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PLANEJAMENTO E CONSTRUCAO DE BARAGEM DE REJEITO

Índice pág.
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 2
2. OBJETIVOS .............................................................................................................. 2
2.1. Objetivo geral ..................................................................................................... 2
2.2. Objetivos específicos ........................................................................................... 2
3. METODOLOGIA ...................................................................................................... 3
4. JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 3
5. PROBOLEMATIZAÇÃO .......................................................................................... 4
6. HIPÓTESES .............................................................................................................. 4
7. REVISÃO BIBLIOGRÁFICO ................................................................................... 5
7.1. Conceitos ............................................................................................................ 5
7.2. Barragem na mineração ..................................................................................... 6
7.3. Concepção do projeto de barragem de rejeitos ................................................... 7
7.3.1. Espessamento ............................................................................................ 10
7.3.2. Transporte ................................................................................................ 10
7.3.3. Descarga .................................................................................................... 12
7.4. Métodos Construtivos de Alteamento ............................................................... 14
7.4.1. Método à montante.................................................................................... 14
7.4.2. Método à jusante ....................................................................................... 15
7.4.3. Método da linha de centro ......................................................................... 16
7.4.4. Sistema de drenagem ................................................................................. 17
7.4.5. Comparação dos métodos de alteamento ................................................... 18
7.4.6. Principais problemas associados ao método construtivo ............................ 19
9. CONCLUSÃO ......................................................................................................... 22
10. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................. 23
11. ANEXO ................................................................................................................ 24

PLANIFICAÇÃO MINEIRA III, EM 3⁰ ANO TURMA:A-LABORAL 1


PLANEJAMENTO E CONSTRUCAO DE BARAGEM DE REJEITO

1. INTRODUÇÃO

De acordo com Araújo (2006), inerente à atividade de mineração, está a geração de


significativa quantidade de rejeitos. Desta forma, as mineradoras necessitam, em seu
planejamento de longo prazo, incorporar em seu plano diretor alternativas de disposição
de rejeitos de forma mais segura e econômica. Barragens de rejeito, por sua vez, são
estruturas geotécnicas que devem permanecer estáveis por períodos de tempo muito
longos, normalmente maiores que a própria vida útil da mina. E o trabalho tem como
objetivo descrever os processos de planejamento e construção de barragens de rejeitos.

Com o tema planejamento e construção de barragens de rejeitos, o trabalho destaca no


princípio, uma visão clara de barragem na mineração que tem como foco distinguir
barragens de rejeito e barragens convencionais usadas para barrar agua. Posteriormente
concepção do projeto de barragem de rejeitos, que destaca a seriedade do
empreendimento na mineração e os danos já causado ao redor do mundo, e assim em
diante, o tratamento do rejeito na usina até na barragem de rejeito, saindo do espaçamento,
transporte até a descarga.

O trabalho finaliza destacando os métodos construtivos, tendo assim as vantagens e


desvantagens que cada método tem e diversas observações.

2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo geral
 Descrever os processos de planejamento e construção de barragens de rejeitos.

2.2. Objetivos específicos


 Debruçar sobre planejamento para construção de barragem de rejeito;
 Sugerir os métodos de construção de garagens de rejeitos e o melhor entre eles;
 Equilibrar custos e a segurança dos métodos construtivos.

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3. METODOLOGIA

Neste trabalho será apresentada a revisão de literatura, compreendendo aspectos gerais


sobre rejeito e a disposição desse resíduo, os riscos associados, bem como um estudo mais
aprofundado em cada uma das diferentes técnicas de disposição, abordando suas
vantagens e desvantagens, concluindo assim quais as situações favoráveis para o uso de
cada técnica.

4. JUSTIFICATIVA

De acordo com Araújo (2006), inerente à atividade de mineração, está a geração de


significativa quantidade de rejeitos. Desta forma, as mineradoras necessitam, em seu
planejamento de longo prazo, incorporar em seu plano diretor alternativas de disposição
de rejeitos de forma mais segura e econômica. Barragens de rejeito, por sua vez, são
estruturas geotécnicas que devem permanecer estáveis por períodos de tempo muito
longos, normalmente maiores que a própria vida útil da mina.

Esta atividade tem sido negligenciada durante muito tempo na área de mineração, e como
consequência, acidentes de grandes proporções causados especificamente por
rompimento de barragens de rejeito de mineração tem demonstrado consequências
socioambientais catastróficas.

Será importante este trabalho cientifico, em realçar método viável para construção de
rejeito de modo a prevenir a ruptura.

