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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FAET - FACULDADE DE ARQUITETURA ENGENHARIA E TECNOLOGIA


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
ELETRÔNICA DE POTÊNCIA

“Conversor Buck”
Erick Marques
Felipe Andrade
Jardel Wojciechowski

Fevereiro de 2015
Cuiabá – MT
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FAET - FACULDADE DE ARQUITETURA ENGENHARIA E TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
ELETRÔNICA DE POTÊNCIA

RELATÓRIO DE ATIVIDADES DO PROJETO:


Idealização, projeção e execução.

“Projeto avaliativo referente à disciplina de


Eletrônica de potência ministrada pelo
Professor Dr. Fabricio Parra.”

Fevereiro de 2015
Cuiabá – MT
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ELETRÔNICA DE POTÊNCIA
ÍNDICE
1) Objetivo ............................................................................................................................. 4
2) Introdução ......................................................................................................................... 4
3) Fundamentos Teóricos ...................................................................................................... 4
4) Desenvolvimento prático .................................................................................................. 6
5) Memorial de imagens: simulações e execução ............................................................... 11
6) Referências bibliográficas ............................................................................................... 15
7) Anexos ............................................................................................................................. 15
8) Conclusão ........................................................................................................................ 15
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1) Objetivo

Projetar um conversor DC/DC abaixador de tensão (Step Down Converter) que variará sua
tensão de 180 (V) a 0 , para que possa atuar no controle de um motor DC presente no laboratório
de máquinas elétricas da Universidade Federal de Mato Grosso.

2) Introdução

Existem vários meios para se conseguir abaixar a tensão de saída de um circuito. Os meios
mais simples são a divisão de tensão, e os reguladores de tensão como o 7815. Porém, esses
meios trabalham dissipando a energia não utilizada na forma de calor, tornando assim o circuito
de baixa eficiência. Nesse sentido, o Step Down Converter (usualmente chamado de conversor
Buck) foi criado. Utilizando se dele para fazer essa redução, pode se obter uma eficiência com
valores superiores a 70% (quando bem projetado chegando a 95%) reduzindo assim o consumo
de energia gerando economia de custos. A busca por componentes e circuitos que possibilitam
a utilização em larga escala, com viabilidade econômica, das fontes renováveis de energia para
produção de energia elétrica é sem dúvidas o principal precursor da criação do conversor BUCK
e de muitas outras criações.

3) Fundamentos Teóricos

a) Conversor Buck

Figura 01: Circuito básico do conversor Buck

O conversor buck é um conversor DC/DC chaveado abaixador de tensão. Enquanto a


chave S estiver fechada o indutor armazena energia em forma de campo magnético. No
momento que a chave é aberta a fonte deixa de enviar corrente para o circuito e o indutor
"descarrega" sua energia armazenada na carga.
Como o indutor dificulta alterações bruscas de corrente, a corrente que a fonte poderia
alimentar a carga é reduzida diminuindo assim o nível de tensão na carga.

Enquanto a chave esta fechada a tensão no indutor é dada por:

( )= − −

Que é aproximadamente:

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( )= −

Por consequência a corrente é dada por:

( )
( )= (− ) + ∗ ( )

Quando a chave esta aberta:

( )=−

Ecorrente com a chave aberta:

( )
( )= (− ) + ∗ ( )

O conversor possui dois modos de funcionamento, relacionados à corrente no indutor,


o modo de condução continuo e descontinuo. Para o modo continuo a corrente no indutor
nunca chega à zero, o indutor não descarrega completamente antes de a chave ser fechada.

Figura 02: Formas de onda do conversor Buck.

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As formas de onda da figura representam os seguintes parâmetros:

i. Corrente no indutor L v. Corrente no capacitor C


ii. Corrente na chave S vi. Ripple capacitivo
iii. Tensão na chave S vii. Ripple resistivo
iv. Corrente no diodo D viii. Ripple total na tensão de saída

4) Desenvolvimento prático

a) Definições básicas

Como dito anteriormente, o conversor Buck que será demonstrado a seguir foi desenvolvido
para atender um motor CC que possui os parâmetros mostrados na foto a seguir:

Figura 03: Dados de placa da carga a ser atendida pelo conversor Buck

Em busca de dados mais concisos, realizou se um teste desse motor em funcionamento,


da onde foi retirado os dados necessários como corrente e tensão de seu funcionamento a vazio,
tendo em vista que o mesmo é utilizado dessa forma usualmente.

