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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª

VARA CÍVEL DA COMARCA DE OSASCO – SP

Processo n.º XXXXXXXX

Requerente:

Requerido:

GILSON DA SILVA, já qualificado nos autos da AÇÃO DE RESCISÃO


CONTRATUAL C/C PERDAS E DANOS, processo em epígrafe que move em
face de XPA INCORPORADORA IMOBILIÁRIA, também já qualificada nos
autos, por intermédio de sua advogada que esta subscreve, não se
conformando com a sentença proferida, vem, mui respeitosamente, interpor
RECURSO DE APELAÇÃO, com base nos arts. 1009 a 1014 do CPC/15,
requerendo, na oportunidade, que o recorrido seja intimado para, querendo,
oferecer as contrarrazões e, ato contínuo, sejam os autos recebidos por este
juízo e, com as razões anexas, remetidos ao Egrégio Tribunal de Justiça do
Estado de São Paulo para os fins de mister.

Pede o deferimento.

Osasco, XX de XXXX de 2019.

Letycia Santana Silva

OAB/SP 161043

Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo,

Colenda Câmara,

Eméritos Julgadores,

I – Breve síntese dos fatos:

Trata-se de ação de rescisão contratual c/c perdas e danos em que o autor,


ora apelante, requer que o contrato avençado entre as partes, cujo encontra-
se acostado nos autos, seja rescindido, pelo não cumprimento total do
instrumento pela parte apelada, haja vista a inércia comprovada em
documentações anexas, que demostram o desdenho em reparar o imóvel
objeto do contrato, pelos defeitos apontados pelo apelante.

Requereu ainda, a concessão de tutela provisória e cumulativamente


condenação da parte apelada na indenização por danos morais e materiais,
objetivando que ocorresse a sustação imediata das cobranças de taxas
condominiais infundadas, haja vista que a parte sequer imitiu-se na posse, e
suspensão das posteriores ameaças de protestos pelo não pagamento de tais
quais, em que atemorizam o pleno exercício de sua profissão.

Ademais, para tanto, tendo juntado provas documentais, pleiteou também


pela produção dos demais meios probatórios dos quais encontram amparo no
Código de Processo Civil de 2015, em que são de grande valia para o
esclarecimento da verdade real, uma vez que não foi realizada perícia judicial
do imóvel em questão e nem tampouco ouvida às testemunhas que o apelado
pretendia arrolar.

Em sede de contestação, o requerido, ora apelado, alegou preliminarmente a


incompetência absdoluta do juízo e no mérito, alegou que a entrega do imóvel
fora devidamente feita com o apartamento pronto e acabado, de acordo com
as exigências técnicas pertinentes. Outrossim, salientou também a
aplicabilidade dos princípios contratuais, cujo determina que o vínculo pelo
que haja sido firmado entre as partes, tem força de lei, devendo o mesmo ser
adequadamente cumprido, conforme há de se observar desde os primórdios a
instituição do “pacta sunt servanda”.

Intimado, o autor apresentou Agravo de Instrumento reiterando os termos da


exordial e requerendo pelo acolhimento quanto à tutela, em que haja sido
indeferido por decisão interlocutória o requerimento supramencionado,
conforme fls. 2.

O juiz, de forma equivocada, proferiu sentença com julgamento antecipado do


mérito, sem conferir à parte o direito à produção das provas requeridas, cujo
objetivavam demonstrar os apontados defeitos de acabamento, e fundamentou sob a égide
do art. 355, I, CPC, entender desnecessária a produção de outras provas senão as já anexas ,
complementando que os documentos apresentados pelo apelado, eram
suficientes para demonstrar que o imóvel haja sido entregue de maneira
devida e com isso, afirmou que a presentão de rescisão contratual era
incabível, por não haver descumprimento contratual por parte da ré.

Rejeitou, por consequencia, o pedido de lucros cessantes, por entender


improcedente o respectivo pedido condenatório.

Ao final, julgou improcedente o pedido, declarando desfeito o contrato


avençado entre as partes, em razão única e tão somente de desistência do
autor, arbitrando que a ré devolvesse as parcelas pagas, sem correção
monetária e retendo-se 30% a título de multra contratual incidente na espécie,
condenando o autor, em razão da sucumbência, a pagar as custas, bem
como honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da causa.

Nota-se, neste caso, que a Sentença recorrida foi proferida sem que se
consumasse a necessária instrução processual, em verdadeiro cerceamento
de defesa, contrariando o princípio constitucional da ampla defesa, previsto
no art. 5º, inciso LV da Constituição Federal de 1988.

