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Universidade Púnguè
Tete
2019
Jakson Lino Jacalasse Chathima
Projecto de pesquisa a
ser apresentado no
curso de biologia,
Departamento de
Ciências Naturais e
Matemàtica, Delegação
de Tete, para fins
avaliativos na Jornadas
Especificas
Universidade Púnguè
Tete
2019
1.CAPITULO I : INTRODUÇÃO
O consumo de álcool na sociedade contemporânea é visto predominantemente de
forma positiva, o que dificulta o reconhecimento de determinados padrões de consumo como
doença e, ao mesmo tempo, a mobilização de profissionais de saúde para diminuir índices de
problemas decorrentes do uso do álcool. A dupla moral de uma sociedade por um lado tolera
ou promove o consumo moderado do álcool e por outro discrimina o consumo excessivo e
fora de controlo.
1.2.Objectivos específicos
1.3.Delimitação do tema
A escolha deste tema Justifica-se pelo facto do autor ter verificado mediante uma
observação directa, que no bairro em referência maior parte dos Adolescentes/Jovens optam
pelo consumo excessivo de bebidas alcoólicas "secas" nos fns-de-semanas, dias de lazer e nos
momentos festivais.
1.5.Problematização
1.6.Hipóteses
Alcoólico
Alcoolismo
Whisky
Gin
Adolescentes
Jovens
A Organização das Nações Unidas define juventude como a faixa de indivíduos com
15 a 24 anos de idade.
Mello, Barrias e Breda (2001) afirmam que desde os tempos mais remotos são
conhecidos os efeitos patológicos das bebidas fermentadas. Através de estudos arqueológicos
e bibliográficos foi possível afirmar que as bebidas alcoólicas foram utilizadas e conhecidos
os seus efeitos já há algumas dezenas de milhar de anos antes mesmo da era cristã,
destacando-se Egípcios, Gregos e Romanos pelo desenvolvimento das artes do fabrico de
bebidas alcoólicas.
Alcoolismo alfa: definido como alcoolismo social, no qual o álcool é utilizado como
factor desinibitório das relações interpessoais e os sintomas são pura e exclusivamente
físicos, ou seja, decorrentes da intoxicação. Nesse tipo, não se coloca em questão a
perda de controlo, nem a dificuldade para manter abstinência. Também é definido
como a categoria de problemas decorrentes do uso do álcool;
Alcoolismo beta: tipo de alcoolismo em que as complicações físicas são maiores
(gastrites e hepatites) e podem persistir mesmo que não haja dependência física ou
psicológica;
Alcoolismo gama: espécie de alcoolismo em que existe um aumento de tolerância ao
álcool, adaptação ao metabolismo do álcool, craving e perda de controlo sobre o
consumo. Nessa categoria, estão os alcoolistas crónicos;
Alcoolismo delta: espécie: de alcoolismo que reúne as três primeiras características do
tipo gama, mas com incapacidade de manter abstinência no lugar da perda de controlo;
Alcoolismo épsilon: considerado alcoolismo periódico no indivíduo que, após
intervalos de discreta interrupção, volta a beber por dias seguidos, apresentando perda
de controlo e desenvolvimento de severa dependência psicológica.
Identificar as causas do consumo excessivo de álcool não é tarefa fácil, pois este
comportamento patológico tem sido motivo de numerosos estudos nas diversas ciências:
psicologia, sociologia, psicopatologia, neurobiologia e psicofarmacologia. Porém, nenhuma
hipótese explica isoladamente o alcoolismo, dada a existência de múltiplos factores
coadjuvantes e a inexistência de uma causa determinante. A bibliografia consultada aponta
para várias hipóteses etiológicas nomeadamente biológicas, psicológicas e socioculturais, as
quais iremos abordar seguidamente:
Muitos jovens não bebem ou bebem em quantidades mínimas. A sua decisão em não beberem
ou beberem com moderação, parece resultar de uma combinação de factores:
A ligação afectiva: Os jovens com laços familiares fortes, com amigos, ou com outras
pessoas com importância para si, tendem a beber menos. Eles têm ligações emocionais
de proximidade com os outros, preocupam-se com as expectativas dos outros, e com
as suas opiniões acerca do seu comportamento;
A responsabilidade: Os jovens que investem quantidades significativas de tempo, de
energia, e de recursos, nas actividades convencionais como estudar, trabalhar, fazer
parte de um culto religioso, e/ou participando em clubes, ou actividades desportivas,
tendem a beber menos que aqueles estudantes que não investem tanto, talvez por 15
causa de não terem tanto tempo disponível devido às suas actividades focadas no
consumo de álcool.
