Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O Noticioso
O Noticioso
Í
26
52
30
22
Assine já!
3 x ano
11,70€
com oferta
dos portes
211 352 336
# rs
www.revistapaixaopelacerveja.pt
Seja responsável. Beba com moderação.
EDIÇÃO 01 • PAIXÃO PELO CERVEJA • 7
O Noticioso
BEER CLIPPING
NOTÍCIAS
DA ATUALIDADE
PUB
www.beerpraxis.com
EDIÇÃO 01 • PAIXÃO PELO CERVEJA • 9
O Noticioso
BEER CLIPPING
NOTÍCIAS
DA ATUALIDADE
SAGRES
prolonga
patrocínio
ao Braga
por três épocas
A Cerveja Sagres e o Sporting Clube de
Braga renovaram a sua ligação por mais
três anos, reforçando a parceria de uma
década do clube com a marca de cerveja.
“Esta parceria está em total alinhamento
com a estratégia da Sagres de exaltação
dos valores nacionais, por ser um clube
que nos últimos anos tem estado perma-
nentemente no top 5 nacional e com pre-
senças em finais da Taça da Liga e Taça através dos patrocínios à Seleção Nacio- patrocinadora da seleção nacional desde
de Portugal, conquistada em 2016”, refere nal de Futebol, e dos clubes nacionais, 1993 e apoia, no presente, oito clubes da
o comunicado da Central de Cervejas. A mas também através de ações dirigidas primeira liga. Belenenses, Benfica, Estoril
Sagres mantém a sua forte ligação ao fu- para os adeptos portugueses e para os Praia, Feirense, Portimonense, Rio Ave e
tebol português, a qual existe não apenas seus momentos de convívio. A marca é Vitória Sport Clube (Guimarães).
CINCO CHAGAS
premiada
internacionalmente
As cervejas Cinco Chagas foram pre-
miadas internacionalmente. Um dos
galardões foi para a Brut de Chagas,
que a marca indica ser a primeira cer-
veja portuguesa elaborada pelo método
clássico champanhês com 18 meses de
estágio em cave. Esta cerveja foi galar-
doada em Lyon com Medalha de Ouro.
A Imperial Black IPA foi galardoada no
World Beer Awards, pelo segundo ano
consecutivo, com o Portugal GOLD
e galardoada no 1001 Degustations
2017 com a Medalha de Ouro na ca-
tegoria correspondente. A American
IPA foi premiada no iBEERian awards
Aveiro em 2016, com a Medalha de
Prata, e no 1001degustations 2017,
com a Medalha de Ouro, na catego-
ria correspondente. Por fim, a IPA foi
galardoada no 1001degustations 2017
com a Medalha de Prata na categoria
correspondente.
Confraria da Cerveja
Entroniza novos confrades
> texto e fotografias D.R.
Santarém acolheu, pela primeira vez, uma cerimónia de entronização da Confraria da Cerveja. No total, 45 novos
confrades comprometeram-se na divulgação, prestígio e dignificação da cerveja.
A Confraria da Cerveja entronizou 45 no- -se como seus Grãos Mestres sucessivos,
vos confrades na sua XVª edição, que teve A XVª cerimónia da Manuel Ferreira de Oliveira, António Pires
lugar no Convento de São Francisco, em Confraria da Cerveja, de Lima e Alberto da Ponte, tendo nesta
Santarém. A vice-presidente da Câmara realizada pela primeira cerimónia Nuno Pinto de Magalhães, no
Municipal de Santarém, Susana Pita Soa- vez numa cidade termo do seu mandato, passado o tes-
res, o político Luís Marques Mendes, o co- ribatejana, já temunho a Rui Lopes Ferreira, atual CEO
mediante Guilherme Geirinhas, o ex-fute- entronizou, ao longo da Unicer. Além da habitual cerimónia, os
bolista Nuno Gomes, o presidente da Liga destes anos, mais de novos Confrades e os já entronizados de
dos Bombeiros Portugueses Jaime Marta 600 membros. outras edições juntaram-se num corte-
Soares e o presidente do Comité Olímpi- jo que percorreu as ruas de Santarém e
co Português José Manuel Constantino assistiram a uma atuação do Rancho Fol-
são alguns dos nomes dos mais recentes clórico do Vale de Santarém, regressando
A CONFRARIA no final para o Convento de São Fran-
Confrades da Cerveja em Portugal. Na
A Confraria da Cerveja, criada em abril
cerimónia de entronização, os 45 novos cisco para um jantar. A XVª cerimónia da
de 2003, é uma entidade sem fins lu-
confrades comprometeram-se na divul- crativos que conta já com mais de 600 Confraria da Cerveja, realizada pela pri-
gação, prestígio e dignificação da cerveja. confrades. Tem por grande objetivo meira vez numa cidade ribatejana, já en-
Nuno Pinto de Magalhães, o Grão-Mes- promover a paixão pela Cerveja em tronizou, ao longo destes anos, mais de
tre da Confraria da Cerveja destacou no Portugal, entronizando anualmente 600 membros entre Confrades de Honra,
evento “a importância de honrar a cultu- colaboradores das cervejeiras (Confra- Confrades Protetores e Confrades Mes-
ra desta bebida secular num país em que des Mestres), personalidades/líderes de tres. Fazem já parte da Confraria da Cer-
esta assume especial relevância no setor opinião (Confrades de Honra) e parcei- veja nomes como António Costa, Carlos
ros do setor cervejeiro português (Con- Moedas, Fernando Gomes, Manuel Car-
das bebidas. É nesta cerimónia que cola-
frades Protetores). O intuito da entro-
boradores das cervejeiras, personalidades rageta, Sónia Araújo, Dom Duarte Pio de
nização é tornar os novos confrades
nacionais, líderes de opinião e parceiros embaixadores da cerveja em Portugal, Bragança, Paula Lobo Antunes, Sílvia Riz-
do setor se juntam para defender e pro- contribuindo para a sua divulgação, zo, Luís Represas, César Mourão, Cláudia
mover este néctar tão apreciado pelos prestígio e dignificação. Jacques, Carlos do Carmo, Júlio Isidro,
portugueses”. Desta Confraria destacam- Simone de Oliveira e Paulo Baldaia.
No âmbito da comemoração dos 90 anos também das pessoas que a criaram e aju- Super Bock 90 Anos estiveram em mente
da Super Bock, a marca quis criar uma edi- daram a chegar à liderança”, salienta Vasco apreciadores e colecionadores. “Pelas suas
ção especial “que captasse as credenciais Ribeiro. características, é uma edição especial de
cervejeiras da marca bem como a inovação Super Bock que se destina aos aprecia-
que lhe é tão característica”, como indica, DUAS MEDALHAS DESTACADAS dores da marca, bem como a coleciona-
em declarações à Paixão Pela Cerveja, o NO RÓTULO dores. Para além de estar disponível para
manager de cervejas nacionais e especiais Em relação ao rótulo, a equipa criativa do consumo nos canais ‘on’ e ‘off trade’ – até
do Super Bock Group, Vasco Ribeiro. Super Bock Group apurou que terá sido ao início do próximo do ano, desenvolve-
“Nesse sentido, fomos ao nosso arquivo e o terceiro a ser usado, a partir da década mos também, durante estes meses, várias
identificamos alguns dos maiores marcos de 1960, sabendo-se que ainda era usado iniciativas onde esta cerveja comemora-
da história da marca que serviram de ins- em 1975. A marca colocou em destaque tiva esteve presente e, em alguns casos,
piração para o desenvolvimento do rótulo no rótulo da edição comemorativa dos 90 desempenhou mesmo um papel central.
e da garrafa e, desta forma, conseguimos anos duas medalhas que simbolizam gran- Foi o caso da ação Convite, que permitiu
transmitir parte do riquíssimo património des momentos vividos em Portugal. aos fãs da marca demonstrar a importân-
da Super Bock e partilhá-lo com os fãs/ A primeira, na frente, é relativa à Primeira cia dos amigos na nossa vida, reforçando
apreciadores”, indica a mesma fonte. Exposição Industrial Portuguesa. Realiza- o posicionamento da marca”, refere o ma-
A garrafa serigrafada é uma réplica da dé- da na Avenida da Liberdade, em Lisboa, nager de cervejas nacionais e especiais do
cada de 1960, época que assinalou o cres- foi inaugurada a 7 de junho de 1888. No Super Bock Group.
cimento exponencial da Super Bock em rótulo/verso estão duas figuras com mãos
Portugal e o início da internacionalização unidas sobre o sol, porventura a simbolizar CERVEJA DIFERENTE
da marca. a indústria, ofícios, quinas e proteção real. De salientar ainda que também a cerveja
A assinatura que acompanha a Super Bock A segunda medalha no rótulo desta garrafa produzida é “nova” e está disponível apenas
há várias décadas, e pela qual a marca é comemorativa, também na frente, é a da nesta edição comemorativa. “Uma cerveja
mais reconhecida, está também presente Exposição Agrícola, realizada no Pavilhão com um sabor intenso, de amargo suave
nesta edição de história autêntica da cer- de Exposições da Tapada da Ajuda, em Lis- e espuma cremosa, criada pelos mestres
veja criada em 1927. “A assinatura Sabor boa (construído propositadamente). Este cervejeiros da Unicer que privilegiaram a
Autêntico, gravada na garrafa, continua a evento foi inaugurado a 4 de maio de 1884. levedura usada desde a origem da Super
ser uma das suas propriedades mais fortes, No rótulo e no verso pode ler-se “D. Luiz I Bock, e reforçada com os lúpulos especiais
como símbolo de uma história de 90 anos Rei de Portugal – Protetor da Exposição”. Styrian, Tettnang e Saaz e uma fermentação
marcada pela autenticidade da marca, mas No desenvolvimento da imagem da edição mais prolongada”, explica Vasco Ribeiro.
Vadia
Logótipo reflete espírito
da comunhão cervejeira
> texto Aquiles Pinto > fotografias D.R.
O prazer da cerveja (da produção e da prova) e a reunião de amigos ao som de boa música.
Foi desta equação que saiu o ‘label design’ do logótipo da cerveja Vadia
Musa
A compasso do rótulo
> texto Aquiles Pinto > fotografias D.R.
Não fosse a visão um dos cinco principais sentidos do ser humano, a imagem de qualquer produto assume
preponderância. Essa importância ganha ainda mais destaque numa cerveja em que toda a experiência de
prova pode – e deve – ganhar contornos de ritual.
Foi, justamente, este ‘mix’ que esteve na criativo”. A Musa sempre se quis afastar um
base da inspiração do rótulo da cerveja pouco da imagem demasiado “artesanal”,
Musa: inspirada pelo universo da cerveja, “ancestral” e “gourmetizada” de grande
dos seus sabores e aromas. Um universo parte das cervejas artesanais em Portugal,
único de experiências e sensações novas. segundo este responsável. “Daí a tendên-
“Um território próprio. Com força e iden- cia para uma imagem mais pop, divertida e
tidade. Um mundo de aventuras e de via- colorida”, acrescenta Bruno Carrilho.
gens inesquecíveis”, como explica Bruno Este sócio fundador da cerveja Musa re-
Carrilho, um dos sócios fundadores da gressa ao tema de acessibilidade da marca.
marca, em declarações à PPC. “Outro ponto fundamental do nosso po-
“Uma Musa inspirada pelas viagens no sicionamento e um dos grandes eixos da
mundo da cerveja e com a vontade de ins- nossa marca é a acessibilidade da mesma.
pirar todos aqueles que ainda não desco- Acessibilidade em termos de linguagem,
briram este mundo. De abrir os horizontes. acessibilidade no que diz respeito a pre-
De proporcionar uma aventura de onde ço e acessibilidade em termos de sabor”,
regressarão muito mais ricos”, afirma, con- explica-nos.
tundente, Bruno Carrilho. “Ou seja, as nossas cervejas serão, na
maioria das vezes, cervejas com bastan-
ACESSIBILIDADE TRANSVERSAL te ‘drinkability’, ou seja, fazemos cervejas
AO PROCESSO CRIATIVO de grande qualidade, mas acessíveis para
O regresso da aventura é mais rico, mas consumo recorrente, um produto que fa-
a cerveja da Musa não pretende ser ina- cilite a transição dos consumidores para
cessível. Isso mesmo esteve, de resto, no um produto de maior complexidade”,
processo criativo do logótipo da marca. “A acrescenta Bruno Carrilho.
Musa nasce do desejo de criar uma cer- Algo da máxima importância no proje-
veja independente, produzida com princí- to criativo da marca é, de acordo com o
pios artesanais para ter um grande sabor. mesmo responsável pela Musa, a música.
Mas acessível, com um preço justo e dis- “Não queremos nunca perder a nossa liga-
tribuição alargada”, clarifica a responsável ção musical. É a espinha dorsal da marca
de marketing e comunicação, Bárbara Si- Musa. A música dá-nos letras, dá-nos rit-
mões. mo, dá-nos vontade de dançar. A música
O posicionamento da marca contribui para é a origem da palavra Musa, é os nossos
o projeto criativo do ‘label design’ desta nomes, faz parte das nossas festas e é um
cerveja, até porque, atira Bruno Carrilho, dos pontos fortes da nossa Tap Room”, sa-
“o contrário resultaria num mau trabalho lienta.
Letraria
Do Minho ao Porto, com amor...
> texto Susana Marvão > fotografias D.R.
Depois de Vila Verde, a cervejaria Letra resolveu brindar 2017 com a abertura de um novo espaço, agora no
Porto. Dedicado à ‘craft beer’, neste espaço da Rua da Alegria pode encontrar cerca de
50 refrescantes referências.
O número 101 da Rua da Alegria, na Baixa A CONTINUIDADE DO PROJETO ção, já que algumas basicamente seguem
do Porto, ganhou em 2017 um novo inqui- NO PORTO o mesmo processo do vinho e estagiam
lino. A Letraria - Craft Beer Garden Porto foi O espaço do Porto vem na continuidade do em barricas onde já passou vinho do Porto.
apresentado como o maior bar de cerveja projeto de Vila Verde. O conceito da Letraria Para acompanhar, há que escolher múlti-
artesanal em Portugal, um projeto da braca- – Craft Beer Garden Porto abraça cerveja e plos tipos de queijos, enchidos, hambúr-
rense Letra, em parceria com o Artbeerfest petiscos, adornados pelas torneiras ligadas gueres ou bifes, entre várias outras op-
Caminha e a dinamarquesa Mikkeller. a barris controlados numa câmara fria. Ou ções. Difícil, não?