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5. PROBOLEMATIZAÇÃO

O histórico de acidentes de grandes proporções causados especificamente por


rompimento de barragens de rejeito tem demonstrado que há falhas no gerenciamento de
riscos que se inicia na escolha do método construtivo e passa também por falhas de gestão
de riscos de rotinas de inspeção e instrumentação de barragens de rejeito, ocasionando
acidentes com consequências socioambientais catastróficas. Então como planear e
construir de modo viável, assim evitar rompimento nas barragens de rejeito?

6. HIPÓTESES

As falhas que ocorrem e levam barragens a ruptura são devidas a uma aplicação
inadequada de métodos de engenharia, falta de experiência adequada dos profissionais e
falha na supervisão de construção.

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7. REVISÃO BIBLIOGRÁFICO
7.1.Conceitos

Edraki et al. (2014) definem os rejeitos da mineração como grãos finos de rocha oriundos
de processos de beneficiamento mineral que envolvam água, podendo conter metais
dissolvidos e reagentes previamente utilizados.

Nos processos de tratamento de minérios a quantidade gerada de rejeitos é muito alta, e


o destino final dos mesmos é função dos objetivos econômicos da empresa.

Abreu (2012) relembra que tanto os estéreis quanto os rejeitos são dispostos na superfície
de terrenos, em locais pré-selecionados e onde não exista minério em subsuperfície. As
mineradoras, independente da lavra a céu aberto ou subterrânea, são responsáveis pela
disposição dos seus resíduos.

O Conselho Nacional de Recursos Hídricos – CNRH, ao abordar a lei Nº 12.334, de 20


de setembro de 2010 define o sistema de disposição de estéril como uma estrutura
projetada e implantada para acumular materiais, em caráter temporário ou definitivo, de
modo planejado e controlado em condições de estabilidade geotécnica e protegidos de
ações erosivas. Define também o sistema de disposição de rejeitos como estrutura de
engenharia para contenção e deposição de resíduos originados de tratamento de minérios,
captação de água e correção química de efluentes.

Assim, as barragens de rejeitos são estruturas construídas com a finalidade de reter os


descartes produzidos pelo processo de beneficiamento. Representam uma fonte de
poluição importante, sendo a sua construção, e fatores que vão desde a escolha da
localização até o fechamento, regidos por normas ambientais específicas, além de
critérios econômicos, geotécnicos, estruturais, sociais e de segurança.

Edraki et al. (2014) salientam que os resíduos sólidos podem conter finos e lamas que
afetam/prejudicam a estabilidade das instalações do seu próprio armazenamento.

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7.2.Barragem na mineração

São muitos fatores que diferenciam as barragens de rejeitos oriundas da mineração de


barragens para obras civis em geral. Duarte (2008) salienta que barragens civis ou
convencionais tem qualquer fim menos a contenção de rejeitos. Outro ponto que
diferencia as barragens de rejeito é a sua construção em etapas, as quais, acompanham o
ritmo de lavra, desta forma à medida que são gerados rejeitos, os alteamentos são
executados. Estas, também, são reconhecidas por gerarem um impacto ambiental
significante, eventuais falhas resultam em grandes volumes de rejeitos descarregados no
meio ambiente (Duarte, 2008).

Diferente de barragens convencionais, que normalmente barram água, barragens de


rejeito armazenam rejeitos dos processos minerais que podem variar de materiais
arenosos não plásticos (rejeitos granulares) até solos de granulometria fina e alta
plasticidade (lamas) (Araújo, 2006). Kossoff et al. (2014), define os rejeitos destinados a
barragens como mistura de rocha cominuída e os fluidos do processo de beneficiamento;
então apresentam como característica física: granulometria fina e forma angular; e
composição química dependente da composição da rocha de origem e dos reagentes
utilizados no processamento mineral.

Este material por ter passado por processos de beneficiamento, no qual normalmente
envolve reações químicas, apresentam composições iônicas variadas. As quais além de
por vezes serem nocivas ao homem e meio ambiente são de um ponto de vista construtivo
negativas pela possibilidade de interação e reação química com os materiais construtivos
do aterro, assim alterando a permeabilidade. Davies, Lighthall, Rice e Martin (2002), em
um amplo trabalho de revisão sobre barragens de rejeito, salienta a necessidade de
consideração da relação geoquímica dos rejeitos.