O dimensionamento do conversor teve como base primordial os dados de placa acima,


e os encontrados na medição em laboratório.

Todo o dimensionamento inicial foi construído através dos livros e apostilas


disponibilizados pelos professores da disciplina e conforme referências bibliográficas. Porém, os
valores encontrados não foram compatíveis com as simulações realizadas, com o auxílio do
software de simulador ORCAD®. Nessa linha lógica, e com o ‘norte’ encontrado nos cálculos
preliminares, substituía se os valores considerados inviáveis (como de indutores, por exemplo),
por outros que estavam à disposição em laboratório.

Antes do início da simulação definiram se os valores da frequência de chaveamento da


chave, bem como o tipo da chave utilizada. Optou se no momento pela escolha da chave IRF740
devido à familiaridade encontrado pelos integrantes do grupo, tendo em vista que a mesma já
havia sido utilizada anteriormente. Quanto a frequência, a escolha ficou fixada em 30 KHz por
ser esta uma faixa não audível e utilizada comumente em conversores comerciais desse tipo.
Para essa definição de frequência, o guia de laboratório 11 (Eletrônica de Potência: Fabricio
Parra, UFMT) foi utilizado. A frequência no circuito foi ajustada por meio de um potenciômetro,

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que após os ajustes necessários para se chegar à frequência desejada foi substituído por uma
resistência equivalente obtida através da ligação em paralelo de um resistor de 10kΩ e outro de
10kΩ. O circuito básico de disparo pode ser visto na figura a seguir:

Figura 04: Circuito de disparo

A alimentação do circuito de disparo foi feita por meio de um transformador 127/15+15


1A, com o auxilio do CI regulador de tensão 7815. Dimensionou se também com o auxilio de
notas de aula o circuito de proteção da chave (Snubber) .

O resultado final encontrado, com respectivos valores para esse projeto pode ser visto
de maneira resumida na imagem a seguir.

Figura 05: Circuito projetado do conversor Buck

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b) Dimensionamento de componentes:

Depois de definido o ripple do buck foi então calculado os valores mínimos de indutor e capacitor:
O indutor minimo foi calculado de acordo com a seguinte formula:

∗( )
L= , ∗ ∗ ∗

∗( )
L= , ∗ ∗ , ∗

= 1,5

O capacitor mínimo foi calculado pela seguinte formula:


= ∗
8∗∆ ( )

3,2 ∗ 0,4 1
= ∗
8∗3 30000

= 1,778

Após os cálculos foram realizadas simulações para verificar o funcionamento dos componentes
e a partir destas simulações foram definidos componentes mais viáveis para execução do
projeto.

c) Lista de materiais

Circuito de disparo
1 – Transformador 127|220/15+15
5 – resistores de 10K ohms
1 – Resistor de 10 ohms
1 – Resistor de 22 ohms 5W
1 – Capacitor Eletrolítico de 2200uF 16V
3 – Capacitor Eletrolítico de 10uF 25V
2 – Diodos D1N4148
1 – Transistor BC546
1 – Transistor BC556
1 – Potenciômetro de 10K
1 – CI SG 3525A
1 – CI 7815
4 – Diodos 1N4007
1 – Capacitor Cerâmico de 10uF
1 – Capacitor Cerâmico de 100uF
1 – Resistor de 8.2K ohms

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Circuito de Potência
4 – Diodos de 6 Amperes
2 – Resistor de 3 ohms 25W
1 – Indutor de 200uH
1 – Indutor de 1.2mH
1 – Capacitor Eletrolítico de 470uf 250V
1 – Mosfet IRFP460
1 – Diodo MUR1560
1 – Fusível 5A

d) Execução de projeto

Primeiro passo após a definição do projeto foi à aquisição dos componentes que o
laboratório não dispunha e que não puderam ser recuperados dos projetos sucatas. Vale
observar que grande parte do nosso projeto foi reciclado, fato tal que pode ter contribuído para
alguns problemas observados na execução.