O que é uma vantagem já que, assim, este seja, seguindo a tendência mundial, a ofer-
espaço passou a ser uma das 170 bases ta combina a disponibilidade e variedade de
mundiais do Mikkeller Running Club, uma ‘craft beers’ de barril com a gastronomia, A cervejaria Letra nasceu
rede de 16 mil aficionados da nova moda num ambiente descontraído e acolhedor em Braga, mais concretamente
de correr. Só que este grupo, resolve ter- numa cidade que, agora, já vibra com a pre- em Vila Verde, em 2010.
minar os seus joggings com uma bela de sença dos turistas. Mas, apesar de tudo, os
uma cerveja. responsáveis pelo espaço admitem que a
A cervejaria Letra nasceu em Braga, mais sua preocupação é mesmo a fidelização do
concretamente em Vila Verde, em 2010. cliente local. LETRARIA - CRAFT BEER GARDEN PORTO
Francisco Pereira e Filipe Macieira, colegas Uma das características especiais da Letraria Coordenadas GPS:
em Engenharia Biológica da Universidade do tem a ver com as cervejas artesanais dispo- 41.148796, -8.604182
Minho, tentaram a sua sorte no mercado e níveis, com referências nacionais e estran- Rua da Alegria, 101, Porto
apresentaram-se no Artbeerfest Caminha. geiras em diferentes formatos: 20 de pres- Horário:
Daí ao investimento de 700 mil euros na fá- são – em que 16 são portuguesas –, e 30 Segunda, quarta e quinta
brica de Vila Verde foram cinco anos. Hoje, em garrafa ou lata. 17H00-00H00
na fábrica onde se produzem 15 mil litros por Ou seja, não são apenas as marcas próprias Sexta e sábado > 17H00-00H00
mês, funciona o Letraria – Brewpub. O pro- que povoam este espaço, havendo lugar Domingo > 16H00-23H00
jeto já contempla dez pessoas que garantem para outras marcas nacionais. Encerra à terça-feira
um volume de negócios que tem vindo a Os preços oscilam entre os dois e os 11 euros, www.cervejaletra.pt
crescer entre os 20% e os 30% ao ano. consoante as marcas e o modo de produ-
Catraio
Craft Beer Shop
> texto Maria Helena Duarte > fotografias Ernesto Fonseca
Há no Porto um espaço onde só se bebem cervejas artesanais. Ricardo e Bia tratam os produtores portugueses
por tu e têm sido parceiros fundamentais para a partilha de muitas marcas. Clientes, consumidores e
apaixonados por esta bebida milenar, podem preparar-se para elevar os sentidos!
A vida por vezes surpreende. Assim aconte- Inicialmente, a ideia era os clientes bebe- trazer a comida para a mesa, há uma boa
ceu com Maria Afonsa (Bia) e Ricardo Quei- rem umas cervejas de pressão enquanto se vizinhança, “e assim todos ganham”.
rós, responsáveis pela abertura do primeiro preparava a encomenda de cervejas para “Mais importante do que termos ‘know how’,
espaço de promoção da cerveja artesanal levarem para casa. Mas rapidamente perce- é termos muita paixão”, aliás o ‘claim’ desta
na Baixa do Porto: Catraio – Craft Beer beram que era preciso mais. Mais cervejas à casa é “Adoramos Cerveja”, afirmam Bia e
Shop. Ela tinha estudado para ser psicóloga pressão e mais cervejas para comprar e levar Ricardo, garantindo que é muito importan-
e ele era informático no desemprego. Mas para casa. te: “experimentar, sentir e brindar”. Cheers!
espírito de iniciativa não lhes faltava, bem Hoje, a oferta ronda as 150/200 referências
como muita paixão pela cerveja, para além diferentes de cervejas. “Temos preocupação
do amor que os une e, como todos sabe- em fazer uma seleção harmoniosa entre Hoje, a oferta ronda
mos, move o mundo. A oportunidade sur- qualidade e preço. Procuramos uma histó- as 150/200 referências diferentes
giu e não hesitaram. A dupla é, desde 2014, ria para contar, as pessoas de outra forma de cervejas.
também, parceira de negócios. não vão pagar”, explica Bia. E Ricardo acres-
“Fomos experimentando cervejas, começa- centa: “as marcas que temos aqui conhece-
mos a procurar mais, viajar, aprender”, dis- mos muito bem, temos uma relação pessoal
se Ricardo à Paixão pela Cerveja. Em 2013 com os produtores portugueses, fazemos
fez-se o ‘click’, estavam em Sevilha, Ricardo por estar nos eventos, sabemos as histórias CATRAIO – CRAFT BEER SHOP
entrou numa loja de cervejas e imaginou de cada um, somos parceiros, somos parte Rua de Cedofeita 256
a sua vida assim: “Era capaz de fazer disto da família”. 4440-393 Porto
vida”, confessa. E depois, tudo aconteceu. No bar há um ‘board’ dinâmico onde estão Horário:
Abriu-se um caminho e, mesmo contor- sempre 13 cervejas à pressão disponíveis, Terça a quinta > 16H00-00H00
nando obstáculos nunca pararam. Segui- sempre a mudar, apenas uma é fixa, a “cer- Sexta, sábado e vésperas de feriado
ram. E abriram a Catraio – Craft Beer Shop, veja da casa”, feita em parceria com o Pedro 16H00-02H00
uma loja e bar de cervejas, a 31 de janeiro de Sousa, da Post Scriptum Brewery. “A rotação Fecha: domingo e segunda
2015. “Foi uma fase incrível, não tínhamos é muito grande”, garantem. Para acompa-
catraiobeershop
experiência nenhuma” conta Bia, emocio- nhar há apenas frutos secos, quem desejar
nada. comer pode ir ao restaurante em frente e
The Couch
Sports Bar
Marcar golo ao sabor
de uma cerveja
> texto Susana Marvão > fotografias D.R.
Birraria
Ou a “Birra” do João
> texto Susana Marvão > fotografias D.R.
“O País precisa
de empreendedores.
Se houver pessoas que
queiram produzir
cerveja, com qualidade,
com uma produção
menor, porque não?”
Dispensa apresentações mas mantém a humildade e a ligação às suas origens. É por isso que não dissocia a
gastronomia da memória, e é nela que se inspira para a confeção dos seus pratos. Como empreendedor que
é, admira quem lança novas ideias e apoia o aparecimento de cervejas diferentes para nichos de mercado. Rui
Paula dá-lhe algumas dicas para confecionar iguarias com cerveja e propõe irresistíveis harmonizações.
A passagem do Chef Rui Paula por Lisboa foi Apesar do orgulho por ter recebido a primeira e continua a trabalhar com o mesmo afinco.
a oportunidade perfeita para a conversa com Estrela Michelin, num dos seus três restauran- E tem um lema muito particular que defende
a Paixão Pela Cerveja. Desde 1 de agosto tes, o Restaurante Casa de Chá da Boa Nova, acerrimamente. “Defendo que temos que tra-
deste ano, a encabeçar um novo desafio de em Leça de Palmeira, Rui Paula não descansa balhar para a segunda estrela para não correr-
consultoria do restaurante Terraço, no Hotel mos o risco de perder a primeira.”
Tivoli, na Avenida da Liberdade, o chefe de No que se refere ao restaurante distinguido, a
cozinha que viu o seu restaurante ser pre- DICAS DO CHEF RUI PAULA Estrela Michelin assume ainda maior impor-
miado em 2016 com a primeira Estrela Mi- A cerveja preta, uma Stout, faz um tância. “É um restaurante que fica fora dos
chelin (agora renovada), continua a abraçar bom molho. “Lembro-me, há anos, centros, demora-se a chegar lá, e este reco-
vários projetos. no meu primeiro restaurante, no nhecimento trouxe mais 30% de clientes. A
“Antes de aceitar este convite do Tivoli, quis Cêpa Torta, em Alijó, de fazer um título pessoal, significa que consegui atingir
garantir que teria uma equipa que trabalhasse prato que era o frango bêbado. Era os meus objetivos, mas julgo que já fazia um
de forma sustentada e com consistência, que um caldo de rabo de boi com cerve- trabalho consistente há muitos anos. Não é
representasse a imagem da nossa comida de ja preta. Era delicioso porque havia a por ter recebido este reconhecimento que
forma correta. Aceitaram-se as condições, acidez do molho, com a frescura e o vou ser melhor ou pior”, responde, sem per-
foi-me dada carta branca, eu cheguei, e tive tom doce da cerveja. A cor do molho der a humildade, valor que defende e que
de aproveitar um pouco o que havia à dis- também fica bonita”, refere. pretende manter na sua profissão. “Quan-
posição. Comprei também umas máquinas, Não podemos deixar de falar na cer- to mais conhecidos formos, mais objetivos
e abri o espaço num mês e meio”, diz-nos. veja no molho da francesinha que é conseguirmos atingir, mais humildes temos
O objetivo passa por resgatar a referência uma referência. de ser”, defende.
de um grande restaurante com tradição na A cerveja faz, de facto, o molho.
capital. “Queremos que as pessoas perce- Mediante o prato que temos para RESGATAR MEMÓRIAS
bam que o que fazemos aqui é um trabalho elaborar, pode usar cerveja para Não equaciona a cozinha sem sabor e sem li-
sério”, afirma. Pratos não faltam para experi- marinar. Em vez de utilizar vinho, gação às memórias. Talvez por isso tenha mui-
mentar aquando de uma visita ao restaurante podemos utilizar a cerveja para tem- to presentes, as lembranças do que provou,
recentemente renovado. Rui Paula destaca perar. Há muitas receitas em que se pela mão da mãe e da avó, mas sem esquecer
alguns: “O cachaço, o carabineiro, o arroz de podem aproveitar as potencialida- também algum restaurante que já tenha visita-
lavagante, a carne maturada, algo de alheira des da cerveja, tanto de pratos prin- do, há uns anos, onde os sabores “eram mais
que gosto de fazer sempre…”. Em relação à cipais, como de sobremesas, como genuínos”.
sobremesa, a sugestão recai na reconstrução por exemplo, as bolachas de cerveja. Recua aos seus 18 anos e relembra o episó-
do pastel de nata. dio da primeira vez em que comeu e provou
camarão carabineiro. “Foi no Algarve… Um se- criado um nicho de mercado para cervejas
nhor tirava os carabineiros vivos de um balde e diferenciadoras”, defende.
PRATOS COM ASSINATURA colocava-os na grelha. É daquelas coisas que E será que a cerveja calha bem com a gastro-
A Paixão Pela Cerveja desafiou o nunca mais me vou esquecer”, partilha. nomia nacional? Que tipo de ligações pro-
Chef Rui Paula a criar alguns pratos As memórias do presente são outras. Nem porciona? Onde pode esta bebida encaixar
aliando o sabor de algumas cervejas.
melhores nem piores, mas diferentes. Como nos restaurantes nacionais? “O País precisa
Camarão Caribineiro exemplos, destaca: “provar comida de outros de empreendedores. Se houver pessoas que
“É um camarão delicado, com un- ‘chefs’, de outros países, fazer o cruzamen- queiram produzir cerveja, com qualidade,
tuosidade muito própria que não to dessa comida com a nossa, ler, estar a par com uma produção menor, para um nicho
marca. O molho da cabeça já está do que se passa, estar atento às tendências, de mercado, porque não? Sem dúvida que
aromatizado com laranja. Coloquei experimentar… Temos de estar sempre atuais havendo cervejas diferentes, vão ser úteis
cenouras e citrinos no acompanha- porque a cozinha não é estática”, afirma. para harmonizar os pratos criados pelos che-
mento, e julgo que a Marafada Pale fes de cozinha”, explica Rui Paula.
Ale vai combinar muito bem com o A ligação à Saúde Pública é também um as-
prato que estamos a criar”, explica. peto a ter sempre em consideração. “Não O conceito da cerveja aliada à gastronomia
Entre as várias propostas, também a devemos achar que vamos fazer um prato faz-lhe sentido. “Imaginando que gostaria de
Praxis Ambar proporcionou uma ou- muito bonito e ‘fashion’ se não tiver sabor… criar um restaurante de tapas, diferente, mais
sada harmonização. Comer é um ato básico, a comida tem de ser ‘trendy’ e versátil, por que não ter um con-
boa e fresca. Temos de comer equilibrada- junto de cervejas para harmonizar os pratos?
Cachaço A Bélgica trata a cerveja como o vinho, há
mente. Julgo que os restaurantes têm de ser
Vai harmonizar com a Rolls Beer, todo um ritual há vários anos e que já foi in-
uma cerveja especial que fermenta responsáveis por ensinar as pessoas a comer
dentro da garrafa. “É uma cerveja bem e têm de ter a preocupação com o que cutido na população. Para mim, este concei-
mais intensa. Escolhi um prato que as pessoas vão ingerir”, defende. to faz todo o sentido num restaurante onde
é a interpretação da carne de por- Gosta mais de cozinhar peixe do que car- se perceba que foi criado para esse efeito. A
co alentejana. O cachaço que cose ne, por lhe permitir outro tipo de criações partir daí, criar um conjunto de pratos para
doze horas a 72 graus, os picles, as e ligações. “Temos peixe e marisco como harmonizar com as cervejas que teremos
amêijoas, e o molho que combina à disposição, num restaurante do género”,
ninguém tem. Devemos enaltecer isso. Não
muito bem com a cerveja que es- sublinha.
colhemos”, salienta. A prova ficou somos tão bons nas carnes”, explica. A gas-
complementada com a cerveja Ave tronomia portuguesa é, a seu ver, muito O seu momento preferido para beber uma cer-
Rara, uma Nelson Sauvin Indian Pale eclética e variada, riqueza que vem dos nos- veja é o verão. “Gosto de beber cervejas leves
Ale, produzida pela Bolina. sos antepassados. “Não é por acaso que os em dias quentes, a acompanhar percebes e ca-
turistas vêm cá e gostam. A comida de outros marão da costa”, confessa. Em dias mais frios,
Reconstrução do pastel de nata países é muito redutora e percebemos isso opta pelas Stouts.
