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1. ESPIROMETRIA
2. Fluticasona inalatória
3. EQUAÇÃO DE TIFFENEAU
4. Especificar o que é um B-agonista de ação curta e de ação longa
5. CI = corticoide inalatório
6. LABA = B-agonista de ação prolongada
Observações:
O parâmetro mais importante para o diagnóstico da asma = FEV1
O uso de broncodilatador deve melhorar em %, o valor de 12% em relação à
medida anterior dos broncodilatadores
A asma -> a reversibilidade é uma característica que diferencia a asma das
outras doenças obstrutivas crônicas
OBJETIVOS:
Problema 2:
Objetivo 01. ANALISAR A ESPIROMETRIA DENTRO DO CONTEXTO DAS DOENÇAS
RESPIRATÓRIAS E DIFERENCIAR ESPIROMETRICAMENTE AS DOENÇAS RESTRITIVAS
DAS OBSTRUTIVAS
Objetivo 02. ENTENDER AS IMPLICAÇÕES AMBIENTAIS NO CONTROLE DA ASMA
Objetivo 03. DISCUTIR AS COMORBIDADES NAS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS QUE
LEVARÃO A PIORA DA ASMA. INCLUINDO O REFLUXO GASTROESOFÁGICO, RINITE
Objetivo 04. CONHECER OS DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS DAS DOENÇAS
OBSTRUTIVAS E RESTRITIVAS
Objetivo 05. DISCUTIR AS INDICAÇÕES/FUNDAMENTOS DO TRATAMENTO A LONGO
PRAZO DA ASMA, DPOC E MEDIDAS PREVENTIVAS/PROFILÁTIVAS.
Objetivo 01. ANALISAR A ESPIROMETRIA DENTRO DO CONTEXTO DAS DOENÇAS
RESPIRATÓRIAS E DIFERENCIAR ESPIROMETRICAMENTE AS DOENÇAS RESTRITIVAS
DAS OBSTRUTIVAS
DEFINIÇÕES
As grandezas funcionais são expressas em litros nas condições de temperatura corporal
(37oC), pressão ambiente e saturado de vapor de água (BTPS).
Volume residual (VR): representa o volume de ar que permanece no pulmão após uma
expiração máxima.
Capacidade pulmonar total (CPT): o volume de gás nos pulmões após a inspiração
máxima.
Capacidade residual funcional (CRF): é o
volume de ar que permanece nos pulmões ao
final de uma expiração usual, em volume
corrente.
Capacidade vital (CV): representa o maior
volume de ar mobilizado, podendo ser medido
tanto na inspiração quanto na expiração. A
capacidade vital* é o volume total de gás que
pode ser exalado após uma inspiração profunda.
Capacidade vital forçada (CVF): representa o
volume máximo de ar exalado com esforço máximo, a partir do ponto de máxima
inspiração.
Volume expiratório forçado no tempo (VEFt): representa o volume de ar exalado num
tempo especificado durante a manobra de CVF; por exemplo VEF1 é o volume de ar
exalado no primeiro segundo da manobra de CVF.
Volume expiratório forçado (VEF): é o volume de gás exalado em 1 s por uma expiração
forçada subsequente a uma inspiração profunda.
Fluxo expiratório forçado máximo (FEFmáx): representa o fluxo máximo de ar durante
a manobra de capacidade vital forçada. Esta grandeza também é denominada de pico de
fluxo expiratório (PFE).
FLUXO EXPIRATÓRIO FORÇADO
o Este índice é calculado a partir de uma expiração forçada
o O FEF25_75% é o volume em litros dividido pelo tempo em segundos.
Fluxo (FEFx ou FIFx): representa o fluxo expiratório ou inspiratório forçado instantâneo
relacionado a um volume do registro da manobra de CVF. Esta grandeza é expressa em
litros/segundo (BTPS).
Fluxo expiratório forçado médio (FEFx-y%): representa o fluxo expiratório forçado
médio de um segmento obtido durante a manobra de CVF; por exemplo FEF25-75% é o
fluxo expiratório forçado médio na faixa intermediária da CVF, isto é, entre 25 e 75% da
curva de CVF.
Tempo da expiração forçada (TEF): tempo decorrido entre os momentos escolhidos
para “início” e “término” da manobra de CVF. Esta grandeza é expressa em segundos.