As Crenças: Os jovens que aceitam os valores convencionais, que obedecem às regras
da sociedade, e que respeitam a autoridade, tendem a beber menos que aqueles que o
não fazem. Acrescentando, muitos dos estudos sugerem que os jovens –
particularmente os estudantes universitários – bebem porque partem do princípio que
todos os outros, também, o fazem.
A designação de Alcoolismo refere-se, habitualmente, às consequências da
ingestão de álcool no indivíduo traduzido por um quadro mórbido de sinais e
sintomas, nem sempre reconhecendo a complexa problemática ligada ao uso das
bebidas contendo álcool. No entanto, é a Organização Mundial de Saúde que assume a
maior relevância na definição da problemática ligada ao álcool. Para a OMS (1980)
existem vantagens em utilizar a designação de “problemas ligados ao Álcool” dado o
vasto e multiforme leque de situações relacionadas com o álcool pois existem relações
mais ou menos perigosas do álcool com a condução rodoviária, criminalidade, a
patologia laboral, as perturbações familiares e efeitos sobre a criança (concepção,
gestação, aleitamento, desenvolvimento e rendimento escolar). O álcool representa um
risco na normal saúde infantil, juvenil e do adulto.
Deste modo, é a OMS que estabelece a distinção entre alcoolismo como doença e
alcoólico como doente. Assim, o alcoolismo é constituído pela totalidade dos problemas
motivados pelo álcool no indivíduo, estendendo-se em vários planos e causando perturbações
orgânicas e psíquicas, perturbações da vida familiar, profissional e social com as suas
repercussões económicas, legais e morais. Quando os alcoólicos são bebedores excessivos,
cuja dependência em relação ao álcool se acompanha de perturbações mentais, da saúde
física, da relação com os outros e do seu comportamento social e económico, devem
submeter-se a tratamento. Socialmente, o alcoolismo determina uma enorme ambiguidade:
tolerado e mais do que tolerado, estruturante do desenvolvimento psicossocial e individual,
mesmo apesar do reconhecido risco que acarreta em termos de saúde no seu conceito mais
lato, ou seja, o de bem-estar físico, psíquico e social. Assim, é possível que coexistam,
socialmente, uma gama de apelos ao seu consumo (dos mais explícitos aos mais subtis), com
uma permanente chamada de atenção para os seus riscos da parte dos sistemas de consumo.
De acordo com KOLB (2002), no receptor GABA "A"existem cerca de cinco sítios de
ligação. No primeiro sítio temos o GABA, no segundo liga-se a família das drogas
tranquilizantes, chamadas de benzodiazepínicos, provavelmente também o álcool; no terceiro
sítio liga-se os barbitúricos; no quarto sítio os esteróides e o quinto são específicos para um
veneno encontrado em plantas da Índia chamado de picrotoxina
O álcool tem sua acção preferencial sobre as membranas celulares, que por sua vez,
funcionam como barreira ou porta de saída e entrada de substâncias específicas. Ao afectar as
células e o seu funcionamento o etanol consegue prejudicar todo o organismo. Porque a
grande quantidade ingerida, pode tornar as membranas endurecidas ou enfraquecidas,
podendo até se dissolverem. Uma vez destruídas, substâncias venenosas penetram nas células,
enquanto seu citoplasma sai.
Segundo FERREIRA (2001), quanto aos efeitos crónicos o álcool causa no sistema
límbico uma menor oxigenação, devido à diminuição da circulação do sangue nessa área.
Observação directa
A observação foi directa, participante e não grupal, onde o pesquisador foi observar os
comportamentos dos consumidores de bebidas alcoólicas "secas".
Segundo MINON, apud RUDIO (1999) sustenta que, no sentido mais amplo, observar
não se trata apenas de ver, mas tambèm de examinar. Não se trata somente de entender mas de
auscultar. Trata-se também de ler documentos (livros, jornais, impressos diversos) na medida
em que estes não somente nos informam dos resultados das observações e pesquisas feitas por
outros mas traduzem também a reacção dos seus autores.
Entrevista
Os dados foram recolhidos a partir de materiais como: gravador e papel com questões
fechadas.
De acordo com BELL (1997:121), quanto mais estandardizada for a entrevista, mais fácil será
agregar e quantificar os resultados. Uma entrevista estruturada pode adoptar a forma de um
questionário ou de uma lista que sejam completados pelo entrevistador e não pelo
entrevistado. Se entrevistar pela primeira vez será mais fácil usar um formato estruturado.
