, Ble toma toda a mao. Se esta val, Ble toma o braco. Se nfo recusamos, ‘vemos de nos entregar a fle por completo. O néo tenhais médo de Jesis!... Deveis temer o mun- do que tem enganado tantas da vossa idade e de ‘das as condigées. Deveis temer a sua mercado- tia de morte, Que vos oferece éle ?... Décura que ‘enyenena os espiritos, 0s coragdes, as almas. “_Pensareis que éle vos oferega mais do que ‘ofereceu ao vosso Rel? Para Jestis, éle teve os Agoives, @ corda de espinhos, a cruz, 0 calvario. Quando o mundo vos oferecer flores, décuras, des- ‘confial, descontia! ! é Escutai a histéria de uma menina que ha- via uns sete anos ouvia a voz de Jesiis: “Quero-Te para mim, toda para mim, ex- ‘clusivamente para mim’’ Nos mais tenros anos conhecet o sofrimen- to; no colégio encontrou espinhos. Acs 15 e 18 anos tudo parecia conspirar contra ela. A austera _ escola da cruz continua. Desastres financeiros na familfa, lutos, doencas, ete. Quis entrar na vida religiosa. Opuzeram-se_ € a jovem foi obrigada a fiear em casa, Fez-se es craVa da familia, enquanto irmfos e irmas tinham Uberdade de casar-se, de viajar, de seguir a pré- pria vocacéo. Um se fez engenheiro, outro advo gado. Ela, porém, quando poderia se tomar re igiosa ? Passaram-se anos. Fiel.até o fim, tudo su- porta dizendo “Sim” a Nosso Senhor, como disse- Tu 208 9 anos, aos 12, aos 15. Afinal, aos 25 anos fécha-se como um rou- xinol na gaiola de ouro da vida religiosa, onde can- ta a sua felicidade ¢ a misericordia do Coracao de Jess. Eis 0 que ¢ 0 fervor. Nao se comprazer com. as doguras do Paraizo, mas ter um carditer decisi-_ vo, tenaz para amar a Jestis, para saber superar a montanhas dos obstdculos para seguilO ¢ th car-Lhe fiel, hoje, amanhd, sempre ! ‘Amor de generosidade Gostais de visitar os pobres, de dar-ines di- nheiro, alimento, e quanta cousa mais!... Este sentimento € otimo e muitissimo agraddvel a ‘Deus. Lembrai-vos, porém, que Ble é 0 primeiro 4 constatar que se disputam os direitos de Senhor que é tao ciumento déles ! FE’ uma jovem saida do colégio e que estar desejosa de consagrarse ao seu Jestis. familia: — Isto nunca, absolutamente a ‘Se quiser casar ¢ outra cousa, mas ser religiosa iio, no © nfo! Se ela 6 boa, inteligente, bonita, que lou: cura falar em convento! Se fosse deficiente, zinza, feia, desforme, bem, seria religiosa. Mas, com tao belas qualidades!... Nunca! 3 Bata 6 a vor dos mundanos © nolvo venha yuando quiser, mas Jess, nao. Ble é 0 pobre, o crucifieado, 9 mendigo... Procure em outros lo- ares, bata em outras portas, 4 Caso exista entre vés uma s6, uma somen-— a ouvir a vor de Jesis, eu me ditijo a ela para lizer: Séde fiel! Deixai tudo, abandonai tudo. ep ae vacio”. Ela équeceu uma medalha e imprimiu-a sobre a prépria carne, “Quero a tua satide", e por 20 anos, pregatia sobre o lelto, suporta a doen- - s+ Vem a morte. Acabou-se, diz-Ihe Jess. Tu nada me ne- gaste. Ainda uma agonia de alguns instantes, ain- da uma ultima héstia... Bela voa para 9 CB ‘para cantar o amor de Jess. . : Outre jovem me disia alguns meres atras: “Tenho tido provas, cruzes mas, hd dez anos, dei @.mou coracho a Jestis e, desde ento, nada the te- oho negado. Estas almas so raras... 0 amor é 0 “Grédo destas generosidades extraordinérias © a _ generosidade ¢ a dominadora do amor. Esta voz foi por mim ouvida aos sete anos , desde entdo, decidi-me a ser sacerdote. __‘Deixei a minha familia. Era ainda mogo chotei abragado @ minha me que tanto amava. Instante delicado ¢ decisive é aquele em Ela cumpriu o seu sacrifieio e no se arrependeu. qiie Jesis comeca a bater 4 porta de um coragao, Nao séfhente é uma graca, mas tambem Ble oferece o seu coracio, ofer uma gloria para uma familia dar almas 20 bom mente, 4 cima um diadema de gléria, eus!... E quando se resiste ao chamado divi- ‘no, nao se 6 feliz, 34 =s2— Prova disto € 0 fato muito meu conhecido de uma jovem chamada 4 vida religiosa, Pede le cenga aos pais para atender & voz do seu Amado. Os pais recusam-na terminantemente. Quando ‘morrermos voc’ poderd ingressar no convento, en- quanto vivermos, absolutamente, nao. Ela insisie intitilmente. Todavia a jovem mantem-se firme, até o dia em que, solicitada de Rovo, aos 35 anos, cede ¢ o matrimonio se fez. Chego iquela cidade dois anos depois e a “eneontro gravemente doente. Vou administrar- _ the a Extrema-Uncao. Ougo-a_ em confidéncia: “Tive a fraqueza de renunciar 4 vida religiosa, e fui por isto infeliz, Meu marido é de uma bonda- de extrema, mas néo me fez feliz, ao contrario, sin- to-ue profundamente infeliz.” =a Emm seguida aos funerais, 0 marido abre- me 0 coragio: Ela era béa, de nada posso me quel- xar, mas nfio me deu a felicidade que esperava, As nossas almas ndo se uniram numa s6 alma, Vivemvos sem nos compreender e sem dar um a0_ outro a felicidade que desejavamos, © segrédo eu o sabia, mas no podia re velar. O' carissimas filhinhas, Toate: Sete: fee séde generosas !... = ‘Wao se nega impunemente a Deus!... Sa- cerdote do Corucéo de Jestis, eu defendo os seus _ ‘0’ Jesiis! Tens 0 direito de escolher as —33— : tas espOsas, # teuo direito de escolher as me- Thores... Poueas sio chamadas, muito poucas: “Jess, dou-Te tudo e para sempre, porque ‘Te amo!” Amor de sacrificto © mundo tem exigéncias incriveis, Para le tudo se sacritica. Que nao se faz para gozar as exigéncias da moda? $6 para Nosso. Senhor nfo se faz sacrificios ! Carissimas filhinhas, aceitai com calma 0 Sofrimento, qualquer que éle seja: doenca, Into, pobreza... Ngo repliquels que isto é privilégio das almas grandes que vés sois pequeninas. Nao, Podeis e deveis dizer 0 vosso: Fiat... Flat... quando 0 sofrimento vos bater @ porta. "Se puderdes, ainda vos alegreis. Bem sci que é dificil cantar 0 préprio amor quando temos © covagao ferido, Mas o mundo nos faz derramar Tégrimas bem mais amargas. Ble é bem mais cruel; € 0 destruidor das almas de Jesiis... Ja lestes “Fabiola”? Vistes a coragem com que as Inezes ¢.0s Pancracios viviam e cantavarm de Amor, na fé, bradai com éles: “Jestis, meu Deus, mett tnico Bem, contigo serei capaz de “tudo.” Masipara possuir este amor viril 6 necessa- ric a Eucaristia, © 14 que se acha Jesis oculto no = a Bis 0 Padre embaragado deante daquele an _ jinho de 4 anos apenas. E para sair da dificulda- de, pergunta-Ihe: Quantos anos tens? “Nao sei”. : “Mostra-me os teus dentinhos” ? Ela mostra duas ” pequenas fileiras de dentinhos de leite. E animado- p diz o Padre: “Tu ainda tens os dentes de leite, és ainda muito pequena! A menina cala-se um a ‘mento, Depois pergunta: “E quando ndo tiver mais éstes dentes me promete dar Jesis 2” “Sim, tO prometo”. “Z m’O dards todos os dias?” “Sim”. A menina sai e alguns momentos depois volta es, que faziam a preparacdo remota, 2 mas... em que estado, meu Deus! Tremendo, “Wa pequena prisdo do Tabernéculo, disia 0 com a carinha molhada de lagrimas e a boca chela ‘Missiondrio, no Cibério de ouro, na Héstia branca, e sangue... Armada com uma pedra tinha feito esta Jestis, Ble, ai, vos espera com impaciencia pular todos os seus dentes de leite. “Chorei, diz 0 4 “para se unir aos vossos coracées. file ama muito, _ Missionério, tomei-a nos meus bragos, disse-Jhe inuito aos pequeninos como vos”. " aigumas palvaras de consolagio e prometi darthe Bis Gis uve us See Ge Josie no outro dia cédo porgue j8 nfo era posh pols do catecismo fol falar com 0 Sacerdote: Sabe, Bee ee see odes. 0 on a Padre, Jess deve amar-me