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ANO LETIVO 2019-2020

10º ANO
PROFESSORA FÁTIMA CRISÓSTOMO

ARGUMENTAÇÃO E RETÓRICA

1. O domínio do discurso argumentativo – a procura de adesão do auditório


Introdução
O nosso quotidiano está repleto de inúmeras situações em que temos de recorrer à
argumentação:
- para justificar as nossas ações a outras pessoas;
- para nos defendermos de algumas acusações;
- para dar a nossa opinião sobre determinado assunto;
- para discordarmos de um ponto de vista.
São inúmeras as situações que suscitam diferentes pontos de vista e em que temos de
argumentar para defendermos/refutarmos uma dada tese.
Convencer alguém implica, antes de mais, raciocinar e expressar verbalmente os raciocínios sob
a forma de argumentos.
Vimos, na lógica formal, que o termo argumentar designa a apresentação de razões que
suportem e justifiquem uma afirmação ou conclusão. No domínio da argumentação, os argumentos
servem para convencer/persuadir, de forma racional, os outros e fazê-los aderir à nossa tese ou
admiti-la.

Desde quando pratica o homem a argumentação? Estaríamos tentados a dizer: desde que
comunica. Ou melhor ainda: desde que tem opiniões, crenças, valores, e desde que faz tudo para
os fazer partilhar pelos outros. Quer dizer desde sempre, na medida em que o homem se identifica,
ao contrário do animal, com uma palavra, com um ponto de vista próprio sobre o mundo em que
vive.
Desde quando tem o homem saber sobre a argumentação? Tudo depende do que se entender por
«saber». No sentido mais lato que essa palavra pode ter, é provável que as práticas
argumentativas, por mais antigas que sejam, tenham sempre sido acompanhadas par um saber
espontâneo, empírico. Ainda hoje, ( ... ) só raramente a argumentação é objeto de um programa
de ensino e (...) cada um, na vida quotidiana, é confrontado com numerosas situações de
argumentação (...).
Philippe Breton, A Argumentação na Comunicação, Publicações Dom Quixote

Ideias a reter:
- O homem pratica a argumentação desde que comunica.
- O homem comunica desde sempre, partilhando informações e opiniões com os outros.
- Todos argumentamos de modo espontâneo e empírico.
- A argumentação pode ser ensinada.
- Podemos aperfeiçoar a habilidade natural, inconsciente e, eventualmente com erros, e transformá-
la numa técnica rigorosa, pensada e sistematizada.
A Antiguidade clássica (grega e romana) chamou retórica à arte de persuadir através da
palavra; a arte de falar com eloquência, com o objetivo de conseguir o acordo e a adesão do auditório.
O termo é usado pelos sofistas que, tradicionalmente, são responsabilizados pela conotação
negativa do termo, devido à excessiva preocupação com o estilo em detrimento da verdade dos
conteúdos. No entanto, atualmente alguns autores defendem uma perspetiva distinta daquela que a
história da Filosofia lhes atribuiu.
Com Aristóteles a retórica assume um estatuto de técnica de argumentação do verosímil
(provável, plausível, aparentemente verdadeiro), legítima para os debates no espaço público da cidade.
Com o crescente êxito da demonstração (nas ciências exatas e experimentais) e das evidências da
matemática, a arte do discurso que continua a utilizar a língua natural, ambígua, prestando-se a erros
de interpretação, ficou reduzida a uma mera teoria das figuras de estilo, um mero ornamento do
discurso.
Atualmente, a retórica readquiriu importância, sob a forma de nova retórica, com os
contributos de Chaim Perelman, Stephen Toulmin, Michel Meyer e outros.
A abordagem lógico-formal tem limitações, não é capaz de dar conta da complexidade da
linguagem natural com a qual pensamos e comunicamos.

A argumentação como processo comunicativo


A argumentação é antes de mais um ato comunicativo e, como tal, implica um emissor, um recetor e
uma mensagem.
Na comunicação argumentativa:
-o emissor é o orador;
- o recetor é o auditório;
- a mensagem é a tese acompanhada de argumentos.

