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(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 30.716/2016........................................)
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documentação juntada aos Autos, restou constatada que a causa do Fato da Navegação
foi negligência do Comandante do Navio Mercante “KEN GOH”, à época do Fato, o Sr.
Judy Malicay Bordios, por ter adentrado à área do exercício militar previamente
demarcada e divulgada conforme as normas em vigor, expondo a risco a sua Tripulação,
não havendo evidências nos Autos que justifiquem a decisão, conforme o depoimento do
atual comandante do N/M “KEN GOH”, o Sr.Wang Shi (fl. 77):
“...que de acordo com os registros da época, há o registro do recebimento do
citado aviso rádio.”; e
“...apesar de ter evidências do recebimento do aviso rádio e plotagens do
local da área do exercício militar, não sabe informar o procedimento ou a
intenção do Comandante e dos oficiais de náutica da ocasião.”
Conclusão:
De tudo quanto contêm os presentes autos, conclui-se:
I) fatores que contribuíram para o Fato da Navegação:
a) fator humano - não contribuiu;
b) fator material - não contribuiu; e
c) fator operacional - contribuiu - visto que a embarcação adentrou a área
perigosa prevista para exercício de lançamento de mísseis, expondo a risco a sua
Tripulação, (fls. 30 e 77).
II) que, em consequência da exposição da Tripulação a risco, não há registro
de lesões físicas causadas aos tripulantes do Navio Mercante “KEN GOH”.
III) É o possível responsável direto pelo Fato da Navegação (EXPOR A
RISCO), o Comandante do Navio Mercante “KEN GOH”, o Sr. Judy Malicay Bordios,
responsável pela navegação da embarcação no momento do Fato da Navegação, às 12h
do dia 19/01/2015, em área previamente demarcada para Manobras Militares por meio do
Aviso-Rádio Náutico S0044/15, publicado pelo CHM no período de 14 a 19JAN2015,
em conformidade com o preconizado no item 0503, alíneas I e II das Normas da
Autoridade Marítima para Navegação e Cartas Náuticas - NORMAM-28/DHN (fls n°
11/12), cabendo responsabilidade solidária ao Armador/Proprietário do Navio Mercante.
IV) outras informações julgadas pertinentes - infração às normas decorrentes
da Lei n° 9.537, de 11 de dezembro de 1997 - Lei de Segurança do Tráfego Aquaviário -
LESTA - Infrações do Comandante do Navio o Sr. Judy Malicay Bordios /
Armador/Proprietário do Navio Mercante “KEN GOH”, ao Decreto n° 2.596, de 18 de
maio de 1998 - Regulamento da Lei de Segurança do Tráfego Aquaviário (RLESTA):
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O Fato da Navegação, a exposição da Tripulação a risco, com a entrada do
Navio na área do exercício militar, não observou o contido no Aviso-Rádio Náutico
S0044/15 (fls n° 12/30), publicado em conformidade com NORMAM-28/DHN,
contrariando a regra a REGRA 16 do RIPEAM-72, infringindo o art. 23, inciso VIII do
RLESTA:
“Art. 23 - Infrações às normas de tráfego / inciso VIII - descumprir qualquer
outra regra prevista, não especificada nos incisos anteriores”.
Conclui-se, portanto, que a causa determinante do Fato da Navegação foi a
negligência do Comandante do Navio Mercante “KEN GOH”, à época, o Sr. Judy
Malicay Bordios, respondendo pelo fato o Armador/Proprietário do Navio Mercante
“KEN GOH”, representado no Brasil pela Waypoint Agência Marítima Ltda, nos termos
do art. 932, III do Código Civil Brasileiro e Súmula 341, do STF.
A Procuradoria Especial da Marinha (PEM), em uniformidade ofereceu
representação em face do indiciado com fulcro no art. 15, alínea “e” da Lei nº 2.184/54.
Citado o representado foi defendido pela DPU, sob o argumento da negativa
geral.
Na instrução, nenhuma prova foi produzida.
Em alegações finais, manifestaram-se as partes.
É o relatório.
De tudo o que consta nos presentes autos, verifica-se que o fato da
navegação, caracterizado como exposição a risco pelo fato do N/M ingressar em área de
exercício militar, deveu-se pelo erro de manobra realizado pelo comandante, ora
representado.
O conjunto probatório demonstrou que houve um aviso rádio náutico
S0044/15, publicado pelo CHM no período de 16 a 19/01/2015, em conformidade com o
preconizado no item 0503, I e II da NORMAM 28/DHN informando do exercício militar
e determinando sua área de abrangência.
Contudo, o representado desrespeitando o referido aviso que teria a obrigação
de conhecer, ingressou na referida área, expondo a grave risco o navio e a sua tripulação.
Desta forma, portanto a caracterização do fato da navegação que deve
provocar a condenação do representado, na forma da representação da PEM,
integralmente procedente.
Assim,
ACORDAM os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) quanto à
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natureza e extensão do fato da navegação: exposição a risco as vidas e fazendas de bordo;
b) quanto à causa determinante: ingresso de N/M em área reservada para exercício
militar; e c) decisão: julgar o fato da navegação, como decorrente da imprudência do
representado, condenando-o à pena de multa de R$ 1.000,00 (mil reais) e ao pagamento
das custas na forma dos arts. 14, alínea “a” e 121, inciso VII da LOTM.
Publique-se. Comunique-se. Registre-se.
Rio de Janeiro, RJ, em 27 de junho de 2019.
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Assinado de forma digital por COMANDO DA MARINHA
DN: c=BR, st=RJ, l=RIO DE JANEIRO, o=ICP-Brasil, ou=Pessoa Juridica A3, ou=ARSERPRO, ou=Autoridade Certificadora SERPROACF, cn=COMANDO DA MARINHA
Dados: 2019.10.03 16:43:41 -03'00'