Tempo expiratório forçado médio (TEFx-y%): representa o tempo expiratório forçado
médio de um segmento, obtido durante a manobra da CVF; por exemplo
TEF25-75% é o tempo expiratório forçado médio entre 25 e 75% da CVF. Esta grandeza é
expressa em segundos.
Ventilação voluntária máxima (VVM): representa o volume máximo de ar ventilado em
um período de tempo por repetidas manobras respiratórias forçadas.
3 Espirômetros de volume: são equipamentos DOR TORÁCICAa7.1
destinados problema
medir 2 – ESPIROMETRIA
volumes ASMA
e fluxos a partir
de um sinal primário de volume.
Espirômetros de fluxo: são equipamentos destinados a medir volumes e fluxos a partir
de um sinal primário de fluxo.
O volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) é a quantidade de ar
eliminada no primeiro segundo da manobra expiratória forçada. É a medida de função
pulmonar mais útil clinicamente. Os resultados espirométricos devem ser expressos em
gráficos de volume-tempo e fluxo-volume
o é o volume máximo que um indivíduo consegue expirar no primeiro segundo de uma
expiração máxima. Esse valor exprime o fluxo aéreo da maior parte das vias aéreas,
sobretudo aquelas de calibre maior.
o Relação VEF1/CV - Razão entre volume expiratório forçado no primeiro segundo e a
capacidade vital, sendo muito importante para o diagnóstico de um distúrbio obstrutivo.
Para isto, podemos considerar tanto o VEF1/CVF quanto o VEF1/CVL. Índice de Tiffeneau
(VEF/CVF):
o Fluxo expiratório forçado intermediário (FEF25-75%) - representa o fluxo expiratório
forçado médio obtido durante a manobra de CVF, na faixa intermediária entre 25 e 75% da
CVF.
o Pico de fluxo expiratório (PFE) – representa o fluxo máximo de ar durante a manobra de
CVF. Guarda dependência com o esforço, o que o torna um bom indicador da colaboração
na fase inicial da expiração.
o Curva fluxo-volume - é uma análise gráfica do fluxo gerado durante a manobra de CVF
desenhado contra a mudança de volume. Frequentemente também a curva fluxo-volume
prevista é desenhada para comparação visual, o que facilita na identificação de padrões
obstrutivos, restritivos, amputações de fluxos inspiratórios ou expiratórios, e avaliação da
resposta ao broncodilatador.
Tem fundamental importância, pois a análise somente dos valores obtidos pode não
identificar determinadas afecções respiratórias.
Peak Flow: é o pico máximo do fluxo expiratório atingido em uma expiração forçada
(ponto da curva expiratória na qual a velocidade da expiração foi maior). Registrado em
litros/segundo ou litros/minuto.
Valores Indiretos
a) Índice de Tiffeneau (VEF/CVF): significa o resultado da fração que representa o VEF1 em
relação à CVF. Esse valor deverá estar em torno de 68% a 85% da CVF.
o A literatura clássica sobre esse item tem adotado o porcentual de 80% como referencial
para normalidade, sendo que abaixo disso considera-se deficiência obstrutiva.
o Todavia, deve-se considerar as diferenças entre adultos e crianças.
o Há indicativos de que 50% a 60% da CVF é explicada pela idade e pela estatura,
portanto, uma faixa de normalidade é melhor empregada que um único valor porcentual.
b) Fluxo Expiratório Forçado Médio (FEF 25%-75%): também conhecido como fluxo
máximo meso-expiratório (FMME), é o fluxo médio de ar que ocorre no intervalo entre 25%
e 75% da CVF. Esta tem sido considerada uma das mais importantes medidas de fluxos na
avaliação da permeabilidade das vias aéreas, por representar a velocidade com que o ar
sai exclusivamente dos brônquios. Isto é, estima-se que nesse momento da expiração o ar
que estava contido nas vias aéreas superiores e na laringe já tenha saído, e o ar que se
encontra nos bronquíolos terminais, nos bronquíolos respiratórios e nos alvéolos, ainda não
está sendo objeto da medida
INTRODUÇÃO/DEFINIÇÃO
O termo espirometria é proveniente do latim (spiro = respirar e metrum = medida) e
consiste em medir a entrada e a saída de ar nos pulmões.