muito, porque sou a ae ee saink. minke . ‘menor do grupo, e depois porque eu desejo muito » “receb@-10 na Héstia Santa. Nio é bom delxé-10 es- No dia seguinte, com a cabecinha pensada Bache DEH O 10q0- se apresenta feliz e, através dquela boquinha feri- ap Ga de amor, Jestis velo depér o favo de mel, 8 mel © Padre udmirado respondeu: “# verdad Bay exe corsctal =o ney ‘Jess deseja muito ser recebido pequeninos, ae © mintias diletas filhinhas, esta chinezinna oe cake sua ‘de 4 anos me Giz quéio pouco tenho amado a Nos- eae er pearonn melt ee "so Senhor. Nunca pratiquel semelhante ato de : heroism! , para vos dat a sua forca,quando bebeis 0 sangue preciosissimo. Nunca percais uma Co unhao pot vossa culpa e déste modo Jesiis terd tantos apéstolos, e, se Ihe aprouver, outras as martires | Em Biarrits, alguns anos atraz ouvi da bo de um Missichério o seguinte episédio: Prepa- eo j oe Esta historia vos mostra quanto amor en- pra 0 coragao daquéles que nunca receberam a intinidade de gracas, que vos tendes recebido des- de 0 berco. Comparai-vos com esta menina paga que tio generosamente dé a Jestis todo amor que Ble The pede. 9 amor reciama o Apostolado Quando se ama, impossivel ¢ doixar de fa- Jar no amor. Séde semeadoras de amor. Conside- vai a honra insigne de serdes chamadas 20 desem- enho de tao sublime misao. “Tenho séde, séde de almas”, vos diz Ble, Que éco encontraré esta suplica em vosso woragao ? Buponde que com os yossos saeriticios, com AS Vossas oragoes, as ‘yossas palavras, ganhastes uma alma, uma familis, ja serla muito, Nada, po- rem representa em comparacio ao valor que Je- sis atribue 4s vossas obras. . Vistes as flores, os frutos que semeastes na sua vinha. Existe ainda um bem que cumpristss Sem saber e que vereis um dia no Céu. Eu nio creio, vo-lo contesso, no amor quéles que dizem: “Eu nfo sei faz6-10 amar” | Quando se tem verdadetro amor a Nosso Senhor, encontra-se sempre o caminho que vai as at ‘alma pera levar-lhes 0 Amer. Que Jestis vos fale Bste modo: “Séde apéstolas do meu coracdo; nao temais o sofrimento. Existem almas que iréo amar-me por vosso) intermedio, Nao penseis em vossos pecados. Dei al-os que serao queimados e consumidos no fogo do ment amor. Conquistastes almas para Jestis e Ble mes mo ser a vossa recompensa. Pela moeda de ouro da vossa generosidade Ble vos prepara a riqueza da Gloria celestial. Que Ele encontre em vés almas corajosas, nfio digo do heroismo daquela chinezinha, — so exemplos que se admira sem imitar — mas, ea pazes de arrancar do coracio tudo aquilo que lé permanecendo poderia contristar a Jess, Que os, Yossos nomes fiquem de tal modo gravados no Co: ragio de Jesis, que déle ninguem posse jamais ‘eancelé-los. ° http://alexandriacatolica blogspot.com — 30 — Crédes vés que fosse Longuinhos 0 prim ro a terir o peito de Jess com a lanca? Nao. Bs ta dilacerou-o para que pudessemos ver como ‘se amor por és. ¢ por mim fizeralhe uma da que nao cicatrizaré jamais. : Ele mesmo, como 0 pelicano, feriu 0 peito divino, Consideremos pelo Evangelho a Vida de Jc e, depois, a nossa vida. Em Belém, Jestis Infante, treme, tem £ tem fome, chore. Porque? Porque Ble fot ferid pela lanca do Amor. Ficai certas, desde entio, ‘vos amava. Infalivelmente certas. E enquan 0s anjos cantavam 0 Gi6ria, Ble vos chamava vvossos nomes estavam escritos no seu amoréy Coraco. Antes que os pastores tivessem ido ‘rélO, le vos chama para dizer a cada um de “Tu me pertences”. Neste momento fle esté a Gizer-vos: “Espero-te desde para encontrar ‘um eéu em teu coragio”. 3 Nem y6s nem eu existiamos ainda ¢ Ble via todas as nossas virtudes, tédas as nossas ‘rias, as flores de pureza e de amor com que -presenteastes esta manhé. : ttp://alexandriacatolica, blogspot.com CONFERENCIA fis aquéle Jexdis que tanto amou aos homens —*Ci oy mens ~ "Cornet ferido de amor para cada uma das vossas alms" Vejamos as provas: 1° JNa vida de Nosso Senhor = (0 presépio, Nazaré ¢ vida piblice, a Eucaristia, & Paixto}; 2° Em nossa vida, < Suplico 4 Rainh: = 2 & Raine des Déres que fecunde a -Mmostrando-Ihe as suas feridas: “Eis o Coragio que tanto amou os homens”. E’ o resumo do Pee ‘tho da vida de Nosso Senhor: Belém, Nazaré, Ce. naculo, o Calvério. Estas palavras tudo explicam _ Ola, minha fitha, vos diz éle tambem, hoje: “Eu te estendo os meus bragos. Otha éste coracdo fe- Fido de amor pelos homens... éste Coragio que dou, porque muito te amo”. S : . —40 _ ma divina é de uma esplendida e incomparavel beleza. & admirado, sem duivida, mas s6 como fle tho Ge Maria... Mistério ! Ble varre, trabalha, culda das obrigacées _ mais humildes. Ble que é 0 Onipotente. Tambem, ai 0 seu coragdo divino pulsa por vés e diz ao Pai | Celeste: “Bu as amo tanto, tanto! Ha manchas "Sobre as azas destas pequenas aves, manchas so- bre estes lirios, perdéa-thes, cancela, purifica-as, Porque eu as amo”. Por 30 anos esté escondido. ‘Chorou, de certo, algumas vezes, e naquelas légri- ‘mas derramadas, havia um pensamento para ca- da uma de v6s. 3 F A’ noite, terminado o trabalho, aproxima- varse de Maria. Eu o imagino apoiado ao seio de saa Mae Santisima! Conversavam. De quem fa- lavam ? De vés. “Minba Mae, eu vos confio aque- Jas almas. Culdai delas”. E 0s dois, Jestis e Matia, _ formavam sobre vés os seus planos. Sim, sols ama- das, com um amor eterno, escolhidas, predestina- das. Bis o Mestze, a caminho da Judéia, como um. Gigante de amor, impaciente por conquistar al- ‘mas, com os pés sangrando e 0 Coragéo ainda mals. Os séus belos olhos refletem as chamas do sett amor, os seus labios queimami da mesma cha- ma pelo zélo das almas. Ble procura tédas as al- MAS: 0s pobres, os pecadores, os pequenos, os pus Tos... procura tambem as vossas, as suas peque- _ hninas flores de amor. Ble vos via florecer através oa os séeulos. Convidava os vossos coragées & intis nildade; bendizendo os meninos da Galliéia, a vos bendizia; olhando-os, vos olhava; e sorrindo-thes, — sotria para vos. / Para Ble nfo hé passado nem futuro, mas um eterno presente. Jestis via ento, cada uma de vés, como eu vos vejo esta manha aproximar-vos 4 Sagrada Mesa. Ble 6 eterno e vos via: alma e conciéncia, dizendo-vos: “Eu encontro as niinhas delicias em estar com os homens”. As suas delicias eréis vos, Para que deixel os Anjos? Para que desci ’ 0 deserto do mundo? Quando falava dos litlos do campo, vestidos com mais beleza que Salomao em toda sua magnificéncia, falava de vos, peque- nos flocos de neve, puriticados no seu sangue. “Bem-aventurados os puros de Coracio”; les veréo a Deus, com os olhos da {é, através da ‘Hostia Santa. Veni, noli timere, Benjaminas do met coracdo, vinde no fiqueis 4 distancia, vinde ao nie coracdo como os meninos da Judéia”, Pequenas privilegiadas, € 0 meu coracdo gue vos da este nome, e nao volo dou como dax iam as creaturas. Nao vos deixarel 6rff, no que- ro © Céu sem vos, Saberei fazer por vosso amor uma combinacso de milagres inauditos, inventar maravilhas para defender, proteger e alimentar 0 Pequeno rebanho que amo, e para ficar sempre com éle...” E eis a Bucatistia ! “O Céu, minha filha dileta, sera para ti”, ‘dizia N.S. a uma elma privilegiada. = Z “Por ti repetiria a instituigéo da Eucaris- para gozar das delicias do teu coracao. $6 por ti suporto os abandonos e os sacrificlos a que me sponho no meu mistério de Amor”. ‘Ao Cendculo, instituindo a Eucaristia, Je ‘siis pensava também em vés e vos preparava gra- gas de eleicao. : ___Algumas