Com os componentes em mãos, o circuito impresso começou a ser projetado no software


Proteus®. Essa parte talvez tenha tomado a segunda maior fatia de tempo do nosso projeto.
Alguns dos componentes não faziam parte da biblioteca do programa, tendo assim de se criar
novos componentes. O resultado encontrado pode ser observado nas figuras a seguir:

Figura 06: Placa do circuito de disparo no software Proteus®.

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Figura 07: Placa de circuito impresso do circuito de potência no software Proteus®

Após o termino da montagem, iniciou se os testes de funcionamento. Primeiramente


testou se o circuito de disparo na qual se pode perceber uma grande melhora quanto a presença
de ruídos nos seus sinais. Em sequencia interligou se o disparo com o circuito de potência.
Medições na tensão de saída eram realizadas onde se constatava que ao decorrer da variação
do potenciômetro, havia também variações da tensão, demonstrando que tudo ocorria
conforme planejado. Partiu se então para a parte final, a conexão da carga no conversor. O
motor foi partido com carga mínima e sua velocidade ia sendo aumentada gradualmente
conforme se variava o potenciômetro. Em certo instante a chave (IRF740) explodiu, deixando
claro que havia algum problema.

Foi verificado todo o circuito novamente e constatado que o diodo de retorno da descarga
do indutor não era o ideal para projeto, pois seu tempo de recuperação reversa não era o
suficiente para tal função. Além disso, verificou-se a queima dos transistores do circuito de
disparo juntamente com o diodo zener.

Após a troca dos componentes e de novos testes, analisou-se uma alta dissipação de
potencia no IRF740 (ele estava esquentando além do normal), o qual foi substituído pelo
IRFP460, fazendo com que o conversor funcionasse como planejado.

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5) Memorial de imagens: simulações e execução

Figura 08: Corrente de entrada (azul) e corrente de saída (verde) do conversor, com largura de pulso
máximo e funcionamento a vazio.

Figura 09: Corrente de entrada (azul) e corrente de saída (verde) do conversor, com largura de pulso
mínimo e funcionamento a vazio.

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Figura 10: Tensão de entrada (vermelho) e tensão de saída (verde) do conversor, com largura de pulso
máximo e funcionamento a vazio.

Figura 11: Tensão de entrada (vermelho) e tensão de saída (verde) do conversor, com largura de pulso
mínimo e funcionamento a vazio.

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Figura 12: Corrente de entrada (azul) e corrente de saída (verde) do conversor, com largura de pulso
máximo e carga.

Figura 13: Corrente de entrada (azul) e corrente de saída (verde) do conversor, com largura de pulso
mínima e carga.

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Figura 14: Tensão de entrada (vermelho) e tensão de saída (verde) do conversor, com largura de pulso
máxima e carga.

Figura 15: Tensão de entrada (vermelho) e tensão de saída (verde) do conversor, com largura de pulso
mínima e carga.

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Figura 16: Circuito equivalente: processos de montagem.

6) Referências bibliográficas

I. Guia de Laboratório 11: Circuito de disparo de IGBT e MOSFET com circuito integrado
SG3525 (Eletrônica de Potência, Professor Dr. Fabricio Parra - Universidade Federal de
Mato Grosso UFMT)
II. Muhammad H. Rashid- Eletrônica de Potência.
III. Ivo Barbi – Eletrônica de Potência.
IV. Apostila de Eletrônica de Potência - UFMT - Prof. Drº José Antônio Lambert.

7) Anexos

Nas paginas seguintes à conclusão, seguem como forma de anexo, as primeiras páginas
dos Datasheets dos componentes utilizados na produção desse conversor.

8) Conclusão

Pode-se concluir que o projeto funcionou a contento, tendo em vista que foi possível
controlar a tensão de entrada do motor e consequentemente sua velocidade de rotação.
Sendo assim pode se dizer que o objetivo do projeto foi concluído com êxito, podendo ser
utilizado no laboratório de maquinas da universidade.

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