Como o ar, por si só, apresenta uma certa dificuldade de ser medido volumetricamente, a
espirometria utiliza-se de registros gráficos desse ar.
Essa técnica ou recurso de medir graficamente o ar é denominada espirografia.
Muitas vezes o termo espirometria é confundido com o termo espirografia, que significa a
representação gráfica de capacidades, volumes e fluxos pulmonares.
4 ao tratarmos de valores pulmonares numéricosDOR (interpretação volumétrica
TORÁCICA 7.1 problema ou fluxométrica)
2 – ESPIROMETRIA ASMA
referimo-nos à espirometria.
É utilizada como ferramenta na avaliação diagnóstica de sintomas respiratórios
gerais ou limitação aos esforços, na avaliação longitudinal dos pacientes, na
classificação da gravidade e mesmo como índice prognóstico de diversas doenças
respiratórias, além de fazer parte do manejo pré-operatório e avaliação de
capacidade ocupacional.
A espirometria, que também é entendida como prova de função pulmonar, tem como
principais objetivos:
a) detectar precocemente as disfunções pulmonares obstrutivas;
b) detectar ou confirmar as disfunções pulmonares restritivas;
c) diferenciar uma doença obstrutiva funcional de uma obstrutiva orgânica;
d) avaliar a evolução clínica de uma pneumopatia e parametrizar recursos terapêuticos por
meio de testes pré e pós-intervenção terapêutica, atualmente muito empregada na
fisioterapia respiratória ambulatorial;
f) avaliar o risco cirúrgico..(por meio de decúbito alternado);
g) direcionar condutas em pacientes cardiopatas;
h) subsidiar a avaliação da saúde do trabalhador, especialmente no controle de riscos
industriais.
Pode ser realizada durante respiração lenta ou durante manobras expiratórias forçadas.
CLASSIFICAÇÃO DA ESPIROMETRIA
Dentre as formas de organizar a espirometria e, para efeito de estudo, é possível classificá-la
em:
a) simples ou convencional, que pode ser estática ou dinâmica e
b) por análise de gases, também denominada completa.
Espirometria Estática
A espirometria estática não permite avaliar todas as condições da função pulmonar,
entretanto, fornece alguns volumes importantes, como, por exemplo, a capacidade vital (CV).
Os volumes pulmonares denominados fundamentais são quatro e são medidos em litros ou
em mililitros. São eles:
ARTIGO IMPRESSO
COMPARAÇÃO
ARTIGO INTERPRETAÇÃO
TRATAMENTO
O objetivo do tratamento da asma é a melhora da qualidade de vida, obtida pelo controle dos
sintomas e melhora ou estabilização da função pulmonar.
Isso pode ser atingido na maior parte dos casos, devendo o tratamento incluir,
obrigatoriamente, medidas não farmacológicas (medidas educativas, controle de
fatores desencadeantes/agravantes), indicadas em todos os casos, e
farmacoterapia, conforme indicado.
Fatores de risco
o Os fatores de risco podem ser divididos em ambientais e próprios do paciente,
como é o caso dos aspectos genéticos, obesidade e sexo masculino (durante a infância).
o Os fatores ambientais são representados pela exposição à poeira, infecções virais,
alérgenos como ácaros, pólen, pelo de animais, fumaça de cigarro, irritantes
químicos e poluição ambiental, mudanças climáticas, exercícios físicos vigorosos,
estresse emocional e até mesmo alguns tipos de medicamentos.
o Quando não houver como evitar a exposição, o paciente pode seguir alguns cuidados, como:
evitar atividades físicas ao ar livre, especialmente em dias frios;
evitar baixa umidade ou exposição em dias com muita poluição;
não fumar e evitar ambientes fechados com pessoas fumando.
Alguns estudos apontam que a redução de peso em pacientes obesos com asma demonstra
melhora na função pulmonar, nos sintomas, morbidade e na condição de vida.
TRATAMENTO NÃO-FARMACOLÓGICO:
• Abordagem integral O paciente com asma deve ser avaliado de forma integral.
A abordagem das questões psicossociais e emocionais associadas à doença, tanto da família
quanto do paciente, a educação e o esclarecimento em relação às dúvidas e à convivência
com uma doença crônica devem ser avaliadas em todas as consultas.