de vos, quem sabe! sero chama- ‘das a seguir N. S., adotando uma vida de perfel- io mais elevacia, dispostas a subir sempre, sem- ‘pre. sem descanco, com os olhos fitos em Jess. | ‘Cristo, que 6 eminéncia suprema de perfeigio. Es- tas respondam generosamente a0 apélo do Mes tre, permanecendo aos pés do Mestre, e como Ma- ‘escolheu a methor parte”. Nfo, Mestre queri ‘nfo fol ela quem eseolheu, a escola fol inteira- uente Tua. Sem Ti, sem o Teu Coragdo que a. catraiu, sem a Tua graca que a chamou, ela no se ‘chegaria a Ti, ndo Te amaria com tanto ardor. _ Bu sou apéstolo. Por que? Foi porque ew 9 quizesse ? : Ha mais de 90 anos, eu era ainda bem mo- ‘cinho e Jestis Héstia me dizia: “Vem!” Aos sete anos queria ser sacerdote, Por que? Porque fle ___ Os vossos nomes estavam entdo escritos no ‘Seu Coraefo e, para vos, foram a sua dor; of set iltimos olhares, as suas tltimas vontades. Véde © que disse a Maria na angiistia final: “Mae, de fendei-as. Sio minhas fithas diletae” http://alexandriacatolica, blogspot.com © amor. de Jesis ‘Até aqui vimos o amor de Jesis em sua vie da. E em nossa vida, como se tem mantfestado este amor? A histéria do seu amor esté escrita em cada Pagina da vossa vida. Vejamo-la: Por que nao nascestes nas florestas da Afti« ea? Por que recebestes 0 Batismo? Quem vos deu desde 0 berco a adocdo de filhas do Rel, herdeiras da realeza do Céu? Quem vos deu o diteito 4s grandes esperungas,, fs imensas misericiirdias? Jesis, unicamente #e por ‘um dom supremo © gra- tuito. E camo tendes correspondido? _Ofenden- do-O, “ferindo-O, manchando a veste branca do yoss. batismo. Na vossa. Primeira Confissiio, a piedade divina inclinou-se para vés para apagar estas man- ‘chas, renovar a. vossa vida espiritual. Depois velo a hora do Banquete. Recorde- mos. Pequenina, vestida de branco, foi um dos dias mals belos da vossa vida. Jesiis velo colher os litios, as rosas do vos- 60 coracdo. Nossa Senhora, a Rainha do Amor, depds sObre a yossa lingua, pela mio do sacerdote, @ Héstia consagrada Depois vos instrufu melhor na sua divina Ley wyos esclareceu acerca dos vossos deveres, vos =a fea conhecer 0 Corac&o de Jess. Por que tantos privilégios ? Unicamente porque vos ama. Tantas mocinhas existem da vossa idade sondigdo, mas 6s & que fostes a escolhida do re- banho. Por que? Por que frequentastes um colégio religioso, quando tantas outras nao tiveram esta felicidade , a0 contrario, educaram-se em escolas onde no desce nunea um raio de S6l para fecundar as alma: ? 44 pensastes, algumas vezes, em considerar to excelsos dons e em agradecer a Jesus tanta generosidade ? E quando sentir o remorso das vossas cul- as, no seré, talvez, o olhar de Jesiis que, pairan- do sobre vs, vai exercer no vosso olhar, na vossa, alma, @ mesma influénela que exercera outrora em S. Pedro? Tendes chorado algumas vezes sob éste othar divino ? Lembrai-vos! Ble, entiio, nfio vos amaldi- goou, mas vos disse: “Nao temas, Eu te perddo. Segue éste caminho... evita éste perigo... ad- quire esta virtnde”... Isto Ble volo diz por in- termédio dos vossos mestres, do vosso confessor, dos pregadores dos vossos retiros. fistes conselhos So a voz de Jestis, a voz do Seu Amor, 3 ‘ 3 E a recepciio dos Sacramentos ? As visitas” 45 = @ Jesiis, 0s retires. Por que tantas gracas que ou- tras meninas nao receberam ? Porque ? Tendes aproveitado déstes rios de agua vie va? Silstes déles mais fortes? Nao védes que sois como invadidas destas gracas? Deante de vos. atraz de v6s, sobre a vossa cabeca, a graca, sem- pre a graca!... E quem poderia enumerar as gracas intimas, as inspiracdes de que Jesis vos tem favorecido, e que ninguém conhece... Cada uma de v6s conhce bem a prépria historia, as mil maneiras por que Jesis tem manifestado 0 seu amor, B se aerescentarmos a tudo isto o que esta ‘oculto a0 nosso entendimento! A sua graca, co- mo réde de malha estreita, vos guarca, defende, preserva; mas, tambem... vos prova. Embéra, bem jovens ainda, nunca tivestes um sofrimento ? Uma cruz? Golpes de punhal ou dio espinhos? Sao gracas que Jestis vos concede. Ble nao faz sofrer sendo para curar, salvar, embe- letar. E isto faz sem nos perguntar. Um dia, compreenderemos 0 que se ganha Sofrendo e que sis de gléria tornam-se no Géu as almas pelo sofrimento | Salbamos estimar a cruz, recebamola das mos de Jestis como uma caricia. Aproveitemos délas; fiquemos fi¢is a apro- yeitar as ligées do Calvério, prontos a compreen- Ger a necossidade de peniténcia, a Escutemos esta voz: “Segue-me, eu te amo”. Suporta, sofre... como me bendinés mais tar de!... se soubesses!... Conhect um grande per- sonagem, orgulhoso da sua posigéo e fortuna € sem nenivuma conviecao religiosa. Tinha uma fi- Yha predestinada que falava pouco e sabia sofrer muito. Estava firmemente disposta a morrer ou viver no sofrimento, contanto que Jess salvasse @ aima do seu querido papai. ‘Uma noite, jé recolhida, a lampada do seu quarto, virando, incendion as cortinas de sua ca- mia e, em pouco tempo, o fogo estendeu-se a0 col chao e lengéis. Quando a acodem e tiram daque- Jas chamas, pobre menina era uma chage viva. Tinha 19 anos e os médicos a desenganaram. Le- vam-lhe @ Santa Comunhao e, apenas recebida a Hostia Santa, o pai se eproxima, beija-a na testa ecla. “Tu amaris a Jesis, néo, papai?” Fo- tam as suas ultimas palavras, mas produziram fruto. © pai converteu-se, fez aos 65 anos a Pri- meira Comunhéo e, depois, viven como um santo. Encontrava-me, fs vezes, com éle. Era um prazer ouvi-lo falar de Jestis. “Fol minha filha”, dizia, “que me obteve as chamas do amor com as chamas que suportout por ain”, E morreu favorecido pela misericérdia da ternura do Coracao de Jesiis. “agora, mais tarde, na Terra e no Céu. CONFERENCIA file se fox como um de nés. Falou como um de néss eens ties amou como nbs} cofren © ehorou como nisi. © 6 sempre @ mesmo, Pedi a0 Coragdo de Jestis que derrame sb bre vs tédas as gracas que vos reserva. Ide, h Talvez vos desanime o siléncio que se segue vossas splices, mas é um slléncio operante._ less e Maria ouvem e, se a resposta nao vem ime- - diatamente, a encontrarels depois em acontecimen-" tos anais ou menos remotos. file vos responder 20 seu modo. Deixai-O fazer, ile sabe melhor do que vés aqui de que careceis, Hoje vos falarei de Jestis, nosso Irméo, Apresentar-vos-ei um quadro, no qual Ble ¢ a Vir~ _ gem recordardo sorrindo, E ‘Vamos a Belém, Jess ai esté recemnasei- ’ E ; —80— do. Nao fala, nfo anda, precisa dos cuidados de N.S, depende deia em tudo. ‘Tem fome e nfo pode dizer, tem frio e € preciso que 0 aquecam; mais tarde que o ensinem a andar os primeiros passos, Ble que faz girar os mundos! Cairé algumas ve- zes, porque as perninhas sdo trémulas e os pésl- nos pouco fires, Aprenderé a falar e as suas primeiras palavras seréo: “Mame, eu te amo”, O" que alegria para Maria, Esta débil crianca, que halbucia como vés, quando tinhels a mesma idade 0 seu Deus, 0 set. Creador. ‘© pequeno Jestis chega aos 2, 3 anos. Ve de-O em Nazaré. Reza, ¢ qual seré o seu altar? Os joelhos da Virgem Maria. Com as méos postas, reza com cla: “Padre Nosso que estas no Céu. .. no Ten Céu de gldria... que o ‘Teu nome seja san- tifleado pelos nossos coragées e pelo mundo intel- ro, hoje e sempre. Venha o Teu reino de paz e de amor, que a Tua Vontade seja feita” Depois, Jestis dis palavras que fazem palph tar o coracéo de Maria: “Eu te saido, Minh Mée, chela de gracas,.. els que estou