Também ressalta-se a necessidade de ações sinérgicas entre diversos profissionais, no


caso específicos de barragem de rejeitos, entre engenharia geotécnica, a qual é a
responsável pelo projeto e execução da obra, com a engenharia de processos, a qual é a
responsável pelo beneficiamento do minério e também diretamente responsável pelas
características geotécnicas do material a ser depositado e da taxa de deposição (Chaves,
1998).

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7.3.Concepção do projeto de barragem de rejeitos

A crescente geração de rejeitos tem conduzido a um aumento significativo das estruturas


armazenadoras, fazendo com que, atualmente, as barragens de rejeitos encontrem-se entre
as importantes obras da mineração. Concomitantemente ao aumento das dimensões
dessas barragens, os vários acidentes ocorridos com as mesmas despertam a atenção da
comunidade técnico-científica e de autoridades governamentais para a questão de
segurança destas obras. A facilidade de operação e a inserção segura da obra no meio
ambiente, associada à sua viabilidade econômica, são requisitos básicos de um sistema
de disposição de rejeitos em barragens.

A disposição controlada dos rejeitos parece causar um aumento do custo de produção sem
trazer benefícios imediatos para a empresa mineradora. Ademais, a tecnologia aplicada
ao projeto e construção de barragens não acompanha a evolução tecnológica dos projetos
de mineração, inclusive a evolução dos projetos e construção de barragens convencionais.
Como consequência, esta atividade tem sido negligenciada durante muito tempo na área
de mineração.

O projeto de barragens de contenção de rejeitos constitui-se em uma especialização


inserida no contexto da construção de barragens convencionais. Existem, contudo,
algumas diferenças fundamentais entre as tecnologias aplicadas ao projeto e construção
das barragens de terra convencionais e as barragens construídas com rejeitos.

Normalmente, os materiais de construção empregados em barragens de terra são mais


adequados, melhor caracterizados e passam sempre por controle de compactação.
Entretanto, os materiais usados no alteamento das barragens de rejeitos sempre contêm
porcentagem mais elevada de água, e os contratempos causados pela liquefação ocorrem,
quase sempre, em proporções mais graves.

A construção de barragens de rejeito deve ser um processo continuado, isto é, estendendo-


se por praticamente todo o período da atividade mineira, possibilitando um
acompanhamento dos resultados e possíveis modificações e aprimoramentos do projeto
inicial. Desse modo, pode-se dispor, de forma segura, todos os rejeitos gerados no
processamento, minimizando os riscos de acidentes.

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No Tabela 1, constam alguns acidentes ocorridos em barragens de contenção de rejeitos,


nos qual se observam os danos materiais ocasionados e associados à perda de vidas
humanas.

Tabela 1 – Exemplos de rupturas de barragens de contenção de rejeitos

Ano Mina/Local Causas da Ruptura Danos Provocados


1965 El Cobre - Chile Terremoto/liquefação 210 vítimas, soterramento do
povoado.

1970 Mufaline Mine/África Não definida 89 vítimas – 453.000 m3 de rejeitos


saturados.

1972 Buffalo Creek/West - Não definida 110 mortos, 1.100 feridos, 1.500
Virginia casas destruídas – 595.000 m3 de
lama.

1974 Impala Platinum Entubamento 12 vítimas, 3 milhões m3 de lama

África do Sul (piping) fluíram por 45 km, destruindo


estradas, pontes e soterrando
reservatório de água potável.

1985 Prealpi/Trento - Itália Material de construção Liberação de 200.000 m3 de rejeitos.


268 vítimas.

1985 Cerro Negro/Chile Sismo induzido e Lama dos rejeitos fluiu até 85 km a
liquefação jusante.

1985 Pico S.Luiz/Minas Solapamento do pé do Lama fluiu até 10 km a jusante.


Gerais aterro e entubamento Pontes e estrada de ferro.
1986 Fernandinho/Itaminas - Liquefação 4 vítimas. Destruição de laboratórios
MG e equipamentos.

1996 Mina do Porco/Bolívia Entubamento (piping 3 vítimas – Fazendas, gado, flora e


fauna; 300 km de rio contaminados.

Registra-se, ainda, que entre 1970 e 1998 ocorreram 25 grandes acidentes com barragens
de contenção de rejeitos. A maioria resultou de condicionantes geológicos e geotécnicos
(sismos, fundações, entubamento ou piping, liquefação e materiais de construção, entre

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outros). Na Tabela 2, consta a distribuição da frequência de acidentes, segundo suas


causas.

Tabela 2 – Principais causas de acidentes em barragens de rejeitos.

