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A Boa vontade
Se a boa vontade é bem último, na avaliação moral das ações a única coisa que
interessa são as intenções dos agentes e não as consequências.
Isto porque a nossa vontade manifesta-se através das nossas intenções.
Por sua vez, as nossas intenções expressam-se através de máximas (como p. e.
"devemos ser honestos").
As máximas são regras ou princípios que nos indicam a intenção dos agentes.
Só se aplicam na condição
(hipótese) de se ter Dá-nos uma obrigação moral
determinados desejos ou incondicional, não dependendo
inclinações. dos nossos desejos e
necessidades particulares.
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Para Kant os imperativos categóricos são os nossos deveres absolutos. Mas,
como descobrimos qual é o nosso dever numa dada circunstância?
A ideia é que devemos agir apenas de acordo com regras (máximas) que podemos
querer que todos os agentes adotem.
Isto não consiste em ver se teria boas ou más consequências que todos agissem de
acordo com uma determinada regra (máxima).
Consiste, antes, em mostrar se é ou não possível todos agirem segundo essa
regra (máxima).
As pessoas são seres racionais, e tratá-las como fim em si significa respeitar a sua
racionalidade.
Assim, nunca poderemos manipular as pessoas, ou usá-las para alcançar os nossos
objetivos.
Para respeitar as pessoas, devemos tratá-las como seres racionais e autónomos–
como fins em si.
Existe uma violação da autonomia e racionalidade de uma pessoa quando, por
exemplo, obrigámo-la a fazer o que ela não quer.
Segundo a fórmula do fim em si, não é errado tratar as pessoas como meios– é
errada tratá-las como simples meios (desrespeitando a autonomia e a racionalidade
das pessoas).
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Autonomia vs. Heteronomia
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Objeções à ética deontológica de Kant:
Intuitivamente parece errado não mentir nesta situação; aqui a mentira parece ser
moralmente correta. Logo, a ideia de haver deveres absolutos parece implausível.
2. Conflito de deveres.
A ideia de que temos deveres perfeitos levanta um outro problema: e se estes
entrarem em conflito?
Dilema: José prometeu solenemente obedecer a todas as ordens de Maria. Nunca lhe
ocorreu que ela o mandasse torturar Carlos, uma pessoa inocente.
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Exercícios
1. Lê o seguinte texto com atenção.
Suponha-se que uma criança entra numa padaria para comprar um pão. A padeira
apercebe-se de que pode enganar a criança no troco, mas está preocupada que os
outros clientes possam dar-se conta desse embuste e que os possa perder. Por isso,
ela decide dar à criança o troco justo.
B. “Não minto porque se o fizer, arrisco-me a que a minha namorada já não goste de
mim”.
E. “A Sofia faz doações para ações de caridade apenas para aumentar a sua
popularidade entre os amigos”.
G. “Uma pessoa está a afogar-se e outra pessoa salva-a. Esta tirou-a da água para
receber uma recompensa pelo salvamento”.
A. «O Gustavo mente ao Joel sobre uma traição da sua namorada Daniela, pois, não
quer que o Joel sofra (tem assim compaixão por ele). Acontece que o Joel passa a
andar traído sem o saber.»
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Indicar se as regras que dizem a intenção dos agentes têm ou não valor moral e justificar.
2
Verificar se as máximas (regras) presentes nos exemplos podem ou não ser consideradas leis universais (ser seguidas por todos em todas as circunstâncias). E porquê.