Reconstrução do pastel de nata Se tivesse de brindar a alguém com cerveja,
quando viajamos e temos saudades da nossa
“Para este prato, escolhi a Coral Tó-
nica, uma Stout feita na Madeira, e gastronomia. Se os novos ‘Chefs’ que estão escolhia as gentes do Porto, não só pela famo-
também a Nortada Miragaia Brown na cozinha souberem o que estão a fazer, e sa francesinha, mas porque são pessoas “que
Porter. O pastel de nata tem o café, a eu acho que o sabem, conseguem colocar a apreciam cerveja”. Não imagina a sua profis-
canela, a cremosidade do ovo, e um nossa comida no topo”, diz. são sem estar realmente apaixonado pelo que
pouco de caramelo. Estas cervejas faz. “Já havia a revista Paixão Pelo Vinho. Ago-
complementam aromas e sabores, A CERVEJA NA GASTRONOMIA ra, também temos a Paixão Pela Cerveja, e eu
acrescentando um toque adocica-
Lembra-se de ver as pessoas a beber cerveja acho que a palavra paixão é a melhor palavra
do, o que faz um balanço interes-
desde que nasceu. Hoje, com 50 anos, tem para definir qualquer coisa. Enquanto estamos
sante”, desvenda.
assistido com entusiasmo à entrada de novas apaixonados, tudo corre bem e todos os senti-
marcas. “É bom que haja variedade e que seja dos estão bem despertos”, conclui.
Sagres Cascade
Um mundo por descobrir
> texto Cláudia Pinto > fotografias Ernesto Fonseca / D.R.
A mítica cervejeira de Vialonga acaba de lançar uma inovação no mercado. Com um investimento inicial de meio
milhão de euros, a Sagres Cascade destina-se aos novos consumidores e marca um posicionamento ao nível de
comunicação da Sociedade Central de Cervejas em desvendar o que está por detrás da cerveja.
“A cerveja ainda não é tema de conversa em tes”, explica. Por outro lado, muitos con- que tentámos obter ao utilizar as próprias
Portugal”, garante Luísa Motta, marketing sumidores não têm a noção que “o gás e o características aromáticas do lúpulo. Em-
manager mainstream da Sociedade Central álcool presentes na cerveja advêm de um bora não tenha aquela intensidade de sa-
de Cervejas e Bebidas (SCC). E se nesse as- processo absolutamente natural”, sublinha. bor, dada habitualmente pelo amargo, tem
peto, o setor do vinho já está um passo à A estratégia de comunicação da SCC já está outras tonalidades conferidas pelo lúpulo,
frente, nesta categoria, há todo um trabalho a ser desenvolvida nesta complementari- pela forma como é adicionado e utilizado
por fazer. “Ao usarmos diferentes variedades dade no que aos temas diz respeito. “Esta- nesta receita, o que permite equilibrar a
de lúpulos, vamos ter características orga- mos a fazer isso também com a Bohemia: cerveja”, partilha.
noléticas distintas, da mesma forma que as explorar os diferentes estilos, bem como
várias castas vão dar origem a diversos vi- toda a harmonização com a gastronomia, CONSUMIDORES ÁVIDOS DE NOVIDADES
nhos. Isso já é valorizado pelo consumidor habitualmente designada por ‘food pairing’”, A Sagres Cascade é uma lager que se pre-
de vinhos que está um passo à frente. Mas foca Pedro Vicente. tende distinguir da oferta existente no mer-
esta cultura não surgiu de repente, foi traba- No âmbito da nova marca Sagres Cascade, cado, feita a partir de Cascade, um lúpulo
lhada ao longo dos anos. É esse o caminho lançada no último mês de novembro, os aromático de características cítricas e notas
que temos de fazer para demonstrar que a consumidores são convidados a fazer uma florais, responsáveis pela suavidade conferi-
cerveja tem a sua cultura própria, que há viagem por “um novo mundo por desco- da à bebida.
muito mais além do que as pessoas conhe- brir”. No fundo, é esse também o posicio- Assume-se como “uma alternativa diferen-
cem”, salienta Pedro Vicente, mestre cerve- namento deste lançamento. “Esta cerveja, ciadora” e distingue-se no processo de fa-
jeiro da SCC. como tem um amargor bastante mais sua- brico pelo facto de o lúpulo ser acrescen-
A SCC já está a começar esse trajeto através ve, destina-se àquelas pessoas que bebem tado numa fase mais tardia de ebulição. “Ao
do foco em temas que não são habitual- a sua cerveja de vez em quando. Este novo adicionarmos no final, muitos dos aromas
mente destacados e que dizem pouco aos produto pode também ser uma boa porta que estão no lúpulo não desaparecem e
consumidores. “A indústria cervejeira deve de entrada para os novos consumidores. mantêm-se no mosto. Se adicionássemos
ter a capacidade de passar este conheci- Queremos facilitar-lhes o gosto pela cerve- no princípio, os mesmos não iriam perma-
mento e esta mensagem aos consumido- ja”, refere Luísa Motta. necer. O Cascade é muito aromático e pres-
res”, admite a responsável. Mas mais suave não significa que seja ta-se muito a isso. Esse aroma, muitas vezes
Pensemos então naquilo que não é habi- aguada ou “sem corpo”. E esse foi precisa- está ausente, sobretudo quando é adicio-
tual associar a esta bebida. “As pessoas não mente o desafio para Pedro Vicente: con- nado mais cedo no processo de ebulição”,
sabem que a cerveja é produzida com três seguir um equilíbrio entre uma cerveja com explica Pedro Vicente.
ingredientes: 90% de água, cereais e lúpu- um teor alcoólico aproximado ao de uma Lançada em dois formatos, six pack mini
lo. Depois, há todo um processo por trás e mainstream normal mas com menos amar- com ‘easy open’, para o canal ‘off-trade’, e
imensas variações, mas o facto de termos gor. “A exigência no desenvolvimento deste minis retornáveis, para ‘on-trade’, este era o
três ingredientes, já passa a mensagem de produto foi saber como fazer uma cerveja produto que faltava e que se adequa a no-
que a cerveja é um produto natural e não é em que o amargo seja menos intenso sem vas necessidades de consumo, garantem os
artificial. Não tem sulfitos nem conservan- que pareça diluída ou sem sabor. Foi isso responsáveis. “Os clientes sentiam falta de
uma inovação ao nível do mainstream. No vingar mas consideramos que esta inova- tam as inovações. E isso acontece também no
‘on-trade’, mais no que respeita às salas de ção não é para um nicho, mas sim para o terreno. “A área de marketing gosta de acom-
vendas, o feedback tem sido positivo. Te- ‘mainstream’. É importante acompanhar a panhar as equipas nos pontos de venda pois é
mos como indicador interno as reações das evolução das tendências, do mercado, dos benéfico ouvir o que os clientes dizem.”
nossas equipas de vendas que constituem consumidores, e adaptar a nossa oferta em Luísa Motta partilha alguns dados que preo-
o nosso primeiro barómetro. Quando estão conformidade. O consumidor de hoje é di- cupam a categoria de cervejas. “Segundo a
entusiasmadas, perspetivamos que vai cor- ferente do de há 20 anos”, acrescenta. AC Nielsen, em cinco anos, perdemos 25%
rer bem”, explica Luísa Motta. A SCC suporta-se de alguns estudos com re- do volume da categoria.” De acordo com
“Achamos que é um produto que pode gularidade. Ao auscultar o mercado, susten- o estudo TGI, sabe-se ainda que “71% dos
jovens entre os 18 e os 24 anos não consu-
miram cerveja durante o ano de 2016, e isso
é preocupante. Quando olhamos para estas
conclusões, percebemos que temos de fa-
zer alguma coisa”, defende. Por outro lado,
temos conhecimento que “um em cada
quatro consumidores de ‘lager beer’ admite
trocar a cerveja por outra bebida e as prin-
cipais razões são: porque procuram mais
variedade e não gostam de beber sempre o
mesmo, mas também por não apreciarem o
Calor, boa companhia, férias, bem-estar, sol, esplanada, amigos, churrascos, pôr-do-sol, relaxar e sede, muita
sede. Assim de repente, estas são as palavras que mais associamos ao consumo de uma cerveja. E o copo.
Aquele copo esguio, alto, esbranquiçado a “tresandar” frio. Tudo isto é correto, mas a verdade é que o “mito” de
que as cervejas são só para beber quando está calor parece estar a cair em desuso.
A cerveja é para todas as ocasiões. Mesmo.
O copo esbranquiçado a “tresandar” a frio Aliás, a gestora garante que combinar cer-
faz parte do “imaginário” de todos nós. Isso, veja e comida é das coisas mais naturais e Tal como todos os outros
associado a uma boa companhia e ao calor simples. “O princípio é que nenhum deverá profissionais, também
automaticamente nos remete para o univer- ofuscar o outro, significa isto que temos de
Nicolas Billard admite que
so da cerveja. Mas tudo isto está a mudar. encontrar um equilíbrio de forças entre o
Ou melhor, não é bem a mudar. É a acres- que temos no prato e a cerveja que temos não sendo muito expressivo
centar. A ampliar a sua visão. Porque a esta no copo, seja por semelhança – ter ele- o número de pessoas que
“idílica paisagem” agora surge-nos uma ou- mentos comuns, como notas herbais tanto entende a cerveja como
tra: uma lareira e uma cerveja. E não é que no prato como nos lúpulos da cerveja; seja algo para todas as ocasiões
combinam? por contraste – procurar uma cerveja com e estações, existe um grupo
“A cerveja é ótima para consumir em qual- elementos contrastantes, como cervejas de consumidores cada
quer altura do ano”, disse-nos Ana Rita Gar- que transmitam sensação de frescura para vez maior, detentor de
cia, gestora da marca Sagres Bohemia. Mas pratos picantes; ou por complementarida- conhecimento e de um palato
lá deixa escapar que, de facto, há cervejas de, em que a cerveja complementa o pra-
mais refinado, que faz essa
que, pela sua composição, podem ade- to – pratos de carne e maltes tostados na
quar-se mais a determinadas alturas do cerveja”. Claro que a gestora de marca não distinção de estilos.
ano. “Uma cerveja de corpo denso e teor podia deixar de dizer que um bom exem-
alcoólico superior, como por exemplo uma plo deste exercício é a gama de cervejas
Bohemia Bock, dão uma sensação de con- Bohemia, “que apresenta diferentes estilos,
forto que muitas vezes procuramos em dias acessíveis ao consumidor, e ajuda na me- desde logo bem aceite. E, ainda hoje, é uma
mais frios, ao contrário das cervejas mais le- lhor forma de combinar cada cerveja com cerveja muito apreciada e a aparecer, em
ves como Sagres, uma cerveja Pilsener que diferentes tipos de pratos”. conjunto com a original, em barril, à pres-
é essencialmente uma cerveja refrescante”. são”. Uma cerveja que apesar de ‘sweet’,
No entanto, tudo isto é um novo mundo. E INVERNO NÃO IMPLICA MAIS TEOR torna-se de inverno face aos “sabores tor-
Ana Rita Garcia diz que ainda há um gran- ALCOÓLICO rados, o café, o chocolate, que na minha
de caminho a percorrer até chegarmos ao Marta Fraga, especialista em harmonizações ideia são sabores a aromas que associo não
ponto de o consumidor escolher a cerve- no Super Bock Group, resolveu começar a a refrescante, mas a aquecimento”.
ja certa para cada ocasião, seja pela época “conversa” com uma Super Bock Stout, lan- A segunda opção de Marta Fraga foi para
do ano, seja pela refeição que vai comer ou çada em 2003, numa altura em que o mer- a Super Bock Abadia. Com esta cerveja, a
outro fator. “Antes, terá de descobrir que o cado não tinha muito conhecimento sobre empresa de Leça do Balio quis recriar as
mundo cervejeiro apresenta mais de 120 es- estas cervejas. “Mas penso que já estava tradicionais cervejas de abadia, apesar de
tilos de cerveja diferentes!” preparado para a receber, até porque foi não ser claramente uma cerveja artesanal.
COMBINAM, NÃO.
SEMPRE COMBINARAM!
Mas pronto. Parece certo que normalmente
O mundo cervejeiro os dias frios exigem cervejas mais alcoóli-
cas e mais encorpadas do que as cervejas
apresenta mais de 120 estilos
tipicamente veranis. “As notas aromáticas
de cerveja diferentes
também muito intensas e presentes mar-
cam estas cervejas. As notas predominantes
são notoriamente torradas, caramelizadas, a
madeiras, maltadas e de cereais ou até de
frutos secos, mel e especiarias. Algumas
cervejas chegam a ter notas de fruta madu-
ra ou biscoito”, elucidou-nos Nicolas Billard,
co-fundador e mestre cervejeiro da Vadia.
A temperatura de consumo destes estilos
de cerveja também é diferente, diz Nico-
las Billard, geralmente entre os 7 e os 10ºC
sendo mais confortantes. “Ao contrário das
cervejas veranis, mais claras e leves que se
“O ligeiro fumo e caramelo que a Abadia AS CERVEJAS E AS CAMISOLAS DE LÃ consomem a temperaturas mais baixas a
tornam-na excelente para o inverno”. Isto Vamos ser claros: as cervejas associadas ao rondarem os 3 e os 6ºC, pois procura-se
apesar de ser uma bebida leve. Aliás, Mar- tempo frio são normalmente mais encor- uma sensação de frescura superior”.
ta Fraga é da opinião que uma cerveja de padas, têm maior teor alcoólico e raramen- Tal como todos os outros profissionais,
inverno não tem de ser demasiado pesada te são muito claras. “Os sabores são mais também Nicolas Billard admite que não
ou alcoólica. adocicados, caramelizados, abiscoitados, sendo muito expressivo o número de pes-
Depois, porque não uma Super Bock Sele- por vezes condimentados com especiarias soas que entende a cerveja como algo para
ção 1927, a Munich Dunkel. “A clássica rui- ou frutos da época. Bebem-se, à partida, a todas as ocasiões e estações, existe um gru-
va, estilo alemão, visualmente escura, com temperaturas não muito baixas (8-12ºC) e po de consumidores cada vez maior, deten-
malte torrado e sabor caramelizado”. não têm compaixão a enodoar camisolas tor de conhecimento e de um palato mais
A temperatura de consumo
destes estilos de cerveja
também é diferente,
geralmente entre os 7
e os 10ºC, sendo mais
confortantes.