A necessidade argumentativa decorre da dimensão comunicativa inerente ao caráter social do


ser humano.

A opinião do orador - É previa ao argumento propriamente dito. A opinião pertence ao domínio


do verosímil, quer se trate de uma tese, ideia ou ponto de vista.
O orador - Aquele que argumenta, em seu nome, ou, como no caso do advogado, em nome de
outrem, que transmite a sua opinião para que o auditório a partilhe.
O argumento - É a razão ou conjunto de razões apresentadas para sustentar o ponto de vista, ideia,
tese ou conclusão formulada para convencer. Pode apresentar-se sob a forma escrita, pela palavra
ou pela imagem.
O auditório - Pessoa ou conjunto de pessoas que o orador quer convencer.
O contexto de receção - É o conjunto de opiniões, valores e juízos que um auditório partilha e que
serão fundamentais na receção do argumento, determinando a sua aceitação, a sua rejeição ou o
seu grau de adesão.
Philippe Breton, A Argumentação na Comunicação, Publicações Dom Quixote
Ideias a reter:
- o orador é aquele que argumenta, aquele que dispõe de uma opinião e a partilha com o auditório.
- a opinião do orador pertence ao domínio do verosímil (provável, plausível, presumivelmente
verdadeiro);
- o auditório é constituído pela(s) pessoa(s) que o orador quer convencer;
- o argumento é a razão ou conjunto de razões apresentadas para sustentar uma dada tese ou ponto
de vista;
- o contexto de receção é formado pelo conjunto de opiniões, valores e juízos que o auditório partilha.
O orador deve prestar particular atenção a estes elementos prévios ao ato de argumentação pois são
decisivos no que se refere ao grau de adesão à sua tese.
- o objetivo da argumentação é levar o auditório a aderir à tese que lhe é proposta.

“Saber argumentar não é um luxo, mas uma necessidade. Não saber argumentar não será, por
outro lado, uma das grandes fontes recorrentes da desigualdade cultural, que se sobrepõe,
reforçando-as, às tradicionais desigualdades sociais e económicas? Não saber usar da palavra para
convencer não será, no fim de contas, uma das grandes fontes de exclusão? Uma sociedade que
não ofereça a todos os seus membros os meios de serem cidadãos, isto e, de terem uma verdadeira
competência para usar da palavra, será verdadeiramente democrática? “
Philippe Breton, A Argumentação na Comunicação, Publicações Dom Quixote

A argumentação versus demonstração


Vimos que a lógica estuda as condições formais para a elaboração de raciocínios válidos e
correção do pensamento. Ao atender apenas à estrutura formal de um raciocínio, a lógica deixa de
lado o seu conteúdo, a sua matéria, a sua verdade material.
No entanto, a racionalidade humana não se esgota na sua validade formal. A análise do discurso pode
ser orientada num duplo sentido:
- lógico-demonstrativo;
- retórico-argumentativo

Muitos argumentos não podem ser avaliados à luz da lógica formal, mas sim a partir de critérios
dialéticos, ou seja, trata-se de argumentos meramente prováveis ou desencadeados a partir de
opiniões geralmente aceites. Entramos assim no domínio da retórica.

“A definição de retórica é conhecida: arte de bem falar, de demonstrar eloquência diante de um


público para o conquistar para a nossa causa. Isto aplica-se desde a persuasão à vontade de
agradar: tudo depende precisamente da causa, do que está em causa, do problema que motiva
alguém a dirigir-se a outrem. O caráter argumentativo está presente desde o início: justificamos
uma tese com argumentos, mas o adversário faz a mesma coisa. Neste caso a retórica não se
distingue em nada da argumentação. Trata-se de um processo racional de decisão em situação de
incerteza, de verosimilhança, de probabilidade.”
Michel Meyer (1994), “As bases da retórica”, in AAVV, Retórica e Comunicação, Porto, Edições ASA
Demonstração Argumentação
↓ ↓
Domínio do constringente Domínio do verosímil
(caráter de necessidade ou inevitabilidade (presumivelmente verdadeiro)
lógica) ↓
↓ Argumentar = apresentar razões para
Demonstrar = provar a partir de convencer; justificar o que se diz; apresentar
provas relativas e aceitar uma margem de
incerteza e subjetividade