Causas Número de Frequência Relativa (%)


Acidentes

Liquefação 21 46,7

Entubamento 11 24,4

Não definida 13 28,9

TOTAL 45 100,0
Fonte: Arnez, 1999.

Diante das observações discutidas sobre as principais causas de acidentes em barragens


de contenção de rejeitos, entende-se que a concepção do projeto de um sistema de
disposição de rejeitos de mineração exige o conhecimento de todas as características dos
materiais com os quais serão realizadas as obras. Além disso, outras considerações devem
ser levadas a efeito: a dinâmica construtiva, o conjunto de operações da mina e também
as características do meio físico no qual as obras estarão inseridas. Em resumo, trata-se
de um projeto multidisciplinar.

Na elaboração do projeto de barragem, além dos dados disponíveis, devem ser


considerados os riscos associados aos custos do projeto e as disponibilidades
orçamentárias. O conjunto de operações ligadas ao projeto de implantação de barragem
construída com o próprio rejeito compreende basicamente:

 (i) espessamento; (ii) hidrociclonagem;


 (iii) transporte e descarga da polpa; (iv) deposição dos rejeitos;
 (v) sistema de recuperação da água; (vi) construção da barragem;
 (vii) drenagem superficial e profunda.

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7.3.1. Espessamento

Normalmente, a construção de barragens com o próprio rejeito fundamenta-se,


tecnicamente, em processos de lançamento de materiais, à semelhança de um aterro
hidráulico.

Contudo, antes do lançamento dos rejeitos, procede-se ao desaguamento do mesmo como


último estágio do beneficiamento. Nesta operação, não ocorre a secagem total do rejeito,
mas uma remoção significativa da água contida na polpa, processo esse realizado por
meio de espessamento.

Quase sempre o projeto de mineração prevê a recuperação da água para sua reutilização
no processo. É comum, a utilização de espessadores e hidrociclones. Nesta etapa do
processo, os hidrociclones possuem baixa competitividade, em decorrência dos seus
elevados custos operacionais e por não recuperarem diretamente a água de circulação.

O espessamento (desaguamento), caracterizado pelo adensamento da polpa, é o estágio


final do processo de beneficiamento. Essa etapa influencia, de forma significativa, a
produção e as características dos rejeitos. O emprego do espessador próximo à usina de
concentração promove a recuperação da água a um custo relativamente baixo e propicia
condições adequadas à obtenção de uma polpa com maior percentagem de sólidos,
favorecendo o seu transporte até a barragem de rejeitos.

A fração mais grossa do hidrociclone, underflow, é empregada na construção do maciço


da barragem, enquanto a fração mais fina, overflow, é lançada no reservatório resultante
do barramento.

A água recuperada e os reagentes residuais podem ser recirculados e reaproveitados no


processo de beneficiamento. Contudo, em alguns casos, o reaproveitamento não é
possível por causa da existência de contaminantes que podem reduzir a eficiência do
processo de beneficiamento do minério. Nestes casos, ocorrem implicações na disposição
dos rejeitos (decantação, formação de praias, volume de águas armazenadas, dentre
outros).

7.3.2. Transporte

Os rejeitos advindos do processo de beneficiamento após a etapa de espessamento são


transportados na forma de polpa, aos locais de disposição em, praticamente, todas as

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minerações. Dentre os fatores determinantes da forma como se dará o transporte dessas


polpas destacam-se:

 Topografia da área de manuseio dos rejeitos;


 Volumes a serem depositados (tanto o volume gerado durante o período de
produção como o volume total);
 Distância entre o espessador e a área de deposição;
 Consistência qualitativa do rejeito;
 Clima.

O transporte de polpa é feito com auxílio da gravidade, por meio de calhas abertas ou
valetas e, mais comumente, por tubulação, com ou sem bombeamento. Este é
determinado, basicamente, pela diferença de cota entre a usina de beneficiamento e a área
onde se dará a disposição dos rejeitos e, ainda, pelo comprimento da tubulação e das
perdas de carga resultantes. Este método permite o transporte do rejeito a grandes
distâncias, por um custo operacional relativamente baixo.

