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Passagens - Walter Benjamin

p. 78: passagens como miniaturas do mundo

B [Moda]
“Semelhança das passagens com os galpões cobertos onde se aprendia a pedalar. Nesses
locais, a mulher assumia sua aparência mais sedutora: a de ciclista. Assim ela aparece nos
cartazes da época. Chéret, o pintor dessa beleza feminina. A roupa da ciclista, como protótipo
precoce e inconsciente da roupa esportiva, corresponde aos protótipos das formas oníricas, tal
qual elas, um pouco antes ou depois, apareceram para as fábricas ou para o automóvel. Assim
como as primeiras construções de fábricas apegavam-se à forma tradicional das moradias e as
primeiras carrocerias de automóveis imitavam as carroças, também a expressão esportiva na
roupa da ciclista luta ainda com a tradicional imagem ideal da elegância e o fruto desta lua é
o oqu obstinado, sádico, que tornou estes anos tão incomparavelmente provocantes para o
mundo masculino.” p. 101

“Para o filósofo [Alphonse Karr], o aspecto mais interessante da moda é a sua extraordinária
capacidade de antecipação. É consenso que a arte, muitas vezes, geralmente por meio de
imagens, antecipa em anos a realidade perceptível. [...] Cada estação da moda traz em suas
mais novas criações alguns sinais secretos das coisas vindouras. Quem os soubesse ler,
saberia antecipadamente não só quais seriam as novas tendências da arte, mas também a
respeito de novas legislações, guerras e revoluções. - Aqui, sem dúvida, reside o maior
encanto da moda, mas também a dificuldade de torná-lo frutífero.”

Espetáculo dialético da moda? o mais novo que emerge entre as coisas mais antigas.

Modernidade como o novo ritmo da vida (velocidade na transmissão de notícias),


“enigmática necessidade de sensações” = satisfeita pela moda.

p. 105 “‘Ela era contemporânea de todo mundo.’ Jouhandeau, Prudence Hautechaume, Paris,
1927, p. 129; ser contemporânea de todo mundo - eis a satisfação mais apaixonada e mais
secreta que a moda oferece à mulher.”

p. 380 “A ‘multidão’ é um véu que esconde a ‘massa’ do flâneur.”

A modernidade e os modernos

“espetáculo da vida mundana” + existências desordenadas

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