A lógica formal e a retórica implicam procedimentos distintos:


- Demonstrar é fornecer provas lógicas irrecusáveis, encadeando proposições de tal modo que,
a partir da primeira, se é racionalmente constrangido a aceitar a conclusão.
Para conduzir alguém a uma conclusão necessária e universal, procede-se a uma demonstração de
acordo com os critérios da lógica formal;
- Argumentar é fornecer razões a favor ou contra uma determinada tese, tendo por finalidade
provocar a adesão das pessoas a essa tese ou conclusão se ela lhes parecer razoável.
Para conduzir alguém a uma conclusão que é apenas verosímil, plausível e razoável, argumenta-se de
acordo com os critérios da retórica.

No processo demonstrativo é atribuída uma predominância à força lógica da mensagem como


meio de influenciar os outros. A comunicação demonstrativa é monológica e irreversível.
Na comunicação argumentativa uma tese é aceite não só por ser verdadeira ou falsa, podem
estar em confronto duas teses verdadeiras, mas também porque é útil, justa, equilibrada, etc. A tese
preterida, posta de lado, não perde o seu valor, como no campo da demonstração lógica, podendo a
qualquer momento ser repensada.
O processo argumentativo requer uma situação de igualdade (implica a renúncia a uma relação
de força) entre os interlocutores que interactivamente trocam argumentos. A força lógica da
mensagem não é suficiente para influenciar os outros; essa influência resulta mais do teor das relações
estabelecidas e da plausibilidade das razões apresentadas. A comunicação argumentativa é dialógica,
bilateral e reversível.
A argumentação pressupõe uma relação democrática, é um exercício de tolerância pois admite
a troca, permuta e transação de pontos de vista. O outro não é apenas ouvinte, mas também orador.
Notar: Os domínios da argumentação e da demonstração não estão separados de forma absoluta e
definitiva, nos diferentes discursos são combinados processos simultaneamente demonstrativos e
argumentativos. No decurso do processo demonstrativo é necessário recorrer à argumentação, por
outro lado, a argumentação deve apoiar-se nas leis lógicas da demonstração.
A procura de adesão do auditório
A finalidade da argumentação é promover a adesão do auditório a uma tese. Assim, a qualidade
da argumentação mede-se pela sua eficácia, ou seja, pela capacidade de provocar, ou não, a adesão
do auditório. Uma argumentação é eficaz na medida em que é adequada, plausível para um dado
auditório.
Para a argumentação ter a eficácia desejada é necessário que o orador disponha de um
conhecimento prévio das caraterísticas do auditório com que se vai confrontar, nomeadamente,
idades, conhecimentos, motivações, valores, crenças e estado de espírito.
O conhecimento das caraterísticas do auditório, permite ao orador escolher os argumentos,
adaptar o tipo de linguagem, os exemplos a utilizar; etc.
Ex:
Tese: É necessário deixar de fumar

Argumento Argumento Argumento


Proteja as crianças: não as Fumar pode prejudicar o Se está grávida: fumar
obrigue a respirar o seu fumo esperma e reduz a fertilidade prejudica a saúde do seu filho.

Auditório Auditório Auditório


Pais com filhos pequenos Homens fumadores Mulheres grávidas fumadoras

No entanto, nem sempre a argumentação tem a eficácia desejada: neste exemplo, nem sempre
o auditório deixa de fumar.
Por vezes o auditório adere cognitivamente à tese, mas não adota o comportamento desejado.
O processo argumentativo deverá ter em conta os objetos de acordo: premissas admitidas pelo
auditório.
âmbito do real - factos, verdades e presunções.
Objetos de acordo
âmbito do preferível - valores, hierarquias e juízos de valor.