contigo. is Mi aha Mie , por isto, és bendita. Reza comigo pelos pobres pecadotes.:. Eu os amo, como tu. Aju- da-mo a salvi-los! Assim seja”. E a oragio aca~ ba com um beljo. Jestis e Maria se abragam. Que dove € belo espetaculo!... Eis 0 nosso irmfosinho como fol © como é._ No se préga suficientemente esta verdade. Imagi- et hamos um Deus Jonginguo, atraz do Sol, majesto= 80 como o Céu. Préga-se um Jeova que faz as montanhas e dai 0 médo que se tem de rogal0, médo de Lhe falar, médo de nos aproximarmos Ele... Todavia Ble € tio bom! A verdade é a que acabo de vos mostrar, & Jesis tornando-se nosso irmfo, absolutamente isto, nosso irmio, Esse € 0 Jestis do Evangelho. ‘Véde-O cansado no péco de Jacob esperan- do a Samaritama. Caminhou sobre arcia ardente debaixo' de um s6l de fégo. Exausto de forgas, sentou-se. Sofre para salvar as almas procuran- do-as: a vos, a mim... fle era Deus; teria podie Go mudar o deserto de areia num jardim de flores perfumadas, mas, néo. Quis sentir o cansaco, a sede, a fome... Por que? Para melhor provar= nos que era nosso irméo. Virgem Imaculada, ajudai-nos a compreen- Ger isto. Ble mesmo no-lo disse. Irmios e irmas ‘teem o mesmo pai ¢ Ble manda-nos dizer: “Padve ‘Nosso". Irmiios ¢ irmas teem a mesma Mae ¢ sob oCalvario le nos dé a sua, dando-a aS. Joo: “Bi td dou. 0 meu tesouro; o meu paraizo, a minha mais bela e querida flor”. Recordal-vos 0 que disse a Sio Tomé, Os apéstolos anunclaramlhe que o Mestre ressurgi- ra. Ele velo aqui “Nido crelo”, disse Tomé. E Jesus, com divina condescendéncia, se apresen- ta: “Vem, toca as minhas chagas, se queres asse- =ss— gurar-te. Mete o teu dédo nas minhas chagas, quando sentires as pulsacdes do meu coragdo, reconhecerds que sou Jestis” ! Se quereis conhecer Jestis como vosso it~ mio, léde o Evangelho. Meditai-o. & 0 livro de ‘ouro, 0 mais belo dos livros. © Coragéo de Jestis fai esta todo inteiro. O° como devericis amar aqué- Ye livro ! Néle verieis como Jesiis deixou o seu man- to de glorias para tomar as nossas vestes de misé- Flas. Tomou sobre Ble, tOdas as nossas misérias, todas, exceto o pecadlo. E niio satisfeito quis cha- mar sObre si as consequéncias do pecado. Fez-se Jeproso por nosso amor! Por nés, mostrou-se fra- €o; um dia foge das maos dos Judeus que o per Seguemn para apedreja-O. Mais tarde sera preso, ‘emarrado como um ladréo surpreendido no seu Gelito. A sua carne estremeceré debaixo dos gol- eS, Para nos afirmar o seu amor. Correspondeis Vos a éste amor ? Esta coberto de oprobrios e de ultrajes. Suporta bofetadas do servo de Caifaz, Je sis podia paraiizar aquela mao sacrilega, mas su- Porta como se ndo tivesse o poder de fazer milé- gres © se contenta em responder docemente: “Se Gisse mal, dizei-me em que errei. ..” Interroga como se néio soubesse: “Que se diz de mim?” Estende a mo como um pobre: “Da-me de beber !" =65— Quantas vezes foi obrigado a mendigar... @ teceber negativas. .. Delxa-se vencer pela Cananéa. Ble que fez tantos milagres para as mies, desta vez, fazendo Violéneia ao seu coragio, quis, antes, prové-la. “Tu nao és dos meus filhos, tu és uma paga; 0 pio dos meus filhos nfio o darei aos céies”, “Mestre, os cachorrinhos podem aproveitar as migathas"... Eis Jestis vencido pela 16 da sua creatura... # nosso irmio, quis ser como um de nés, ter sentimentos semelhantes aos nossos e, como nés, ter preferéncias. Como todas as eriancas, Ble ama a sua Mie; sente forte atracéo para aquéles que sao puros; ama de preferéneia os pobres, os fra- 05, 0s oprimidos ‘Tem ainda alguma predilecéo? Sim. Pelos pequeninos. “Deixal-os vir a Mim, subir sdbre os aneus joelbos, espelharem-se nos meus olhos". As mies nfo Ihe davam descanso. “Mestre, aben- goal o meu filho”, Ble a todos abencoava, acari- ciava. ‘Querem outra predileco de Jesiis ? 8. Joo. E 0 discipulo amado, aquéle que conhecia os segrédos do Mestre. ‘Quando vs Apéstolos queriam saber algu- ma cousa de Jestis, dirigiam-se a S. Joio. E ale thes esclarecia, mas, algumas vezes também, di- see ia: “Tu sei, mas nfo posso dizer”. £ que S. Joao tambem era um lrio de pureza. ‘Madalena caira téo lamentavelmente, To- Gavia Ble a amou, como amou a S. Joao. file a re- conduzira de tao longe... Olhat os dois no Calvé- vio: a preferéncia é¢ para Madalena, para ela o wl timo olhar do Crucificado, para ela o primero olhar do Ressuscitado. le tem as suas predile- GOes como nbs. Olhai ainda a sua compatxio para com os Pobres, os doentes, os enfermos. 0’ como 0 Cora- Gao de Jestis se comovia com o sofrimento! A viu- va de Naim © atrai. Pensals que 0 encontro se deu por acaso? Nao. Ble dissera aos Apéstolos: “Quero ir Por aqui”. E vendo chorar aquela mulher, se lem- bra de Maria e dé o seu filho ressuseitado 4 mae lacrimosa. “Levanta-te, Eu sou a vida”. Assim Ble salvaré talvez um pal, um irmao, uma irma a quem, muito amais e que Ihe recomendais com insistén- efa com as vossas oracGes, 05 vossos sacrificios. © Coracdo de Jestis é sempre o mesmo, bom. € compassivo coracio. Ele € condescendente com os seus amigos. EHO numa festa de nupeias. Deixa-se convidar para a mesma. Com os reis da Terra, outras sto as formalidades, mas Je- sis abdicou & sua Majestade. Vejo-Te, Jestis, acel- —s5— fat\o convite com Maria, Tua Me, V4o ambos parjieipar das slegrias santas daquela familia, Absolutamente em tudo quis ser como um de nbs, Deus, como Deus, néo pode sofrer. Jestis pe- de & Sua Mae que the dé o seu sangue, a sua came para, déste modo, poder soirer, agonisar e mor- ret Dar-se como vitima pelos pecadores. E eiO noise innéo, trméo no solrimento. .. © Coracéo de Jesits é feito com uma sensi- Pilidade e delicadeza incomparaveis. Ble podera Gvier quando, vitima das ingratiddes dos homens, “Ehtou triste, téo triste que morreria desta triste- za, se ndo fosse Deus! . Sentira 0 seu Coragdo apertar-se pela an- Bistia, quando um daqueles do seu Colégio Apos- félico levanta-se contra fle e torna-se seu inimi- gp. Vé-se venctido por um prego vergonhoso. .. como sofreu com esta traicdo! O seu Coragéo ‘perfeito infinitamente sensivel e deticado, sentiu como no poderiamos nunca sentir, Todavia.... — 6 gesto admiravel? Jess ajoelha-se diante do ttraidor, para lavar-the os pés. Nesta posicéo, fala 4 su’alma, procura reconquisté-o, induzi-lo ao ar- Yependimento para perdoé-lo, Judas resiste e o ‘Mestre levanta-se, como preso de uma vertigem, ‘como Corac&o imerso em profunda angiistia Horas depois, no Getsemani, entra Jestis em -agonia, enquahto dormem os seus Apéstolos, Vie vam-nO triste, acabrunhado, vacilante, Viram-nO. falar varias vezes em traledo, e O abandonaram haquela hora terrivel de profundo isolamenta. Dormem e Jesis fica s6, provando toda — _ amargura da desilusio, até o momento em que\se _ chega a éles para dizer-thes: “Levantel-vos, ahora _ € chegada !” E No Calvario acham-se Maria, 8. Jodo ¢ Ma- _ dalena. E Pedro? E os demais apéstolos? Eos discipulos ? Onde os paraliticos que le curou; 0s _ infelizes que consolou, aqueles que comeram dos. ies e peixes que a sua caridade multiplicéra, to- | dos aqueles por quem fez prodigios ? Rsquecersm. nO. E Jesus saboreta, déste modo cruel, toda, a “amargura da ingratidio, e Também és haveis de sentila, um di nto, sabereis o que siio as desilusées da vida! Parque sois béas, nfio pensels que serio bons con- ‘voseo; porque sols leais, afetuosas, nio espereis que, ‘Yos tratem com lealdade e com afeto... Nao es - perels tal, para no vos desiludirdes, minhas