MALTE E ÁLCOOL
As cervejas para os dias mais frios devem ter mais corpo (mais mal-
tadas), ter mais teor de álcool e devem ser consumidas a uma tem-
peratura mais ambiente, diz João Rodrigues, diretor de marketing
da Empresa Cervejas da Madeira. Mas a verdade é que ainda há um
longo caminho no sentido de sensibilizar os prato principal, costeleta de porco e, para também concorda que esse mesmo con-
consumidores a optarem pela cerveja em sobremesa, os maltes escuros acompa- sumidor cada vez mais se abre a novas ex-
qualquer situação. Mas já se nota, diz este nham muito bem algo rico em chocolate. periências e procura alternativas para dife-
responsável, “um crescente movimento de rentes ocasiões da sua vida”. João Fonseca
entusiastas pelo mundo cervejeiro. Mas, no CERVEJA E BOA COMPANHIA Q.B. classificou este processo de evolução do
geral, o consumidor ainda não está educa- Cervejas mais encorpadas, um pouco me- consumidor de “lento”, em que provavel-
do neste sentido”. nos atenuadas e, com frequência, com um mente nunca deixará de existir uma tipo-
Assim, para os melhores dias da tal lareira, teor alcoólico superior. Esta é a escolha de logia de cerveja que representará a ‘mains-
nada como “uma Imperial Stout envelhe- Inverno de João Fonseca, responsável ad- tream’, hoje ocupada pela cerveja Pilsener.
cida em cascos de madeira, ou até mesmo junto de produção da Font Salem Portugal, “Demorará muito tempo para que outro
uma Barley Wine”. Cervejas que combinam casa onde “residem” marcas como a cerve- tipo de cerveja se aproxime sequer do peso
com um dia frio... e sempre combinaram. “A ja Cintra. “Este tipo de cervejas tende a ter que esta cerveja hoje ocupa no mercado.
cerveja é bebida milenar, uma das primei- como característica uma cor mais escura Mas haverá sempre espaço para que as res-
ras bebidas alcoólicas criadas pelo Homem, por via dos maltes utilizados na sua produ- tantes cervejas possam ser uma opção, e
apesar de só agora se ouvir falar noutros es- ção. No entanto, uma clássica Pilsener ou uma boa opção!”
tilos de cerveja que não uma ‘pilsner’”. uma Weissbier são também boas opções!”, Aliás, João Fonseca não tem qualquer dú-
Para acompanhar a Imperial Stout, João disse-nos. vida de que cerveja e lareira combinam e
Rodrigues aconselha de entrada uma tábua O responsável admite que o consumidor sempre combinaram, principalmente em
de queijos, com camembert ou brie. Como privilegia sempre as cervejas Pilsener, mas boa companhia.
Prova Cega
de Cervejas
Na Revista Paixão pela Cerveja, todas as provas de
classificação quantitativa são cegas. As garrafas
não são mostradas nem no decorrer da prova
nem na discussão final. As provas foram efetuadas
numa sala com condições controladas no Hotel AUGUSTO LOPES ISABEL ESCUDEIRO JORGE LOPES
Tryp Aeroporto, Lisboa.
O painel de provadores selecionado pretende
estabelecer uma relação de equilíbrio entre
especialistas e consumidores em geral.
Classificação
45-50 Extraordinária
Impressionante em qualquer parte do mundo
21-29 Boa
Equilibrada e harmoniosa
14-20 Média
Simples e agradável
38-50
PRÉMIO CERVEJA
PAIXÃO PELA CERVEJA EXTRAORDINARIAMENTE
EXCELÊNCIA EXCELENTE
E IMPRESSIONANTE!
45-50 Extraordinária | 38-44 Excelente | 30-37 Muito boa | 21-29 Boa | 14-20 Média | 00-13 Fraca
38 BOHEMIA ORIGINAL
38 SUPER BOCK SELEÇÃO 1927
INGREDIENTES Água, Malte de cevada, Milho e cevada INGREDIENTES Água, Malte de cevada e Lúpulo.
APARÊNCIA Âmbar com reflexos avermelhados, APARÊNCIA De cor preta, com espuma bronze muito
espuma cremosa e persistente. persistente.
AROMA Elegante, com evidentes notas frutadas, AROMA Fantástica! Com notas marcadas pelo
citrinos e de pomar. caramelo, grão torrados, chocolate.
SABOR Bom corpo e volume, doçura e amargor SABOR Envolvente, cremosa, café mais presente
em grande equilíbrio, mantém a fruta com aliado ao caramelo, equilibrada e elegante,
suave maltado, termina persistente. deixa um final persistente.
SCC-SOCIEDADE CENTRAL DE CERVEJAS E
SUPER BOCK GROUP
BEBIDAS
38 BARLEY WINE
36 SOVINA A GENUINE BEER
INGREDIENTES Água, Malte de cevada, Lúpulo e Levedura INGREDIENTES Água, Levedura, Malte de cevada e Lúpulo.
APARÊNCIA Boa espuma e persistência, tem cor casta- APARÊNCIA De cor castanho escura e opaca, espuma
nha e aspeto limpo. castanha de média persistência.
AROMA Intenso e ousado. Entre frutos citrinos, AROMA Malte torrado, café e chocolate estão em
frutos secos caramelizados e tostados. destaque. Muito elegante e harmonioso.
SABOR Envolvente, cremosa, a doçura equilibrada, SABOR Envolvente, de estrutura equilibrada, cara-
amargor cativante, acrescem notas fuma- melo aliado ao chocolate preto e ao café
das. Final grandioso. tostados, de final seco e ousado.
45-50 Extraordinária | 38-44 Excelente | 30-37 Muito boa | 21-29 Boa | 14-20 Média | 00-13 Fraca
36 ROLLS BEER
35 CINCO CHAGAS
36 BOCA DO INFERNO
35 COGNAC OAK SERIES
BY PEDRO SOUSA
Spicy Stout %Alc:5,00 Especial %Alc:10,00
MESTRE CERVEJEIRO MESTRE CERVEJEIRO
JOÃO PISCO PEDRO SOUSA
INGREDIENTES Água, Malte de cevada, Lúpulo, Levedura e INGREDIENTES Água, Malte de cevada, Lúpulo E Levedura
Malagueta APARÊNCIA Limpa, âmbar com reflexos alaranjados,
APARÊNCIA De cor preta, revela espuma bronze, bem espuma bege, persistente.
persistente. AROMA Muito bom! Notas de caramelo, floral,
AROMA Notas tostadas e fumadas, a remeter para um tostados, frutos secos, mel.
lúpulo mais cítrico e herbáceo, interessante. SABOR Envolvente, equilibrada, com harmonia
SABOR Condimentado, com notas especiadas, fumeiro, entre doçura, amargor e acidez, madeira,
bom amargor, final de boca persistente. final longo e apelativo.
35 IMPERIAL
BY PEDRO SOUSA 35 ABANO
35 CINCO CHAGAS
35 SUPER BOCK SELEÇÃO 1927
45-50 Extraordinária | 38-44 Excelente | 30-37 Muito boa | 21-29 Boa | 14-20 Média | 00-13 Fraca
34 NORTADA MIRAGAIA
33 SOVINA A GENUINE BEER
INGREDIENTES Água, Malte, Lavedura e Lúpulo INGREDIENTES Água, Malte de cevada, Lúpulo e Levedura
APARÊNCIA De cor castanha, aspeto límpido, espuma APARÊNCIA Acobreada, límpida, espuma bege e muito
bege e cremosa. persistente.
AROMA Intensa em notas de caramelo, frutos AROMA Caramelo, tostados, condimentado, notas
secos, cereais. de cereais e citrinos.
SABOR Boa estrutura, amargor em bom plano, SABOR Cremosa, envolvente, especiada e frutada,
doçura e acidez equilibradas, termina com com bom amargor, deixa um final longo e
sabor longo e apelativo. apelativo.
34 VOLL-DAMM
33 A.M.O
RAFEIRA CERVEJEIRA
45-50 Extraordinária | 38-44 Excelente | 30-37 Muito boa | 21-29 Boa | 14-20 Média | 00-13 Fraca
32 D’OURIQUE RESVÉS
31 PRAXIS
Água, Maltes de cevada, Lúpulos, Açucares INGREDIENTES Água de Coimbra, Cevada maltada, Lúpulo e
INGREDIENTES especiarias, Chá de carvalho tostado e leveduras leveduras
APARÊNCIA Aspeto límpido, cor cobre, espuma bege e APARÊNCIA De cor âmbar, tem espuma bege e de
cremosa. média persistência.
AROMA Frutado, tostado, especiarias e cereais. AROMA No nariz destaca notas de cereais, pão,
caramelo, tostados e citrinos.
SABOR Notas de caramelo, frutos secos, noz-mosca- SABOR É uma cerveja com bom corpo e volume,
da, doce, com bom amargor no final longo e viva e equilibrada, que deixa um apelativo
persistente. amargor no final.
32 LUZIA
31 MATINÉ
INGREDIENTES Água, Malte, Lúpulos e levedura INGREDIENTES Água, Maltes de cevada, Lúpulos, Semente de
coentro e Leveduras
APARÊNCIA Límpida, de cor cobre e espuma bege de boa
persistência. APARÊNCIA De cor dourada, densa, tem espuma branca e
persistente.
AROMA Lúpulo evidente, malte suave, floral, herbá-
AROMA Com evidentes notas citrinas, especiarias,
ceo, citrino, com nuances resinosas. malte.
SABOR Boa cremosidade, condimentado, com notas SABOR Envolvente, cerveja especiada, frutada, com
de pão, fruta, sugestões de toranja, bom boa cremosidade, suave e harmoniosa, deixa
amargor no final, tem bom corpo e volume. um final longo.
45-50 Extraordinária | 38-44 Excelente | 30-37 Muito boa | 21-29 Boa | 14-20 Média | 00-13 Fraca
31 BOCK - DAMM
30 SOVINA
INGREDIENTES Água, Malte de cevada, Arroz e Lúpulo INGREDIENTES Água, Malte de cevada, Lúpulo e levedura
APARÊNCIA Límpida, de cor castanha com laivos acobrea- Castanha com espuma densa e persis-
APARÊNCIA
dos, espuma castanha clara, persistente. tente.
AROMA Caramelo, condimentos, notas florais, banana AROMA Com evidentes notas de cereais tostados,
madura, chá preto, tostados. frutos secos, avelãs, fumados.
SABOR Mantém o perfil aromático, com destaque SABOR A presença de lúpulo a destacar-se, dei-
para o caramelo, notas fumadas, deixa um xando um apelativo amargor, mantém o
final com excelente amargor. perfil aromático, bom corpo e final longo.
30 AVENIDA
30 VADIA PRETA
INGREDIENTES Água, Maltes, Lúpulo e leveduras INGREDIENTES Água, Maltes de cevada, Lúpulo e levedura
APARÊNCIA Boa carbonatação, cor âmbar, com APARÊNCIA De cor âmbar com intensos reflexos aver-
melhados, tem espuma média.
espuma branca.
AROMA Cereais, pão, cítrico, frutado, ligeiramen- AROMA Predominante em notas de cereais torra-
dos, cevada e café.
te herbáceo.
SABOR Mantém o perfil, as notas de café em
SABOR Equilibrado e cativante, confirma o perfil destaque, amargor moderado, bom corpo,
aromático, tem um final seco e longo. deixa um final longo.
30 BOHEMIA
30 SOVINA
INGREDIENTES Água, Malte de cevada, Milho, Lúpulo e INGREDIENTES Água, Malte de cevada, Lúpulo e levedura
extrato de lúpulo
APARÊNCIA Lindo cor cobre, límpida, com espuma
APARÊNCIA Preta, com espuma acastanhada e persis- cremosa e persistente.
tente.
AROMA Intenso em caramelo, pão, fruta, vegetal,
AROMA Intenso sabor a tostados, cereais e notas
especiarias.
florais doces.
SABOR Doce equilibrado pela acidez, textura
SABOR De textura cremosa, é uma cerveja encorpa-
da, com amargor equilibrado, deixa um final cremosa, especiada, com notas de carda-
de boca sedutor. momo, final persistente.
SCC-SOCIEDADE CENTRAL DE CERVEJAS
E BEBIDAS OS TRÊS CERVEJEIROS
30 NORTADA MASSARELOS
30 LETRA CRAFT BEER EDITIONS ON
Água, Malte de cevada, Levedura e INGREDIENTES Água do milho, Malte de cevada, Cevada
INGREDIENTES torrada e malte chocolate
lúpulo
APARÊNCIA Cor dourada, espuma densa e persistente. APARÊNCIA Castanho escuro, espuma densa e persis-
tente.
AROMA Intensa em notas frutadas, fresca, frutos AROMA Intensa em notas tostadas, grão torrados,
tropicais e citrinos, malte. madeira e suave caramelo.
SABOR Boa estrutura, com amargor cativante, SABOR Potente, com bom volume e cremosidade,
mantém o perfil frutado, mais citrino, madeirizada, com suave cacau e toffee,
deixa um final longo. equilibrada, deixa um final persistente.
