São Luís 2020 A EVOLUÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS COM ÊNFASE NA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
A historicidade dos direitos humanos configura-se a partir do seu nascimento e
evolução em determinadas circunstâncias caracterizadas pelas lutas dos povos por novos direitos e liberdades contra os velhos poderes. Na Mesopotâmia (1960 a. C.), o Código de Hamurabi configurou-se como a 1ª codificação a consagrar o rol dos direitos comuns a todos os homens livres (vida, propriedade, honra, dignidade, família). Por outro lado, na Grécia antiga houve a supremacia do direito natural, igualdade e liberdade; além de participação política. Bem como em Roma, houve a criação da Lei das Doze Tábuas, proibidas para tutela dos direitos individuais frente ao arbítrio da autoridade. Ademais, no Cristianismo a igualdade se fez essencial entre os homens, havendo a preocupação com a dignidade da pessoa humana. Conseguinte, a Magna Carta (1215), documento assinado por João Sem-Terra na Inglaterra, estabelecia liberdade à Igreja, restrições tributárias, livre acesso à Justiça, proporcionalidade entre delito e sansão, etc. Já em 1679, outro documento histórico é delimitado, a Lei Habeas Corpus, que já existia antes mas que passou então a garantir liberdades. Salienta-se que a Idade Moderna é dividida em três dimensões, a primeira é a dimensão dos direitos de liberdade, política e civil, inaugura-se a ideia de Estado de direito enquanto controle do poder. Dentre os marcos históricos ocorridos na época, em 1688 há a Revolução Gloriosa na Inglaterra, Declaração de direitos. Além disso, em 1777 a Independência dos EUA que gera a Constituição Americana de 1787. Ainda, a Revolução Francesa (1789), que gerou a Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão. A segunda dimensão refere-se aos direitos de igualdade econômica, social e cultural, com caráter ativo por parte do Estado. Seus marcos foram, a Revolução Mexicana, em 1910 e Constituição Mexicana em 1917, trazendo a ideia dos direitos trabalhistas como direitos humanos. Também, em 1917, há a Revolução Russa, que traz a Declaração do Povo Trabalhador e Explorado. E em 1919, a Constituição de Weimar, direitos e deveres fundamentais dos alemães. Outrossim, a terceira dimensão os direitos de fraternidade, interesse comum difusos e coletivos dos povos, e fato histórico, final da Segunda Guerra Mundial – 1945, onde houve a Declaração Universal dos Direitos Humanos – ONU (1948), um dos principais documentos internacionais, especialmente no âmbito da proteção dos direitos humanos universal. Foi criada após a Assembleia Geral da ONU, logo após a segunda guerra, essa declaração reconhece o princípio de que cada indivíduo tem direito à dignidade e ao respeito, a ser reconhecido como pessoa diante da lei. Tal reconhecimento representa uma ruptura com o passado ao qual os Direitos Humanos só remetia aos privilegiados, somente a algumas categorias que gozavam da participação do governo e que possuíam bens dentro da sociedade. A história das relações humanas relata numerosos exemplos de pessoas, cujas vidas foram sacrificadas impunemente, tendo sido submetidas a todos os tipos de tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes. A história da humanidade está repleta de desumanidade do homem para com o homem e de injustiças das nações para com outras nações. Em face disso, a universalidade dos direitos implica também que a humanidade reconhece os valores comuns e as nações têm direitos essenciais à sua própria existência e à sua identidade, as quais fazem parte do patrimônio comum da humanidade.
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