Você está na página 1de 5

COMPONENTE CURRICULAR: PORTUGUÊS

PROFESSOR: CARLOS ANDRÉ DA SILVA.


ALUNO:GABARITO NONO ANO.

Empréstimos: os estrangeirismos

Você já sabe que a língua portuguesa está sempre se transformando, seja


pelo acréscimo de novas palavras, seja pelo desaparecimento de outras, que
caem em desuso. Vamos ver agora uma das maneiras de novas palavras serem
incorporadas ao vocabulário.

1. Leia a tirinha a seguir.

GALHARDO, Caco. Chico Bacon Pizzaiolo. Blog do Galhardo. Disponível em:


<httpz//blogdogalhardo.zip.net/images/daiquiri107.png›. Acesso em: 8 jul. 2018.

a) Qual é a função do destaque em negrito nas palavras que estão nos balões
de fala? Direcionar a leitura ou mostrar o foco central da tirinha e
indicar expressividade na fala.

b) Observe a expressão facial do personagem da tira. Como ela muda ao longo


dos quadrinhos? O personagem atende o telefone com a expressão facial
aparentemente calma, depois ele se irrita e termina calmo, satisfeito com
sua resposta, conforme sugerem suas sobrancelhas.

c) Como é possível entender o humor provocado pela fala do personagem no


último quadrinho? Ao responder com uma palavra da língua inglesa, o
personagem se acalma, permitindo a leitura de um possível pedantismo ao
usar o inglês que acentua o humor. Podemos entender tanto que ele não sabe
corretamente o significado da palavra ou que está se sentindo “orgulhoso”
por falar inglês em seu trabalho.

d) Qual É O tema do texto? 0 uso de estrangeirismos, palavras de outras


línguas na língua portuguesa.
O uso de estrangeirismo, palavras de outras línguas na língua portuguesa.

e) Que avaliação o texto apresenta em relação ao uso de palavras


estrangeiras? Explique. Crítica por meio da ironia e do humor o excessivo
uso de estrangeirismos no português do Brasil.
f) A palavra telepizza é composta pelo prefixo tele- e a palavra pizza.
Faça uma lista de palavras de seu cotidiano que levam o prefixo tele- e
tente identificar o significado que ele acrescenta às palavras.
Telefone, telégrafo, televisão, teleobjetiva. Tele significa “a
distância”.