45-50 Extraordinária | 38-44 Excelente | 30-37 Muito boa | 21-29 Boa | 14-20 Média | 00-13 Fraca
30 GUINNESS ORIGINAL
30 WHISKEY OAK SERIES
BY PEDRO SOUSA
%Alc:5,00 Especial %Alc:10,00
MESTRE CERVEJEIRO MESTRE CERVEJEIRO
S/INF PEDRO SOUSA
Água, Malte (cevada), Cevada, Cevada INGREDIENTES Água, Malte de cevada, Lúpulo e levedura
INGREDIENTES
torrada, Lúpulo e levedura De cor âmbar escuro, espuma marfim com
APARÊNCIA
APARÊNCIA De cor preta, tem espuma castanha clara, boa retenção.
boa persistência. AROMA Frutada, malte, tostados, com notas de
AROMA Tostados, frutos secos, com destaque para compota de marmelo, especiarias.
avelã, frutos pretos. SABOR A madeira bem presente, o álcool equili-
SABOR Intenso, com notas de caramelo, café, pão, brado pela frescura, notas de caramelo,
cereais, mel, lúpulo, termina longo. pimenta, termina seco e persistente.
GUINNESS & C.O / S.C.C. CERVEJAS E
POST SCRIPTUM BREWERY
BEBIDAS
30 MARAFADA
30 PRAXIS
INGREDIENTES Água, Malte de cevada, Lúpulo e levedura INGREDIENTES Água de Coimbra, Cevada maltada, Lúpulo e
leveduras
APARÊNCIA Amarela com reflexos alaranjados, espuma
branca moderada. APARÊNCIA Límpida, cor de ouro, com espuma branca e
persistente.
AROMA Intenso em notas de frutos citrinos, casca
AROMA Pão e cereais, frutos citrinos, doce, com nuan-
de tangerina, toranja, ligeiro pinho. ces meladas.
SABOR O lúpulo a conferir um agradável amargor SABOR Com bom corpo e volume, é equilibrado, doce
e estrutura, mantém o frutado, deixa um mas fresco, com notas frutadas, deixa um final
final longo. apelativo.
30 ROLLS BEER
29 D’OURIQUE CONDESTÁVEL
INGREDIENTES Água, Lúpulo, Malte de cevada e Castanha INGREDIENTES Água, Maltes de cevada, Lúpulo, Açucares
e levedura
APARÊNCIA Cobre com tons esverdeados, espuma
bege, algo turva. APARÊNCIA De cor preta com reflexos rubi, tem espu-
ma densa e persistente.
AROMA Tostado, ligeiro floral, notas de maçãs
vermelhas desidratadas, frutos secos. AROMA Revela notas de frutos secos, caramelo,
pão, baunilha e malte.
SABOR Caramelo, pimenta, notas de madeira, SABOR Maltado, com presença especiada, bom
frutos caramelizados, castanha, doce, boa amargor e doçura, toque de caramelo,
acidez, final de boca longo. final longo.
30 SUPER BOCK
29 PRAXIS
45-50 Extraordinária | 38-44 Excelente | 30-37 Muito boa | 21-29 Boa | 14-20 Média | 00-13 Fraca
INGREDIENTES Água, Malte de cevada, Xarope de glucose, INGREDIENTES Água, Malte de cevada, Cevada torrada, Aveia,
Lúpulo e extrato de lúpulo Lúpulo e levedura
APARÊNCIA Cor de ouro, com espuma branca, bolha APARÊNCIA Castanha muito escura, com espuma densa e
cremosa.
fina e cordão persistente.
AROMA Com evidentes notas tostadas, torrados, bos-
AROMA Elegante, com notas frutadas, florais e que e pinho, toque de chocolate.
ligeiro cereal.
SABOR Com o lúpulo bem evidente, bom amargor, do-
SABOR Doce, Floral, suave e sedutora, com amar- çura equilibrada, notas de café e grão torrados,
gor equilibrado e final leve e cativante. tem bom volume, fim de boca longo.
SCC- SOCIEDADE CENTRAL DE CERVEJAS
PASSAROLA BREWING
E BEBIDAS
28 CORAL TÓNIC
28 LUZIA
45-50 Extraordinária | 38-44 Excelente | 30-37 Muito boa | 21-29 Boa | 14-20 Média | 00-13 Fraca
28 NORTADA CAMPANHÃ
27 VADIA EDIÇÃO LIMITADA
28 KORISCA
26 LINCE
INGREDIENTES Malte, Lúpulo, Levedura e água INGREDIENTES Água, Malte de cevada, Cevada, Lúpulo e
levedura
APARÊNCIA De cor âmbar, tem espuma clara de média
densidade. APARÊNCIA Cor preta, espuma bronze e média persis-
tência.
AROMA Essencialmente floral e frutada, deixa notas
de maltadas. AROMA Notas de chocolate, café, fumo, tostados.
SABOR A fruta mais presente, lúpulo a conferir SABOR Equilibrado, a remeter para pão, café e
complexidade, nuances especiadas, deixa chocolate, toque láctico, folha de tabaco,
um final harmonioso. final agradável e harmonioso.
28 MARAFADA
26 KORISCA
INGREDIENTES Água, Malte de cevada, Lúpulo e levedura INGREDIENTES Malte, Lúpulo, Levedura e água
APARÊNCIA De cor âmbar, tem espuma branca de APARÊNCIA De cor castanha, com espuma bege pouco
média intensidade. duradoura.
AROMA Frutada, com destaque para as notas de AROMA Intenso a cereais, café e chocolate.
pêssego, manga e outros frutos tropicais.
SABOR Envolvente, frutada, com bom amargor SABOR Lúpulo em evidência, notas de café e
e doçura, tem bom corpo, deixa um final cevada, estrutura média, suave, deixa um
longo. final harmonioso.
28 VADIA RUBI
26 LETRA E BELGIAN DARK
INGREDIENTES Água, Maltes de cevada, Lúpulo e levedura INGREDIENTES Água, Malte de cevada e trigo, Açucar,
APARÊNCIA De cor avermelhada, tem espuma cremosa Lúpulo e leveduras
e densa. APARÊNCIA De cor âmbar, limpa, com espuma bege, de
AROMA Notas envolventes de caramelo e cereais, média persistência.
tostados, ligeiro frutado. AROMA Notas de caramelo, tostados, frutos secos e
SABOR De amargor moderado, tem bom corpo e marmelada.
volume, doçura equilibrada, mantém os SABOR Elegante, intenso a toffee, pão, cereais,
cereais, termina longa. termina agradável e de apelativo amargor.
45-50 Extraordinária | 38-44 Excelente | 30-37 Muito boa | 21-29 Boa | 14-20 Média | 00-13 Fraca
26 VADIA EXTRA
23 NORTADA BONFIM
INGREDIENTES Água, Maltes de cevada, Malte de trigo, Lúpulo INGREDIENTES Água, Malte de cevada, Levedura e Lúpulo
e levedura
APARÊNCIA De cor dourada escura, aspeto límpido, espuma APARÊNCIA Dourada, de aspeto límpido, espuma bran-
bege e duradoira. ca pouco duradoira
AROMA Predominantes aromas maltados, frutos com- AROMA Predominante em notas de cereais tosta-
potados e desidratados. dos e ligeiro caramelo.
SABOR Bom corpo e volume, álcool bem evidente a ser
equilibrado com o amargor e frescura, sabor SABOR Suave, com amargor moderado, mantém o
distinto. perfil, termina com média persistência.
26 SUPER BOCK
23 PRAXIS
INGREDIENTES Água, Malte, Lúpulos, Levedura e INGREDIENTES Água, Maltes de cevada, Levedura, Lúpulo,
especiarias Lactose e cacau
APARÊNCIA Límpida, de cor castanha escura e espuma APARÊNCIA Castanho escuro, espuma bege e persis-
bege, persistente. tente.
AROMA Notas resinosas, a madeira, fumo, frutos AROMA Suave, tostado, com notas evidentes a
em passa, flores secas. chocolate e cevada.
SABOR Envolvente, apesar do álcool, doce, tosta- SABOR Doce, ao chocolate acrescem notas de
do, notas de caramelo, madeira, equilibra- especiarias e frutos pretos, grãos torrados,
da, final agradável. final de média intensidade.
23 GALÁXIA
Fileira da cerveja
Luta por justiça fiscal
> texto Susana Marvão > fotografias Ernesto Fonseca / Shutterstock
A APCV-Associação Portuguesa dos Produtores de Cerveja reuniu em Lisboa empresas produtoras, garrafeiras e
responsáveis pelas matérias-primas. E houve uma clara conclusão: urge maior justiça fiscal.
O setor da cerveja é um claro motor de bidas Alcoólicas) e outros impostos do setor “Não nos matem com a subida anual de
desenvolvimento da economia nacional. ou da sua cadeira. “Mas, acima de tudo, im- impostos”, disse o secretário-geral, que sa-
Senão vejamos os números. É o 15.º setor porta valorizar que o setor cervejeiro é uma lientou ainda a necessidade de uma con-
económico, contribuindo com mais de mil cadeia de valor nacional” e que, por isso, “te- vergência fiscal entre os produtos de cer-
milhões de euros para o valor acrescentado mos o direito de sermos reconhecidos”. veja ibéricos. A proposta é uma redução
bruto (VAB). É exportador, já que cerca de De resto, Francisco Gírio expressa uma do diferencial de tributação de cerveja, em
um terço do total da produção é destinada preocupação por quem ainda não perce- sede de imposto especial, que em Portugal
aos mercados externos. Ou seja, são 550 mil beu que o potencial de crescimento do se- é de 20,60 euros por hectolitro e em Espa-
litros de cerveja por dia a saírem do País. Ou, tor cervejeiro é enorme. “Cada vez que o nha... 9,96 euros por hectolitro.
para se perceber ainda melhor, 1,6 milhões setor cresce, a propagação ao incremento
de garrafas de 33 cl todos os dias. E se fa- do PIB nacional é imediata, e vice-versa”. DA QUEBRA À RETOMA
larmos em “minis”, pode chegar aos 2,7 mi- Nos últimos 10 anos, o mercado foi signifi-
lhões de garrafas que diariamente saem dos Carlos Lobo, partner cativamente afetado por sucessivas quebras.
portos nacionais para mais de 50 países do da EY, admite que A crise, o IVA na restauração e uma maior
mundo, 365 dias por ano. “É esta a logística a cerveja tem variedade de produtos que deram ao con-
do setor”, ilustrou Francisco Gírio, secretá- “alguns problemas” sumidor outras oportunidades de escolha
rio-geral da APCV-Associação Portugue- quanto ao tema foram os principais responsáveis, disse Nuno
sa dos Produtores de Cerveja, num evento fiscalidade, nomeadamente Pinto de Magalhães, da Sociedade Central
que reuniu em Lisboa empresas produtoras, IEC e IABA. de Cervejas (SCC). Mas já em 2016, “e este
garrafeiras e responsáveis pelas matérias- ano de forma mais pronunciada”, a retoma
-primas. Mas são ainda mais as preocupações da tem vindo a acontecer. E um dos grandes
E a altura para este encontro não podia ser APCV: “Preocupa-nos quem entende que é fatores foram, no entender do diretor de co-
mais indicada já que o evento, em forma de através do aumento anual de impostos que municação e de relações institucionais da
debate, surgiu pouco depois do Governo ter mais receita pode ser arrecadada. Entre SCC, as condições climatéricas. “Já sabemos
anunciado que pretende aumentar em 1,5% 2007 e 2015, todos os anos ocorreu a su- que para outros setores é mau, mas para o
o imposto sobre a cerveja. bida de impostos no setor, através do IEC. da cerveja é muito importante que haja ca-
Mas há mais números a sustentar a ideia do E, todos os anos, a arrecadação do Estado lor e não haja vento, porque a cerveja ain-
tal motor de crescimento. São 80 mil os em- deste imposto foi inferior ao ano imedia- da é um produto associado a esplanadas, a
pregos que a APVC diz serem gerados por tamente anterior”. Diz Francisco Gírio que convívio”. Depois, o turismo, que representa
esta fileira, para além de “ser o setor que mais “qualquer política fiscal deve dar priorida- 15% do volume de variação de crescimento.
impostos paga ao Estado”. “Não é o vinho, é de à defesa dos setores económicos que Por último, uma maior confiança por parte
a cerveja e a sua fileira nacional”, elucidou possuam uma cadeia de valor totalmente dos consumidores. “O consumidor está mais
Francisco Gírio. Ao todo, são quase mil mi- integradas em território nacional, pois são confiante e gasta mais dinheiro. O consumo
lhões de euros de arrecadação fiscal entre estas que mais emprego geram, mais con- efetivamente aumentou”.