No caso em epígrafe, não está autorizado o MM Juiz a realizar o julgamento


antecipado da lide, uma vez não versar o conflito sobre matéria
exclusivamente de direito, mas primordialmente de fatos controvertidos que
requerem o exaurimento da fase de instrução, em especial da audiência de
instrução e julgamento, onde, através da prova oral a ser produzida, tem-se a
oportunidade de elucidação dos fatos, ou seja, de que houve culpa exclusiva
do Apelado, uma vez que demonstrou plena inércia, sem nenhuma
justificativa, para sanar os vícios do imóvel, colocando o apelante em situação
desconfortável e de prejuízo.

De outro lado, o Autor não apresentou nenhuma prova para constituição do


seu provável direito. Ou seja, não comprovou através de documentos
qualquer dano material sofrido. Meras afirmações em petição inicial não são
suficientes para formação da convicção do juiz, pois, mesmo vigorando o
princípio do livre convencimento do juiz, este não pode formar seu
convencimento baseando-se, apenas, em hipóteses subjetivas, desprovidas
de qualquer meio de prova. Mesma linha de raciocínio aplica-se ao pedido do
dano moral.

É necessário, por fim, que se realize a prova pericial documental para


avaliação dos prejuízos efetivamente suportados pelas partes.

DO DIREITO:

Da Ampla Defesa, Julgamento Antecipado da Lide e Anulação de Sentença:

Como acima narrado, não pode prosperar uma decisão onde se considera tão
somente fatos e argumentos articulados pela parte Autora, ora Apelada, sem
permitir a Ré, Apelante, o exaurimento de todos os meios de provas de que
dispõe para sua ampla defesa.

Ao julgar antecipadamente à lide, quando ainda existiam situações de fatos a


serem provadas, tem-se que, tacitamente, foi indeferida a produção de
provas, devidamente requerida na contestação, ocasionando verdadeiro
cerceamento de defesa, que torna nula a sentença de primeira instância.

O Código de Processo Civil , art. 330, é enfático no sentido de que o


julgamento antecipado da lide somente será permitido quando a questão de
mérito for unicamente de direito e não houver necessidade de produção de
provas em audiência. No caso em comento, o decisum carece de produção
de provas em audiência, conforme requerido em contestação.

A falta de exaurimento da fase de instrução processual com o não


deferimento e a não produção da prova oral, viola o princípio do contraditório
e da ampla defesa, previsto no art. 5º, LV, CF/88, ocasionando error in
procedendo e, neste caso, o Tribunal deverá simplesmente anular a sentença
prolatada, devendo remeter os autos à instância inferior para que o juízo a
quo profira outra decisão, após o exaurimento da fase instrutória.

Neste sentido a seguinte decisão, verbi

PROCESSUAL CIVIL. CERCEAMENTO DE DEFESA. JULGAMENTO


ANTECIPADO DA LIDE. OCORRÊNCIA. PEDIDO DE PRODUÇÃO DE
PROVAS. NÃO APRECIAÇÃO. OFENSA AO PRINCÍPIO DA AMPLA
DEFESA E CONTRADITÓRIO PLENO. PRELIMINAR ACOLHIDA.
IMPERIOSA A ANULAÇÃO DA SENTENÇA PARA A DILAÇÃO
PROBATÓRIA. APELO PROVIDO PARA ANULAR A SENTENÇA. Em
homenagem aos princípios da ampla defesa e contraditório pleno, é imperioso
que se abra oportunidade para que a ré, no curso da presente ação de
conhecimento, produza prova de tudo quanto alega, em especial, perícia
técnica no aparelho de medição que afirma ter sido objeto de fraude.

(TJ-SP - APL: 36986020128260077 SP 0003698-60.2012.8.26.0077, Relator:


Adilson de Araujo, Data de Julgamento: 27/11/2012, 31ª Câmara de Direito
Privado, Data de Publicação: 27/11/2012)

Do exposto, requer a declaração de nulidade da sentença, determinando o


retorno dos autos para que o juízo a quo possa exaurir a fase de instrução
processual com oitiva da testemunha apresentada pelo ora Apelante,
garantindo-lhe, desta forma, o contraditório e a ampla defesa.

Do Pedido Contraposto:

O Apelante requereu, em sua contestação, que o Apelado fosse condenado a


lhe pagar uma indenização em face dos prejuízos suportados em seu veículo,
tendo em vista que o Autor parou, de forma brusca e sem nenhum motivo, a
sua motocicleta em via pública. Ou seja, houve culpa exclusiva do Autor. Tal
fato pode ser confirmado pela testemunha arrolada pela parte Ré na ação.