O transporte da polpa em calhas de madeira ou de concreto é aplicado em locais de


topografia descendente, no sentido usina/barragem. Estas calhas são intercaladas com
caixas que promovem a dissipação de energia ou reduzem a turbulência da polpa e, ainda,
permitem eventuais mudanças bruscas na direção de seu fluxo. No final dessas calhas,
encontram-se, normalmente, caixas de recepção posicionadas a uma altura que atenda aos
parâmetros hidráulicos direcionados ao lançamento da polpa. Destas caixas inicia-se o
sistema de descarga, que consiste numa tubulação com inclinação pequena sobre a
barragem em execução. Os rejeitos podem, ainda, ser transportados por caminhões de
mina, geralmente fora de estradas, teleférico, correia transportadora ou uma combinação
de qualquer dos métodos citados.

Em virtude da complexidade relacionada ao transporte de rejeitos por tubulação,


recomenda-se um estudo criterioso, fundamentando-se nas características geotécnicas e
hidráulicas, considerando os parâmetros inerentes à reologia da polpa transportada. Cabe
ressaltar que a velocidade da polpa deve impossibilitar a sedimentação do material sólido,
o que provocaria a obstrução da tubulação.

A velocidade mínima da polpa é peculiar a cada situação, porém, a maioria das tubulações
opera com velocidades entre 1,5 a 3,0 m/s, dependendo da densidade da polpa, sua

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distribuição granulométrica e tamanho máximo das partículas. Ressalta-se que a operação


com velocidades elevadas de polpa provoca excessivo desgaste nas tubulações, além de
gerar perdas consideráveis de carga, provocando maior custo de bombeamento. Este
desgaste pode ser minimizado pelo emprego de tubos revestidos internamente com
borracha ou, ainda, tubos de polietileno de alta densidade, quando o transporte opera com
bombeamento de baixas pressões. No projeto de transporte por duto, deve ainda ser
prevista uma alternativa para o escoamento da polpa no duto, caso haja interrupção dos
processos de bombeamento de rejeitos, evitando-se a obstrução da linha de transporte.

7.3.3. Descarga

O rejeito, na forma de polpa, é transportado, geralmente, até a área de disposição. Desse


modo, as frações argilosas perdem totalmente a plasticidade e coesão, por encontrarem-
se acima de seu limite de liquidez, comportando-se como um fluido viscoso. Este rejeito
pode ser lançado, na barragem, por métodos hidráulicos, em um só local ou em diversos
pontos.

O processo mais empregado consiste no lançamento dos rejeitos a montante da superfície


da água do lago de decantação, em praias anteriormente formadas e distribuídas ao longo
do perímetro da barragem (descarga periférica). Todavia, esta forma de deposição torna-
se, às vezes obrigatória, em função de razões estruturais.

Normalmente, das caixas de recepção da polpa inicia-se a tubulação de descarga


(tubulação tronco) para o seu lançamento em área pré-selecionada. Em algumas
circunstâncias, antes do lançamento da polpa na barragem, são empregados processos de
hidrociclonagem para a separação das frações mais finas, overflow, das mais grossas,
underflow. Desse modo, materiais mais grossos são utilizados na construção do corpo
(maciço) da barragem, destinando a fração mais fina ao lago de decantação resultante do
barramento. A hidrociclonagem possibilita a seleção e adequação dos materiais
construtivos, portanto, tornou-se uma etapa muito importante na construção de uma
barragem. Na ilustração da Figura 1, observa-se a localização do sistema de
hidrociclonagem em relação ao dique inicial (aterro) da barragem.

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Figura 1 – Arranjo típico de hidrociclones ao longo da crista da barragem.


Fonte: Department of Energy, Mines and Resources, 1972.

A descarga da polpa pode ocorrer por um ou vários pontos, segundo plugues (spigots)
que controlam a descarga da polpa. No primeiro caso, as tubulações de transporte devem
ser desconectadas e relocadas, de modo a possibilitar a formação sequencial de depósitos
adjacentes (Figura 2A), enquanto os plugues realizam as mesmas funções, isto é, lançar
os rejeitos em áreas contíguas. Os spigots ficam posicionados ao longo da tubulação,
normalmente espaçados entre 15 e 45 m. O emprego desses dispositivos possibilita, ainda,
o controle do lançamento dos rejeitos por válvulas individuais em cada um deles (Figura
2B).

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Figura 2 – Em A, método de descarga de polpa periférica por um único ponto e, em B,


método de descarga periférica de polpa por spigots.

Fonte: Vick, 1983.

