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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE ARQUITEURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA – FAET


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

CONVERSOR BUCK

CUIABÁ, FEVEREIRO DE 2015


Cleinerson Araújo, Jheyzy Mirella, Pedro Canever

RELATÓRIO DE ELETRÔNICA DE POTÊNCIA

Trabalho apresentado para a disciplina de Eletrônica de Potência.

Prof. Fabricio Parra

CUIABÁ, FEVEREIRO DE 2015

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SUMÁRIO

1. OBJETIVO ------------------------------------------------------------------------------------- 4
2. RESUMO ---------------------------------------------------------------------------------------4
3. INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------------------- 5
4. MATERIAIS E MÉTODOS ------------------------------------------------------------------ 6

4.1 MATERIAIS UTILIZADOS ------------------------------------------------------------- 6

4.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL --------------------------------------------------6

5. RESULTADOS ----------------------------------------------------------------------------------11

5.1 MEMORIAL DE CÁLCULOS -------------------------------------------------------11

5.2 SIMULAÇÃO -------------------------------------------------------------------------13

6. CONCLUSÃO -----------------------------------------------------------------------------------16

7. REFERÊNCIAS ----------------------------------------------------------------------------------17

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1. OBJETIVO

O objetivo desta experiência é projetar e montar um conversor Buck.

2. RESUMO

A conversão DC/DC estuda as várias formas de se converter uma


tensão em outra, de modo a obtermos a tensão de saída desejada. A partir
disto, foi escolhido o conversor Buck para a realização deste projeto.
Primeiramente foram realizados cálculos para determinar o dimensionamento
dos componentes envolvidos e em seguida o circuito modelado foi montado em
protoboard para testes. Alcançando os resultados esperados, diminuição da
tensão de saída em relação à de entrada, o circuito foi montado em definitivo.

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3. INTRODUÇÃO

O conversor Buck permite tensões de saída menor que a tensão de


entrada dependendo da taxa de trabalho da chave. Quanto maior o ciclo de
trabalho (D) maior será o valor da tensão de saída e quanto menor o ciclo de
trabalho menor será o módulo da tensão de saída. No entanto, não importa
qual seja o valor de D, o valor da tensão de saída sempre será menor que o
valor da tensão de entrada; podem até ser iguais os valores de entrada e
saída, porém, nesse caso, seria desnecessário fazer um conversor.

O ruído gerado tanto para tensão de saída quanto para a entrada são
altos devido à forma pulsante das correntes no transistor e diodo.

A operação do circuito pode ser dividida em dois modos. Durante o


modo 1, o transistor S conduz e o diodo D está reversamente polarizado. A
corrente de entrada, que cresce, flui através do indutor L, do transistor S, do
capacitor C e do resistor de carga Rl. Durante o modo 2, o transistor S é
desligado e o diodo de comutação D conduz devido à energia armazenada no
indutor e a corrente continua a fluir através do indutor L, do capacitor C, da
carga e diodo D. A corrente no indutor cai até que o transistor conduza
novamente, no próximo ciclo. Os circuitos equivalentes para os modos são
mostrados na Figura 1b.

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4. MATERIAIS E MÉTODOS
4.1. Materiais Utilizados

Para fonte de 12V:

1) Trafo de 12V/1ª;
2) Capacitor Eletrolítico de 2200uF/40V;
3) Capacitor Eletrolítico de 1000uF/25V;
4) Capacitor de Cerâmica de 680nF/40V;
5) Capacitor de Cerâmica de 330nF/40V;
6) Regulador de Tensão 7812 (12V);
7) Resistor de 470 ohm.

Para circuito de disparo:

1) CI 3525;
2) Capacitor Eletrolítico de 10uF/63V;
3) Capacitor de Cerâmica de 1200pF;
4) Resistor de 4,7k ohm;
5) Resistor de 10 ohm;
6) Resistor de 10k ohm;
7) Resistor de 3,3k ohm;
8) Resistor de 22 ohm;
9) Diodo 4148;
10) Diodo Zener;
11) BC 546 e 556;
12) Potenciômetro de 4,7k ohm.

Para circuito de potência:

1) Indutor de 1 mH;
2) Capacitor Eletrolítico de 10uF/250V;
3) Chave IRF740;
4) Diodo 15ETH06.

4.2. Procedimento experimental

Antes da prática foram realizados cálculos para dimensionar os


componentes que seriam utilizados na montagem do conversor.