O Juiz, equivocadamente, rejeitou o pedido do Réu afirmando que este


deveria ter formulado seu pleito indenizatório por meio de outra resposta, e
não na contestação apresentada.

Contudo, no procedimento sumário, é lícito ao Réu formular pedido em seu


favor, desde que fundado nos mesmos fatos referidos na peça inicial. Assim
preceitua o Código de Processo Civil , art. 278, § 1º.

Mais uma vez, o juiz incorreu em error in procedendo, fato que sujeita a
anulação da sentença prolatada.

Do exposto, requer a declaração de nulidade da sentença, determinando o


retorno dos autos ao juízo a quo para que profira nova decisão, desta feita,
julgando o mérito do pedido do Réu, consoante previsto no art. 278, § 1º,
do CPC.

Do Ônus da Prova:

O Juízo a quo, julgou procedente todos os pedidos apresentados na petição


inicial, condenando o Apelante ao pagamento de todos os valores pleiteados.

Ocorre que o Autor não apresentou nenhuma prova para constituição do seu


suposto direito. Ou seja, não comprovou, através de documentos ou
testemunhas, a existência de culpa do Apelante, bem como a existência dos
danos materiais e morais.

Como é sabido, o ônus da prova está disciplinado no art.  333 do Código de


Processo Civil, verbi

Art. 333. O ônus da prova incumbe:

I- ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito

Neste diapasão, incorreu o MM juiz em error in judicando, ao prolatar


sentença condenando o Apelante ao pagamento de danos patrimoniais e
morais sem que o Autor houvesse demonstrado a culpa e a própria existência
destes danos.
Do exposto, requer a reformulação da sentença para julgar improcedente
todos os pedidos do Autor, haja vista a não comprovação dos fatos narrados
na inicial.

Do Quantum Indenizatório:

Apenas em face do princípio da eventualidade, e somente por amor ao debate


jurídico, se por acaso o Tribunal rejeitar o pedido de anulação da sentença, e
mantiver a condenação do ora Apelante, há de se rever os valores da
condenação, levando-se em conta os princípios da razoabilidade e
proporcionalidade, devendo o valor do dano moral ser arbitrado com bom
senso, de forma equitativa, observando a capacidade de pagamento do
ofensor, a extensão da gravidade e o caráter pedagógico da pena. Quanto
aos danos patrimoniais, estes somente podem ser verificados mediante
produção de provas, pois não há como se condenar alguém ao ressarcimento
de danos materiais baseando-se apenas em fatos não comprovados.
Observe-se por fim que a indenização, segundo o Código Civil de 2002 ,
art. 944, a indenização mede-se pela extensão do dano. Em não sendo
comprovada a extensão do dano não há como arbitrar qualquer valor. Reza
ainda o mesmo artigo que se houver excessiva desproporção entre a
gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a
indenização.

Do exposto, em caso de confirmação do dispositivo da sentença de primeiro


grau, requer a redução do dano moral em valor a ser arbitrado pelo Tribunal,
levando-se em conta os princípios e dispositivos legais acima mencionados,
bem como, a redução do dano patrimonial, limitado a valores efetivamente
comprovados.

Dos Pedidos:

Ante o exposto, o Apelante pede a Vossas Excelências se dignem em


conhecer o presente recurso de Apelação, eis que tempestivo e presentes as
demais condições e pressupostos de admissibilidade e lhe deem provimento
para Declarar a nulidade da sentença prolatada em primeiro grau,
determinando o juízo a quo que outra seja prolatada, observando-se:

a) o exaurimento da instrução processual, em todos os seus termos, com a


oitiva da testemunha do Réu, proporcionando-lhe o direito do contraditório e
da ampla defesa

b) o julgamento do mérito do pedido contraposto feito pelo ora Apelante em


sede de contestação, considerando a licitude do feito, conforme preceitua
o Código de Processo Civil , art. 278, § 1º, condenando o Autor a indenizar o
Réu pelos prejuízos sofrido
c) julgue improcedente todos os pedidos do Autor visto que não apresentou
os meios de prova de constituição do seu direito, art. 333 do CPC

d) Em caso de condenação do Réu, observe os princípios da razoabilidade e


da proporcionalidade, bem como os dispositivos legais no que diz respeito ao
quantum indenizatório.

Contudo, se outro for o entendimento desta Corte pede, subsidiariamente,


que seja conhecido o presente recurso para dar-lhe provimento e reformar a
sentença recorrida, julgando improcedente todos os pedidos do Apelado, visto
que não os comprovou, declarando, ainda, a revelia do mesmo, pois não
contestou o pedido contraposto do Apelante, condenando-o ao pagamento
dos danos materiais sofridos por este, a ser devidamente comprovado através
de documentos periciais, e honorários sucumbenciais no percentual de 20%
do valor da indenização a ser paga pelo Apelado. E, somente por amor ao
debate, em caso de condenação do Réu, que seja revisto o quantum
indenizatório, considerando os princípios da proporcionalidade e da
razoabilidade, da capacidade de pagamento, da equidade, da extensão da
gravidade e do caráter pedagógico da pena.

