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Curso: Psicologia Clínica

Tema: Ciência e método

Discentes:
Eulália Marcos Cumpeu
Aulina Querino Pentear

Docente: Msc. Sharmila Alibhai

Maio de 2020
1. Ciência e método
1.1. Conceitos de ciência e método científico

De acordo com Lakatos & Marconi (advogam que a ciência é uma sistematização de
conhecimentos, um conjunto de preposições logicamente correlacionadas sobre o
comportamento de certos fenómenos que se deseja estudar. “A ciência é todo um conjunto de
atitudes e actividades racionais, dirigidas ao sistemático conhecimento com Objectivo limitado,
capaz de ser submetido à verificação.

Na perspectiva de Gil (1999) defende que a Ciência básica é a que trata dos aspectos gerais ou
fundamentais da realidade, produzida sem preocupação com suas aplicações a curto prazo. A
designação de Ciência Pura é muitas vezes utilizada como seu sinónimo, no sentido de que é a
investigação feita sem qualquer preocupação com a aplicação. Alguns autores e cientistas não
apreciam essas designações por entenderem que a aplicação dos conhecimentos gerados pode ser
apenas uma questão de tempo ou de oportunidade, como demonstrado à exaustão pela história da
Ciência. Estas pessoas preferem chamá-la Ciência Fundamental, no sentido de que se dedica à
procura dos fundamentos ou causas dos fenómenos observados.

Método científico
Segundo Fonseca (2002:33), methodos significa organização, e logos, estudo sistemático,
pesquisa, investigação; ou seja, metodologia é o estudo da organização, dos caminhos a serem
percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer ciência.
Etimologicamente, significa o estudo dos caminhos, dos instrumentos utilizados para fazer uma
pesquisa científica.

A mesma fonte, define o Método científico como um conjunto de procedimentos básicos que
devem se seguidas para a produção de conhecimento que tem o rigor de ciência, ou seja, é um
tipo de método usados para a pesquisa e comprovação de um determina do conteúdo.
Este método possui as suas respectivas etapas sendo a observação (colecta de dados para
Descrição qualitativa e quantitativa)), questionamento (formulação de perguntas), hipóteses
(explanar as observações), experienciais (avaliar o sistema em estudo), resultados (a reunião dos
dados recolhidos e por último a conclusão (construção de uma teoria, lei ou principio).

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1.2. Métodos em ciência
Köche (2009) ressalta que existem diversos tipos de métodos, assim como existe um número
quase ilimitado de objectos para pesquisa. Cada objecto ou campo de objectos exige um método.
Também há várias formas de se classificar as ciências. Essas classificações levam em conta
vários factores como a natureza do objecto da ciência e também o seu método.

O mesmo autor acrescenta que quando se fala em ciência “formal”, “pura”, “ideal” ou “teórica”,
entende-se a ciência que trabalha com sistemas teóricos, com as formas de se fazer ciência: o
número, a lógica, a linguística. São exemplos: a Matemática, a Lógica, a própria Linguística, as
bases teóricas da Computação e da Informação. Quando se fala em ciência “empírica”, refere-se
à experimentação, são ciências aplicadas. Mas essas ciências empíricas precisam de bases
teóricas para se constituir. No fundo, há grande articulação entre as diversas ciências e hoje há
um processo de valorização da interdisciplinaridade, que coloca em evidência a insuficiência da
consideração isolada dos diversos campos do saber, no tratamento dos complexos problemas que
enfrentamos.

Os métodos variam de acordo com a natureza da pesquisa, a área da ciência, a forma de


abordagem, o objecto problema e as fontes, os Objectivos e ainda os procedimentos. Nesses tipos
de classificação, os diversos métodos aparecem em mais de um lugar. Vejamos, então, possíveis
classificações (. FONSECA, 2002).

Uma pesquisa pode ter a natureza de ser original no todo ou em parte de seu objecto, Objectivo e
metodologias, representando um avanço da ciência, ou simplesmente ser uma revisão ou síntese
de outras pesquisas anteriores ou actuais. Ela pode ser também teórica ou aplicada.

Sobre a área da ciência, as ciências da natureza, como a Física, se utilizam de métodos diferentes
das ciências sociais, como a Antropologia. A natureza dessas ciências e seus objectos são
diferentes. Pesquisar, por exemplo, sobre novas estrelas ou doenças requer métodos diferentes
que pesquisar o crescimento da violência. Pesquisas com seres humanos e pesquisas com
minerais, igualmente, exigem métodos diversos.

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1.3. Alguns tipos de métodos científicos
GIL (1999) destaca os seguintes métodos:
Método indutivo: parte das observações particulares para chegar a conclusões gerais. A
constância e a regularidade dos fenómenos produzem uma generalização, querem levar a uma lei
geral e universal. Induzir é chegar a uma conclusão a partir de dados particulares.
O mesmo autor reforça que este é o método proposto por autores empiristas como Hume, Locke,
Bacon e Hobbes. Para eles o conhecimento está fundamentado apenas na experiência e não deve
partir de princípios preestabelecidos (dedutivos). A conclusão indutiva é provável e não
necessariamente verdadeira.

Método dedutivo: quando, a partir de enunciados mais gerais dispostos ordenadamente como
premissas de um raciocínio, chega a uma conclusão particular ou menos geral.

Método hipotético dedutivo: combina os dois anteriores. Parte da observação para a indução
faz a dedução e volta à observação. O esquema é o seguinte: observação dos fenómenos –
indução – dedução – volta aos fenómenos. Aristóteles foi quem propôs esse método. Stuart Mill
fala dos três passos que o constituem: a indução, a dedução (raciocínio) e a experimentação.
Outro autor que consagrou esse método foi Isaac Newton chamando-o de “análise e síntese”. A
análise para Newton é o momento de observações e experimentações. Já a síntese é o momento
de fazer as conclusões gerais, as descobertas, as causas, as excepções e os princípios, a partir da
indução, que explicam os fenómenos.

Método dialéctico: Para falarmos sobre esse método é preciso primeiro entender o significado
de dialéctica. Você sabe o que significa? Para Platão era uma forma de diálogo, de confrontação
de ideias, era o método de perguntar, responder e refutar, que ele aprendeu com Sócrates. Para
Hegel, a dialéctica era uma dinâmica contínua do pensamento de oferecer uma tese, a
contraposição a ela (antítese) e a elaboração de uma síntese.

Para Karl Marx, dialéctica é aplicada numa perspectiva materialista. Para ele, a dinâmica do
pensamento corresponde à lógica da realidade.

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Bibliografias
FONSECA. J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza uec, 2002

GIL, A.C. Pesquisa Social: Métodos e Técnicas, 5ª edição, São Paulo: atlas. 1999

KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica. Teoria da ciência e iniciação à


pesquisa. 26. ed. Petrópolis: Vozes, 2009.

LAKATOS, Eva Maria & Marconi, Marina de Andrade; Fundamentos de metodologia científica
1; 5. ed. - São Paulo; 2003.

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