7.4.Métodos Construtivos de Alteamento

Muitas vezes em uma mineração é necessário aumentar a capacidade de armazenamento


de uma barragem de rejeito existente, através da construção de alteamentos de acordo
com os seguintes métodos construtivos:

1. Método à montante;
2. Método à jusante;
3. Método da linha de centro.

7.4.1. Método à montante

O método à montante em sua etapa inicial consiste na construção de um dique de partida,


formado geralmente de materiais argilosos ou enrocamento compactado. Após esta etapa,
os rejeitos são depositados hidraulicamente da crista do dique de partida, formando uma
praia de rejeito que, com o tempo, adensará e servirá de fundação para futuros diques de

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alteamento, estes executados com o próprio material de rejeito. O processo é repetido até
atingir à cota de ampliação prevista (figura 3).

Se, por um lado, o método à montante apresenta como vantagens a simplicidade e o baixo
custo de construção, por outro está associado à maioria das rupturas em barragens de
rejeitos em todo o mundo. Rupturas por percolação e erosão (piping) também são
possíveis quando a distância entre o lago de decantação e o talude de jusante da barragem
não for suficientemente grande, propiciando a ocorrência de gradientes hidráulicos
elevados.

A melhor forma de diminuir este risco é ter uma vasta praia entre a crista da barragem e
o reservatório, além de contar com um sistema de drenagem interno eficiente para
abatimento da superfície freática. Excessos na velocidade do alteamento pode também
induzir o mecanismo de liquefação estática.

Para zonas de alta atividade sísmica, não é recomendado o alteamento de barragem de


rejeito pelo método à montante pois aumenta significativamente a probabilidade de
liquefação dinâmica induzida por terremotos.

Figura 3 – Método de alteamento à montante.

7.4.2. Método à jusante

É um método mais conservador do que o método à montante, desenvolvido para reduzir


os riscos de liquefação em zonas de atividade sísmica. Depois da construção do dique de
partida, os alteamentos subsequentes são realizados à jusante do mesmo, até atingir a cota
de projeto (figura 4).

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Neste processo construtivo, cada alteamento é estruturalmente independente da


disposição do rejeito, melhorando assim a estabilidade da estrutura. Todo o alteamento
da barragem pode ser construído com o mesmo material do dique de partida, assim como
os sistemas de drenagem internos podem ser também instalados durante o alteamento,
permitindo um melhor controle da superfície freática.

A principal desvantagem desde método é o custo de sua implantação, devido ao grande


volume de aterro que necessita e a grande área que sua construção ocupa.

Figura 4 – Método construtivo à jusante.

7.4.3. Método da linha de centro

Este método é uma solução intermediária entre os dois métodos apresentados


anteriormente, possuindo uma estabilidade maior que a barragem alteada somente com o
método à montante, porém não requerendo um volume de materiais tão significativo
como no alteamento somente com o método à jusante.

O sistema de disposição é similar ao método à montante, com rejeitos lançados a partir


da crista do dique de partida. A construção prossegue de modo similar, com alteamentos
com diques sucessivos, porém permanecendo o eixo de simetria da barragem constante
(figura 5).

Se a parte superior do talude perder eventualmente o confinamento, podem aparecer


fissuras, causando problemas de erosão, e aumentos de poropressões.

A tabela 2.2 lista e compara as principais vantagens entre estes métodos de alteamento de
barragens de rejeito.

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Figura 5 – Método de alteamento da linha de centro.

7.4.4. Sistema de drenagem

Os drenos, estruturas comuns a todos os métodos construtivos, são responsáveis por


prevenir excessos de poro pressão devido ao fluxo de água da barragem (Figura 6). As
forças de poro pressão são forças favoráveis ao movimento. Caso não haja eficiência no
sistema de drenagem em direcionar o fluxo na barragem, podemos ter a ocorrência do
fenômeno chamado piping, definido como a erosão interna que provoca a remoção de
partículas do interior do solo, formando “tubos” vazios que provocam colapsos e
escorregamentos laterais do terreno. Este fenômeno é descrito por Marques Filho e
Geraldo (2002), ocorrendo em solos pouco coesos onde o gradiente hidráulico é maior
que a coesão do solo.

Rafael e Romanel (2014) concluem que a velocidade de disposição de rejeitos e de


alteamentos junto com drenagem ineficiente contribuem para ocorrência de piping em
barragem a montante. O que podemos expandir para os demais métodos, considerando, o
sistema de drenagem comum a todos os métodos e os alteamentos subsequentes.

Figura 6: Estrutura inicial de uma barragem a jusante

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7.4.5. Comparação dos métodos de alteamento


Tabela 3 – Comparação dos métodos de alteamento.