2. Leia o trecho de uma crônica de Ivan Ângelo.

Palavras emprestadas

A leitora Mafalda, sob o título “Sugestão de crônica”, mandou-me um e-mail


protestando contra a invasão de expressões estrangeiras no dia a dia do brasileiro. Enviou
até fotos de vitrines dos arredores de sua casa, na região da Rua Oscar Freire. Nas imagens
leem-se “Spring/Summer Collection 2011”, “Adidas is all in” e, numa vitrine ainda tapada,
“See you soon”.
Visionária, a leitora sonhava que eu pudesse contribuir para “mudar o uso do inglês
nas ruas”, motivar algum político “a comprar essa briga”, lembrava o fracasso recente de
Aldo Rebelo e dizia ser aquela uma questão de patriotismo. “Não acha?”
Não acho, leitora, leitores. Com jeito, vou tentar explicar.
Quando me alfabetizei, em 1943, havia cerca de 40.000 palavras dicionarizadas no
português, segundo Domício Proença Filho, da Academia Brasileira de Letras. Hoje, são
mais de 400.000; alguns filólogos estimam em 600.000. Ora, leitora, de onde brotaram tantas
palavras? Dos novos hábitos da população, das inovações tecnológicas, das migrações,
das gírias, dos estrangeirismos.
Já vê, cara Mafalda, que a consequência dos estrangeirismos não é o
empobrecimento da língua, e sim o enriquecimento. Nós nos irritamos com os abusos, sim,
como acontece com qualquer abuso.
A questão do estrangeirismo se aclara com a pergunta: com quem a pessoa quer se
comunicar? Se usa palavras que muitas pessoas não entendem, não vai se comunicar com
elas. Mesmo usando só o português. No caso das frases em inglês na Rua Oscar Freire,
aqueles comerciantes não estão querendo se comunicar com quem não as entende.
Fazendo um paralelo meio absurdo: aqueles rabiscos dos pichadores, quem entende? Eles.
É coisa deles para eles.
Há quem use a expressão estrangeira por pedantismo, quando há termo equivalente
brasileiro. Mas por que tentar impedir alguém de ser pedante? É um direito dele. Há quem
use por ser um modismo, mas por que ir contra a moda? Ela passa.
Na maioria dos casos, usa-se o estrangeirismo por necessidade. Há palavras
estrangeiras inevitáveis, porque designam coisas novas com mais exatidão e rapidez: air
bag, shopping center, e-mail, flash, paparazzi, smoking, slide, outdoor, jazz, rock, funk,
marketing, stand-by, chip, overdose, replay, videogame, piercing, rush, checkup, blush,
fashion — e milhares de outras.
Havia inevitáveis que acabaram se adaptando. Já tivemos goal-keeper (goleiro),
goal (gol; o Estadão escrevia “goal” até os anos 1960), offside (impedimento, impedido),
corner (escanteio), volleyball (voleibol, vôlei), basketball (basquete), surf (surfe) — e tantas
outras.
Centenas delas ficaram bem à vontade quando aportuguesadas: uísque, gol, futebol,
lanchonete, drinque, iogurte, chique, conhaque, cachê, omelete, bife, toalete, clube,
gangue, ringue, garçom, lorde, picles, filme, time, sanduíche, cachorro-quente, lanche,
avião, televisão — e por aí vai.
Muitas ficaram bem bacaninhas no nosso dia a dia, mesmo usadas do jeito que
chegaram: gay, jeans, pizza, show, shopping, tour, ciao, topless, manicure, vitrine…
Um grande número delas é dispensável, entra na conta dos pedantes, pois para dizer
o que elas querem dizer temos boas palavras nossas de uso corrente: sale, off, hair dresser,
suv, personal trainer, laundry, pet shop, fast-food, ice, freezer, prêt-à-porter, on-line, mailing
list, bullying…
A leitora lembra o deputado Aldo Rebelo e sua tentativa fracassada de botar o
assunto dentro de uma lei. Não dá certo, amiga. Já houve outros. O mais ridicularizado foi
o latinista e filólogo carioca Antonio de Castro Lopes, figura da passagem do século XIX
para o XX. Na época dele, era da França que vinham os modos, as modas e as palavras
que copiávamos. Machado de Assis foi um dos que o ironizaram, numa crônica de 1889.
Caiu no ridículo sua tentativa de transformar football em balipodo, abat-jour em lucivelo,
piquenique em convescote, chauffeur em cinesíforo… — palavras que acabaram
aportuguesadas pelo som, felizmente.
O povo falante há de peneirar o que merecer permanência.

ÂNGELO, Ivan. Palavras emprestadas. Veja, 21 maio 2011. Disponível em:


https://vejasp.abril.com.br/cidades/palavras-emprestadas/. Acesso em: 7 ago. 2018.

a) Qual é a posição do autor em relação ao estrangeirismo?


Ele é a favor, pois acredita que isso enriquece o nosso idioma.

b) Segundo o autor, o uso de palavras estrangeiras ocorre, em muitos casos,


por necessidade. Levante uma hipótese: Por que as palavras que ele cita
como exemplo são em sua maioria do idioma inglês?
Remetem a transformações culturais e tecnológicas que ocorreram no último
século e que estão diretamente relacionadas ao avanço da produção
industrial e dos meios de comunicação que ocorrem em países de língua
inglesa.

c) Dê exemplos para um dos casos a seguir. O autor cita palavras emprestadas


que:
I. conservam sua forma original, mantendo-se tal qual chegaram.
Shopping, jeans, pizza
II. são dispensáveis, pois há outras equivalentes.
Freezer, sale, fast-food, ice

d) Você costuma usar palavras estrangeiras em seu dia a dia? Faça uma lista
dessas palavras e reflita: elas podem ser substituídas por uma palavra da
língua portuguesa? RESPOSTA PESSOAL

3. Leia este trecho de notícia que comenta o uso de estrangeirismos na


língua portuguesa.

