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LEI N. 7.

210/1984
Direito das Execuções Penais – Deveres, Direitos e Disciplina
Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online

DIREITO DAS EXECUÇÕES PENAIS – DEVERES, DIREITOS E DISCIPLINA

Art. 42. Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à medida de segurança,


no que couber, o disposto nesta Seção.
Art. 43. É garantida a liberdade de contratar médico de confiança pessoal
do internado ou do submetido a tratamento ambulatorial, por seus familiares ou
dependentes, a fim de orientar e acompanhar o tratamento.
Parágrafo único. As divergências entre o médico oficial e o particular serão
resolvidas pelo Juiz da execução.

Da Disciplina

Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na obediência às


determinações das autoridades e seus agentes e no desempenho do trabalho.
Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condenado à pena privativa de
liberdade ou restritiva de direitos e o preso provisório.

 Obs.: Essas sanções podem ser aplicadas pelo diretor do estabelecimento pri-
sional e pelo juiz da execução penal.

Atenção!
Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior
previsão legal ou regulamentar.

§ 1º As sanções não poderão colocar em perigo a integridade física e moral


do condenado.
§ 2º É vedado o emprego de cela escura.

Atenção!
§ 3º São vedadas as sanções coletivas.
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Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar, no âmbito da execução penal,


é imprescindível a instauração de procedimento administrativo pelo diretor do esta-
belecimento prisional, assegurado o direito de defesa, a ser realizado por advogado
constituído ou defensor público nomeado (STJ; 3ª Seção; REsp 1.378.557-RS, Rel.
Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 23/10/2013, Informativo 532/STJ)

Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da execução da pena ou da


prisão, será cientificado das normas disciplinares.

 Obs.: Por exemplo: manuais, palestras com os próprios funcionários do estabe-


lecimento etc.

Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena privativa de liberdade, será


exercido pela autoridade administrativa conforme as disposições regulamenta-
res.

Atenção!
Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o poder disciplinar será
exercido pela autoridade administrativa a que estiver sujeito o condenado.

Classificação das Faltas Disciplinares

Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves. A


legislação local especificará as leves e médias, bem assim as respectivas san-
ções.

 Obs.: Onde se lê “legislação local”, leia-se “legislação estadual”. Ato normativo


estadual pode definir quais são as faltas leves e médias, bem como as
respectivas sanções. Já as faltas graves são definidas pela LEP.
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Atenção!
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta
consumada.

A fuga do condenado justifica a regressão cautelar do regime prisional, sendo que


a oitiva prévia somente é indispensável na hipótese de regressão definitiva. (STF
– RHC 116467, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em
19/11/2013, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-237 DIVULG 02-12-2013 PUBLIC 03-
12- 2013)
A fuga da unidade prisional consubstancia falta disciplinar de natureza permanente,
considerando-se praticada, pois, na data da recaptura. (REsp 1476980/MG, Rel.
Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 04/11/2014, DJe 11/11/2014)

 Obs.: Isso se faz necessário para fins de lapso prescricional para a punição.

Faltas graves

Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que:
I – incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina;
II – fugir;
III – possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física
de outrem;
IV – provocar acidente de trabalho;
V – descumprir, no regime aberto, as condições impostas;

 Obs.: Regime fechado: penitenciária; regime semiaberto: colônia agrícola ou


industrial; regime semiaberto: casa de albergado.

VI – inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.


VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio
ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente
externo.
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Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso


provisório.

No âmbito da execução penal, não configura falta grave a posse de chip de tele-
fonia móvel por preso? (STJ - HC 260.122/RS, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO
BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 21/03/2013, DJe 02/04/2013)
No âmbito da execução penal, configura falta grave a posse, em estabelecimento
prisional, de um cabo USB, um fone de ouvido e um microfone por visitante de
preso? (STJ - HC 255.569/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA
TURMA, julgado em 21/03/2013, DJe 03/04/2013)
Ainda que sejam fortes as suspeitas de que algum condenado tenha solicitado a
terceiros que se lhe enviasse, via correios, aparelho celular ou algum de seus aces-
sórios, tal ilação, por si, desamparada de qualquer outro elemento concreto que
indique essa solicitação, não se mostra suficiente para que seja imputada falta dis-
ciplinar ao paciente, em razão, sobretudo, da intranscendência penal, cuja aplica-
ção é perfeitamente aceitável em sede de execução penal. (STJ - HC 291.774/SP,
Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 10/06/2014,
DJe 18/11/2014)

Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que:
I – descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;
II – retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta;
III – inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.

Atenção!
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e,
quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso
provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar
diferenciado, com as seguintes características:

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Gladson Miranda.
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