Método Vantagens Desvantagens Observações


→Menor probabilidade →O alteamento
de ruptura interna. pode ser realizado
→Superfície provável de com o próprio
→Custo mais elevado.
ruptura passando sempre rejeito. No
→Menor aproveitamento da
ao longo de material entanto, é mais
Jusante área disponível.
resistente e compactado. comum o uso de
→Maior volume de material
→Abatimento da linha materiais
compactado.
freática, uma vez que se provenientes de
impõe um sistema de áreas de
drenagem. empréstimo.
→Superfície freática
→Menor custo. →Aterro
elevada.
→Maior velocidade de hidráulico com o
→Maior risco de ruptura por
construção. próprio rejeito
piping.
→Melhor bombeado.
→Superfície provável de
aproveitamento da área. →Diques
Montante ruptura passando pelo
→Menor vazão geralmente
material de baixa resistência
Vareia /Vlama . construídos com o
ao cisalhamento.
→Não existe erosão rejeito escavado
→Dificuldade de
eólica e hidráulica nos na periferia do
implementação de sistema de
taludes. lago.
drenagem eficiente.
→Possibilidade de
→Economia de espaço ocorrência de fissuras no
físico. corpo da barragem.
→Caso particular
Linha de →Menor volume de →Maior risco de ruptura por
do método à
centro material compactado. piping.
jusante.
→Drenagem interna →Dificuldade de impleme-
eficiente. ntação de sistema de
drenagem eficiente.

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7.4.6. Principais problemas associados ao método construtivo

Devido ao método construtivo e a dinâmica empregada na mineração o método que tende


a apresentar menos problemas é o método de jusante. Isto devido ao fato de a geometria
da barragem apresentar certa constância e o controle das propriedades dos materiais de
construção independe do ritmo de deposição do rejeito, ou seja, se tem um controle nítido
de toda a barragem, compactação do material, drenos e impermeabilização.

Por ser construída sobre o material de rejeito depositado, o método de montante nos leva
a uma maior dificuldade de controle das propriedades geotécnicas da zona em que é
realizada o alteamento, ou seja, rejeito adensado. De acordo com Araújo (2006) e Martin
e McRobert (1999), pelo fato dos alteamentos serem realizados sobre materiais
previamente depositados e não consolidados, estes estão em condição saturada e tendem
a apresentar baixa resistência ao cisalhamento e susceptibilidade à liquefação por
carregamentos dinâmicos e estáticos. Araújo (2006), também comenta os problemas
decorrentes do sistema de drenagem interno referentes a este método.

Quanto ao método de linha de centro, classifica-se como sendo um método intermediário,


com mais riscos associados que o método de jusante e menos que o de montante. Quanto
a ele destaca-se o fato de que o dreno está localizado em posição fixa, vertical, e metade
do alteamento ocorre pelo método de alteamento a jusante, o que leva aos pontos positivos
deste método.

Como respaldo ao supracitado temos o estudo de Rico, Benito, Salgueiro, Díez-Herrero


e Pereira (2008), onde este apresenta a relação de falhas em barragens em relação ao
método construtivo. Onde o método de montante corresponde a 76% das falhas em
barragem, sendo o restante (24%) proveniente dos demais métodos construtivos (jusante,
linha de centro e outros).

Quanto a análise de estabilidade da barragem, temos uma relação nítida da execução da


mesma com a geometria e disposição dos materiais e suas propriedades. Ou seja, quanto
mais simples a geometria da barragem e mais homogênea for a distribuição dos materiais
envolvidos, mais facilitado será o processo de análise da estabilidade, seja por métodos
numéricos ou analíticos (Cardozo, Cordova, Zingano, Galli e Peña, 2016).

O método de jusante apresenta um procedimento de análise mais simples frente aos


demais, sobretudo ao método de montante. O método de montante apresenta uma

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geometria e disposição de materiais em camadas alternadas que dificulta sua análise


analítica e computacional, fazendo-se necessário, por exemplo para uma análise numérica
um modelo refinado com camadas de geometria e propriedades alternadas.

Quanto as análises a serem realizadas, o que há de mais atual são os modelos em


elementos finitos, os quais fazem a análise mesclando hipóteses de deslizamento,
tombamento e ruptura circular. Quanto ao mecanismo mais frequente de ruptura, Marques
Filho e Geraldo (2002) apontam o deslizamento em eventuais planos de fraqueza da
fundação, devido ao mau controle construtivo.