IVA, IEC (Imposto Especial sobre o Consu- tribuem para o Valor Acrescentado Bruto e Num setor efetivamente sazonal – 4,5 meses
mo), IABA (Imposto sobre o Álcool e as Be- que ainda por cima exportam”. do ano representam mais de 60% do consu-
Hoje, o canal HORECA por litro, mas se a isto somarmos a matéria- PREÇO DA MATÉRIA-PRIMA
é responsável por mais -prima, a mão-de-obra, a energia... 10 cên- DEVIA SER VALORIZADO
timos é muito e tem de se refletir no preço Bernardo Albino, da ANPOC - Associação
de 330 mil postos
final”, disse Vítor da Silva. Quanto à diferen- Nacional de Produtores de Cereais, Oleagi-
de trabalho efetivos. ça entre a fileira da cerveja e do vinho, Vítor nosas e Proteaginosas, realçou a importân-
“Estamos a combater o Silva admite que gostava de ver este produto cia de incluir no debate todos os “atores”,
desemprego”, disse ter o mesmo tipo de tratamento. “Não en- nomeadamente os da produção de maté-
José Manuel Esteves, tendo esta diferenciação tanto ao nível do ria-prima. “Aliás, a fileira começa desde logo
da AHRESP IEC como do IVA”. na investigação agrícola nacional com a
Nuno Pinto de Magalhães, em defesa do se- qual trabalhamos muito”. Uma relação que
mo – Nuno Pinto de Magalhães estima que, tor, diz que até ao nível da comunicação há Bernardo Albino classifica de “umbilical”
este ano, o consumo ‘per capita’ chegue aos diferenças. “Se é anunciado que o impos- com o setor cervejeiro. “As variedades de
50 litros, “o que seria significativo. Gostaría- to sobre as bebidas alcoólicas vai aumentar cevada dística, matéria-prima por excelên-
mos é que fosse uma inversão sustentada”. 1,5%, porque é que o vinho não aumenta? cia da cerveja, tem uma importância muito
A Vadia, a par da Sovina e da Praxis, é uma Não tem álcool?”. O diretor de comunicação grande no produto. Por isso, desde sempre
das primeiras cervejeiras artesanais do mer- salientou ainda a importância que o setor as casas cervejeiras ancestrais têm um papel
cado, estando em atividade desde finais de tem na área da cultura e espetáculos, pas- fundamental no desenvolvimento varietal
2011. Hoje, nesta nova era de microcervejei- sando pelo desporto, com os visíveis patro- dessas cevadas”.
ros, são cerca de 150 as marcas artesanais. cínios das cervejeiras. “Estamos em diversas Bernardo Albino esclarece que atualmente
Vítor da Silva, sócio da Vadia, não apanhou atividades, promovemos o convívio e diver- existem aproximadamente duas mil explo-
o período menos favorável do setor, admi- timento. Transmitimos paixão e bem-estar. E rações agrícolas a fornecerem a indústria
tindo que a empresa tem registado taxas de só no futebol, a Central de Cervejas repre- cervejeira em Portugal, maioritariamente no
crescimento de 100% ao ano, “o que nos senta 15% do peso dos patrocínios globais”. Baixo Alentejo, Alto Alentejo e Ribatejo. “Não
cria problemas terríveis de tesouraria”, já que Reinaldo Coelho, administrador da BA Glass, há qualquer limitação para que Portugal não
“não ganhamos o suficiente para comprar fabricante de embalagens e garrafas de vidro produza toda a cevada que a indústria cer-
as matérias-primas que precisamos para o para esta indústria, igualmente sustenta a vejeira necessite”. Mas, para isso, a maté-
mês seguinte”. O ano de 2017 foi considera- ideia de que o setor da cerveja é um poten- ria-prima teria de ser melhor remunerada,
do pelo gestor “fantástico” porque “o sol e o te motor para a economia e que obviamente disse o responsável. Se isso acontecesse,
turismo” em muito ajudaram. impacta os fornecedores e parceiros. “Hoje, a produção nacional “já não seria de 30%
a indústria vidreira gera um negócio de cer- mas poderia chegar aos 100%. Já chegamos
FISCALIDADE TEM DEMASIADO PESO ca de 550 milhões de euros por ano”. As seis a ser exportadores de malte e cevada”. Ou
Mas a questão da fiscalidade continua a ser fábricas da BA Glass existentes no país em- seja, se o preço da matéria-prima aumen-
um dos maiores problemas das microcerve- pregam duas mil pessoas, sendo o setor da tasse ligeiramente, havia uma maior aposta
jeiras. “É um peso enorme no custo do nos- cerveja responsável por 35% do volume de por parte de quem a produz, logo capaz de
so produto. Pagamos um pouco menos que faturação. “Esta relação da indústria cervejei- satisfazer as necessidades.
as grandes cervejeiras, cerca de 10 cêntimos ra cria um rasto profundo em vários setores”. O representante da ANPOC explicou que
Estrella Damm
Gastronomy Congress
A essência da cozinha
> texto e fotografias D. R.
Joan Roca, Fina Puigdevall, Fran López, Vítor Matos, Alexandre Silva e Henrique Sá Pessoa foram os Chefs
protagonistas do congresso que nasceu com a preocupação de revelar os segredos da cozinha contemporânea.
O Estrella Damm Gastronomy Congress Xerta), enfatizou que “nos nossos restau-
reuniu, em Lisboa, o melhor da cozinha rantes, as pessoas procuram não só comer,
contemporânea e contou com a presen- mas também viver uma boa experiência
ça dos Chefs Joan Roca, Fina Puigdevall, que, idealmente, se deverá traduzir num Para este congresso foi feita
Fran López, Vítor Matos, Alexandre Silva e sorriso”. uma seleção
Henrique Sá Pessoa, que partilharam co- No evento, Vítor Matos (1 estrela Michelin heterogénea de Chefs
nhecimento e várias propostas gastronó- - Antiqqvm, Porto) enfatizou a importân- que representam
micas. Um congresso de um dia, dirigido cia do sabor nos seus pratos e deu ainda o presente e o futuro da
ao público profissional, onde três chefs prioridade à técnica. Para tal, confessa que cozinha ibérica
portugueses e três espanhóis realizaram “embora a tendência seja usar três ou me-
diversos showcookings para descobrir a nos ingredientes na preparação dos pratos,
essência e os segredos da melhor cozinha as suas receitas nunca contêm menos de
contemporânea. dez ingredientes”. heterogénea de Chefs que representam o
Depois do sucesso que este evento alcan- Henrique Sá Pessoa (1 estrela Michelin presente e o futuro da cozinha ibérica, e
çou em cidades como Londres, Miami ou - Alma, Lisboa) abordou, a importância que partilham o desejo de espalhar os se-
Melbourne, o Estrella Damm Gastronomy da criatividade e da maneira “pessoal” de gredos da cozinha contemporânea e tra-
Congress voltou à cidade de Lisboa, após tratar e apresentar as suas receitas. Anun- balhar juntos para continuar a inovar nesta
a primeira edição em 2016, oferecendo o ciou ainda a abertura de um novo espaço, disciplina.
cenário perfeito para saborear as novida- o Atelier Henrique Sá Pessoa, “um sonho
des mais incríveis da cozinha. tornado realidade”, que irá funcionar como ESTRELLA DAMM E A GASTRONOMIA
Joan Roca (3 estrelas Michelin - El Celler de um laboratório experimental de I+D para o A Estrella Damm admite que a sua ligação
Can Roca, Girona), antes de iniciar a prepa- Chef e a sua equipa. à gastronomia traduz-se no compromisso
ração das suas receitas, explicou as linhas Já o chef Alexandre Silva (1 estrela Miche- constante de apostar nas melhores pro-
de trabalho do El Celler de Can Roca e en- lin - Loco, Lisboa) explicou como a sua co- postas nacionais e internacionais com o
fatizou que “se trabalharmos e acreditarmos zinha tenta “sair da zona de conforto, para objetivo de oferecer à indústria hoteleira
no que fazemos, dedicando-nos com pai- que o produto local lhe dê um tratamen- gastronómicas de elevada qualidade, con-
xão, conseguimos atingir o sucesso”. to diferente e particular”. Uma das receitas tando, muitas vezes, com a presença de
Já Fina Puigdevall (2 estrelas Michelin - Les apresentadas foi uma sobremesa salga- chefs de renome como protagonistas.
Cols, Olot), expôs a sua visão sobre um da, cujo principal protagonista é o nabo. Hoje em dia, a Estrella Damm continua a
conceito em que prevalece a paisagem, o “Quem diz que uma sobremesa tem de ser ser elaborada com a sua receita original de
produto e os ingredientes “já não de Km 0 doce? Nós devemos perguntar tudo, mes- 1876, resultado da combinação de malte
mas de metro 0”. mo a nós próprios” afirma o Chef. de cevada, arroz e lúpulo, sendo composta
Fran López (1 estrela Michelin - Villa Retiro, Para este congresso foi feita uma seleção por ingredientes 100% naturais.
Arménio Martins
A viver um sonho concretizado
> texto Maria Helena Duarte > fotografias Ernesto Fonseca
A Sovina é, hoje, uma marca sobejamente O que mais adora “é pulo. “Temos vindo a motivar os agricultores
conhecida. Fala-se de cerveja artesanal e, a a criatividade, é ter a e começamos há três anos a apoiar a pro-
par da Praxis e da Vadia, lá está ela, a Sovi- dução de lúpulo em Trás-os-Montes, inves-
possibilidade de recriar
na. Hoje, conta com instalações grandes, na timos na variedade Cascade e, para já, nesta
Zona Industrial do Porto, onde há zona de
sabores e aromas, com colheita, só tivemos 15 quilos, daqui a três
fabricação, de armazenagem, acabamento, frutos e especiarias, anos desejamos já ter meia tonelada. Outros
há uma sala para workshops e formações e plantas aromáticas... as produtores tiveram esta iniciativa e já conse-
a loja, para além da parte administrativa, é possibilidades são infinitas!”. guem produzir 12 a 15 toneladas por ano”.
claro. Tudo está feito e pensado ao porme- Neste momento, a Sovina produz constan-
nor. Mas não começou assim. O crescimento temente duas Lagers e quatro Ales. “Temos
fez-se passo-a-passo e foi Arménio Martins Atualmente, a realidade é bem diferente. a Helles, uma cerveja Lager do estilo Munich
que a fez crescer com o apoio de dois sócios. “Agora, fazemos 12 mil litros e nos próximos Helles, leve e suave, intensa a nível de mal-
O Mestre Cervejeiro que escolhemos para seis meses a produção já poderá aumentar tados; depois temos a Bock que também é
esta primeira edição Paixão Pela Cerveja para 20 mil. A loja continua a existir e é uma uma Lager, mais encorpada, bem estrutura-
tem origens no norte de Portugal, ali para os das mais completas do País, especialmente da e complexa, com uma maturação lon-
lados de Bragança, terra onde hoje se planta ‘on-line’. E, garante o Mestre Cervejeiro, é ga. Nas Ales, temos a Amber, a Stout Dry,
lúpulo. “uma das melhores do mundo”. É que para a Indian Pale Ale, e temos a Weiss. Depois,
Arménio era designer. Mas um dia atreveu- além de ser um negócio apelativo, “é uma no meio disto tudo, estamos a fazer cerve-
-se largar tudo e mudar de vida. Em 2009, maneira de divulgar e incentivar a produção jas especiais e sazonais. A edição de Natal
abriu uma loja cervejeira com produtos ‘ho- de cerveja artesanal em Portugal”, destacou. saiu agora. É uma receita que vamos todos
mebrewer’ para quem quisesse fazer cerveja “E há muito a fazer para ampliar a divulga- os anos alterando para criar expectativa e
em casa. Investiu na formação, leu muito, ção, até porque se continuarmos a crescer curiosidade. Este ano é de abóbora e cen-
viajou, aprendeu com outros cervejeiros, num futuro próximo, pode ser que consiga- teio. A abóbora dá-lhe uma textura suave e
apaixonou-se pelo mundo da cerveja e mos atingir os 3% ou 4% de quota de mer- sedosa e uma doçura muito agradável. Pa-
avançou do sonho à realidade. Fermentada cado, que atualmente deve estar perto do rece tão suave que camufla o álcool”. Foram
a ideia com a ajuda dos sócios na altura, o meio ponto percentual”. Com um sorriso, produzidas cerca de 5 mil garrafas.
Pedro e o Alberto, nasce a marca e a cerve- ainda remata dizendo que “a cerveja artesa- Atualmente, a Sovina já exporta para a Estónia
ja chega ao mercado. “Não precisamos de nal é um fenómeno mundial e até na China e para a Dinamarca, sendo que já há pedidos
a vender, as pessoas estavam desejosas de já há procura!” para os Estados Unidos, um mercado ainda
ter a cerveja, encomendavam diretamente, Arménio Martins partilhou connosco que, em análise, bem como outros mercados.
e rapidamente esgotamos a primeira edi- acima de tudo, o que mais adora “é a criativi- Por fim, pedimos ao Mestre Cervejeiro que
ção”, contou-nos, acrescentando que “fica- dade, é ter a possibilidade de recriar sabores deixasse uma mensagem aos nossos leitores:
mos surpreendidos com o interesse e com a e aromas, com frutos e especiarias, plantas “Experimentar. Se todos os portugueses expe-
adesão, pois na altura tínhamos capacidade aromáticas... as hipóteses são infinitas!”. rimentassem uma cerveja artesanal percebe-
para mil litros e, nos primeiros quinze dias, já Para Armindo, Portugal ainda é muito defi- riam que há grandes diferenças. E em Portugal
tínhamos vendido 500 litros de Sovina”. citário ao nível da produção de cereais e lú- já se fazem grandes cervejas!”, concluiu.
Matérias-Primas
A cerveja passo a passo
> texto Tito Santos • Fizzlab.pt / o autor escreve ao abrigo do anterior AO > fotografias Shutterstock
A cerveja, a par do hidromel, é uma das be- amargor do lúpulo. Esta característica pe- Estes vários níveis de torra conduzem a vá-
bidas mais antigas da humanidade, tendo- culiar levou à difusão das cervejas Pale Ale rios tipos de malte e, consequentemente,
-se encontrado, inclusivamente, vestígios na região e cujo estilo é hoje apreciado em características de aroma e sabor diferentes.
de uma bebida similar em ruínas do paleo- todo o mundo. Podemos obter notas semelhantes a mel
lítico em Begues, Espanha. O fabrico base com os maltes mais claros, ou a broa tos-
tem-se mantido inalterado, resumindo-se MALTE tada, biscoito, caramelo de várias intensi-
à fermentação da água açucarada resul- A cevada é a fonte mais comum de açú- dades, cacau, chocolate e café, à medida
tante da maceração de cereais. cares fermentáveis na cerveja, sendo a sua que a cor vai escurecendo.