[...]
Nem sempre os dicionários brasileiros seguem à risca a publicação da Academia
Brasileira de Letras. O dicionário Aurélio já tem verbetes para palavras como “pop-up”,
“bullying”, “ecobag” e "fotolog", que não integram o Volp. No Houaiss, é possível encontrar
"smartphone", "tablet" e “streaming”. [...]
Segundo a editora do Aurélio, S. E. H., a atualização dos verbetes não obedece a um
padrão temporal. A renovação é motivada pela necessidade e pelo contexto,
especialmente agora, com o repertório gerado no meio digital.
"Até há pouco tempo, sempre observávamos um prazo de latência que, segundo o
professor Aurélio e alguns outros estudiosos, seria de cinco anos para fazer o registro de
qualquer vocábulo, observando-lhe a incidência durante o período. Hoje, é claro,
considerando o contexto imediatista em que vivemos, esta regra deixou de ter o mesmo
peso de antes" [...], "Mas, ainda assim, continuamos a respeitar o trabalho de pesquisa,
coleta e análise dos possíveis novos registros, que requer método, conhecimento, estudo,
consenso e bom-senso ou bom senso, sempre.”

CAPELHUCHNIK, Laura. Como palavras em inglês são incluídas em um dicionário espanhol. E como são
adotadas no Brasil. Nexo, 21 jan. 2018. Disponível em:
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2018/01/21/Como-palavras-em-ingl%C3%AAs-s%C3%A3o-
inclu%C3%ADdas-em-um-dicion%C3%A1rio-espanhol.-E-como-s%C3%A3o-adotadas-no-Brasil. Acesso em 12
ago. 2018.

VOLP é o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa publicado pela Academia


Brasileira de Letras, que contém um levantamento das palavras existentes na língua
portuguesa com aproximadamente 380.000 verbetes.

a) Segundo a editora do dicionário Aurélio, por que a atualização dos


verbetes no dicionário não obedece a um padrão temporal?
A renovação é motivada pela necessidade e pelo contexto, especialmente agora, com
o repertório gerado no meio digital correto

b) Qual recurso gráfico é utilizado pelo autor da matéria para sinalizar


os estrangeirismos? Uso de aspas
c) Dos estrangeirismos citados e incorporados ao dicionário, nenhum sofreu
adaptação à grafia do português. Por que isso aconteceu?
Porque, com exceção de ecobag, que tem equivalente em português (sacola
ecológica), provavelmente não se encontrou uma palavra em português que
pudesse substituí-los adequadamente.

Palavra esquisita

Você sabe o significado de achimpa?


Eu achimpo, tu achimpas, ele achimpa… Que verbo é esse? Não sei, só sei que essa
palavra está dando o que falar no livro que leva o mesmo nome: Achimpa. Na verdade,
ninguém sabe, nem dona Zulmira que tem 137 anos. Ela diz que conhece, mas tenho
minhas dúvidas.
Será que achimpa é um elogio do tipo “Você está muito achimpa hoje”? É hora de
investigar. Alguns ligaram para lojas e supermercados e perguntaram se vendia achimpa
e… Nada! Outros chamaram as indústrias, para comprar achimpa em quantidade. Nada
também.
Quanto mistério! Afinal, achimpa parece uma palavra tão comum… Você também
acha? Então, descubra logo o significado, pois outra palavra estranha está vindo por
aí: perlinço! E agora?

Disponível em: http://chc.org.br/palavra-esquisita. Acesso em: 27 mar. 2020.

a) No trecho “Eu achimpo, tu achimpas, ele achimpa…”, as reticências


indicam:
( x ) uma continuidade
( ) uma omissão
( ) uma interrupção
( ) uma citação incompleta

b) Por que as palavras “achimpa” e “perlinço” aparecem em itálico no texto?


Porque são palavras inventadas, neologismos.

c) Em “Ela diz que conhece, mas tenho minhas dúvidas.”, o pronome destacado
substitui: Substitui o nome da mulher
d) Em todas as alternativas, as palavras retomam “achimpa”, exceto em:
( ) palavra esquisita
( ) verbo
( ) essa palavra
( x ) outra palavra estranha

e) Na passagem “Então, descubra logo o significado [...]”, o termo


destacado expressa a ideia de:conclusão.

Você também pode gostar