• Controle ambiental Deve ser oferecido, em todas as consultas, o aconselhamento
sobre cessação do tabagismo do paciente e dos familiares, bem como
aconselhamento para evitar exposição aos alérgenos ambientais/ocupacionais.
• Atividade física O paciente asmático deve ser estimulado a realizar atividade física
regularmente e receber orientação em relação ao tratamento da broncoconstrição
desencadeada pelo exercício.
• Vacinação Pacientes com asma em uso de corticoide inalatório devem receber a vacina da
Gripe (Influenza).
• Alergias e atopias O paciente deve ser orientado sobre a possibilidade de coexistência de
atopias e de outras alergias (medicamentosas e alimentares). Sempre que possível, manter o
tratamento adequado para atopias (rinite alérgica).
Vigilância ambiental:
O tratamento do asmático torna-se mais efetivo quando ele consegue organizar-se e viver em
um ambiente com controle da exposição aos alérgenos.
Para isto, é necessário que todos os pacientes e seus familiares sejam bem orientados no
início do tratamento, sendo fundamental que estas informações sejam sempre reforçadas por
todos os profissionais de saúde responsáveis pelo seu atendimento.
As ações de vigilância ambiental devem ser sempre realizadas para minimizar a exposição à
alérgenos e irritantes independentes do ambiente que o asmático viva favorecendo a melhora
dos sintomas e a diminuição da quantidade de medicação para o controle da doença.
Os principais alérgenos e irritantes a serem controlados são:
Poeira doméstica: É um dos mais importantes alérgenos, responsável pela maioria dos
sintomas do aparelho respiratório.
12 DOR TORÁCICA 7.1 problema 2 – ESPIROMETRIA ASMA
o É formada por partículas orgânicas e inorgânicas, provenientes do ambiente (lã, crina,
vegetal, fungos, bactérias, caspa humana e de animais, insetos, ácaros, fibras
desintegradas de carpetes e cortinas, restos alimentares, detritos de mobília).
o O ácaro é o principal agente sensibilizador e provocador de sintomas, é
microscópico, tem preferência por locais com temperatura elevada (acima de 25°C) e alta
umidade. Alimenta-se da pele morta do ser humano. As pessoas são alérgicas ao material
eliminado em suas fezes.
Bolor: O bolor é composto por fungos que se alimentam da decomposição da vida vegetal.
Produzem esporos que se projetam no ar e quando inalados por um indivíduo sensível, podem
ocasionar sintomas de alergia.
Animais domésticos: As pessoas sensíveis podem desencadear sintomas alérgicos quando
expostas ao pêlo, descamação da pele, às substâncias presentes na urina ou na saliva de
cães e gatos. Mesmo após a retirada do animal da casa, os resíduos podem permanecer em
suspensão no ar, nos carpetes, na poeira doméstica e nos ductos de ar condicionado por até
1 ano.
Substâncias químicas irritantes: Na maioria das casas existem diversos produtos de limpeza
ou outras substâncias químicas que devido ao seu odor irritativo podem causar sintomas de
alergia em indivíduos sensíveis. A má-ventilação pode agravar esses problemas. As principais
substâncias irritantes são: gasolina, naftalina, querosene, limpa-vidros, amônia,
desodorantes, detergentes, sprays, perfumes, tintas, esmalte para unhas, solventes, líquido
de lavagem a seco, óleo, cloro da piscina, cola, desinfetantes, cera para assoalho.
Tabagismo: fumo passivo pode causar câncer, doenças cardiovasculares, asma entre outras
doenças. Estudos mostram que crianças cujos pais fumam dentro de casa têm 40% mais
chances de desenvolverem infecções respiratórias e asma. A fumaça que fica no ar após o
fumo tem três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono e cinqüenta vezes
mais substâncias cancerígenas.
Rinossinusite -> Estudos epidemiológicos e a própria prática clínica chamam a atenção para
a associação importante entre rinite-sinusite-asma.
Até 80% dos asmáticos em nosso meio têm rinite alérgica associada, que pode estar
associada à sinusite alérgica crônica e é fator predisponente para a sinusopatia infecciosa.
Por outro lado, cerca de 40% dos indivíduos com rinite alérgica têm algum grau de hiper-
responsividade brônquica, muitas vezes subclínica, ou até mesmo asma.
Os mesmos fatores genéticos e ambientais conhecidos, predisponentes e/ou desencadeantes
de sintomas, atuam de forma similar na via aérea superior e inferior, levando à manifestações
clínicas de rinite e asma alérgicas, respectivamente.