De forma simplificada, pode-se afirmar semente pertencente a uma planta da fa- A cevada é, sem dúvida, o cereal maltado
que a cerveja é composta por quatro mília das Gramineae (família da relva). Em mais usado, seguida do trigo, muito usado
ingredientes fundamentais: água, malte, regra, não é usada no seu estado natural, nas tradicionais cervejas de trigo alemãs
lúpulo e leveduras. mas sim após sofrer um processo chama- (Weissbier). Outros cereais maltados usa-
do de maltagem. Este processo passa por dos no fabrico de cerveja incluem o cen-
ÁGUA fazer germinar as sementes, germinação teio, aveia e sorgo, mas são tipicamente
A água representa cerca de 85 a 90% do essa interrompida abruptamente através de mais usados na sua forma não maltada.
volume da cerveja, sendo o restante cons- secagem.
tituído por compostos derivados do malte, De forma geral, a semente da cevada é LÚPULO
lúpulo e leveduras. Ela é de extrema im- constituída pelo embrião e pelo endos- O lúpulo é um ingrediente essencial à cer-
portância à cerveja pois constitui a espinha perma, que não é mais do que a reserva veja, dando origem ao amargor que supor-
dorsal que sustenta os restantes ingredien- de amido para o desenvolvimento da nova ta o malte. Antes do seu uso generalizado,
tes e que, até certo ponto, os influencia. planta. eram utilizadas misturas de várias ervas e
A sua composição mineralógica e a con- A maltagem tem por objectivo activar o de- especiarias (chamado de Gruit), para equili-
centração dos vários iões potenciam de- senvolvimento de enzimas que serão usa- brar a doçura do malte.
terminadas qualidades, tais como acentuar das para reduzir o amido a açúcares mais O lúpulo também contribui muitas caracte-
a doçura do malte ou o amargor do lúpulo. simples durante a fase de empastagem no rísticas secundárias à cerveja, como a esta-
Além dos minerais presentes na água que fabrico da cerveja e assim assimiláveis pe- bilidade bacteriológica (tem propriedades
influenciam a percepção da cerveja, a pre- las leveduras. Actuam também na matriz de bactericidas) e contribui para a formação e
sença de outros tais como ferro, manganês, amido, modificando-a e tornado esta fonte durabilidade da espuma.
cobre e zinco são importantes para uma de energia mais acessível às referidas en- A planta do lúpulo hoje utilizada no fabrico
correcta fermentação, pois fazem parte do zimas. de cerveja, é uma trepadeira da família das
processo metabólico das leveduras. A secagem realizada no processo de mal- canabináceas, a Humulus Lupulus, utilizan-
Existem cervejas que devem, historicamen- tagem pode ser feita a várias temperaturas. do-se a sua flor em forma de cone. É nesta
te, o seu carácter à água com a qual eram Na gama inferior obtemos maltes mais cla- que se encontra a lupulina, uma resina rica
fabricadas. Um caso famoso é a água de ros tal como o Pilsner ou o Pale, aumen- em óleos essenciais que conferem aroma e
Burton-on-Trent, no Reino Unido, cujos tando a cor com a temperatura que pode ir sabor, bem como ácidos alfa que originam
níveis elevados de sulfatos acentuam o a uma torra intensa. o amargor característico.
Existem diversas variedades de lúpulo, fru- Regra geral, é usada uma estirpe de Ale (S. térias do género Pediococcus, Lactobacil-
to de anos de desenvolvimento hoje po- Cerevisiae) ou de Lager (S. Pastorianus). Fun- lus, entre outras. O resultado é um produ-
tenciado pela crescente procura do sec- cionalmente, estas leveduras diferem entre si to muito característico e apreciado.
tor da cerveja artesanal. Assim, podem ser no que respeita à temperatura de fermenta-
encontrados lúpulos com notas a toranja, ção, capacidade de fermentar açúcares dife-
lima, melão, tangerina, uva branca, líchias, rentes, condições ambientais, entre outras. OS CEREAIS NÃO MALTADOS
etc., dando lugar a uma panóplia de op- Uma escolha correcta da estirpe é essencial Os cereais não maltados foram introdu-
ções sensoriais com as quais o cervejeiro para o estilo da cerveja a produzir, pois as zidos na produção de cerveja por serem
pode elaborar a sua cerveja. leveduras de Ale são mais propícias a pro- uma fonte barata de carboidratos, com
duzir compostos frutados e a especiarias impacto mínimo nos níveis de proteínas
LEVEDURA (importantes, por exemplo, nas cervejas do mosto.
A maior parte dos estilos de cerveja são belgas), e as de Lager têm tendência a ser Podem, assim, ser usados juntamente
fabricados com uma de duas espécies de mais neutras, deixando sobressair o malte. com cereal maltado para produzir mosto
micro-organismos unicelulares do géne- Existem estilos de cerveja fermentada mais fermentável e de corpo mais leve.
ro Saccharomyces, vulgarmente chama- com outros micro-organismos como, por Os cereais não maltados mais usados
das de leveduras. Estes micro-organismos exemplo, as tradicionais Lambic da Bél- são o milho, arroz, sorgo (especialmente
transformam os açúcares provenientes gica. A sua fermentação é realizada com em África), cevada e centeio em flocos,
do malte em álcool e dióxido de carbono, a microflora selvagem local, que inclui a bem como o trigo.
como parte do seu ciclo de vida. levedura Brettanomyces Bruxellensis, bac-
Lupulina
O efeito na cerveja
> texto Tito Santos • Fizzlab.pt / o autor escreve ao abrigo do anterior AO > fotografias D.R.
Com a constante inovação no setor do processamento de lúpulo, existe agora um produto relativamente
recente que poderá trazer vantagens a nível organoléptico para o setor da cerveja artesanal: o pó de lupulina.
A utilização mais típica do lúpulo no pro- Além disso, o uso exclusivo de lupulina po-
cesso de fabrico passa pela adição da pró- de-se traduzir num expectável aumento
Recentemente, surgiu pria flor directamente ou, de forma mais dos aromas e sabores.
um novo produto geral, pela adição de lúpulo já processado Por outro lado, a adição do pó de lupu-
no mercado que passa na forma de ‘pellets’. Este processamento é lina à cerveja em fermentação ou após
pela separação do pó essencial que seja feito na altura da colhei- a fermentação (‘dry hopping’) pode ser
produzido nas glândulas ta, sendo reduzido de imediato o seu teor complicada, uma vez que o seu peso é
lupulinas, da maioria de água, e a flor comprimida em ‘pellets’ e menor que os ‘pellets’, tornando difícil a
embalada, de forma a reduzir ao máximo a sua entrada em suspensão. Isto poderá ser
da matéria vegetal restante.
sua oxidação. mitigado com a utilização de um circuito
Recentemente, surgiu um novo produto de re-circulação ligado ao fermentador,
A utilização do lúpulo na cerveja é realizada no mercado que passa pela separação do de forma a obter uma mistura o mais ho-
pelas suas propriedades bactericidas, por pó produzido nas glândulas lupulinas, da mogénea possível, no caso da adição ser
adicionar amargor à cerveja, mas também maioria da matéria vegetal restante. Ou efectuada durante ou após a fermentação.
pelas suas propriedades aromáticas que seja, é um produto que basicamente, só Este produto está disponível na YCH Hops,
contém. Propriedades essas que são muito contém óleos essenciais. Teoricamente, a sobre a marca Cryo Hops LupuLN2, exis-
importantes em determinados estilos (India eliminação da matéria vegetal reduz a ex- tindo em quantidades para o cervejeiro
Pale Ales, por exemplo). Estes aromas estão tracção total de polifenóis, bem como re- profissional e sacos mais pequenos de 50
localizados em óleos essenciais excretados duz a absorção de ácidos-alfa já isomeriza- gramas para o cervejeiro caseiro possibili-
pelas glândulas lupulinas, localizadas den- dos do mosto pela mesma matéria vegetal, tando, a este último, o acesso a este pro-
tro do cone da “flor” da planta do lúpulo. aumentando a percentagem de utilização. duto inovador.
Da “bejeca” à cerveja
> texto Bruno Aquino > fotografias Shutterstock
Não obstante o simples prazer que beber uma cerveja nos pode suscitar,
nada impede que olhemos para a mesma de uma forma mais cuidada,
com atenção às suas características organolépticas. Ou seja, passar a ver
a “bejeca” como uma cerveja.
Ensolarada tarde de Verão, a canícula aperta eles os maltes, os lúpulos, as leveduras, ou-
e a sede também. Bebida de eleição? Uma tros ingredientes (cacau, abóbora, canela,
cerveja, claro. Fresca, de corpo leve, pouco basicamente tudo o que o cervejeiro imagi-
alcoólica, com boas notas do lúpulo e do seu nar) e mesmo subprodutos da fermentação.
amargor. Final da noite, jantar com uns ami- O aroma está profundamente associado a
gos num restaurante da moda. O que pedir processos mentais, nomeadamente de li-
para acompanhar um bom prato de carne ou gação a situações passadas. Quantas vezes
de peixe? Cerveja, certamente! Mais encor- tivemos a incapacidade de nomear um de-
pada, com aromas e sabores mais marcados, terminado aroma e depois lembramo-nos
na procura de uma harmonização perfeita de uma situação e conseguimos lá chegar?
com aquilo que o chef nos propõe. É universal a nossa repulsa a aromas de car-
O sucesso da cerveja reside na sua versati- ne podre, a vomitado, enquanto toleramos
lidade, na capacidade de ser moderna ou ou apreciamos aromas doces. É importante,
tradicional, formal ou descontraída, suave ou diariamente, ir treinando os sentidos, chei-
intensa. A cerveja é um produto milenar, que rando os locais por onde passamos, os ingre-
ainda assim soube evoluir, renovar-se e, des- dientes, tentando identificar o que possa ser.
se modo, continuar a ser uma das bebidas Já o sabor pode ser influenciado pelos mal-
mais consumidas do mundo. tes, lúpulos, outros ingredientes e subpro-
E, não obstante o simples prazer que beber dutos da fermentação e também leva em
uma cerveja nos pode suscitar, nada impede consideração o equilíbrio e o retrogosto, por
que olhemos para a mesma de uma forma exemplo. A nossa língua tem milhares de re-
mais cuidada, com atenção às suas carac- cetores de sabor, mais os que se encontram
terísticas organolépticas, à forma como se no topo da boca, na epiglote, esófago, na-
desenvolve no copo, à sua cor e aos aromas sofaringe, lábios, bochechas, etc. Cada um é
que exalam do seu corpo. É, se quiserem, um sensor que responde a um determinado
deixarmos de lado a “bejeca” e olharmos para tipo de estímulo químico. O sabor evoluiu de
a cerveja com a nobreza que ela merece. modo a dar-nos pistas importantes sobre as
Nesse âmbito, é frequente que a primeira coisas boas e más que nos rodeiam, para nos
impressão com que ficamos de uma cerveja guiar em relação aos alimentos com bons
nos seja transmitida pela sua aparência, isto nutrientes e para os que são eventualmente
é, a sua cor, a transparência e a espuma, sen- venenosos, comunicando essas apreciações
do esta julgada pela cor, duração ou textura. ao cérebro.
Diz-se que “os olhos também comem” e no Finalmente, analise-se o palato, ou seja, a sen-
caso das cervejas essa máxima é extrema- sação física na boca, conforme influenciada
mente relevante. Não impede, naturalmente, pela temperatura, corpo, carbonatação, calor,
que cervejas menos bonitas no copo sejam viscosidade, untuosidade, adstringência, final
surpreendentemente agradáveis no nariz e curto ou prolongado. Muitas delas são cha-
na boca. Todavia, se se puder agregar apa- madas sensações trigeminais, que derivam do
rência com aroma e sabor, quem dirá que nervo que temos na face.
não? Dê-se ou não atenção a todos estes porme-
Seguidamente, o nosso foco centra-se no nores, o mais importante é podermos usufruir
aroma da cerveja. Este é influenciado pelos de todas as emoções e impressões que uma
ingredientes utilizados na produção, sejam boa cerveja nos transmite. Portanto, à vossa!
A União do setor
na diversidade
APCV - Associação Portuguesa
dos Produtores de Cerveja
> texto APCV - Associação Portuguesa dos Produtores de Cerveja
O setor cervejeiro impacta, direta e indiretamente, um universo de 80 mil pessoas, representando um valor
acrescentado de mil milhões de euros/ano, gerando o mesmo valor em receitas fiscais. Sendo um setor
que beneficia de uma quase total ausência de apoios públicos concertou-se através da APCV – Associação
Portuguesa dos Produtores de Cerveja defender os seus interesses.
A APCV - Associação Portuguesa dos Malte, Comité de Boas Práticas e Valorização
Produtores de Cerveja, fundada em 1986, da Cerveja – e nos eventos do Programa de
é uma entidade de setor, sem fins lucrati- Imagem da Cerveja para promoção da cate-
vos, que representa as empresas que, em goria da mesma são outras das áreas de in-
território nacional, estejam ligadas à in- tervenção dinâmica dos associados. Aceder
dústria da produção e/ou enchimento de a informação completa sobre o setor nacio-
cerveja. nal e europeu (aspetos técnicos, legislativos,
Uma associação que é a voz de todo o fiscais, rotulagem, ingredientes, comerciali-
setor junto da União Europeia e de orga- zação e mercado) através do Portal do Co-
nizações internacionais e, nomeadamente nhecimento Brew Up.
sobre políticas e legislação que possam Resumindo, ser sócio da APCV significa per-
afetar a produção, marketing e venda de tencer uma Associação Cervejeira nacional
cerveja. que representa os grandes, pequenos e mi-
Defender o incremento e fortalecimento da cro-cervejeiros junto de todos os ‘stakehol-
produção sustentada de cerveja, garantir ders’, como por exemplo o Estado Portu-
aos Produtores Nacionais de Cerveja o direi- guês, o Parlamento, a Comissão Europeia, o
to de ser competitiva e inovadora e promo- Parlamento Europeu, a FIPA, e o ICAP.
ver a responsabilidade do setor em relação
ao Ambiente, Segurança Alimentar, Saúde &
Nutrição e Comunicação Comercial, são os QUER SER ASSOCIADO DA APCV?
principais objetivos desta associação. Podem ser sócios da APCV as pessoas, singulares ou coletivas que exerçam a atividade
Pertencer a esta organização, seja um gran- de fabrico e/ou enchimento de cerveja, no território nacional desde que comercializem
de produtor ou um microcervejeiro artesa- no mercado um volume mínimo de 200 hectolitros anuais e cumpram todos os requisi-
nal, permite a todos os associados o acesso tos legais para a atividade de produção de cerveja.
a informação técnica e legislativa sobre o se- As candidaturas serão aceites pelo Conselho Diretivo da APCV e ratificadas pela Assem-
tor, bem como a pareceres da APCV e seus bleia Geral da APCV.
serviços jurídicos sobre questões inerentes à Todos os interessados na inscrição como sócios deverão requerê-la, expondo as razões
sua atividade como produtor de cerveja. Par- pela qual se pretende fazer associado, ao Conselho Diretivo por e-mail apcv@lispolis.pt.
ticipar nos Comités internos da APCV - Co-
mité de Comunicação, Comité de Cevada e
Cerveja
É crescimento económico
> texto texto Francisco Gírio > fotografias D. R.