Aguarda provimento do recurso, por ser medida de fastígio de justiça.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Roberto R. M. De Brito

Advogado OAB/PB N.º 111111111


EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA
COMARCA DE CURITIBA, PARANÁ.

Protocolo nº...

Requerente:

Requerido:

JOÃO DA SILVA (apelante), já qualificado nos autos da Ação Tal, processo


em epígrafe, que move em face de (ou que lhe move) MARIA DA
SILVA (apelado), também já qualificada nos autos, vem, por via de seu
procurador que esta subscreve, não se conformando com a sentença
proferida às fls. XX, interpor o presente RECURSO DE APELAÇÃO, com
base nos arts. 1.009 a 1.014, CPC/15, requerendo, na oportunidade, que o
recorrido seja intimado para, querendo, ofereça as contrarrazões e, ato
contínuo, sejam os autos, com as razões anexas, remetidos ao Egrégio
Tribunal de Justiça do Estado de Goiás para os fins de mister.

Pede o deferimento.

Local e data.

Advogado

OAB/PR...

MODELO DAS RAZÕES

RAZÕES RECURSAIS

Apelante: JOÃO DA SILVA

Apelada: MARIA DA SILVA

Origem: processo nº XXXXXX, 1ª Vara Cível (Comarca de Curitiba)

EGRÉGIO TRIBUNAL,
COLENDA CÃMARA.

Eméritos Desembargadores,

I – BREVE SÍNTESE DO PROCESSO

Trata-se de ação de cobrança em que o autor, ora apelante, requer que...


Requer ainda..., tendo juntado provas documentais... E requerido prova
testemunhal.

Em sede de contestação, o requerido, ora apelado, alegou...

Intimado, o autor apresentou réplica, às fls..., apontando... E reiterando os


termos da exordial.

Sem êxito a tentativa de acordo, passou-se a instrução, onde foram ouvidas


as testemunhas do autor e do réu, às fls..., e, findos os debates orais, o nobre
magistrado prolatou a sentença, julgando totalmente improcedentes os
pedidos formulados pelo requerente.

No entanto, como será demonstrado a seguir, a sentença não merece


prosperar, devendo ser reformada (ou cassada).

II – RAZÕES DA REFORMA (OU DA CASSAÇÃO)

A r. Sentença proferida pelo juiz a quo na Ação de Cobrança proposta pela


apelante em face do apelado, julgando o seu pedido improcedente, deve ser
modificada in totum, uma vez que a importância reivindicada na inicial traduz-
se em uma obrigação de única e inteira responsabilidade do comprador,
conforme previsão contratual.

A afirmação acima evidenciada, nos termos dos documentos acostados aos


autos, encontra respaldo no fato de que vigoram no direito brasileiro, como
vigas mestras de sustentação das relações jurídicas, os princípios da
liberdade de contratar e do efeito vinculante dos contratos, entendimento este
corroborado pela jurisprudência pátria, in verbis:

“Em havendo estipulação contratual obrigando o comprador, não cabe


declaração de indébito, uma vez que deve prevalecer o brocardo latino  pacta
sunt servanda”.
Ainda, no mesmo sentido, são lícitas, em geral, todas as condições que a lei
não vedar expressamente, daí não havendo outro entendimento para o caso
em questão, deve a sentença atacada ser REFORMADA (ou cassada,
depende do que se alegar) nos termos do pedido contido na inicial.

III – REQUERIMENTO

Em virtude do exposto, o Apelante requer que o presente recurso de apelação


seja CONHECIDO e, quando de seu julgamento, seja totalmente PROVIDO
para reformar a sentença recorrida, no sentido de acolher o pedido inicial do
Autor Apelante e..., por ser de inteira Justiça.

OU

(...) seja totalmente PROVIDO para anular a sentença recorrida, com o


consequente retorno dos autos ao juízo a quo para..., por ser da mais lídima
justiça.

Termos em que,

Pede deferimento.

Loca e data

Nome e assinatura do advogado

Número de inscrição na OAB

https://pt.slideshare.net/consultoria_documental/razes-de-apelao

https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=Preliminar+Error+in+procedendo

https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=NULIDADE+DA+SENTEN
%C3%87A+POR+ERROR+IN+PROCEDENDO

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