Além disso, mesmo em fenótipos de asma não atópica (como a asma ou doença respiratória
induzida/exacerbada pela aspirina), coexistem a inflamação nasossinusal, com polipose e
asma, geralmente de evolução grave.
As vias aéreas superiores e inferiores apresentam várias características anatômicas similares
- como as células epiteliais que revestem a mucosa, a lâmina própria e a matriz extracelular
submucosa povoada por células com potencial imunoinflamatório - e poucas diferenças que
residem, basicamente, na presença do grande plexo venoso da submucosa nasal (ausente na
submucosa brônquica) e, de maneira inversa, na presença de miofibroblastos na submucosa
brônquica e musculatura lisa envolvendo a árvore brônquica.
Estudos demonstram que a presença de sinusopatia piora a evolução clínica de
asma e está associada à maior frequência de asma grave.
Além disso, o tratamento seja da rinite alérgica isolada, seja da rinossinusopatia alérgica ou
infecciosa, melhora o controle da asma e reduz a hiper-responsividade brônquica.
Mais de 1/3 dos pacientes com rinossinusopatia crônica e polipose nasal tem hiper-
responsividade brônquica (com ou sem história de sibilância)
Acredita-se que reflexos vagais (colinérgicos) nasossino-brônquicos,
microaspirações repetidas - seja de agentes infecciosos ou de mediadores
14 inflamatórios - e a maior produção de mediadores DOR TORÁCICAinflamatórios
7.1 problema 2 – ESPIROMETRIA ASMA
nas vias aéreas
superiores, levando a efeitos a distância, contribuam para essa estreita associação
entre rinossinusite e asma
Por outro lado, a presença de RGE está associada a sintomas respiratórios asmáticos.
Em outras palavras, a asma piora o refluxo e o refluxo piora a asma.
É possível que, em pacientes com asma, haja mais de um mecanismo envolvido na relação
entre refluxo e asma.
Obesidade -> A asma e a obesidade são condições que representam problemas de saúde
pública, sendo a obesidade atualmente considerada fator de risco para a asma.
Vários estudos demonstraram a relação entre o percentual do índice de massa corporal (IMC)
e a asma.
A obesidade duplica o risco de asma na idade escolar,
Mudanças na mecânica respiratória com diminuição da capacidade residual funcional e do
volume corrente secundárias à obesidade podem ocasionar piora dos sintomas de asma.
A obesidade também aumenta o risco de refluxo gastroesofágico, que atua favorecendo a
hiper-responsividade das vias aéreas nos asmáticos.
O tecido adiposo produz inúmeras citocinas, como o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), a
interleucina 6 (IL6), adiponectina e resistina, que têm papel importante na modulação do
metabolismo local e sistêmico.
A produção de TNF-α é marcadamente aumentada no tecido adiposo de indivíduos obesos e
níveis elevados de TNF-α são encontrados também na asma e estão associados à produção
de citocinas de perfil Th2 (IL-4 e IL-6) no epitélio brônquico.
Vários estudos transversais demonstraram uma associação significativa entre o índice de
massa corporal (IMC) e asma em mulheres, mas não em homens.
Uma hipótese plausível é que os hormônios sexuais femininos desempenham um papel
importante na etiologia da asma e que esses hormônios são influenciados pela obesidade.
A progesterona aumenta a expressão dos receptores beta-2.
Outra hipótese é que a obesidade reduziria os níveis de progesterona, reduzindo também a
função destes receptores, o que, por sua vez, diminuiria o relaxamento do músculo liso
brônquico.
o Para exclusão de outros diagnósticos conforme suspeita clínica pode ser indicado exame
TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO
19 DOR TORÁCICA 7.1 problema 2 – ESPIROMETRIA ASMA
o O tratamento de manutenção deve ser feito a partir da classificação da gravidade da asma
o Alguns pacientes com asma grave podem desenvolver obstrução irreversível após muitos
anos de atividade da doença.
O controle dos sintomas e a melhora da função pulmonar podem ocorrer após uma a duas
semanas de tratamento, enquanto que para reversão da hiperresponsividade brônquica o
paciente pode necessitar de meses ou anos de utilização de CI. A suspensão do tratamento
com CI pode levar à deterioração do estado de controle da asma.