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Figura 1a) Diagrama do circuito

Modo 1

Nessa situação, temos a tensão da fonte e a tensão de saída sobre o


indutor. Também temos o diodo no estado de corte. A corrente na carga,
durante esse tempo, está sendo fornecida pela tensão de entrada. No indutor,
temos:

𝑑𝐼𝐿
𝑣𝐿 = 𝑉𝐸 - 𝑉𝑆 = L
𝑑𝑡

𝑑𝐼𝐿 𝑉𝐸 − 𝑉𝑆
=
𝑑𝑡 𝐿

Assim vemos que a taxa de variação da corrente no indutor é uma


constante positiva. Portanto, a corrente aumenta de forma linear no indutor.

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Assim, a equação anterior pode ser escrita como:

∆𝐼𝐿 ∆𝐼𝐿 𝑉𝐸 − 𝑉𝑆
= =
∆𝑡 𝐷𝑇 𝐿

Assim, a variação da corrente enquanto a chave está fechada é:

𝑉𝐸 − 𝑉𝑆
(∆𝐼𝐿 )𝑓𝑒𝑐ℎ𝑎𝑑𝑎 =( ) DT
𝐿

Modo 2
Figura 1b) Circuitos Equivalentes

Nesta fase diodo passa a ficar diretamente polarizado para conduzir a


corrente no indutor. Assim podemos ver que o indutor fica em paralelo com a
carga e, portanto, tem a mesma tensão que a carga, que é a tensão de saída,
porém negativa. Dessa forma, temos:

𝑑𝐼𝐿
𝑣𝐿 = - 𝑉𝑆 = L
𝑑𝑡

𝑑𝐼𝐿 − 𝑉𝑆
=
𝑑𝑡 𝐿

Dessa forma, vemos que a corrente no indutor é uma constante


negativa, e a corrente diminui linearmente. Rearranjando a equação, temos:

∆𝐼𝐿 ∆𝐼𝐿 − 𝑉𝑆
= =
∆𝑡 (1−𝐷)𝑇 𝐿

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𝑉𝑆
(∆𝐼𝐿 )𝑓𝑒𝑐ℎ𝑎𝑑𝑎 = - ( ) (1-D)T
𝐿

Alguns conversores necessita de filtragem na entrada pois são fontes de


ruído de nível normalmente não tolerado pelas normas de ruído conduzido para
equipamentos eletro-eletrônicos. Conversores como o Buck comutam direto da
fonte de tensão de entrada gerando corrente pulsada e por isso devemos usar
um filtro de entrada.

Depois dos cálculos e dos componentes devidamente dimensionados foi


dado início a etapa de montagem para testes. Para chegar na tensão final
desejada, foi necessário a montagem de 2 (dois) circuitos, além do circuito de
potência (Buck).

→ Circuito de Disparo

Nos conversores CC-CC a tensão de saída deve ser controlada


mediante alterações na tensão de entrada ou variações de carga. Isto é feito
controlando os tempos em que as chaves semicondutoras estão ligadas ou
desligadas. Para ilustrar este conceito utiliza-se o conversor abaixador
elementar da Fig. 2. O valor médio da tensão de saída depende dos tempos
ton e toff. O método de controle empregando frequência de comutação
constante e controlando-se o tempo de condução da chave é denominado
Modulação por Largura de Pulso (PWM – Pulse WidthModulation).

Figura 2) Conversor Abaixador Elementar

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→ Fonte de 12V

A fonte de 12V foi montada para alimentar o circuito de disparo.

Circuito da Fonte de 12V

→Circuito de Potência (Buck)

Em resumo: quando a chave está fechada, armazena-se energia no


indutor; quando abre, entrega a energia a saída.
A tensão de saída é controlada pelo duty-cicle imposto a chave (D). Que é uma
razão do tanto tempo que a chave fica aberta/fechada.

Por último os circuitos foram interligados para serem testados juntos.

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5. RESULTADOS

5.1 MEMORIAL DE CÁLCULOS

Circuito de Potência

O projeto do Buck foi realizado com a intenção de fornecer uma tensão


de saída menor que a de entrada, em torno de 31V, visto que a tensão de
entrada é a tensão da fonte do laboratório e o máximo valor de tensão que ela
suporta é esse valor. O valor da fonte de entrada é em torno de 31 V, a
freqüência de chaveamento é em torno de 30kHz, com o intuito de diminuir o
tamanho do indutor e capacitor do circuito de potência. O modo de condução
contínua foi o escolhido pelo fato de ser melhor e de mais fácil controle. Foi
suposta também uma variação de 5% na tensão de saída. A seguir, segue os
cálculos realizados no dimensionamento do circuito.