O orador deve começar por escolher o objeto de acordo que melhor se ajuste às motivações do
auditório para captar a sua atenção, quer a adesão vise reforçar os objetos de acordo, quer vise
modificá-los.
A argumentação e a retórica têm alguns objetivos específicos:

1. Persuadir e convencer, de modo a provocar a adesão do auditório.


2. Agradar, seduzir ou manipular, justificar (às vezes a qualquer preço) as suas ideias para as
fazer aceitar como se fossem verdadeiras, ou porque o são ou se acredita que o são.
3. Fazer passar o verosímil, a opinião e o provável com boas razões e argumentos, sugerindo
inferências ou realizando-as por outrem.
4. Sugerir o implícito por meio do explícito.
5. Instituir um sentido figurado, inferir do literal e utilizar, para o efeito, figuras de estilo,
histórias.
6. Fazer uso duma linguagem figurada e estilizada, o literário.
7. Descobrir as intenções de quem fala ou escreve (...).
Michel Meyer (1994), "As bases da retórica", in AAVV, Retórica e Comunicação, Porto, Edições ASA

Tradicionalmente considerava-se que a distinção entre convencer e persuadir, se baseava na


oposição entre razão e emoção.
- Perelman considera que o critério de distinção é o auditório:
Discurso persuasivo → pretende ter validade para um auditório particular.
Discurso convincente → pretende ter validade para um auditório universal.
Assim,
- Persuade-se um auditório particular, tendo em conta a sua especificidade afetiva, valorativa...
- Convence-se um auditório universal, a partir de argumentos racionais que são universalizáveis.
A argumentação racional será aquela que é, não apenas persuasiva, mas convincente, capaz de
convencer qualquer ser racional.
O discurso argumentativo combina a arte de persuadir com a de convencer, pelo que não se
deve fazer uma distinção demasiado rígida entre os dois conceitos. As fronteiras entre ambas são
fluidas e de difícil distinção, pois ambas visam obter um efeito no auditório: adesão a uma dada tese.
A eficácia persuasiva não depende apenas dos argumentos e provas objetivas (logos), também
depende da credibilidade do orador (ethos) e dos sentimentos que este desperta no auditório (pathos)
A argumentação organiza-se em torno de quatro variáveis: o orador, a tese, o auditório e o
contexto ou situação, e em função do ethos, pathos e logos.
No discurso argumentativo, Aristóteles distingue três tipos de provas: as provas baseadas no
ethos, no pathos e no logos.

A relação retórica liga um orador a um auditório através da linguagem, o que lhes torna possível a
comunicação. À dimensão do orador, Aristóteles chama-lhe ethos, já que nada e mais convincente
nem mais sedutor do que a força moral, o carácter e as virtudes de autoridade de que deve fazer
prova numa certa matéria aquele que procura persuadir ou agradar. À dimensão do auditório,
Aristóteles caracteriza-a como pathos, porque aquele que ouve passivamente o discurso do orador
é percorrido por paixões desencadeadas pelos enunciados proferidos (daí o conceito de emoção).
Quanto à dimensão abarcada pela linguagem, Aristóteles chamou-lhe logos, que é definido
simultaneamente pelo estilo e pela razão, pelas figuras e pelos argumentos, ou, como se diz hoje
em dia, pelo figurado e pelo literal.
Michel Meyer, Manuel M. Carrilho e B. Timmerrnans, Hist6ria da Ret6rica, Temas e Debates

Ideias a reter:
Ethos - tipo de prova centrado no caráter do orador. Este deve ser virtuoso e credível para conseguir
a confiança do seu auditório (dimensão moral do orador).
Pathos - tipo de prova centrado no auditório, nas emoções nele despertadas que o predisponham
para uma atitude favorável à tese que se defende (dimensão psicológica ou afetiva).
Logos - tipo de prova centrado nos argumentos, na força argumentativa do discurso. O discurso deve
estar bem estruturado do ponto de vista lógico-argumentativo, para que a tese convença o auditório
(dimensão racional).
Um dos exemplos mais fortes de discursos que pretendem cativar a atenção do auditório é o
discurso publicitário.