Os efeitos colaterais sistêmicos dos CI são habitualmente observados com utilização de doses
altas por tempo prolongado e são eles: perda de massa óssea, inibição do eixo hipotálamo-
hipófise-adrenal e déficit de crescimento, sem alteração da maturação da cartilagem de
crescimento. Candidíase oral, disfonia e tosse crônica por irritação das vias aéreas superiores
podem ser observadas com qualquer dose e são reduzidas se a recomendação de higiene oral
após o uso for seguida. O Quadro 4 mostra a equivalência de doses dos corticosteróides
utilizados no Brasil (Evidência A).(21-28)
20 DOR TORÁCICA 7.1 problema 2 – ESPIROMETRIA ASMA
Beta-agonistas de ação prolongada (LABA): Os LABA são utilizados em associação aos CI
em pacientes acima de quatro anos, quando estes forem insuficientes para promover o
controle da asma. Estão disponíveis no Brasil o formoterol e o salmeterol. A associação dos
LABA ao CI pode ser utilizada como terapia inicial na asma classificada como moderada ou
grave. A adição do LABA ao CI reduz o tempo para obtenção do controle da doença. A
monoterapia com LABA deve ser sempre evitada.
Os efeitos adversos não são comuns e restringem-se aos efeitos causados pelo estímulo
cardiovascular, tremores de extremidades e hipocalemia. Alguns pacientes podem continuar
sintomáticos enquanto que outros podem perder o controle de sua asma por efeito paradoxal
dos LABA (Evidência A).(29-39)
Os leucotrienos estão aumentados em secreções, sangue e urina após infecções por vírus
sincicial respiratório e a sua utilização em sibilância recorrente após bronquiolite viral aguda
pode ser uma indicação clínica útil em lactentes. Efeitos adversos graves são raros. A
síndrome de Churg-Strauss, inicialmente associada ao uso de antileucotrienos, parece estar
mais relacionada à suspensão do corticosteróide oral. Lesão hepática foi descrita apenas com
antileucotrienos não cisteínicos (Evidência A). (40-41)
O tratamento com a anti-IgE está indicado para pacientes maiores de doze anos com asma
alérgica de difícil controle. A dose empregada (a cada duas ou quatro semanas por via
subcutânea) deve levar em conta o peso e o nível de IgE sérica total. Para pacientes com
peso acima de 150 kg ou IgE total < 30 ou > 700 UI/mL não se recomenda, atualmente, a
utilização de anti-IgE (Evidência A).(45-49)
A IT deve ser administrada por especialista treinado no manejo de reações anafiláticas graves
e deve ser indicada apenas na asma alérgica, demonstrada pela presença de anticorpos IgE
para alérgenos do ambiente, principalmente ácaros, polens, fungos e insetos.
A IT habitualmente tem sido aplicada por via subcutânea. Estudos recentes indicam a eficácia
da IT sublingual com doses elevadas de antígenos.
A IT não está indicada para os pacientes que respondem bem à profilaxia ambiental e ao
tratamento farmacológico. Está contra-indicada em pacientes com outras doenças
imunológicas ou que utilizem drogas beta-bloqueadoras (Evidência A). (54-55)
Para o tratamento da asma, as recomendações da GINA baseiam-se em cinco “steps” e as
avaliações periódicas dos pacientes permitem que sejam realizados step up ou step
down do tratamento aumentando ou diminuindo doses e medicamentos conforme o nível
de controle.
Step 1: uso de broncodilatadores de curta duração para alívio dos sintomas e
considerar baixa dose de corticosteroide inalado (ICS)
Step 2: baixa dose de ICS como primeira opção. Considerar antagonista de
leucotrienos (LTRA)
Step 3: corticosteroide inalatório em baixa dose associado a broncodilatador de longa
duração (LABA); outras opções são média a alta dose de ICS ou baixa dose de ICS
associado a LTRA
Step 4: média/alta dose de ICS/LABA. Outras opções são adicionar brometo de
tiotrópio ou alta dose de ICS + LTRA
Step 5: acrescentar a medicação já em uso o Tiotrópio ou Anti IGE.
Como medicação de resgate além do agonista beta-2-adrenérgico de curta duração, a partir
do step 3 podemos utilizar LABA – Formoterol associado ao ICS em baixa dose.