Para realizar os cálculos usou-se a variação do ciclo de trabalho (D)


fornecido pelo circuito de disparo, que no caso variava de 0.2 a 0.9.
Supusemos uma resistência de carga de aproximadamente 82 ohms, o q pode
ser uma lâmpada 127 V/ 60W acesa de forma intermediária. Então, para o
modo contínuo, teremos:

𝑉𝑆 = 𝑉𝐸 x D.

Dessa forma o maior valor de tensão de saída será em torno de 27.9 V.

Cálculo do Indutor Mínimo para D=0.2

=(1−𝐷)𝑅
𝐿
2𝑓

(1−𝐷)𝑅 (1−0.2)82
𝐿𝑚𝑖𝑛 = = = 1.093 mH
2𝑓 2𝑥30000

Para D=0.9, temos:

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(1−𝐷)𝑅 (1−0.9)82
𝐿𝑚𝑖𝑛 = = = 137uH
2𝑓 2𝑥30000

Então para garantir o modo de condução contínua multiplica-se o Lmin


por 1.2 = 1.3 mH

O Valor do indutor adotado foi 1.3mH.

Cálculo da Máxima Corrente do Circuito.

𝑉𝑠 28
𝐼𝐿 = = = 0.341A
𝑅 82

(1−𝐷) 0.1 0.1


△ 𝐼𝐿 = = = = 2.8mA
𝐿𝑓 30000 𝑥 1.2𝑥10−3 36

△𝐼𝐿
𝐼𝐿 𝑚á𝑥 = 𝐼𝐿 + = 344m A
2

△𝐼𝐿
𝐼𝐿 𝑚í𝑛 = 𝐼𝐿 − = 338.2m A
2

Para o dimensionamento do capacitor, além da freqüência existe a


variação de tensão como parâmetro importante. Então temos:

Para D= 0.9

△𝑉0 (1−𝐷)
=
𝑉𝑜 8𝐿𝐶𝑓²

0.05 0.1
= , logo C = 2.32 uF
1 8𝑥1.2𝑥10−3 𝑥𝐶𝑥30000²

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Para D=0.2

△𝑉0 (1−𝐷)
=
𝑉𝑜 8𝐿𝐶𝑓²

0.05 0.8
= , Logo C= 1.85 uF
1 8𝑥1.2𝑥10−3 𝑥𝐶𝑥30000²

O capacitor adotado na prática foi de 10uF/250V com o intuito de


aumentar a segurança e também por ser um valor comercial.

5.2 Simulação

Depois do dimensionamento do circuito foi realizada a simulação no


Orcad, com o intuito de verificar o funcionamento do circuito. O circuito
simulado abaixo é o projeto final, com o Vpulse representando a modulação
PWM (CI3525).

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Circuito no Orcad

Tensão de Saída para D=0.5: Em torno de 15 V.

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Potência de Saída: Em torno de 3W.

Corrente Elétrica na Carga: Aproximadamente 200mA.

Por último, antes da confecção da placa de circuito impresso, o circuito


foi montado em protoboard. Na protoboard, foi atingida uma tensão de
aproximadamente 15 V na saída.

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6. CONCLUSÃO

Após o término do projeto, percebe-se a dimensão de trabalhar em


grupo, pois algumas vezes um integrante do grupo percebia uma variável
importante que outros integrantes não haviam percebido.

O projeto do Buck era dividido basicamente em três partes: fonte de 12V


para alimentar o CI 3525, Circuito de disparo e o circuito de potência. A parte
do trabalho onde foi gasto a maior parte do tempo foi o circuito de disparo, pelo
fato de tensão de disparo(Vg) não sair no valor desejado e dessa forma, o
circuito de potência não conseguia funcionar.

Outro fato importante a ressaltar nesse projeto é o tempo para executá-


lo, pois o projeto inicial, Buck-Boost, não funcionou e o grupo teve que pensar
em outro projeto e executá-lo em uma semana. Vale dizer também que no
projeto do Buck o tamanho do indutor foi uma coisa complicada de achar.

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7. REFERÊNCIAS
ELETRÔNICA DE POTÊNCIA – CIRCUITOS, DISPOSITIVOS E
APLICAÇÕES (Muhammad H. Rashid)
ELETRONICA DE POTÊNCIA – ANÁLISE E PROJETOS DE CIRCUITOS
(Daniel W. Hart)
ANÁLISE E PROJETO DE FONTES CHAVEADAS (Luiz Fernando Pereira
de Mello)
http://200.129.241.140/mdl_faet/file.php/1070/Aula_de_laboratorio/laboratori
o_11-_Circuito_disparo_de_IGBT_e_MOSFET_com_SG3525.pdf (material
dado em sala).

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