Exportamos para mais de 50 países mais de meio milhão de litros de cerveja/dia, cerca de 1/3 da produção
total de cerveja nacional. Ou seja, a nossa cerveja é apreciada não apenas pelos portugueses,
mas também por quem a saboreia em países terceiros.
PUB
Dirk Niepoort
Faz Grande Birra
> texto Susana Marvão > fotografias D. R.
A casa Niepoort não fez por menos e resolveu lançar uma cerveja. Chama-se Grande Birra e tem o cunho do
produtor Dirk Niepoort. Que tipo de cerveja é? É de um estilo muito, digamos, muito próprio. É do estilo: a
incrível leveza de ser, disse à Paixão Pela Cerveja.
Anselmo Mendes
Fermenta uma nova Letra
> texto Susana Marvão > fotografias D. R.
A cervejeira Letra juntou-se ao enólogo Anselmo Mendes e lançou uma nova cerveja. Com uvas.
De alma minhota. A combinação parece estar a agradar, de tal forma que o enólogo confessou à Paixão Pela
Cerveja que a experiência é para repetir.
Marta Fraga
“Escolho cervejas que
me aportem algo de sensorial”
> texto Susana Marvão > fotografias Carlos Figueiredo
Pedimos a Marta Fraga, especialista em harmonizações no Super Bock Group, para nos eleger seis cervejas da
sua predileção. E ficamos com uma certeza: foram escolhidas com a alma
A ideia era simples: desafiar Marta Fraga, nhum produto da escola de cerveja alemã, representada em Portugal pelo Super Bock
sommelièr na casa Super Bock, a escolher que é muitas vezes associada aos estilos Group. Apesar do “sotaque”, a Naranjito é
seis cervejas. E, claro, explicar-nos o por- originários da cerveja. “Mas quis fugir um uma American Pale Ale, ao estilo clássico
quê. E não nos parece que tenha sido pro- pouco aos estilos mais clássicos”, dizia-nos. inglês, revisitado pela escola americana.
priamente difícil para esta especialista em Os mais clássicos seriam Bélgica, Alemanha “Podemos dizer que é uma versão moder-
harmonizações. e Inglaterra. “Sem esquecer a Chéquia, a na, com a utilização de lúpulos americanos.
Hungria, a Irlanda, a Escócia...” Mas em particular trouxe esta cerveja pela
‘MY DARLING’ O’PHELIA A segunda escolha da especialista em har- adição de casca de laranja, trazendo uma
No novo espaço Casa da Cerveja, em Leça monizações continua dentro das fronteiras frescura e uma leveza cítrica”. Daí, o nome
do Balio, onde nos recebeu, Marta Fra- nacionais. A Saison, da Musa, mais ao estilo Naranjito. “Há aqui uma grande harmonia
ga começou por delinear uma estratégia. belga, pressupõe o uso de brettanomyces, com os lúpulos. Foi muito isso que senti no
“Vamos começar por uma Maldita”. Mas uma levedura característica da região de perfil, que caminhavam no mesmo sentido
não uma Maldita qualquer. Marta Fraga Bruxelas. “Estas leveduras aportam carate- o amargo da laranja e o amargo do lúpulo”.
escolheu uma edição especial da cervejei- rísticas muito diferentes das utilizadas nas Claro que este tipo de abordagem à cerveja
ra nacional, O’phelia, o resultado de uma cervejas Lager ou Ale”. Com um frutado seria impensável na escola alemã. “Sairia da
parceria entre a Jameson Irish Whiskey e a muito característico de aromas de fermen- lei da pureza”, explicou Marta Fraga. “Aliás,
Maldita que resultou numa edição especial tação, Marta Fraga explica que quando se nem admitiriam que se chamasse cerveja.
de apenas 3500 garrafas de cerveja artesa- leva esta cerveja ao nariz, algo desde logo Poderia ser outra coisa qualquer, mas não
nal. A cerveja é uma Irish Red Ale, enve- evidencia a presença de Brettanomyces. cerveja”.
lhecida em barris de carvalho de whiskey “Aprecio particularmente esse lado mais
irlandês. “Achei interessante o casamento ‘funky’ ou, em termos técnicos, aromas UMA NORUEGUESA AMERICANA
do próprio estilo em si que já é de origem mais animais, uma clara frescura, que é Da Noruega vem a quarta opção de Marta
irlandesa, mas também o facto do barril muito interessante”. Fraga. Lervig é uma American Red Ale e
utilizado ser de origem de umas das bebi- Aliás, a sommelièr diz que apenas esco- apesar dos EUA não serem uma das esco-
das mais conhecidas do mundo”. lheu cervejas que lhe diziam alguma coisa las clássicas de cerveja, reinterpreta estilos.
Marta Fraga destacou ainda a elegância da sensorialmente. “Cervejas que me trazem “Esta cerveja chamou-me a atenção pelo
cerveja, com 8% de álcool. “Diria que por ser muito prazer quando eu as bebo. Quis que facto de me recordar o chá preto. E essa
uma cerveja com características licorosas houvesse uma riqueza bastante grande na envolvência do malte da cerveja e com a re-
poderia ser uma cerveja para servir no final escolha das seis, mas sobretudo que fosse cordação do chá que está no lúpulo é, para
de uma refeição”. algo da minha preferência”. mim, extremamente prazerosa. Eu quando
penso em ir beber uma cerveja penso mui-
VERDADEIRA MUSA NARANJITO ‘MADE IN’ EUA tas vezes nesta cerveja em particular.
À medida que foi fazendo a escolha, a som- A terceira opção veio dos Estados Unidos Marta Fraga confessa-se “fascinada por lú-
melièr comentava não estar a escolher ne- da América, da cervejeira Brooklyn Brewery, pulo”, pelo que se houver um perfil de uma
JÁ PROVOU CERVEJA?
O Noticioso
www.postscriptumbrewery.com
O Noticioso
DESTINOS COM CERVEJA
KORISCA
S. MIGUEL
Korisca
A cerveja artesanal de S. Miguel
> texto Maria Helena Duarte > fotografias Ernesto Fonseca
Já dizia o ditado que “tudo vai de começar”. E também assim aconteceu com Vera Sengo.
Entre conversas e provas, descobriu que podia marcar a diferença produzindo cerveja em São MIguel.
Assim nasceu a Korisca, numa ilha plena de beleza, aromas e sabores, onde a imersão na paisagem é completa.
No restaurante panorâmico, pode-se apreciar o mar, a vila ou as plantações de banana. Nas
encostas dos montes, nos quartos com varandas de vidro parece possível mergulhar
diretamente no oceano. E na piscina, a água confunde-se e perde-se no horizonte.
A Paixão Pela Cerveja foi recentemente Acompanha bem queijos novos e carnes
à ilha de São Miguel. É, mesmo, uma Ilha grelhadas. Já a Korisca Brown Ale, apre-
fabulosa. A natureza foi muito generosa, senta sabor a malte, caramelo e frutos se-
as pessoas são muito afáveis, o peixe e a cos. Acompanha bem todo o tipo de car- “Korisca” é uma expressão
carne são super saborosos, e entre tantas nes, enchidos, queijos médios e curados. típica Açoreana que
coisas boas, agora há mais uma: a cerveja Por fim, a Korisca Stout é uma cerveja pre- significa “atrevida”
artesanal açoriana Korisca. ta encorpada, de espuma persistente e que
“A paixão pela Ilha e a vontade de fazer mostra um sabor intenso a tostados, cho-
novos investimentos levou a que tentásse- colate e café. Boa para harmonizar com
mos perceber o que seria possível fazer e caça e sobremesas, por exemplo. o resultado tem sido bastante satisfatório”,
o que ainda não existisse. Através de co- Para breve, conta Vera Sengo que conti- garante. Para já há o investimento na co-
nhecidos, provámos uma cerveja produzi- nuarão a melhorar gradualmente “as con- municação, através das participações em
da em casa, apenas para consumo próprio. dições de fabrico” e para breve está “o lan- eventos que promovam a cerveja artesa-
Foi uma ótima experiência, gostámos e çamento de duas novas cervejas”. nal, alguma publicidade e divulgação nas
achamos que tinha qualidade”. E foram es- Na ilha de São Miguel, já ninguém fica indi- redes sociais.
sas duas paixões que motivaram a criação ferente às cervejas Korisca. Afinal, é a única Por fim, a produtora fez questão de assina-
da fábrica de cervejas de São Miguel e que marca artesanal, a par com a cerveja D’As- lar que “vemos o crescimento do mercado
fizeram com que “investíssemos na criação sociação (também produzida na fábrica com muito agrado, pois começa a haver
da marca e aperfeiçoássemos a produção de Vera) e que é a cerveja oficial do res- um maior conhecimento e apreço por um
da mesma”. taurante da Associação Agrícola. É sempre produto de grande qualidade”.
“Korisca” é uma expressão típica Açoreana importante ressaltar que, com este inves- Se já não faltavam bons motivos para ir a
que significa “atrevida”. A expressão origi- timento, “estamos a ajudar ao desenvol- São Miguel, no arquipélago dos Açores, há
nal é escrita com “C”, mas Vera refere que vimento da comercialização de produtos assim, agora, mais um: provar as cervejas
optaram por manter o termo, mas escrito locais”. Claro que produzir numa ilha tem Korisca. E, subscrevemos um apontamen-
com “K”, uma forma de assinalar o “atre- desvantagens, como “o tempo de chega- to de Vera: “ir a São Miguel é investir na
vimento” de entrar numa área que desco- da da matéria-prima via marítima”, assim tranquilidade e ao mesmo tempo na aven-
nheciam mas acreditavam. como os custos associados “que conside- tura”. É uma ilha apaixonante, com imenso
Na fábrica das cervejas artesanais Korisca, ramos algo elevados”, aponta. para fazer e descobrir. Visite as Lagoas, as
são produzidas três cervejas: Brown Ale, Quisemos saber quais as pretensões de Furnas, as praias, o chá da Gorreana, vá a
American Pale Ale e Stout. expansão. O crescimento é desejado mas banhos na Caldeira Velha ou na Poça da
A Korisca America Pale Ale é uma cerveja há a certeza de ainda haver muito trabalho Dona Beija, prove a gastronomia e acom-
leve, com aromas frutados e notas florais. pela frente. Até porque: “até ao momento, panhe-a com Korisca!
LETRA
CHRISTMAS ALE 2017
No Minho leva-se o Natal à Letra
Os cervejeiros da marca Minhota desenvolveram uma cerveja
para tornar a experiência gastronómica da ceia de Natal única. A
Letra Christmas Ale 2017 é uma Brown Ale, uma cerveja de cor
escura, com aromas e sabores a malte caramelizado e biscoi-
to, em equilíbrio com canela, casca de laranja e figos secos,
ingredientes adicionados ao longo do processo de produção.
Com 8% de teor alcoólico promete aquecer os momentos entre
família e amigos neste Natal.
must
72 • PAIXÃO PELO CERVEJA • EDIÇÃO 01
O Noticioso
have
EDIÇÃO 1 • PAIXÃO PELO CERVEJA • 73
O Noticioso
SAÚDE
PROGRAMA
FALAR-CLARO
É importante, diariamente,
ir treinando os sentidos,
cheirando os locais
por onde passamos, os
ingredientes, tentando
identificar o que possa ser.
O programa “Falar-Claro”
Adverte para o consumo
de álcool entre os mais novos
> texto Francisco Gírio > fotografias Shutterstock
Para 2018-2019, o Programa FALAR-CLARO irá entrar na sua 3ª edição e novos conteúdos e
iniciativas irão ser desenvolvidas a nível nacional.
A APCV-Associação Portuguesa dos Pro- sociedade sobre os problemas do consumo O Programa Falar-Claro iniciou-se através
dutores de Cerveja é membro fundador do abusivo de álcool por maiores de idade ou da produção de conteúdos, no caso um
FNAS-Fórum Nacional do Álcool e Saúde do seu consumo por menores, através das Manual, elaborado pelo médico de psi-
que reúne cerca de 80 ‘stakeholders’ lide- famílias, dos encarregados de educação, quiatria de infância e adolescência, António
rado pelo SICAD/Ministério da Saúde e pos- professores e outros agentes em ambiente Lorena Trigueiros e que foi posteriormente
sui especiais responsabilidades no mesmo, escolar, mas também através dos formado- validado pelo SICAD/Ministério da Saúde e
visto pertencer igualmente à sua Comissão res em ambiente de organização de tempos pela DGE-Direção Geral Escolar do Ministé-
Executiva. livres (OTL´s, etc), todos possuem um pa- rio da Educação.
Celebra-se este ano, dez anos de criação pel primordial no combate a este problema O Manual e outros documentos de apoio
deste Fórum, que associa entidades gover- social. Também a indústria cervejeira, como têm servido para ações de educação em
namentais, ONG e representantes da in- parte da solução, através da APCV como ambiente familiar (com o apoio da CON-
dústria de produção e comercialização de representante do setor, em parceria inicial FAP), em ambiente escolar (com o apoio da
bebidas alcoólicas (cerveja, vinho e espiri- com a CONFAP-Confederação Nacional ANP) e em ambiente de campos de férias
tuosas) que nos termos da carta de adesão das Associações de Pais (Falar-Claro I), a que (com o apoio do IPDJ), com o propósito de
ao mesmo, obriga a que qualquer entidade se associaram mais tarde a ANP-Associação motivar os jovens para os temas relaciona-
que se queira associar tenha que depositar Nacional de Professores e o IPDJ-Institu- dos com o consumo de bebidas alcoólicas
pelo menos um Compromisso de Respon- to Português do Desporto e da Juventude e os perigos do seu consumo excessivo, se
sabilidade Social no mesmo. (Falar-Claro II), assumiram o seu papel na forem maiores de idade.
No mês passado, a Comissão Nacional de educação dos menores de idade relativa- Para 2018-2019, o Programa Falar-Claro irá
Proteção das Crianças e Jovens sinalizou mente aos perigos do consumo precoce de entrar na sua 3ª edição e novos conteúdos
171 menores por consumo de álcool em bebidas alcoólicas através de um Programa e iniciativas irão ser desenvolvidas a nível
2016. A prevenção e a educação da nossa chamado Falar-Claro. nacional.