Para a análise geotécnica Rafael e Romanel (2014), apresentam metodologia útil a ser
seguida para retroanálise em barragem onde correlacionam os valores de SPT (Standard
Penetration Test) para inferir parâmetros geotécnicos dos materiais, os quais seriam de
difícil aquisição direta por serem necessários ensaios laboratoriais em amostras
indeformadas, ou seja, sob condições especificas. Quanto à inferência de parâmetros
geotécnicos pelo ensaio de SPT, Schnaid (2000) apresenta diversas metodologias de
associações de parâmetros geotécnicos com os valores obtidos por este ensaio.

8. ANALISE E APRESENTAÇÃO DE DADOS: DA MINA ALUMINA

A empresa mina alumina está localizada em Penhalonga fica à 22 Km da cidade de Manica,


província de Manica, em direção NW. A mina estende-se numa área de 1600 ha (16 Km2),
no topo da serra Penhalonga, no Distrito de Manica, Província de Manica. Esta encontra-se
ao longo da bordadura E da fronteira entre Moçambique e Zimbabwe, entre os paralelos
32o42´30´´, 32o47´30 E e 18o47´20´´, 18o50´00´´ S. (DNM/Cadastro Mineiro, 8C).

A mana Alumina é responsável na extração de bauxita e gibpsita, uma rocha a de cor branco
a vermelhado, dependendo do seu teor de ferro como rejeito. Elas opera a ceu a berto, e devido
o relevo que se encontra do tipo planalto e montanhosa, o método usado na sua extração é em
flanco de encosta (bancadas).

A mina possui diversas frentes de lavra umas de Bauxita e outras de gipsita, e o seu
tratamento de minério inicia da cominação, peneiramento até a secagem. Porém, no
peneiramento usam equipamento “tambor rotativo (Trommel)”, um equipamento que
separa o material em três frações de granulometria diferentes (Fino, Médio e Grosso). No
seu funcionamento usa-se agua como componente auxiliar de modo a evitar o

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entupimento, porque o material muito pegajoso. No proceder continuo rotativo o material


solido e a agua formam polpa, sendo a quarta porção sem utilidade e é drenado até
Barragem de rejeito.

8.1.Barragem de rejeito na mina Alumina


Como o autor havia referido anteriormente o método de lavra da mina Alumina é em
flanco de encosta, desse modo para a construção da sua paragens de rejeito, procuram
uma bancada com as atividades enceradas, usando o material rochoso, criam uma
fundação e posteriormente usam o rejeito para construção do dique. O dique geralmente
é construído de um estremo da bancada até o outro extremo como ilustra a figura 6 ilustra
um esquema que generaliza todas as barragens da mina alumina e as figura em anexo
mostra a realidade da mina. Para a deposição do rejeito a empresa instalava o trommel a
cima da bancada posterior a de atividade, e pelo relevo o material era depositado usando
gravidade. Passando tempo a agua evapora restando o solido, e assim fazia-se a
recuperação ambiental da bancada como a finalidade da barragem. Por ser de pequeno
porte não oferecia perigo de ruptura.

Trommel

Área ínsito

Bancada

Área encerada

Dique

6-Esquema de Barragens de rejeito na mina Alumina.

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9. CONCLUSÃO

Analisando as opções de método construtivo de barragens de rejeito, conclui-se que o


método de montante perde em confiabilidade para o método de jusante. Diversos
acidentes são associados ao método de montante, este amplamente empregado na
mineração.

Talvez seja necessária uma mudança ideológica no setor mineral. Onde os riscos
referentes a falha em barragem sejam mais estudados para que se pondere quanto ao
desprendimento de recursos para investigação geotécnica, construção, operação e
manutenção de barragens de rejeito. Os custos diretos provenientes de uma falha de
barragem são da ordem de milhões, sendo que os custos indiretos são ainda muito
superiores a esses. Isto mostra e evidencia a necessidade de estudos aprofundados da
metodologia construtiva a ser adotada e da análise de estabilidade previa e concomitante
a operação.

Conclui-se por fim, que o método de montante, utilizado amplamente na mineração,


apresenta maior propensão a falha por ser um método que apresenta complexidade de
controle executivo. Por tanto, propõem-se utilização do método de jusante, por embora
apresentar maior custo construtivo e operacional, ser um método onde tem-se um melhor
controle dos materiais envolvidos e de suas propriedades.

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10. BIBLIOGRAFIA
ABREU, A.F. Recuperação de Finos de Barragens no Complexo Paraopeba I. Belo
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11. ANEXO

Barragem de rejeito da mina alumina com polpa e seco.

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