que- - Tidas fithas!... Experimentareis a amargura do. ‘abandono, € o abandono dos mais fiéis dos vossos amigos, Onde estarfio aquéles que hoje se apro- eee dez ou vinte anos, poderia, talves, "0 vosso pi dor vos inquerir. Por que éstes sinais de tanta: | lagrimas? E me responderieis: “Padre, 6 bem’ * vma verdade o que nos dissestes: as creatuas sao sempre as mesmnas creaturas, mas Jestis é sempre ‘nosso Trmio !...” Entre as numerosas passagens do Evange- tho, lemos algumas vezes estas palavras: “E Jestis chorou”. Nem tima vez, porém, o Evangelho enun- 4 cla que Jestis risse. i ‘Lembrai-vos das suas légrimas, deante do ‘taimulo de Lézaro. Chegou tarde demais 4 Beta- nia... Faz dizer pelas duas irmis 0 que como _ ‘Deus jé sabia: “que o amigo estava sepultado”. O- ‘seu coraglio de came comoveu-se; aproxima-se do sepwicro. O povo apinha-se para vér aquéle Jestis que faz mifagres, que tudo pode, para apreciar- Ihe todos os movimentos, todos os gestos, Pronun- cia o nome de Lazaro e els que se murmura ao re- dor die: “ile chora. Véde como o amava?” Voltando a Jerusalém, olha a cidade © cho | ra, chora sobre sua Patria, prevendo que sera cas tigada. Cidade ingrata. Cidade deicida, Jesis — chora sdbre ti, porque repeles a vor do teu Deus, Go teu Rei, do teu irmio. x Queridas filhas, amai Aquéle que tanto vos — ma. Getsemani, quando vos ferirem a dor, a 0s revezes da sorte ? Se nds fosse dado encontrarmo-nos daqui a Amai-O como suas intimas. Amai-O — Irmo. Nao esquecais que file sofreu a tortura, a fome extrema, a cruel angtistia por v6s. ai ia a ll tl il ses Aproxirtial-vos dle hoje, amanhi, sempre. Ble quer beber no mesmo eélice convosco, quer es-* ‘eutar 08 vossos desejos, as vossas perias. Dizei-Ihe Jesiis, tenho esta dificuldade, esta tristeza... Far ei como os amigos da Betania, quando o Mestre os visitava: “Contal-me tudo”, dizia fle tomando-JIhe as mos com intimidade. Eles abriam os seus co- tagbes. Farel o mesmo, sobretudo, nas horas dolo- tosas. Falai-Lhe daquéles sofrimentos que passam sobre vés como una tempestade. ‘Imaginai a ultima noite em Betania, a vie gilancia do dia mais santo de todos. Assisti, em espirito, as ultimas despedidas, os tltimos adeuses. “Lazaro, Marta, Marla, familia do meu ‘amor, Eu vos bendigo; confio-vos a minha Mie. ‘Amai-a como Eu a amo”, E 0 adeus de Maria !... “Minha Mae, permiti-Me subir o Calvyério com a Cruz 45 costas e af sofrer, morver ¢ salvar os pe adores que tanto amamos” |... Imaginai a resposta de Maria, o seu wttimo beljo!... E éste irmiio to doce, tdo amével, 6 0 mes- mo também hoje?.,. Sim. No ha sengo um Je- is, filho de Maria que, felizmente, nfo mudaré jamais, Onvi-me, carissimas filhas; ae Na Itdlia meridional, um piedoso sacerdote do campo recebeu 0 decreto de Plo X, referente & Comunhéo das criancas. No Domingo seguinte, com imensa alegria, comunica 0 fato aos seus paroguianos, explican- do-thes que o Santo Padre fora ao encontro dos de- sejos de Nosso Senhor, exorta os fiéis a se aproxi- marem da Mesa Santa o mais possivel, fala-Thes do amor de Jestis pelos pequeninos, concitando os pais a levarem os seus filhinhos para receberem 0 Bom Jestis que tanto os ama, ‘Uma jovem mée, ai presente, com pezar ra- locinou: “Que pena ter o meu filhinho apenas 12 meses! Néo 0 poderei levar com esta idade & Co- munhéo! Sou obrigada a esperar um pouco mais para satisfazer 0 desejo do Papa que 6 0 mesmo desejo de Jestis Mas... sel o que fazer. Comun- garei ¢, o sangue de Jestis, cireularé em minhas velas, passaré ao meu filho que amamento, for- mando nele um coragao de ouro, uma alma can- Gida”. Certa manha, antes de ir ao trabalho do campo, vai Tereja levando o filhinho. No mo- mento da Santa Comunhiio, a crianca chora; nfo quer ficar sésinha. A mie decide-se levé-lo até & grade da Comunhfo. Agora sim, 0 anjinho esta quieto e a mamfe pode comungar. Chega a sua vez; 0 sacerdote toma uma Particula que, mira culasamente, foge de sua mo e a boquinha este dida da crianca A recebe, enquanto o sacerdote cies; prepara-vos um logar no Reino de Amor, tordes sempre as suas fiéis irmfzinhas. Como tudo que é belo € Iuminoso, 0 noss “Triduo esté para terminar. 0 poeta, e, talvez, j4 o tenhais cantado; “Vos que passais, vinde a Ble que fica.” Nos passamos; somente o Sol divino fica, rmanece. Escondido, algumas vezes, mas fica!... 0 ainda falar-vos dle. 4 - Bu vo-lO mostrei irméo, amigo vosso, hoje ‘quero apresenta-lo como vosso Rei. a Existe em Roma uma bela reliquia. Se is como a amo! # o letreiro da Cruz: “Jestis ; a outra parte “dos judeus” we gaat http://alexandriacatolica blogspot.com —e2— ‘Os Judeus, certamente, apagaram, ou melhor, Je~ stis no qutis que ficasse. Em verdade, tle nio é Rei dos Judeus, mas Rei do mundo, Facamos algumas reflexes sObre éste titu- Jc. Como Rei e Mestre de misericérdia e de Amor Tesiis fol legislador, ditou a sua lei, Para n6s que O adoramos de joelhos, sabe- thos que nao é uma lei da Terra, mas uma lei divie na. Dificil de obseryar ? Sim e nao. Facil quando 8¢ ama, facil, para v65; que vos encontrais no apra- xivel posto desta casa religiosa. Mas... quando a vossa barquinha tiver de singrar em alto mar, en- frentar a temporais, eu vos pergunto: Esta lei que ‘aqui conhecestes ¢ praticastes a praticareis sem- pre? ©’ confiaithe o leme da berquinha da vossa, vida ! Vi durante a grande guerra, no Mar do Norte, os restos de um grande vapor afundado. Minhas filhas, eis a imagem da vida, O mar nio conta as suas vitimas, 0 mundo também nao as conta. Jestis, porém, conta os néufragos. Ble vé com tristeza os restos de embareacdes destroca- das... almas que, talvez, tenhamos conhecido @ que nos edificaram. Filhas de Maria, como vés, eo- mo Vos, Benjamins do Rei, Apéstolas do seu Reino. de Amor. Porque naufragaram ? Quem sabe se nifig teria thes faltado a humildade, nfo se conser- varam décels, e, nesta carencia das principais vir —e3— tudes, tiveram de enfrentar a Satanaz e ao mun= do tentador, mais perigoso ainda porque sabe es- conder-se, sabe semeiar flores, no ablsmo, O que acontecet a Eva repete-se continuamente, — “Por que, diz a serpente, Deus vos prok iu isto? Certamente porque é ciumento e néo quer que vos torneis semelhantes a fle.” — “Sera verdade?” — pergunta Eva, = “Certamente”, responde a sexpente, “Vinde. Dat- vos-ei éste fruto ¢ vereis...¥ — “Bu yerel ?.. Ento Deus enganou-me?