Os anunciantes procuram elaborar reclames extremamente atrativos, surpreendentes e insólitos


para captar, a qualquer preço, a atenção de um auditório cada vez mais desorientado pela
proliferação de anúncios.
Nesta luta para atrair a simpatia do público, suscitar o seu interesse, provocar desejo e, na medida
do possível, desencadear o reflexo de compra de um produto, a arma mais sofisticada, a mais bem
afinada, dos anunciantes, continua a ser o filme publicitário, o das salas de cinema e, sobretudo,
aquele que é difundido pela televisão (...). Os publicitários privilegiam mais a emoção. «É preciso
contar histórias», analisava um deles, «que entrem mais em ressonância com a paleta dos
sentimentos do que com o espírito ou com a inteligência.» (...)
As suas imagens prometem sempre a mesma coisa: o bem-estar, o conforto, a eficácia, a felicidade
e o sucesso. Elas fazem cintilar uma promessa de satisfação.
Os spots vendem sonhos, propõem atalhos simbólicos para uma rápida ascensão social. (...) Os
spots não vendem, por exemplo, uma máquina de lavar louça, mas sim conforto, não um sabonete,
mas sim a beleza, não um automóvel, mas sim prestígio (...).
Ignacio Ramonet (2001), Propagandas Silenciosas, Porto, Campo das Letras

Principais caraterísticas do discurso publicitário:


- é dirigido a um auditório específico;
- tenta responder a necessidades, mas também as cria;
- propõe de forma condensada uma visão do mundo (sistema de valores);
- é sedutor, pois dirige um apelo específico à sensibilidade/emoção;
- faz promessas veladas;
- opta por mensagens curtas (imagem/sonoridade), com pouca informação;
- atua a um nível implícito e inconsciente: sugere associações.

A refutação
O discurso só é argumentativo se for aberto e suscetível de contra-argumentação e de
refutação. A refutação faz parte das “regras do jogo” para merecer o título de argumentação e não
degenerar num discurso autoritário, em que se impõe em vez de propor.
Argumentar, para além de apresentar razões, argumentos em favor de uma tese, é também
refutar o ponto de vista oposto. Refutar um argumento é mostrar que ele não é bom/forte. Podemos
refutar um argumento mostrando que a conclusão não se segue das premissas, que algumas das
premissas não são plausíveis, ou mostrar que o argumento não se relaciona com a tese que se quer
provar
Quem se dispõe a entrar no jogo comunicativo/argumentativo de argumentos e contra-
argumentos tem de aceitar a possibilidade de contra-argumentação, a possibilidade de surgirem
argumentos opostos à nossa tese que a debilitem ou a destruam. A argumentação deve prever a
contra-argumentação e até inclui-la na sua estratégia. O auditório pode levantar objeções quando o
orador está a expor a tese devendo este refuta-la de imediato, se o orador colocar várias objeções é
melhor refutá-las no final, para não prejudicar a sua apresentação. Existindo um ponto de vista
contrário à tese que o orador defende, se os argumentos forem fracos devem ser refutados um a um,
se forem fortes o melhor é refutá-los em conjunto, procurando romper a estrutura lógica da
argumentação contrária.
Estrutura e organização do discurso argumentativo

A estrutura do processo argumentativo compreende sempre uma introdução, um desenvolvimento e


uma conclusão.
A introdução: deve ser o mais breve possível, atendendo à apresentação do tema e à descrição sumária
da tese que o orador se propõe defender, em função do auditório a que se dirige;
O desenvolvimento: deve consistir na apresentação dos argumentos favoráveis à tese, bem como os
argumentos que servem para combater teses opostas, do modo mais claro possível;
A conclusão: não deve afirmar mais do que aquilo que se mostrou

Regras para organizar um discurso argumentativo:


1ª Efetuar a distinção entre premissas e conclusão: antes de redigir um argumento temos de saber
claramente qual a tese (conclusão) que queremos defender e quais as razões (premissas) para a sua
defesa.
2ª Apresentar as ideias segundo uma ordem natural: as nossas ideais devem ser apresentadas de
forma ordenada para facilitar a compreensão.
3ª Partir de premissas fidedignas: as premissas devem ser plausíveis, se as premissas forem fracas, a
conclusão também o será.
4ª Usar uma linguagem específica, concreta, clara: devemos evitar termos demasiado vagos ou
abstratos.

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