3.4. Amostra
Será utilizada uma amostragem do tipo aleatória, pois permitirá que a população seja
seleccionada ao acaso para fazer parte da amostra. o autor está consciente que a amostra é
representativa, pois, a pesquisa é mais qualitativa. Constitui amostra para esta pesquisa, 60
Adolescentes ou Jovens do bairro Mateus Sansão Muthemba na Cidade de Tete.
Depois de se recolher os dados a partir das técnicas mencionadas, estes foram processados
usando o Microsoft Word. Também a analise dos dados consistiu em:
Tabela 1: Concepções dos Adolescentes e Jovens sobre os efeitos fisiológico do consumo de bebidas
alcoólicas secas no organismo humano.
Questão Alternativa %
1. O que é que leva muitos adolescentes/Jovens a Falta de dinheiro 40%
Gosto pelas bebidas 28%
procurarem e tomarem bebidas alcoólicas secas?
Falta de ocupação 14%
Problemas sociais 18%
2. Quais são as marcas mais preferidas pelos jovens e Gin 55%
Whisky 15%
adolescentes?
Gin e Whisky 20%
aguardente 10%
3. Quais são os efeitos negativo que as bebidas secas Explica claramente 20%
podem causar o mau funcionamento do organismo Explica 30%
Explica c/dificuldade 26%
humano?
Não sabe 24%
3. Quais são as principais doenças provocadas pelo Explica claramente 15%
Explica 25%
consumo excessivo de bebidas alcoólicas secas.
Explica c/dificuldade 34%
Não sabe 26%
7. De que forma o álcool afecta o funcionamento do Explica claramente 12%
Explica 13%
sistema nervoso?
Explica c/dificuldade 50%
Não sabe 25%
11. Quais são as consequências de alto nível de álcool no Explica claramente 6%
Explica 14%
sangue?
Explica c/dificuldade 60%
Não sabe 20%
15. Que estratégia pode ser adoptadas para diminuir o Eliminar o fabrico 16%
Aumentar o preço 58%
consumo excessivo de bebidas alcoólicas secas na
Proibir a venda para 12%
camada de adolescente e jovens?
menores de idade
Não sabe 14%
A maior parte dos entrevistados cerca de 55% afirmam que muitos dos
adolescentes ou jovem gostam mais de aguardente e soldier e Gin em relação a outros tipos de
bebidas alcoólicas secas.
0.5
0.2
0.25
0.34
0.14
55% 0.26
0.25 0.13 0.06
0.30.26
0.24 0.12
0.15
0.2
0.4
20%
0.14
Q1 Q2 A3 A4 A5 Q6
5.1. Conclusão
Conclui-se que o consumo excessivo de bebidas secas (álcool) pode trazer sofrimento como
resultado de acidentes automobilísticos, atropelamentos nas ruas, quedas, violência familiar e
nas ruas, além de uma série de problemas sociais e de saúde física e psíquica. O indivíduo sob
o efeito de substâncias psicoativas, como o álcool, tem maior probabilidade de colocar-se em
situação de risco, a exemplo da aquisição de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST),
uma vez que o efeito da droga prejudica sua capacidade de julgamento, levando-o a
negligenciar os cuidados, como a prática de sexo seguro. Portanto, isso se deve aos efeitos
fisiológicos do álcool no organismo humano, na corrente sanguínea e nas células nervosas e
na comunicação hormonal, cuja dose elevadas do álcool pode afectar o normal funcionamento
de vários sistemas do organismo. Estes jovens/adolescentes alcoolizados são portadores de
um conjunto de sinais comuns, entre os quais se destacam: rubor e edema moderado da face;
edemas das pálpebras; olhos lacrimejantes; eritrose palmar; hálito alcoólico; e falta de
coordenação motora.
"A todos intervenientes na vida económica, social, politica, educativa e saúde pública, aos
órgãos de comunicação social, os responsáveis de indústria e comercio, aos educadores, aos
políticos e aos agentes promotores de hábitos saudáveis na Cidade de Tete, a sua máxima
intervenção com políticas públicas que trabalhem a partir da fonte de produção de bebidas
alcoólicas secas, aos vendedores na proibição do consumo de menores de 18anos e assim
proporem estratégias para a redução de consumo excessivo de bebidas alcoólicas secas. No
caso em estudo, os adolescentes/jovens propõem a elevação de preço de venda como forma
de repelir – os, uma vez a sua motivação está relacionado com a falta de dinheiro. Exemplo:
70mt para cada garrafa de seca"