™ Comemos entéo daquéle fruto protbidot ‘Ai de vos, queridas filhinhas, se ouvirdes @ Satanaz, Ble vos falaré, vos faré raciocinios en- ganadores!... Nao vos diré bruscamente: séde pagas! Ble é habil, astuto, tem muita pratiea na. perdicéo das almas. Comecaré prudentemente. Pera que tantas oragdes? Tantas. rentincias ? Para que tantas Comunhdes? Que exagéro! Deste modo procuraré afastar-vos do Rel, afastando-vos da graca. Deante do Sél da Verdade, procura acumu- Tar nuvens; depois, age com mais Liberdade, arras- ta-vos aos seus sorvedouros... procura atrairvos 403 declives sedutares, onde cada dia ceifa int- meras vitimas. bi de vos, filhas minhas. Séde co- rajosas na luta, Jess disputa 0 vosso coracéo, © vosso porvir, a vossa eternidade, a Satanaz e ao znundo, = a ~ ae es = ‘© mundo, ficai certas, é bem peior que o de muémto, Se éle s¢ apresentasse com o sinal da mal- Gicdo na fronte, ninguém 0 acolheria; mas éle se maseéra ie, neste carnaval do mundo, néo se des- cobre a feigdio do deménio, a nao ser, mais tarde, quanto se vai esnbora, tendo detxado a lama na alms, € a amaryura no coracao das suas vithnas, depois da quéda. Suplicai a Jestis: © Mew Senhor © meu Rel, néo permitas guie sossobre a trégil barquinha de _minh’alma. Toma o seu leme, sé o sett piloto, preserva-a do naufrgio pelas lagrimas de Maria, pelo Teu amo- ravel Coragéo! ‘Ti sabes quantos perigos a espe- ram! Jess, ndo hé para minha pobre barquinha sendo dois portos de salvaco: 0 Tabernaculo e 0 eu Coracio. A Comunhio aqui na Terra, e 0 Paraizo no Céu. Este Rei tem para vés uma lei de pureza ‘que Podeis ler nos seus olhos de infinita pureza: “Bem-aventurados os puros”, disse Jess. Bendis- Se ainda os lirins cobertos de neve, Escolheu para sua Mae, a mais pura das Virgens, e para Apés- tolo predileto, o discipulo puro e virgem. Séde fiéis a esta lel, Ainda que tenhais de andar sObre brazas ardentes, conserval euidadosa- mente 0s tesouros das gracas recebidas no Batis mo; no pereais nada destas riquezas divinas ! © mundo desconhece esta lel. Nio quer mesmo conhecé-!a; nfo compreende que a alma So de uma jovem ¢ como cristal purissimo que qual. quer sdpro pode embacié-la, ¢ que a sua formos- Ta esta nesta limpeza embelezada pela graga de Deus, pelo olhar de Jests. © mundo s6 tem lama para emporcalhar aguele cristal. O seu trabalho destrutivo por téda parte se verifica, Aos pequenos, tira a delicadeza, 0 candor que constituem 0 atrativo supremo das criangas. As jovens, tira o pudor, sugerindo-Ihes 0 exagéro das modas, os divertimentos ilfeitos, as leituras proibidas, Depois, jé nao coram daquilo que Ihes devia envergonhar. Que de inefavel 6 0 semblante de uma jo vem pura, Tem qualquer cousa de especial, de di- ferente, de extraordinério, que encanta e eleva a alma. Esta beleza parece encerrar em si um se- grédo. £ 0 segrédo do Rei. Ela é pura como uma. Jagrima da Virgem Marla, modesta em tudo, deli- cada, amével. Isto, porém é muito dificil, talvez estejais | A dizer. Dificll, admito; impossivel, néo. Filhas da. Rainha do Céu, se quiserdes, podeis atraves: mundo sem que @ yossa alma seja maculada, nai obstante os méus exemplos que tendes em toda parte. © amor de Jestis, 0 seu olhar preservar- " Yos-o. Podereis encontrar-vos em circunstancias Le ee ee ieee pee te Pree amen aN Giticels; so tiverdes uma vontade certa, ficareis fiéis. Dar-vos-ei um exemplo. Viajei, certa feita, num mesmo vapor com uma companhia de cantores espanhdis. A viagem fol longa e podeis imaginar como me era desagra- davel tal companhia. Um dia chegamos num porto as 6 da ma- nha. Quis, naturalmente aproveitar a ocasiio pa- ya celebrar a Santa Missa. Desembarquel. A’ San- ta Comunhao vejo aproximar-se da Sagrada Mésa uma jovem em tudo semethante a uma das can- toras do vapor. Seria possivel ? Voltando a bordo, quando no tombaditho rezava o meu breviério, ‘uma das artistas aptoxima-se de mim e me diz com ar muito sérlo e modesto: “Padre, mitito Ihe. agradeco ¢ presente que me fez esta manha”. Ahl, foi a senhora que comungon esta manha? “V. Revma. esta admirado? E’ naturel, Mas eu co- smungo sempre que posso. # singular para uma ‘pessoa da minke profissio, nfo é,Padre? Tem ra- io, mas compreenda: Minha mée ¢ eu eramos tk cas. Tudo, porém, mudou. Hoje minha mae ex ta quasi céga ea necessidade me impeliu a traba- Thar para viver. Tina uma bela voz, e téo s6men- e isto; nenhuina outra aptidio. Pedi conselhos a0 meu confessoz, ao meu Bispo, e éles aprovaram (© meu projeto, Confesso, porém, que sou téda de ‘Nosso Senhor. Espero juntar alguma cousa, nes tes dois ou trés anos, para confiar minha mae aos Ser cuidados de uinas religiosas e eu me farel-carme= lita”. ‘Trazia consigo uma carta do seu Bispo, re- comendando-a aos sacerdotes que, por acaso, en- contrasse nestas viagens. “Mas, perguntei, como consegue a senhora manter-se fiél ao Espéso de swalma em semelhante ambfente 2” “Levanto-me fs § da manhd e vou comungar. Quando me con- fiam um papel que néo presta, nao 0 aceito. Teem necessidade de nim e, por isto, no receio que me especam, Nao canto e nao delxo representa na- da que nao seja licito”. Passados tempos, encontrei-a carmelita. Em ambiente to perigoso, nlo s6 se con- servava fiél, mas tinha indistria para sanear 0 melo pela sua dedicacéo a Jestis ! Quando uma alma verdadeiramente ama a Deus Nosso Senhor pode estar circundada pelas chamas, nada perde; torna-se invulnerdvel. A alma de quem vos falo viveu numa Babilénia, sem Se corromper, porque sabia amar Aquele que a es- colhera para Esp6so de su’alma, © amor de Deus cireundou-a com muraiha de bronze e a graca preservou-e de todo o mal, Insisto, porém, sObre a necessidade da luta. Atenefio, minhas filhas | Suplico-vos em nome do Rei. Nao esque- ais as vossas promessas. Quero recompensar-vos —69— Se Ainda um consetho, uma palavra que aten- dereis, certamente. : Quero vos falar da Lei do zélo. ‘Ontem mostrastesme as flores do yosso _ Apéstolacio. Lendo 0 vosso relatério, convenci-me ue, apezar da vossa pouca idade, sois realmente Apéstolas do Coragéo de Jestis. ©’ pequenas se meadéras de amor, semeai sempre, continual @ vyossa faina santa ! — _Néo vereis, quem sabe? as flores nem os fititos; mas, acreditai, a semente nfo estaré per- dita; em vez distoproduziré cinquenta, cem por um. Semeai com/amor. Séde incendidrias do amor divine. Ateai no mundo 0 fogo sagrado do Coracio de Jesiis ! Os pecadores so tenazes, audaciosos no se- meiar as suas falsas doutrinas. Bles sabem infun- Gir dio nos coracées. ‘Trabalhai com igual 2610, igual dedicaco, igual inteligéncia para infundir- des 0 amor de Jesiis nos coracdes,para maior gid- tia de Deus, pata salvaco das almas. © ano passado, no dia de Corpus Christi, achava-me numa grande cidade onde sotenemen- te se comemorava a magna festa. Apezar de docn- te,{ui convidado @ acompanhar a imponente pro- cisséo. Ia de automovel, em companhia de outros sacerdotes, atraz de um dos mais heles altares do ? os esforcos que sustentarels no vosso Apéstolado, ‘com éstes avisos, Ide sempre pelo caminho reto; conservai a pitreza da vossa alma; vivei como os anjos; amai o yosso amor. Ele taré milagres em vosso favor, pax a vos sustentar, preservar a vossa fraqueza do contato do mundo, Néo esuecais a sua Lei... # uma lei de piedade. Séde ptedosas, pro- fundamente pledosas, Comungai com frequéncia, rezai sempre, sempre. Nao 86 hoje, que tudo a isto Vos convida, mas, tambem, quando vos disserem que sols exageradas. Saberelg, entfo, dizer a Jesiis que vos chama 4 Com: “sim?” E se 08 chamar ao sacrificio, direisGim ®8Se vos pedir re- munnlas, esforgos? ASsim-sefat serd a vossa res- posta ? Qual a ranéo de muitas joven saidas. do Co- légio, onde foram piedosas, tornarem-se negligen- te3, infiéls? # que elas consideram a devocdo um uniforme,que se usa no Colégio e que, déle sain- do, se deve deixar, Nilo, a devoedio ndo € uma veste, de tal ou qual momento da vida, mas, uma eouraca, impres- eindivel aos embates do mundo. Peco-vos, minhas fithas, de todo o meu co- tagio, aumentai a vossa devogdo de um modo par- ticular, quando Satanaz bramir ao redor de vos, quando a tempestade se desencadelar no céu das vyossas almas, ae = Mais de 82 vezes ela vira a adorével jena jestis, como um mendigo... ferido nos pés, e no coravio, que dizia: “Minha. fitha, e-te de mim; sofro,porgue nfo sou amado"!.. ee Como deve se alegrar 0 Coracéio de Marga- | _ rida Maria,ao ver que o Rei, Jestis, reina em eo @ sua verdade, amor e justica; ver triunfante | ‘carro de Sua vitéria, circundado pelos anjos; bres, soldados, operarios, todos curvos deante da E e Nosso Senhor circundado: gado a deter-se, para deixar passar a Procissdo. ‘Neste momento desce do bonde uma mulher e, ébri de cOlera, aproxima-se do Pallum e bem em fren te a Jesiis Sacramentado grita: “Que imbecis | Quisera ter querozene pata incendiar esta Héstia, ¢ todo éste altar!” 5 labios tremiam de ira, enquanto to sa- ‘tanicamente blasfemava. Véde como sabem odiar 08 inimigos de Jestis Cristo! Pobre Jestis | Em 1920, no dia 13 de Maio, houve uma grande festa no mundo catélico. Foi a festa da ca- nonizacdo de Santa Margarida Marla, 0 modélo_ ‘dos Apostolos do Sagrado Coragio. © Papa, deante do mundo inteiro, pronun- elon 0 solene decreto; depois do qual ouviu-se 0 brado: “Santa Margarida Maria, rogal por _nés”. E toda a multidao de Cardiais, Bispos e Padres yesponderam: “Rogai por nés”. Assim, depois de dois séeulos e meio a con- fidente do Rei de Amor, a timida religiosa, escon- ‘conguistadas pela entronizacio, na Itélia, na Franca, na Inglaterra, na Bélgica, na Holanda, ‘na Mongélia, no Luxemburgo. & Nosso Senhor, _gue ndo esqueee nunca aqueles que fizeram o bem, “nao as esquecerd jamais, Be ecridfer selié Ge amon vor aarTanuine que 7 A pequena berquinha, se atraida por # -seré muitas vezes conduzida ao pérto do Taberné- culo, navegaré com seguranca por caminhos os "tos, ¢ terminara a sua rota, com felicidade supre: ma, no Coracéo Adoravel de Jesus ! honres dos Altares. PRIMEIRA CONFERENCIA Do Bem do Apostolado Em nome do Coragéo de Jesiis @ pela sua gléria Falar-vos-ei esta noite, como certamente supunhels, do Sagrado Coragao de Jestis. Falar-vos-ei da Sua miseriedrdia infinita; e que as minhas palavras vos deem uma convic- iio igual ou maior que a minha, das maravilhas atic podemos obter pelo seu Amor. 3 ‘Muitos outros, talver, j vos tenham falado da hora angustiosa que passa, A crise verifica-se em tdda parte. Calaram- ‘se 08 canhGes; a revolucdo, porém troveja em t6da parte. Comeco por vos arguir: Sois pessimistas ? Se a resposta for positiva, aconselho: Cor- rigi-vos. Catélicos ha, que sio por, demais pessi- mistas. Néo sejais déste nimero. . ‘A esperanca reside nAguéle de quem vos 76 — Yenho falar: no Apostolado para o qual vos con- ¥ido: 0 “Apostolado do Coragao de Jestis”. Nao sou pessimista e evito 0 mais possivel de sé-lo; esforco-me por ver as cousas & luz do Tax bernaculo. A hora 6 realmente grave, impossivel negé- 4o; mas crelo em Ti, Senhor ! Nao, ndo me sinto desanimado, abatido, quando de todos os lados ouco 0 “Crucificado” que precede 0 Calvario ea Cruz, porque Ti vencoste @ morte com a ressurreicéo, 6 Senhor! Todavia, véde o levantamento das massas Populares e a desordem crescente de téda a socie- ade. Uns vos conhecem e vao se afastando de Vos pelo amor aos prazeres e aos divertimentos ilicites; outros néo Vos conhecem ¢, por isto mes mo, s40 mais dignos de nossa compaixao, Hoje, como nos bons tempos antigos, ha Santos e misersveis; almas vulgares e almas pri- vilégindas. por meio destas Uliimes que se trans formam as massas. Nao sols vos, sem diivida, almas privilégia. das ? Nao sois crisis fervorosas ? Nao pertencels 4 élite escolhida por Deus para superar a monta- nia das difieuldades e semear nos campos a boa semente ? : Para fazer o bem 4s almas, temos os relic glosos, as freiras, os sacerdotes; mas 0 vosso Apos- tolado auxiliar ¢ indispensével, no o esquecais, == Falemos entdo do dever do apostotado. Esta Stande verdade niio é suficientemente dita, As esperencas do Apostolado nfo se apoiam, exclusivamente, sdbre os esforgos ¢ 0 2élo dos sa cerdotes. Cada simples cristéo deve ser um Apos- toi . Convencei-vos desta verdade, eu vo-lo pego. © Apostoisco nae ¢, absolutamente, monopé- Mio dos padres, frades ¢ treiras 1 As jovens cristas incumbe uma grande mis- S20, uma tesponsabilidade, um dever de Apostola- do efetivo, que se devera estender ao ambiente so- ial em que 0 Senor as colocar. Ide, portanto, semear a Boa semente. Fazei Jestis amadlo pelo vosso entusiasmo. Fazel-O ama- Go dos rleos, dus pobres, de todos aquéles que co- nheceis, e HA quem considere o Apostolado como uma Gistracdo daquéles que nada teem a fazer. Para nés, porém, o conceito de Apostolado ser bem di- ‘verso | De pontos diversos da vossa cidade vos re unis, aqui, em razdo da vossa formacdo integral, ‘Mas, nesta formayao, est em primeiro logar 0 que Se refere a Deus, & vossa alma e 4 gidria de Deus Nosso Senhor. Se sois cultas, se possufs uma grande riquo- za moral, um conhecimento mais perfeito do Evan- gelho, devels, na mesma proporeéo, ser generosas om Aquéle que vos cumulou de tantos beneficios, 4 —7e8- Deus se mostrara severo, um dia, para com (8 rleos que niio se compadeceram dos pobres... Vos que recebestes em abundancia os dons espiri- tuais, sois obrigedas, por dever de justiga, a comu- nicar éstes dons aos pobres miserévels, que vivern na escuridéo, que morrem de forme, da fome insa- ciavel de Deus. Se tal nfo fosse a orem da Providéneia, eu me tornaria um revoluciondtio socialista, perdoem- me a expresso, deante do Coracio de Jesus. “Mes- tre, se as almas ricas, das tuas riquezas sobrenatu- rals, néo fossem feitas para servir de canal, para espalhar as sobras das suas riquezas, se tivessem 0 direito de se fechar num real egoismo, contentes ‘consigo e desprezadoras da séde de verdade dos me- nos privilegiadgs: dos que esto na iminéncia de sueumbir nas trevas, enquanto clas, esto replénas de ing; entio, Senhor, eu nao compreenderia jamais a lei do Amor que nos ensinastes com o ‘Tew exem- plo, com a Tua palavra. Este, porém, nao é o plano de Jestis, “Na roedida em que te curvares sobre 0s necessitados, na medida em que te doares, nesta mesmna medida eu te amarel e serei a tua recom pensa”. Hoje te enriquego; amanhé a tua alma, chela dos meus tesouros inesgotdveis, tera piedade dos ignorantes, dos abandonados, dos enfermos. Ali- viard a dor dos feridos, enxugaré as 1égrimas do lu- to, terd pledade do teu Deus que te ama, que tem _70— séde de amor, © deseja ardentemente ser melhor” ‘couhecido e servido. Soldado do meu coraco, caminha, faze pas- sar de mio em mo a tocha que llumina, que incen= dei a chama do. meu Amor! O' eu née me cansarei jamais de vos dizer: © Apostolado néo\é um Iuxo, ¢ um dever! Para cumppri-lo, nfo se faz mister longos discursos, eru- ditas conferéncias, Para desempenhé-lo uma s6 cousa.é impres- eindivel: o amor. Quem ama tem sempre habilida- Ge para fazer amado o amor. © amor ser a vossa eloquéneia ¢ 0 inspirador das vossas iniciativas.... 0" se soubessets, como eu 0 sel, do zélo dos méus! Néo podeis siquer imagind-lo. Quantos “complots” se tramam nas sombras; quantos ho- mens gastam e sacrificam 0 seu dinheiro, a sua setide para comprarem uma alma que maldiga © Sennor! E nés, cristdos, fazemos t4o pouco para 48 gloria de Deus, do nosso Rei coroado de espinhos! Dez. vezes maior que fosse o men trabalho Apostélico, ficai sabendo, minhas queridas filhgs, nada seria,em comparaeio ao que devia fazer e a0 que the devo de gracas e beneffcios ‘V6s no sois sacerdotes, mas julgais por isto Gever fazer menus e menos Lie dever? Insisto na ‘Ghrigacdo de fazerdes apostolado, porque sei que ‘osso Senhor vos fez rleas de qualidades morais, de eon dotes da inteligéncia, de prestfgio e influéneia no -Yosso ambiente. ‘humilde moga 4 sua aldeia e Estudai o que vos aprouver, mas lembrai-vos. pe cake de que devereis estudar em primeiro logar, Ble, J ‘guns dias depois colhe as primeiras flores do seu "ails, 0 Seu Amor, o Seu Evangelho. Estudat-o para Certa fetta, passando pelo campo, ouviu ge- - ama-lO e fazé-to amado. - 3 E _midos que vinham de miseravel choupana, Pres- Se os maus estudam os meios de enganar Bence never a i fbeaiiaree ate aa ‘matar as almas,o Amor de Jestis, nos coragdes bem . ee a oo omer rae igen pe rele cer-thes ¢ viviticar-Ihes. ‘ —“Entdo, minha velhinha, ama a Jesis? 2: rmada. Apvetélies, 2. Bntronizagio de — ‘Nao tue fale neste Jestis, eu O odeio”. ‘Coracdo de Jestis tem produzido resultados surpre~ — “® impossivel !” g endentes. — “Tenho-Ihe édio”, repete a velha. E se atribuirem éstes frutos és pregacdes do Esta infeliz tinha sido conquistada pelos ini " apéstolo, eu protesto, migos de Deus. a E les stio devidos, quasi, tio somente, 4 ora- A rapariguinha se ajoclha e reza com toda ‘G40, ao sacrificio, ao zélo das almas humildes e es- 8 alma: “Coracso de Jestis, dé-me esta alma para _ condidas. : a Tua Gloria”. 3 Em toda parte encontrei dedicacéo,e amor. Depois, levanta-se, abraca a doente, p5e nos "Vi princesas e milionérias, apéstolas destaobra, co. = seus sestos ¢ nas suns pelavras uma bondade C “dogura infinitas: 4 “Minha velha, Jesis 6 a bondade infinita. ‘mo pedintes e humildes empregad! Tédas compreendem o dever de se entregarem ao Aposto-- Ble Ihe queymuito, muito e agora, neste mamento, quer compensé-la de tudo quanto vocé tem sofri- "lado, segundo as préprias condicdes. . do neste mundo. sObre a Entronizacéio e cia pronta a ‘carse. Deixai que vos conte um fato yerdadeiro: ‘Um dia, foi-me apresentada uma jovem mul- ” to pobre, mas desejosa de trabalhar para o reino do 6 espera que vocé O chame e Ihe abra 0 - Sagrado Coragéo de Jestis. Del-lhe a ler um optis- ‘seu coracéo”. E fala, e uta, e reza; sente a Iuta do espi- rito do mal que disputa aquela alma @ graca. A mocinba nfo desanima; luta tambem e, algum tempo depois, a conquista estava feita, — “Sim, queto ser batizada, quero pertencer a Jestis-Cris- to”. © sacerdote corre a chamado, falou-lite com bondade, convidando-a a preparar-se para a Pri- meira Comunhii, A nossa apéstola disso se in- cumbiu, mas, com admiragdo sua, ouvia a enfer- ma dizer muitas vezes: “Tudo isto eu jé sel”. Nao ea, portanto a curiosidade que a conduzia no seio da Tgreja. Quer teria sufocado naquele coracdo & boa semente, senio os agentes da destruicao e do édio? Finalmente, aos 80 anos de idade, toda nbvazada no amor de Deus, fez a velhinha a sua Primeira ComunhAo que fol também a ultima da sua vida. - Eis 0 que se pode obter, quando se ama! Nao digo que, imediatamente, podereis fa- | zera mesma cousa, ntretanto, recomendo-vos de todo coracdo: Séde generosas para com Jess ©, sobretudo, muito, muito constantes, fle vos re- miu. com as Suas légrimas, com o Seu sangue, com 08 seus sofrimentos, a sua agonta, com as suns d= res, com @ sua Cruz. ‘Vemos, muitas vezes, pessoas boas e piedlo- sas, dedicadas ao apostolado que assim se ex- pressam: —83— “Nada mal se pode fazer. O mal 6 to Fande, o mundo esté de tal modo pervertido.. .” E cu respondo: “‘Semeal, semeai sempre; nfo desanimets jamais !"* Os vossos esforcos nada valem, se Jesis néo Wier em vosso auxilio. Se vos achardes, algum dia, deante de alguém que desejais converter, 0 vosso primeiro culdado seré dirigir-vos a Nosso Senhor. Ele ndo se nega a auxiliar o braco que trabalna Pela Sua gloria; dé sempre fecundidade 4s pala- “¥ras do seu Apistolo, fervoroso e sincero, Se vemos hoje poucos milagres, é pela nos- 8% talta de fé. A £@ dos santos obtem maravilhas | Uma senhora da alta sociedade que pedis. tun milagre — uma converséo — procurou-me um dia: “Padre, o milagre nio se fez”, disse-me con- {tristada. “Minha senhora, respondi-ihe, qual se +4 a medida de sua fé? Nao teré a senhora uma f vacilante, uma chamazinha de vela, apenas, quando seria preciso uma 16 40 grande quanto o Céu? Com tao fraea 16 os milagres ndo se reali- tarda”. Sim, minhas filhes, eis 0 porque da lenti- ao com que erescels na vida de piedade, dos pou- us frutos do vosso apostolado. © Evangelho te Hla mudado? 0” niio, mil vezes nao! Se nao obte- Bios hoje, milagres, é porque néio os provocamos & ho porque Ele nos negue encher das suas gragas E * a ‘gloria que Bie espera por vés. Bu vos prégo'o Amor, ‘Porque estou presuadido de que € por falta déle qve na pouca fecundidade no Apostolads, O que Sobretudo é necessdrio ensinar é a caridade de Je- SusCristo. “Caritas Christi”. A sua ardente cati- Sabeis qual era o segrédo do Cura D’Ars, este grande conquistador de almas ? : ‘Aié, a grande fé ¢ 0 amor a Deus © ds almas. Coragio de Jesiis, concedei-nos muitas des- tas almas simples, escondidas, humildes;. almas "de f€ que se iriolam, que merecem e operam con- -_ verses. Nao penseis ser incapazes desta conflanca. ‘Sabel dizer a Nosso Senhor: “Mestre, eu nio pos- dade, a caridade que queima e consome. Nao jul- ‘gueis haver perigo de sentimentalismo, néo, nao. -Podemos amar sem sentimentalismos, 4 maneira de S, Paulo ou de S. Francisco de Assis. Usai do que Deus vos deu, déste maravilho- +0 poder de aciio que se tem quando se ama, Ah! "NAO reflitais déste modo: “Cuidado! O Padre es- 4G tansportado pelo entustasmo”. i preferivel & frieza, 4 resisténcia ante 0 convite do Coragio de Jestis. N&o se Jamentou Ble a Margarida Maria da "nossa frieza ? i A té no Seu Amor! ¥ a tniea doutrina que salvard em plena derrocada o mundo que morre, E, se em alguns paises, 0 comunismo se alastra Propaga, é porque o povo tem fome do seu Deus, em vez de ouvir a sua santa doutrina, é nutrido e envenenado com os falsos ensinamentos, absolu- tamente privados do divino. Nao teeni a bolsa vasia, mas 0 corac&o so- fre meonsciénte a nostalgia das cousas celestes que foram subtraidas e raptadas a sua fé. i Pobre gente, desiludida, mas avida ao Seu "¥eino, ao Seu perdio, do Seu paraizo eterno !... - Tua coréa de espinhos a coréa de gléria das al- "mas, que me cercam”. ‘Tende 0 zélo que prepara o caminho aos sa- cerdotes; séde precursoras dos Ministros de Deus, © sacerdote no pode fazer tudo por si s6. Perten- ce a vos lancar as vossas familias no Coracio de — Jess... eu volo peco,em Seu nome. £ 0 éco das "suas palavras a Margarida Maria. 4 Ble nfo s6 pede o vosso auxilio, reclama e, ‘Nilo considereis nunca 0 Apostolado como — tum péso; séde desejosas de procurar para Jesis a ee ‘Quereis saciar-ihe a séde, acalmar-the a agitagio? ‘Trabalhai para dar a Ble, a Jestis, o que Lhe fol , Maria seri 0 vows modo a 2 11 —Conferencia No escola do Maria deveis sprende versar com Jes6s, @ sofrer por Jests.. 8 ora, a con [11 = Conferenci Se Jesis vos ama tanto qual no deverd set 0 vosso amo para com fle. Quais devem ser as qualidades: at? Amor ite, geen, do mais, moe spostolado, LY —Conferencia Eis aquele Jess que tanto amou aos homens — + Co- ‘mglo ferido do amor para cada uma das vossas 6! ‘nas >, Vejamos a8 provas: 1+ Na vida de Nosso Se aos ~(o prio, Nazar « vid pun, « Buen: lata, a Palatio); 2° Em moma vida... 16 6 eaie, Rei e Mestre. Ble diton a sua lei. Pera ‘yurla com fidolidade, deve-se veneer 0 mundo « femno. E' Jei do pureza, de piedade, de zo... » ‘eonferencias do Revmo. Padre Mattéo ds antl ‘ahinas do Colégio: we Bie some Cosh oe arenas a “2 — Reino social do Coragio de desis...

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